segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Maranhão discute comunicação pública

Por Kátia Passos e Lucas Martins, no site Jornalistas Livres:

Em São Luís, MA, uma das discussões mais importante da política nacional toma espaço, no seminário “Os Desafios da Comunicação nas Administrações Públicas” organizado pelo Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, que nos dias 25 e 26 de agosto coloca em pauta como devem os governos progressistas se colocarem, no exercer de seus mandatos, para buscar os caminhos de uma comunicação que consiga quebrar a influência da grande mídia.

O encontro junta além de pesos pesados da política, blogueiros e jornalistas como Paulo Henrique Amorim, Eduardo Guimarães, Renato Rovai entre outros.


A questão da mídia

A primeira mesa iniciou o debate com as experiências de importantes políticos do campo progressista e como suas gestões enfrentaram e enfrentam a questão da comunicação.

Contando com Flávio Dino (PCdoB) governador do Maranhão, Fernando Haddad (PT) ex-prefeito de São Paulo, Clécio Luís (Rede) prefeito de Macapá e Edmilson Rodrigues (Psol) deputado federal a mesa era diversa no espectro político.

O ex-prefeito de São Paulo declarou que acha necessário compreender que a propriedade dos meios de comunicação não pode ser centralizada e acima de tudo deve-se defender a liberdade de expressão da imprensa.

Haddad ainda relembrou de uma ação judicial movida pela associação nacional de jornais contra veículos estrangeiros como por exemplo, o Intercept e o El País, entre outros, que narram o golpe que o país vem sofrendo desde seu início em 2015.

"Muita gente vai em busca de boa informação crítica neste país e essa ação no STF pede que eles sejam extintos", declarou o ex-prefeito.

O problema dos incomodados é que os investimentos, sede e ações desses jornais são no exterior, então, essa é a desculpa para que poderosos realizem um verdadeiro monopólio da agenda política nacional.

Para o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), é necessário reconhecer que sofremos a incidência prática dos fenômenos da comunicação. E essa influência se acirra em alguns momentos.

Dino apresentou um estudo que chamou de “Manchetômetro”, baseado na veiculação de notícias de um jornal fundado por Sarney (O Estado do Maranhão), para demonstrar com dados essa incidência e a forma diferenciada de tratamento que a mídia hegemônica dá para a esquerda e a Direita. Nessa disputa mediática os malditos são sempre a esquerda, o PT, o PCdoB, o PSOL.

Ele mostra que em 2014 com o governo da filha de Sarney, Roseana as manchetes positivas era 66%, as negativas 5% e as neutras somavam 29%.

Já em 2015, com a entrada de Dino, o cenário virou de ponta cabeça. As manchetes positivas somaram apenas 8%, as negativas subiram assustadoramente e ficaram com 53%, já as neutras conseguiram 39%.
Agora em 2017, a coisa só piora. Dino têm 62% de manchetes negativas.

O prefeito de Macapá, Clécio Luis (Rede) fez um relato fiel sobre sua experiência de comunicação no governo. O desafio foi uma criar uma política de comunicação com base popular nos governos estadual e municipal.

Clécio acredita que é preciso “ter sempre uma verdade pra comunicar, ter um serviço de interesse publico e a responsabilização pelo cuidado com a cidade.”

O povo sofre com a falta de representatividade na política e quando o prefeito diz que é preciso ter “responsabilização pelo cuidado com a cidade”, a população é informada sobre quem deve procurar e cobrar caso suas necessidades não sejam atendidas. ë comunicação direta, é posicionamento claro sobre o que está sendo feito, é o avesso da preguiça da antipolítica. O povo ganha.

Edmilson Rodrigues também lembrou de sua experiência como ex prefeito de Belém, na qual implementou rádios populares na cidade, mas com grande diferencial de outras experiências, as rádios ficavam sob controle da população local e tratava dos problemas do cotidiano.

Para ele o foco da comunicação de esquerda tem que ser na construção de um discurso contra hegemônico sem ser pautado pela grande mídia e sim pelas necessidades do público.

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