Por Altamiro Borges
Na semana passada, a Argentina viveu momentos de alta tensão. O dólar bateu novo recorde, a inflação deu sinais de total descontrole, o chamado “risco-país” disparou e as projeções para o crescimento da economia foram ainda mais frustrantes – com alta do desemprego, das falências e da miséria. Diante do caos, cresceu a boataria de que o presidente Mauricio Macri – o direitista paparicado pelo tucano-fake João Doria e pelos fascistinhas mirins do MBL – até poderia cair antes do final do seu mandato.
A situação é tão dramática que o Financial Times, a bíblia dos neoliberais, postou nesta sexta-feira (26) que a “Argentina está à beira” do colapso, “consolidando-se como o segundo maior risco do mundo, atrás da Venezuela”. O jornal destaca a “inquietação” dos abutres financeiros diante do governo Mauricio Macri, que “luta para lidar com inflação recorde, desaceleração do crescimento e enfraquecimento da moeda” e registra que o acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) só serviu para agravar a miséria social.
Diante desse quadro, o próprio “deus-mercado” já teria rifado o serviçal argentino, que agora dá tiros para todos os lados e está totalmente fragilizado. No desespero, Mauricio Macri anunciou na semana retrasada um pacote de congelamento de preços de mais de 60 produtos, incluindo as tarifas de transportes, luz e gás – uma heresia para um presidente que se elegeu com o falso discurso ultraliberal. Seu objetivo foi o de tentar conter a disparada da inflação, que fechou em março a 4,7% e atingiu 54,7% nos últimos doze meses.
O congelamento de preços apavorou a cloaca burguesa e sua mídia venal – incluindo as filiais rastaqueras do Brasil. O bombardeio só não é mais intenso porque haverá eleições na Argentina em outubro próximo. O que a ultradireita argentina, latino-americana e ianque mais teme é o retorno ao poder da ex-presidenta Cristina Kirchner. Na mais recente pesquisa, a peronista já aparece com 9 pontos de vantagem em um segundo turno contra Mauricio Macri, que pode até ser descartado pelas forças neoliberais e nem concorrer ao pleito.
Na semana passada, a Argentina viveu momentos de alta tensão. O dólar bateu novo recorde, a inflação deu sinais de total descontrole, o chamado “risco-país” disparou e as projeções para o crescimento da economia foram ainda mais frustrantes – com alta do desemprego, das falências e da miséria. Diante do caos, cresceu a boataria de que o presidente Mauricio Macri – o direitista paparicado pelo tucano-fake João Doria e pelos fascistinhas mirins do MBL – até poderia cair antes do final do seu mandato.
A situação é tão dramática que o Financial Times, a bíblia dos neoliberais, postou nesta sexta-feira (26) que a “Argentina está à beira” do colapso, “consolidando-se como o segundo maior risco do mundo, atrás da Venezuela”. O jornal destaca a “inquietação” dos abutres financeiros diante do governo Mauricio Macri, que “luta para lidar com inflação recorde, desaceleração do crescimento e enfraquecimento da moeda” e registra que o acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) só serviu para agravar a miséria social.
Diante desse quadro, o próprio “deus-mercado” já teria rifado o serviçal argentino, que agora dá tiros para todos os lados e está totalmente fragilizado. No desespero, Mauricio Macri anunciou na semana retrasada um pacote de congelamento de preços de mais de 60 produtos, incluindo as tarifas de transportes, luz e gás – uma heresia para um presidente que se elegeu com o falso discurso ultraliberal. Seu objetivo foi o de tentar conter a disparada da inflação, que fechou em março a 4,7% e atingiu 54,7% nos últimos doze meses.
O congelamento de preços apavorou a cloaca burguesa e sua mídia venal – incluindo as filiais rastaqueras do Brasil. O bombardeio só não é mais intenso porque haverá eleições na Argentina em outubro próximo. O que a ultradireita argentina, latino-americana e ianque mais teme é o retorno ao poder da ex-presidenta Cristina Kirchner. Na mais recente pesquisa, a peronista já aparece com 9 pontos de vantagem em um segundo turno contra Mauricio Macri, que pode até ser descartado pelas forças neoliberais e nem concorrer ao pleito.
A inquietação do 'Council of the Americas'
O caos econômico, o acelerado desgaste do atual presidente e a “saudade” da peronista já acenderam o sinal de alerta no império. Em artigo intitulado “E se Cristina voltar?”, postado neste sábado (27), Roberto Simon, diretor sênior de política do “Council of the Americas” – um antro que reúne representantes do governo dos EUA e os donos das maiores corporações ianques –, chamou a atenção da cloaca burguesa brasileira, que tem muitos interesses econômicos no país vizinho.
Sem citar o criminoso processo de judicialização da política, que tenta barrar a candidatura de Cristina Kirchner – a exemplo do que o Partido da Lava-Jato fez no Brasil contra Lula –, o autor não esconde sua maior torcida. “Nem sequer sabemos se a ex-presidente disputará” a eleição. Mesmo assim, ele teme pelo pior. “Tem chão ainda e o caminho é incerto. Mas, nas últimas semanas, o cenário Cristina 2019 ganhou força inesperada. Pesquisas recentes a colocam à frente de Mauricio Macri tanto no primeiro quanto no segundo turno”.
Roberto Simon observa que a queda de prestígio do presidente pode não ter mais reversão. “Sua aprovação, que já esteve na casa dos 70%, foi parar nos 30%. E 65% dos argentinos dizem que as políticas macristas os deixaram mais pobres. ‘Na disputa entre os menos piores, claramente ganhamos’, diz Juan Durán Barba, o estrategista de campanha de Macri. Talvez. Mas fantasmas do cenário Cristina já estão à solta no noticiário. O mais visível deles é a expectativa de um default: esta semana, o risco país atingiu patamares de 2014”.
“Ao Brasil, a ressurreição kirchnerista imporia um choque em dois temas chave. O primeiro é o futuro do Mercosul e da política comercial brasileira... O segundo é Venezuela. Ferrenhamente chavista, o kirchnerismo afrouxaria o cerco regional ao regime de Nicolás Maduro. Das três maiores economias latino-americanas, duas – Argentina e México – recusariam a ideia de que Juan Guaidó é o legítimo presidente em Caracas”.
O caos econômico, o acelerado desgaste do atual presidente e a “saudade” da peronista já acenderam o sinal de alerta no império. Em artigo intitulado “E se Cristina voltar?”, postado neste sábado (27), Roberto Simon, diretor sênior de política do “Council of the Americas” – um antro que reúne representantes do governo dos EUA e os donos das maiores corporações ianques –, chamou a atenção da cloaca burguesa brasileira, que tem muitos interesses econômicos no país vizinho.
Sem citar o criminoso processo de judicialização da política, que tenta barrar a candidatura de Cristina Kirchner – a exemplo do que o Partido da Lava-Jato fez no Brasil contra Lula –, o autor não esconde sua maior torcida. “Nem sequer sabemos se a ex-presidente disputará” a eleição. Mesmo assim, ele teme pelo pior. “Tem chão ainda e o caminho é incerto. Mas, nas últimas semanas, o cenário Cristina 2019 ganhou força inesperada. Pesquisas recentes a colocam à frente de Mauricio Macri tanto no primeiro quanto no segundo turno”.
Roberto Simon observa que a queda de prestígio do presidente pode não ter mais reversão. “Sua aprovação, que já esteve na casa dos 70%, foi parar nos 30%. E 65% dos argentinos dizem que as políticas macristas os deixaram mais pobres. ‘Na disputa entre os menos piores, claramente ganhamos’, diz Juan Durán Barba, o estrategista de campanha de Macri. Talvez. Mas fantasmas do cenário Cristina já estão à solta no noticiário. O mais visível deles é a expectativa de um default: esta semana, o risco país atingiu patamares de 2014”.
“Ao Brasil, a ressurreição kirchnerista imporia um choque em dois temas chave. O primeiro é o futuro do Mercosul e da política comercial brasileira... O segundo é Venezuela. Ferrenhamente chavista, o kirchnerismo afrouxaria o cerco regional ao regime de Nicolás Maduro. Das três maiores economias latino-americanas, duas – Argentina e México – recusariam a ideia de que Juan Guaidó é o legítimo presidente em Caracas”.
A 'Bolsonara' da Argentina
Ao final, o diretor do “Council of the Americas” sugere que o fascista nativo fique longe da eleição no país vizinho: “Bolsonaro já disse que a vitória da oposição argentina criará ‘uma nova Venezuela’. Macristas se incomodaram. O presidente fará duas viagens à Argentina nos próximos três meses – na primeira, em junho, será recebido na Casa Rosada. Sua imagem é muito negativa entre argentinos. Se virar tema de campanha, sobrará mais um pepino a Macri”.
A ultradireita argentina, que tem saudades das torturas e assassinatos da ditadura militar, parece concordar com essa avaliação. Segundo reportagem de Patrícia Campos Mello, publicada na Folha, “o sonho de Cynthia Hotton é ser a ‘Bolsonara argentina’, mas ela acha que a Argentina ainda não está pronta para uma revolução bolsonarista. Por isso, Hotton vai começar lançando uma frente de candidatos em defesa da família e dos valores cristãos para as eleições deste ano no país... Estamos construindo uma base forte cristã para, em poucos anos, termos o nosso Bolsonaro – quem sabe Bolsonara?’”.
Ao final, o diretor do “Council of the Americas” sugere que o fascista nativo fique longe da eleição no país vizinho: “Bolsonaro já disse que a vitória da oposição argentina criará ‘uma nova Venezuela’. Macristas se incomodaram. O presidente fará duas viagens à Argentina nos próximos três meses – na primeira, em junho, será recebido na Casa Rosada. Sua imagem é muito negativa entre argentinos. Se virar tema de campanha, sobrará mais um pepino a Macri”.
A ultradireita argentina, que tem saudades das torturas e assassinatos da ditadura militar, parece concordar com essa avaliação. Segundo reportagem de Patrícia Campos Mello, publicada na Folha, “o sonho de Cynthia Hotton é ser a ‘Bolsonara argentina’, mas ela acha que a Argentina ainda não está pronta para uma revolução bolsonarista. Por isso, Hotton vai começar lançando uma frente de candidatos em defesa da família e dos valores cristãos para as eleições deste ano no país... Estamos construindo uma base forte cristã para, em poucos anos, termos o nosso Bolsonaro – quem sabe Bolsonara?’”.
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