Do site da UJS:
Entenda porque os estudantes iniciarão nova onda de mobilização em defesa da educação pública paulista.
Algo de muito estranho acontece em São Paulo. Além do escândalo de desvio da merenda, uma série de manobras do governador Geraldo Alckmin (PSDB) indica a tenebrosa tentativa de sucateamento da educação pública. Por meio de uma “reorganização disfarçada”, o governo paulista tenta passar por cima da decisão da Justiça, que após a ocupação de 213 escolas, suspendeu o projeto que fecharia ao menos 94 unidades e transferiria 311 mil estudantes.
Mas o ano letivo começou com sérias denúncias feitas por quem está nas salas de aula. Em levantamento parcial, realizado em 39 das 93 subsedes do sindicato dos professores, a Apeoesp aponta que 913 classes foram fechadas na rede estadual em 2016. No ano anterior, o sindicato já havia denunciado o fechamento de 3 mil salas.
Superlotação
E outras manobras seguem em curso. Em janeiro deste ano, Alckmin aumentou em 10% o índice de lotação das salas de aula, que segundo o jornal Diário de São Paulo representa 280 mil secundaristas em salas com a lotação acima do limite. O Tribunal de Contas do Estado, em parecer sobre as contas do governador relativas ao exercício em 2014, apontou que 96% das escolas visitadas possuíam ao menos uma turma acima da lotação estipulada.
Redução de horário e transferências
Além de superlotar e fechar salas de aula, a manobra do governo inclui a diminuição de uma hora das aulas de 118 escolas de tempo integral. A mudança não foi informada previamente aos pais e estudantes, que também reclamam em diversas unidades de transferência de turno e de escolas sem nenhuma justificativa ou aviso prévio. Veja relatos divulgados pela Rede Brasil Atual.
Em entrevista à Carta Capital, a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, falou sobre a precarização do ensino. “Notávamos desde o início de 2015 uma ofensiva do governo para enxugar a rede pública, como o governo não pôde levar a reorganização adiante, tem criado um ambiente inóspito nas salas de aula”, declara.
A presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Angela Meyer, também salientou o enfrentamento ao descaso com a educação. “Vamos paralisar nossas escolas, fazer ´trancaços` nas principais avenidas de todas as cidades e exigir respostas”, afirmou a líder estudantil.
Estudantes em luta
A pauta da reorganização virou tema de audiência pública na última terça-feira (16) na Câmara Municipal de Sorocaba, no interior de São Paulo.
“O secretário municipal de Educação e o dirigente regional de ensino estiveram presentes e tentaram deslegitimar os movimentos sociais que estavam presentes nas ocupações, eles tentaram maquiar a realidade da superlotação das salas de aula”, conta o secundarista Vinícius Viana, que participou das ocupações nas 22 escolas da cidade.
O presidente da União Sorocabana dos Estudantes Secundaristas (USES), Abimael Ribeiro, também afirma que, apesar das perseguições aos estudantes, a luta permanece. “Agora, o papel dos estudantes é ainda maior, o governo não respeitou a suspensão e segue fazendo por baixo do pano. Nós vamos pegar pesado, já estamos nos organizando”, diz.
* Fonte: UBES
Entenda porque os estudantes iniciarão nova onda de mobilização em defesa da educação pública paulista.
Algo de muito estranho acontece em São Paulo. Além do escândalo de desvio da merenda, uma série de manobras do governador Geraldo Alckmin (PSDB) indica a tenebrosa tentativa de sucateamento da educação pública. Por meio de uma “reorganização disfarçada”, o governo paulista tenta passar por cima da decisão da Justiça, que após a ocupação de 213 escolas, suspendeu o projeto que fecharia ao menos 94 unidades e transferiria 311 mil estudantes.
Mas o ano letivo começou com sérias denúncias feitas por quem está nas salas de aula. Em levantamento parcial, realizado em 39 das 93 subsedes do sindicato dos professores, a Apeoesp aponta que 913 classes foram fechadas na rede estadual em 2016. No ano anterior, o sindicato já havia denunciado o fechamento de 3 mil salas.
Superlotação
E outras manobras seguem em curso. Em janeiro deste ano, Alckmin aumentou em 10% o índice de lotação das salas de aula, que segundo o jornal Diário de São Paulo representa 280 mil secundaristas em salas com a lotação acima do limite. O Tribunal de Contas do Estado, em parecer sobre as contas do governador relativas ao exercício em 2014, apontou que 96% das escolas visitadas possuíam ao menos uma turma acima da lotação estipulada.
Redução de horário e transferências
Além de superlotar e fechar salas de aula, a manobra do governo inclui a diminuição de uma hora das aulas de 118 escolas de tempo integral. A mudança não foi informada previamente aos pais e estudantes, que também reclamam em diversas unidades de transferência de turno e de escolas sem nenhuma justificativa ou aviso prévio. Veja relatos divulgados pela Rede Brasil Atual.
Em entrevista à Carta Capital, a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, falou sobre a precarização do ensino. “Notávamos desde o início de 2015 uma ofensiva do governo para enxugar a rede pública, como o governo não pôde levar a reorganização adiante, tem criado um ambiente inóspito nas salas de aula”, declara.
A presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES), Angela Meyer, também salientou o enfrentamento ao descaso com a educação. “Vamos paralisar nossas escolas, fazer ´trancaços` nas principais avenidas de todas as cidades e exigir respostas”, afirmou a líder estudantil.
Estudantes em luta
A pauta da reorganização virou tema de audiência pública na última terça-feira (16) na Câmara Municipal de Sorocaba, no interior de São Paulo.
“O secretário municipal de Educação e o dirigente regional de ensino estiveram presentes e tentaram deslegitimar os movimentos sociais que estavam presentes nas ocupações, eles tentaram maquiar a realidade da superlotação das salas de aula”, conta o secundarista Vinícius Viana, que participou das ocupações nas 22 escolas da cidade.
O presidente da União Sorocabana dos Estudantes Secundaristas (USES), Abimael Ribeiro, também afirma que, apesar das perseguições aos estudantes, a luta permanece. “Agora, o papel dos estudantes é ainda maior, o governo não respeitou a suspensão e segue fazendo por baixo do pano. Nós vamos pegar pesado, já estamos nos organizando”, diz.
* Fonte: UBES
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