domingo, 3 de novembro de 2013

Contra o extermínio da juventude negra

Do sítio da União da Juventude Socialista (UJS):

“Por que o Sr. atirou em mim?” - Douglas Rodrigues

O assassinato covarde e gratuito de Douglas (jovem secundarista negro de 17 anos) pela Polícia Militar do Governo de São Paulo fez sua última pergunta se espalhar por todo o Brasil. Por que o Estado admite ou promove a morte de 20 crianças e adolescentes negros por homicídio todos os dias? Como ignorar que jovens negros assassinados superem em mais de 70% o número de jovens brancos vítimas do mesmo crime? Por que morrem violentamente cerca de 40 mil jovens por ano, sendo 30 mil negros e da periferia, em especial por homicídios?


A sociedade capitalista e sua propaganda estimulam as neuroses do consumismo, do individualismo e do culto à violência. Disseminam as compulsões e falta de perspectivas. O Estado descumpre seus deveres básicos com crianças, adolescentes e jovens negros e da periferia. Além de criminalizar a pobreza, o Estado mata e acoberta, com a ação combinada da polícia e do poder judiciário. Isso se dá com os autos de resistência. A polícia mata e, com uma mera justificativa escrita, o crime passa impune, nem é julgado. E o(a) assassinado, agredido, violentado, passa a História como bandido, acusado, condenado e executado sem nenhuma chance. Essa é mais uma das heranças da Ditadura Militar.

“Todo camburão tem um pouco de navio negreiro” - O Rappa
A impunidade dos crimes do Estado e de seus agentes contra o povo na Ditadura se reproduz na continuidade da militarização da Polícia e dos autos de resistência, e na manutenção dos poderes arbitrários de prender e desaparecer, torturar, julgar e aplicar pena de morte, inclusive crianças e adolescentes, e impunemente. Para a juventude negra e a periferia o AI-5 nunca acabou.

O racismo e o capitalismo matam. Em 2011, no mundo todo, 676 pessoas foram executadas por condenações à morte. Só no Rio de Janeiro, entre 2001 e 2011, 10 mil pessoas foram mortas pela polícia, que é campeã mundial de letalidade. Só em 2005, a Polícia do Rio matou 707 pessoas, mas só se abriram inquéritos policiais em 355 casos. Desses, só 19 viraram processos. Desses 19 processos, 16 foram arquivados a pedido do Ministério Público. Em 2005, só no Rio, cerca de 700 pessoas mortas pela polícia (mais que as execuções por pena de morte no mundo). E as famílias sequer tiveram direito a um processo judicial. Por que a vida de negros e pobres vale tão pouco em nosso país?

Ajude-nos a aprovar o PL 4471/2012 – #FimDosAutosDeResistencia
A União da Juventude Socialista (UJS) chama sua militância a redobrar a denúncia da tragédia que atinge a juventude negra e pobre. É por ela que temos lutado, e com importantes vitórias: bolsa família, cotas raciais e sociais, ampliação das universidades e escolas técnicas, REUNI, PROUNI, Programa Segundo Tempo, Pontos de Cultura e Juventude Viva.

Aprovamos o Estatuto da Juventude, retomamos a meia entrada cultural, conquistamos os 10% do PIB para a Educação. Mas nenhum direito existe se o Estado não garantir o direito da juventude viver. Pelo fim dos autos de resistência, vamos aprovar o Projeto de Lei 4471/2012: agressão ou morte por forças policiais tem de ter investigação e processo judicial e controle público. Queremos Estado para apoiar a juventude negra e pobre a ocupar seu legítimo lugar no Desenvolvimento do Brasil. São Garrinchas, Pelés, Miltons Santos, Miltons Nacimentos, Joaquins Barbosas e Clementinas de Jesus, assassinados todos os dias porque o Estado abandona, a polícia mata, e o judiciário deixa impune. Apoie a luta da UJS pela juventude, o Brasil e o socialismo.

Como posso ajudar?

Divulgue essa nota na escola, no trabalho, para seus amigos(as) nas redes sociais e por e-mail. Promova debates, aulas, passeatas!

Conheça o Projeto de Lei 4471/2012 – Pelo Fim dos Autos de Resistência

Escreva para os deputados e senadores do seu Estado – www.camara.gov.br

Ajude a divulgar a hashtag #FimDosAutosDeResistencia

UJS - São Paulo, 31 de outubro de 2013

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