Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:
O excelente governador do Maranhão, o comunista Flávio Dino, se lembrou de Mao Tse-Tung, quando precisou derrotar os japoneses: se aliou ao agente do imperialismo Chiang Kai-Shek.
Mao também dizia que o importante era descobrir qual a contradição principal e a secundária.
Sim, disse Dino.
Se a gente soubesse quais são não estávamos aqui, nesse inusitada crise de hoje...
Dino esteve na noite dessa quarta-feira 27/III no Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, onde deu entrevista coletiva a blogueiros sujíssimos (para espanto do Ataulpho Merval, que gostaria de vê-los sumir nos processos do Ministrário Gilmar Mendes).
Vamos resumir o que disse Dino, de forma não literal:
• essa crise é inédita;
• Bolsonaro tem o ethos do nazi-fascismo: privilegia os inimigos - terrorismo, imigrantes, corruptos, vermelhos, LGBTs;
• ele dialoga internacionalmente, como prova a relação com Steve Bannon;
• outra prova: a tentativa de comemorar o Golpe de 64;
• ele tem também o ethos do autoritarismo, com a perspectiva autoritária - Mussolini invocava um passado glorioso e se comparava a César;
• faz parte disso sufocar o sindicalismo, não só o de Vargas, mas também o "novo sindicalismo" de Lula;
• acirrar a separação de ricos e pobres;
• a Reforma da Previdência tem um "núcleo intangível": a destruição da previdência pública pela capitalização;
• os que no Congresso combatem o BPC, a aposentadoria rural do Guedes se calam sobre o cerne da questão: a capitalização!;
• não há política externa: não se via coisa igual desde quando Juracy Magalhães em 1964 disse que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil;
• o que fazer? Não cabe interpretar o mundo, mas transformá-lo, dizia um barbudo;
• a escalada da anomia vem desde a jornada de 2013, que começou como uma questão da tarifa de ônibus em São Paulo e foi rapidamente capturada pela Globo;
• o "centrão" são escombros da Democracia dos anos 80;
• temos que bancar a legalidade democrática;
• não podemos descartar a possibilidade de uma ruptura, porque muita gente deseja, aqui e lá fora;
• com tanques ou com um Golpe no Congresso e no Judiciário, cúmplices;
• por isso, temos que defender a Legalidade, contra os centros de poder do Imperialismo;
• eles querem fazer aqui o que ainda não fizeram na Venezuela;
• outro ponto central no "o que fazer" é lutar por Lula livre;
• não se pode secundarizar o lulismo!;
• o lulismo é a base de uma futura governança progressiva;
• mesmo que, depois, dialeticamente, seja preciso revisá-lo;
• o Brasil tem dois eixos centrais de progresso: trabalhismo e lulismo;
• não podemos expurgar o Ciro!;
• discordo dele pessoalmente e em público: defendi a candidatura do Haddad até o último momento;
• Ciro é uma liderança do nosso campo!;
• Piauí, Maranhão e Bahia, nessa ordem, deram as maiores vitórias ao Haddad;
• dos 277 prefeitos do Maranhão, 210 estavam com Haddad!;
• na campanha, num caminhão, o Haddad se impressionou com o entusiasmo de um prefeito: "incrível esse prefeito petista", ele disse. "Só que ele é do PP", respondeu Dino;
• quando fizemos a reunião com o Haddad, Boulos, Ricardo e Guajajara sugeri chamar o Ciro para a próxima reunião e o primeiro a concordar foi o Haddad!;
• a alternativa a essa reforma da previdência é lutar por uma reforma fiscal, reforma dos tributos;
• não podemos ficar só "não concordo";
• a saída não é o suposto trilhão do Guedes;
• temos que combater o nacionalismo de uma só Nação, os EUA;
• a Merkel tomou providências para defender a indústria alemã e ninguém chamou ela de vermelha;
• o viralatismo ganhou a narrativa. Temos que construir uma nova narrativa, baseada no "povo brasileiro", do Darci Ribeiro!;
• a disputa tem que ser política e simbólica;
• é preciso ter flexibilidade tática;
• senão, vamos ganhar as hashtags e perder na vida real;
• se tudo o que é solido se desmancha no ar, as hashtags não são sequer sólidas...;
• fazer frentes amplas e conversar com todos os que defendem a legalidade democrática;
• frentes amplas ancoradas no povão, pé firme, no povão;
• o que é a fila no Anhangabaú? É o desespero;
• e isso é perigoso! Numa ambiente com 2 milhões de desempregados, esse desespero pode ser levado pela Direita;
• o Consórcio dos Governadores do Nordeste é para defender políticas públicas e combater a desigualdade regional e entre clases;
• se existe mão invisível do mercado, os juristas são a mão visível do mercado;
• quero um Judiciário sem Partido!;
• Eles não querem uma escola sem partido? O Judiciário e o Ministério Público, meus ex-colegas compactuaram com o Golpe - sem apoio constitucional - e a prisão do Lula - sem provas!;
• estamos em guerra de movimento, não é luta de classes;
• não temos força para chamar greve geral;
• temos que abrir frentes múltiplas de iniciativas - Brasil Popular, Povo Sem Medo!;
• a base que elegeu o Bolsonaro não era fascista, mas anti-petista;
• o Moro escolheu um por um - ele tinha todos os nomes - para dar o Golpe anti-nacional e anti-popular: ele estava muito bem assessorado...;
• No Maranhão quero construir escolas e bater o record do Brizola, quando governou o Rio Grande do Sul;
• mas é preciso ter fé!
O excelente governador do Maranhão, o comunista Flávio Dino, se lembrou de Mao Tse-Tung, quando precisou derrotar os japoneses: se aliou ao agente do imperialismo Chiang Kai-Shek.
Mao também dizia que o importante era descobrir qual a contradição principal e a secundária.
Sim, disse Dino.
Se a gente soubesse quais são não estávamos aqui, nesse inusitada crise de hoje...
Dino esteve na noite dessa quarta-feira 27/III no Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, onde deu entrevista coletiva a blogueiros sujíssimos (para espanto do Ataulpho Merval, que gostaria de vê-los sumir nos processos do Ministrário Gilmar Mendes).
Vamos resumir o que disse Dino, de forma não literal:
• essa crise é inédita;
• Bolsonaro tem o ethos do nazi-fascismo: privilegia os inimigos - terrorismo, imigrantes, corruptos, vermelhos, LGBTs;
• ele dialoga internacionalmente, como prova a relação com Steve Bannon;
• outra prova: a tentativa de comemorar o Golpe de 64;
• ele tem também o ethos do autoritarismo, com a perspectiva autoritária - Mussolini invocava um passado glorioso e se comparava a César;
• faz parte disso sufocar o sindicalismo, não só o de Vargas, mas também o "novo sindicalismo" de Lula;
• acirrar a separação de ricos e pobres;
• a Reforma da Previdência tem um "núcleo intangível": a destruição da previdência pública pela capitalização;
• os que no Congresso combatem o BPC, a aposentadoria rural do Guedes se calam sobre o cerne da questão: a capitalização!;
• não há política externa: não se via coisa igual desde quando Juracy Magalhães em 1964 disse que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil;
• o que fazer? Não cabe interpretar o mundo, mas transformá-lo, dizia um barbudo;
• a escalada da anomia vem desde a jornada de 2013, que começou como uma questão da tarifa de ônibus em São Paulo e foi rapidamente capturada pela Globo;
• o "centrão" são escombros da Democracia dos anos 80;
• temos que bancar a legalidade democrática;
• não podemos descartar a possibilidade de uma ruptura, porque muita gente deseja, aqui e lá fora;
• com tanques ou com um Golpe no Congresso e no Judiciário, cúmplices;
• por isso, temos que defender a Legalidade, contra os centros de poder do Imperialismo;
• eles querem fazer aqui o que ainda não fizeram na Venezuela;
• outro ponto central no "o que fazer" é lutar por Lula livre;
• não se pode secundarizar o lulismo!;
• o lulismo é a base de uma futura governança progressiva;
• mesmo que, depois, dialeticamente, seja preciso revisá-lo;
• o Brasil tem dois eixos centrais de progresso: trabalhismo e lulismo;
• não podemos expurgar o Ciro!;
• discordo dele pessoalmente e em público: defendi a candidatura do Haddad até o último momento;
• Ciro é uma liderança do nosso campo!;
• Piauí, Maranhão e Bahia, nessa ordem, deram as maiores vitórias ao Haddad;
• dos 277 prefeitos do Maranhão, 210 estavam com Haddad!;
• na campanha, num caminhão, o Haddad se impressionou com o entusiasmo de um prefeito: "incrível esse prefeito petista", ele disse. "Só que ele é do PP", respondeu Dino;
• quando fizemos a reunião com o Haddad, Boulos, Ricardo e Guajajara sugeri chamar o Ciro para a próxima reunião e o primeiro a concordar foi o Haddad!;
• a alternativa a essa reforma da previdência é lutar por uma reforma fiscal, reforma dos tributos;
• não podemos ficar só "não concordo";
• a saída não é o suposto trilhão do Guedes;
• temos que combater o nacionalismo de uma só Nação, os EUA;
• a Merkel tomou providências para defender a indústria alemã e ninguém chamou ela de vermelha;
• o viralatismo ganhou a narrativa. Temos que construir uma nova narrativa, baseada no "povo brasileiro", do Darci Ribeiro!;
• a disputa tem que ser política e simbólica;
• é preciso ter flexibilidade tática;
• senão, vamos ganhar as hashtags e perder na vida real;
• se tudo o que é solido se desmancha no ar, as hashtags não são sequer sólidas...;
• fazer frentes amplas e conversar com todos os que defendem a legalidade democrática;
• frentes amplas ancoradas no povão, pé firme, no povão;
• o que é a fila no Anhangabaú? É o desespero;
• e isso é perigoso! Numa ambiente com 2 milhões de desempregados, esse desespero pode ser levado pela Direita;
• o Consórcio dos Governadores do Nordeste é para defender políticas públicas e combater a desigualdade regional e entre clases;
• se existe mão invisível do mercado, os juristas são a mão visível do mercado;
• quero um Judiciário sem Partido!;
• Eles não querem uma escola sem partido? O Judiciário e o Ministério Público, meus ex-colegas compactuaram com o Golpe - sem apoio constitucional - e a prisão do Lula - sem provas!;
• estamos em guerra de movimento, não é luta de classes;
• não temos força para chamar greve geral;
• temos que abrir frentes múltiplas de iniciativas - Brasil Popular, Povo Sem Medo!;
• a base que elegeu o Bolsonaro não era fascista, mas anti-petista;
• o Moro escolheu um por um - ele tinha todos os nomes - para dar o Golpe anti-nacional e anti-popular: ele estava muito bem assessorado...;
• No Maranhão quero construir escolas e bater o record do Brizola, quando governou o Rio Grande do Sul;
• mas é preciso ter fé!
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