Editorial do sítio Vermelho:
Imerso em profunda crise política, cuja manifestação mais aparente são as divisões internas, o PSDB realizou no último sábado (18), a sua convenção partidária em Brasília, na qual, como era previsto, o senador Aécio Neves assumiu o comando da sigla e deu os primeiros passos para a corrida presidencial de 2014.
Num jogo de conveniências, pois é o que determina no momento o tempo político, Aécio não falou de sua candidatura porque o governador de São Paulo Geraldo Alckmin ainda hesita em apoiá-lo ou venderá caro o apoio, e José Serra, derrotado sucessivas vezes em suas pretensões eleitorais, para presidente da República e prefeito de São Paulo, segue dando sinais de que pode inclusive deixar o partido.
Seja como for, o escopo eleitoral da convenção tucana ficou evidente. Aécio chamou a atenção para o tamanho do desafio, ao admitir que não será fácil derrotar a coalizão que está no poder há 10 anos, hoje sob a liderança da presidenta Dilma Rousseff. Soou como uma espécie de chamado a cerrar fileiras para salvar o ninho ameaçado de extinção. Serra, por seu turno, disse que já viu “muita água passar por baixo da ponte” e sinalizou que vai trabalhar duro pelo êxito das oposições em 2014.
A crise do PSDB não é só desta sigla que se tornou o principal reduto neoliberal e conservador do país desde que assumiu o poder, sob a liderança do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1994. É de toda a oposição de centro-direita e direita. Desde Lula, esta oposição vem perdendo espaço, com a rejeição do eleitorado que crescentemente aderiu em peso ao novo governo e continua a respaldar fortemente a presidenta Dilma.
Fora do poder, a oposição neoliberal e conservadora declinou, perdeu posições, dividiu-se e muitas das suas formações desagregaram-se. Por instinto de sobrevivência, individualmente ou em grupos, políticos que antes foram ativos defensores da coalizão PSDB-DEM, mudaram de partidos e aderiram ao governo, mesmo sem convicções progressistas, o que esvaziou ainda mais a base de apoio dos tucanos.
O êxito das forças progressistas é a principal razão para o declínio e as divisões do PSDB. Malgrado todas as limitações e contradições, o Brasil vê afirmar-se uma nova forma de governar e a prevalência da luta pelo desenvolvimento com soberania nacional em lugar do entreguismo, o aprofundamento da democracia, contra a ditadura dos punhos de renda da era FHC, a afirmação dos direitos do povo em contraste com a brutal ofensiva antipopular do período 1995-2002.
Enquanto se afirma um novo caminho para o Brasil, o PSDB faz demonstrações de apego ao passado, defendendo teses e lideranças que fracassaram rotundamente e já pertencem à lixeira da história. E nisto reside a outra razão para o seu declínio e a dificuldade para derrotar nas urnas o governo atual.
Na convenção de sábado, o PSDB de Aécio Neves fez uma opção de identidade. Reivindicou a herança maldita do governo de FHC, reafirmando o que há de mais reacionário, antipopular e entreguista daquele período sombrio da história recente: as privatizações e as chamadas medidas de “estabilidade” econômico-financeira, eufemismo para encobrir o mecanismo perverso – que perdura até hoje – de drenagem dos recursos nacionais para os financistas que enriquecem com a ciranda do pagamento incondicional da dívida pública em detrimento do investimento e da produção.
Aécio pretende, assim, assumir sem pejo uma plataforma neoliberal como panaceia para os persistentes males estruturais do país e as dificuldades econômicas e financeiras da presente conjuntura.
Para as forças progressistas e a evolução da luta por mudanças de fundo no país, o apego do PSDB aos eixos programáticos que reafirmam este partido como antidemocrático, antipopular e antinacional e à imagem de FHC, cujo legado principal é ter feito o país estagnar e declinar, não deixa de ter implicações táticas e estratégicas positivas. Não só porque na campanha eleitoral Aécio será estigmatizado como candidato do passado. Mas sobretudo porque deixa claro que há um polo reacionário a ser enfrentado, o que também só pode ser feito se as forças alinhadas sob a liderança de Dilma se empenharem na defesa mais nítida e frontal de uma nova arrancada de progresso para o Brasil, de avanço na realização das mudanças estruturais, de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, com democracia, soberania nacional, integração regional, valorização do trabalho, universalização de direitos e progresso social.
Num jogo de conveniências, pois é o que determina no momento o tempo político, Aécio não falou de sua candidatura porque o governador de São Paulo Geraldo Alckmin ainda hesita em apoiá-lo ou venderá caro o apoio, e José Serra, derrotado sucessivas vezes em suas pretensões eleitorais, para presidente da República e prefeito de São Paulo, segue dando sinais de que pode inclusive deixar o partido.
Seja como for, o escopo eleitoral da convenção tucana ficou evidente. Aécio chamou a atenção para o tamanho do desafio, ao admitir que não será fácil derrotar a coalizão que está no poder há 10 anos, hoje sob a liderança da presidenta Dilma Rousseff. Soou como uma espécie de chamado a cerrar fileiras para salvar o ninho ameaçado de extinção. Serra, por seu turno, disse que já viu “muita água passar por baixo da ponte” e sinalizou que vai trabalhar duro pelo êxito das oposições em 2014.
A crise do PSDB não é só desta sigla que se tornou o principal reduto neoliberal e conservador do país desde que assumiu o poder, sob a liderança do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1994. É de toda a oposição de centro-direita e direita. Desde Lula, esta oposição vem perdendo espaço, com a rejeição do eleitorado que crescentemente aderiu em peso ao novo governo e continua a respaldar fortemente a presidenta Dilma.
Fora do poder, a oposição neoliberal e conservadora declinou, perdeu posições, dividiu-se e muitas das suas formações desagregaram-se. Por instinto de sobrevivência, individualmente ou em grupos, políticos que antes foram ativos defensores da coalizão PSDB-DEM, mudaram de partidos e aderiram ao governo, mesmo sem convicções progressistas, o que esvaziou ainda mais a base de apoio dos tucanos.
O êxito das forças progressistas é a principal razão para o declínio e as divisões do PSDB. Malgrado todas as limitações e contradições, o Brasil vê afirmar-se uma nova forma de governar e a prevalência da luta pelo desenvolvimento com soberania nacional em lugar do entreguismo, o aprofundamento da democracia, contra a ditadura dos punhos de renda da era FHC, a afirmação dos direitos do povo em contraste com a brutal ofensiva antipopular do período 1995-2002.
Enquanto se afirma um novo caminho para o Brasil, o PSDB faz demonstrações de apego ao passado, defendendo teses e lideranças que fracassaram rotundamente e já pertencem à lixeira da história. E nisto reside a outra razão para o seu declínio e a dificuldade para derrotar nas urnas o governo atual.
Na convenção de sábado, o PSDB de Aécio Neves fez uma opção de identidade. Reivindicou a herança maldita do governo de FHC, reafirmando o que há de mais reacionário, antipopular e entreguista daquele período sombrio da história recente: as privatizações e as chamadas medidas de “estabilidade” econômico-financeira, eufemismo para encobrir o mecanismo perverso – que perdura até hoje – de drenagem dos recursos nacionais para os financistas que enriquecem com a ciranda do pagamento incondicional da dívida pública em detrimento do investimento e da produção.
Aécio pretende, assim, assumir sem pejo uma plataforma neoliberal como panaceia para os persistentes males estruturais do país e as dificuldades econômicas e financeiras da presente conjuntura.
Para as forças progressistas e a evolução da luta por mudanças de fundo no país, o apego do PSDB aos eixos programáticos que reafirmam este partido como antidemocrático, antipopular e antinacional e à imagem de FHC, cujo legado principal é ter feito o país estagnar e declinar, não deixa de ter implicações táticas e estratégicas positivas. Não só porque na campanha eleitoral Aécio será estigmatizado como candidato do passado. Mas sobretudo porque deixa claro que há um polo reacionário a ser enfrentado, o que também só pode ser feito se as forças alinhadas sob a liderança de Dilma se empenharem na defesa mais nítida e frontal de uma nova arrancada de progresso para o Brasil, de avanço na realização das mudanças estruturais, de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, com democracia, soberania nacional, integração regional, valorização do trabalho, universalização de direitos e progresso social.
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