Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:
A manifestação mais numerosa desta sexta-feira (10), dia de protestos por todo o país, na Praça da Sé, região central de São Paulo, terminou com uma votação aprovando um dia nacional de paralisação, ou uma greve geral, se o governo insistir na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, de "reforma" da Previdência. Centrais sindicais e movimentos sociais também repudiaram a Lei 13.467, que muda a CLT e entra em vigor amanhã (11), e querem eleger em 2018 uma maior representação parlamentar aliada dos trabalhadores para, inclusive, reverter medidas do governo Temer.
"Precisamos eleger uma bancada de deputados e senadores, e um presidente da República, que nos representem. Esses golpistas não nos representam", afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, que citou pesquisa encomendada ao instituto Vox Populi em que os entrevistados manifestam repúdio às reformas e dizem que não votarão em candidatos favoráveis a elas. "Essa é a nossa luta", disse Vagner.
Ele também criticou o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), favorável a Lei 13.467, afirmando que a posição dele não é majoritária na magistratura. "Grande parte dos juízes, ao contrário do Ives Gandra, que é pau-mandado do patrão, é contra a reforma", acrescentou.
As atividades em São Paulo começaram logo cedo, com assembleias em portas de fábricas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, vice da Força Sindical, essas atividades mobilizaram 30 mil trabalhadores na capital. Dois mil deles seguiram em passeata do bairro da Mooca, na zona leste, para a Praça da Sé. Miguel foi um dos dirigentes a falar em greve geral caso o governo insista em votar a proposta de reforma da Previdência.
O ato começou oficialmente às 10h45, depois de receber passeatas vindas de várias regiões. Os organizadores chegaram a falar em até 20 mil pessoas na Sé. Elas se concentravam na parte central da praça, da catedral – onde ficaram os carros de som – até as proximidades da Rua 15 de Novembro. Na fase final da atividade, a rua que contorna a catedral e dá acesso à Praça João Mendes também ficou ocupada por manifestantes.
O deputado espanhol Rafa Mayoral, do Podemos, subiu no principal carro de som, para manifestar "solidariedade à luta da classe trabalhadora contra a precarização". Em sua passagem no Brasil, ele se reuniu com o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. Integrantes do MTST participaram do ato em São Paulo.
"Precisamos eleger uma bancada de deputados e senadores, e um presidente da República, que nos representem. Esses golpistas não nos representam", afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, que citou pesquisa encomendada ao instituto Vox Populi em que os entrevistados manifestam repúdio às reformas e dizem que não votarão em candidatos favoráveis a elas. "Essa é a nossa luta", disse Vagner.
Ele também criticou o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), favorável a Lei 13.467, afirmando que a posição dele não é majoritária na magistratura. "Grande parte dos juízes, ao contrário do Ives Gandra, que é pau-mandado do patrão, é contra a reforma", acrescentou.
As atividades em São Paulo começaram logo cedo, com assembleias em portas de fábricas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, vice da Força Sindical, essas atividades mobilizaram 30 mil trabalhadores na capital. Dois mil deles seguiram em passeata do bairro da Mooca, na zona leste, para a Praça da Sé. Miguel foi um dos dirigentes a falar em greve geral caso o governo insista em votar a proposta de reforma da Previdência.
O ato começou oficialmente às 10h45, depois de receber passeatas vindas de várias regiões. Os organizadores chegaram a falar em até 20 mil pessoas na Sé. Elas se concentravam na parte central da praça, da catedral – onde ficaram os carros de som – até as proximidades da Rua 15 de Novembro. Na fase final da atividade, a rua que contorna a catedral e dá acesso à Praça João Mendes também ficou ocupada por manifestantes.
O deputado espanhol Rafa Mayoral, do Podemos, subiu no principal carro de som, para manifestar "solidariedade à luta da classe trabalhadora contra a precarização". Em sua passagem no Brasil, ele se reuniu com o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. Integrantes do MTST participaram do ato em São Paulo.
Resistência ao "assalto"
"Estamos às vésperas do maior assalto à classe trabalhadora", afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo. "Os trabalhadores não podem ter medo. Não podemos aceitar que o patrão nos submeta a condições insalubres", acrescentou, referindo-se a um dos pontos da lei trabalhista. Ele também fez referência à política de privatizações de Temer: "O Brasil está sendo liquidado. Este governo lesa-pátria acaba de liquidar o pré-sal".
Adilson lembrou que o governo está tentando reorganizar a base para votar a "reforma" da Previdênciae disse que é preciso organizar a resistência. "Para isso, vamos ter de fortalecer a nossa unidade."
As centrais divulgaram uma nota na qual se comprometem com uma "paralisação nacional" caso seja marcada a votação da reforma no Congresso. Assinam CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força, Intersindical, Nova Central e UGT.
"Amanhã se consolida uma das faces do golpe", disse o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio. "Querem dizimar com direitos dos trabalhadores, dos aposentados, querem vender o país. Temos de revogar essa reforma que só beneficia o capital e o sistema financeiro. Precisamos mudar a agenda deste país", afirmou, defendendo uma reforma tributária que inclua taxação de grandes fortunas. "Precisamos devolver o Brasil para os trabalhadores, para o povo", disse Índio, também defendendo uma greve geral.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirmou que se o governo marcar a votação da reforma da Previdência as centrais farão um dia nacional de paralisação. "Também precisamos aumentar a representação dos trabalhadores em Brasília", afirmou, referindo-se às eleições do ano que vem.
Nessa linha, o presidente da UGT, Ricardo Patah, afirmou que "2018 está aí", defendendo, "além de solidariedade, estratégia" para superação da crise e classificando o atual governo de "neoliberal e empresarial da pior qualidade", que faz "vista grossa" ao trabalho análogo à escravidão, referência a portaria do Ministério do Trabalho que flexibilizou o conceito de trabalho escravo – o texto foi suspenso por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal.
Segundo Patah, a Lei 13.467 tem artigos "criminosos", como o que permite trabalho de mulheres gestantes em atividades insalubres. Ele também criticou a ofensiva do governo e parte do Congresso contra o movimento sindical: "Não podemos permitir que a democracia possa perder uma de suas pernas".
"Não vai ser um canalha que vai colocar o movimento sindical de joelhos", reforçou o presidente da CSB, Antonio Neto, que recentemente deixou o PMDB, partido de Michel Temer, e se filiou ao PDT. "Vamos derrotar essa reforma (trabalhista) no dia a dia", acrescentou. Ele também defendeu campanha contra os parlamentares identificados com as reformas do governo. "Quem votar (nas reformas) não volta para Brasília."
"Se eles colocaram em votação a reforma da Previdência, o Brasil tem de parar", disse Luiz Carlos Prates, o Mancha, da coordenação da CSP-Conlutas. Ele também criticou a Medida Provisória (MP) 805, que congela salários de servidores, e a ação do Executivo que prejudica o combate ao trabalho escravo. "Os trabalhadores estão mostrando que não estão dispostos a arcar com essa crise que querem jogar nas nossas costas", afirmou Mancha. Após o ato na Sé, militantes da central seguiram em passeata em direção à Avenida Brigadeiro Luís Antônio.
O protesto na praça terminou por volta das 11h30. Já sem multidão, que se dispersou pelas ruas do entorno, um "homem-mídia", à semelhança de um robô, se manifestava contra uma conhecida emissora de televisão, com os dizeres "Globo e democracia incompatíveis" em seu "capacete".
Perto dali, um senhor lembrava ter participado do comício por eleições diretas naquele mesmo local, em 25 de janeiro de 1984. "Eu estava aqui, lembro de tudo. Só conseguimos porque o povo se uniu. Se não se unir, não vai derrubar o homem (Temer)", comentou, antes de sair em direção à catedral.
"Estamos às vésperas do maior assalto à classe trabalhadora", afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo. "Os trabalhadores não podem ter medo. Não podemos aceitar que o patrão nos submeta a condições insalubres", acrescentou, referindo-se a um dos pontos da lei trabalhista. Ele também fez referência à política de privatizações de Temer: "O Brasil está sendo liquidado. Este governo lesa-pátria acaba de liquidar o pré-sal".
Adilson lembrou que o governo está tentando reorganizar a base para votar a "reforma" da Previdênciae disse que é preciso organizar a resistência. "Para isso, vamos ter de fortalecer a nossa unidade."
As centrais divulgaram uma nota na qual se comprometem com uma "paralisação nacional" caso seja marcada a votação da reforma no Congresso. Assinam CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força, Intersindical, Nova Central e UGT.
"Amanhã se consolida uma das faces do golpe", disse o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio. "Querem dizimar com direitos dos trabalhadores, dos aposentados, querem vender o país. Temos de revogar essa reforma que só beneficia o capital e o sistema financeiro. Precisamos mudar a agenda deste país", afirmou, defendendo uma reforma tributária que inclua taxação de grandes fortunas. "Precisamos devolver o Brasil para os trabalhadores, para o povo", disse Índio, também defendendo uma greve geral.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirmou que se o governo marcar a votação da reforma da Previdência as centrais farão um dia nacional de paralisação. "Também precisamos aumentar a representação dos trabalhadores em Brasília", afirmou, referindo-se às eleições do ano que vem.
Nessa linha, o presidente da UGT, Ricardo Patah, afirmou que "2018 está aí", defendendo, "além de solidariedade, estratégia" para superação da crise e classificando o atual governo de "neoliberal e empresarial da pior qualidade", que faz "vista grossa" ao trabalho análogo à escravidão, referência a portaria do Ministério do Trabalho que flexibilizou o conceito de trabalho escravo – o texto foi suspenso por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal.
Segundo Patah, a Lei 13.467 tem artigos "criminosos", como o que permite trabalho de mulheres gestantes em atividades insalubres. Ele também criticou a ofensiva do governo e parte do Congresso contra o movimento sindical: "Não podemos permitir que a democracia possa perder uma de suas pernas".
"Não vai ser um canalha que vai colocar o movimento sindical de joelhos", reforçou o presidente da CSB, Antonio Neto, que recentemente deixou o PMDB, partido de Michel Temer, e se filiou ao PDT. "Vamos derrotar essa reforma (trabalhista) no dia a dia", acrescentou. Ele também defendeu campanha contra os parlamentares identificados com as reformas do governo. "Quem votar (nas reformas) não volta para Brasília."
"Se eles colocaram em votação a reforma da Previdência, o Brasil tem de parar", disse Luiz Carlos Prates, o Mancha, da coordenação da CSP-Conlutas. Ele também criticou a Medida Provisória (MP) 805, que congela salários de servidores, e a ação do Executivo que prejudica o combate ao trabalho escravo. "Os trabalhadores estão mostrando que não estão dispostos a arcar com essa crise que querem jogar nas nossas costas", afirmou Mancha. Após o ato na Sé, militantes da central seguiram em passeata em direção à Avenida Brigadeiro Luís Antônio.
O protesto na praça terminou por volta das 11h30. Já sem multidão, que se dispersou pelas ruas do entorno, um "homem-mídia", à semelhança de um robô, se manifestava contra uma conhecida emissora de televisão, com os dizeres "Globo e democracia incompatíveis" em seu "capacete".
Perto dali, um senhor lembrava ter participado do comício por eleições diretas naquele mesmo local, em 25 de janeiro de 1984. "Eu estava aqui, lembro de tudo. Só conseguimos porque o povo se uniu. Se não se unir, não vai derrubar o homem (Temer)", comentou, antes de sair em direção à catedral.
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