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Ontem fui acusado, pela sra. Meire Poza, em depoimento na CPI Mista da Petrobrás, de lhe ter entregue recursos para o pagamento de multa devida pelo sr. Enivaldo Quadrado, segundo sentença na AP 470.
Afastei-me algumas horas de minha atividade profissional para responder aos jornalistas que me procuraram a respeito.
O esclarecimento é simples.
As declarações da depoente, envolvendo meu nome, são fantasiosas. Tenho relações pessoais com o sr. Enivaldo Quadrado desde os anos 90. Ele veio a minha casa duas vezes acompanhado da sra. Meire Poza, a quem me apresentou como sua amiga e contadora. O motivo desse encontro, solicitado por mim, foi obter assessoria contábil para exportação de serviços, pois realizo - como jornalista e consultor - diversas atividades no exterior.
Fico curioso para saber quais as razões destas invenções. A única informação de que disponho é que essa senhora, confessadamente envolvida em lavagem de dinheiro, através de notas frias, tem atuado avidamente para salvar seu pescoço.
Não tinha qualquer ideia de quem eram seus clientes quando a conheci. Algumas semanas se passaram e ela estava na capa da revista Veja. Logo depois, prestava depoimentos às autoridades. Fazia afirmações e as desmentia o tempo todo. Parecia-me um esquema de delação encomendada. Minhas suspeitas se confirmaram na sessão da CPI na qual meu nome foi referido.
Não conheço detalhes, tampouco tenho provas, sobre negociações e operações nas quais a sra. Poza esteja eventualmente empenhada, no afã de obter melhores resultados na Justiça. Mas é visível que ela se transformou em mais uma peça no tabuleiro sujo da disputa presidencial contra a presidente Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores.
Todos os dias mentiras e manipulações são difundidas por setores da imprensa, pelas redes sociais e pelas organizações de direita, na tentativa de encurralar e intimidar a campanha petista. Não é novidade na história do país. Notícias falsas, evidências plantadas, gravações forjadas, informações adulteradas: essas são armas tradicionais do alforje conservador.
Valia tudo para derrotar Getúlio Vargas em 1954 ou derrubar Jango dez anos depois. Vale tudo para interromper o processo iniciado com a posse do presidente Lula em 2003, particularmente na atual contenda eleitoral. Mentiras e meia-verdades são ferramentas na estratégia da direita.
A denúncia fraudulenta contra mim é irrelevante. Sou um jornalista de esquerda, sem qualquer participação institucional, um petista que jamais ocupou qualquer cargo partidário. A repercussão das declarações da sra. Poza, no entanto, é reveladora de que não há limites para os truques e golpes que serão aplicados até o dia 26 de outubro.
Da minha parte, fiz o que poderia fazer: instruí meu advogado a reler os depoimentos e tomar as medidas legais cabíveis.
Quanto aos homens e mulheres progressistas de nosso país, humildemente sugiro: olho vivo e faro fino. Que ninguém se deixe intimidar ou fique paralisado com a avalanche denuncista dos próximos dias.
* Breno Altman é diretor editorial do site Opera Mundi.
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