Por Bepe Damasco, em seu blog:
Arrogante até a raiz dos cabelos e convencido de que sua chegada ao panteão dos heróis, catapultado pela mídia, era definitiva, Moro fez as contas típicas dos neófitos em política. Com certeza, projetou o seguinte caminho glorioso: “Deixo a toga, assumo o ministério, depois tenho vaga garantida no STF e posso ser candidato a presidente.”
Deu ruim. Como política nada tem de linear e muda como nuvem no céu, todas as semanas desde junho sua imagem vem se deteriorando com a revelações da Vaza Jato atestando sua escandalosa parcialidade. Menino mimado, filho da classe média ultrarreacionária paranaense, achou que a aprovação de seu projeto anticrime, uma espécie de licença extralegal para prender e matar, seria um passeio no parque.
Bastava atiçar a matilha hidrófoba das redes sociais contra o Congresso e estaria tudo resolvido. Não deu certo. Enquanto seu projeto patina e é cada vez mais questionado pelos deputados, Moro ainda teve que engolir a aprovação da lei contra o abuso de autoridade, que teve inclusive 19 vetos de Bolsonaro derrubados pelo Congresso.
Voltando à cadeira que pretende ocupar no STF, é possível afirmar que esse sonho nunca esteve tão distante. As recentes derrotas sofridas pela Lava Jato no Supremo, com destaque para os 7 x 4 a favor da tese de que réus delatados têm direito a apresentar a defesa depois dos réus delatores, mostram que virou pó o apoio cego da Corte à Lava Jato.
Fora o núcleo lavajateano fundamentalista formado pelos ministros Barroso, Fux e Fachin – não por coincidência os três que aparecem nas mensagens vazadas como agentes de Moro e dos procuradores –, os demais ministros emitem sinais de que, finalmente, estão dispostos a pôr freios nos abusos e crimes cometidos pela República de Curitiba.
Mas o calvário vivido por Moro não para por aí. Ele sofre ainda com as constantes interferências de Bolsonaro na Polícia Federal, passando por cima de sua autoridade de chefe institucional da PF, e com o acordo Bolsonaro-Toffoli para livrar a cara do filho 01, nem que para isso tenha sido necessário desmoralizar o COAF mudando até seu nome.
De sua chegada ao governo como superministro, premiado pelo seu protagonismo no golpe de estado de 2016, na caçada e na prisão ilegal de Lula, episódios sem os quais o atual presidente fascista jamais venceria a eleição, até hoje só se passaram nove meses. O suficiente, porém, para transformá-lo num zumbi a vagar pela Esplanada.
Contudo, nem tão cedo pedir demissão está nos planos de Moro. Até porque este tipo de decisão requer um mínimo de desprendimento e retidão de caráter. Suportará toda sorte de humilhação até que possa, quem sabe, sair atirando por conta da não aprovação de seus projetos, para tentar ser candidato a presidente. Depois de tantos malfeitos contra democracia e a economia do país, surpreende o número de pessoas que ainda aplaude Moro, em geral gente adepta da tese obscurantista de que os fins justificam os meios.
Mas até quando?
Arrogante até a raiz dos cabelos e convencido de que sua chegada ao panteão dos heróis, catapultado pela mídia, era definitiva, Moro fez as contas típicas dos neófitos em política. Com certeza, projetou o seguinte caminho glorioso: “Deixo a toga, assumo o ministério, depois tenho vaga garantida no STF e posso ser candidato a presidente.”
Deu ruim. Como política nada tem de linear e muda como nuvem no céu, todas as semanas desde junho sua imagem vem se deteriorando com a revelações da Vaza Jato atestando sua escandalosa parcialidade. Menino mimado, filho da classe média ultrarreacionária paranaense, achou que a aprovação de seu projeto anticrime, uma espécie de licença extralegal para prender e matar, seria um passeio no parque.
Bastava atiçar a matilha hidrófoba das redes sociais contra o Congresso e estaria tudo resolvido. Não deu certo. Enquanto seu projeto patina e é cada vez mais questionado pelos deputados, Moro ainda teve que engolir a aprovação da lei contra o abuso de autoridade, que teve inclusive 19 vetos de Bolsonaro derrubados pelo Congresso.
Voltando à cadeira que pretende ocupar no STF, é possível afirmar que esse sonho nunca esteve tão distante. As recentes derrotas sofridas pela Lava Jato no Supremo, com destaque para os 7 x 4 a favor da tese de que réus delatados têm direito a apresentar a defesa depois dos réus delatores, mostram que virou pó o apoio cego da Corte à Lava Jato.
Fora o núcleo lavajateano fundamentalista formado pelos ministros Barroso, Fux e Fachin – não por coincidência os três que aparecem nas mensagens vazadas como agentes de Moro e dos procuradores –, os demais ministros emitem sinais de que, finalmente, estão dispostos a pôr freios nos abusos e crimes cometidos pela República de Curitiba.
Mas o calvário vivido por Moro não para por aí. Ele sofre ainda com as constantes interferências de Bolsonaro na Polícia Federal, passando por cima de sua autoridade de chefe institucional da PF, e com o acordo Bolsonaro-Toffoli para livrar a cara do filho 01, nem que para isso tenha sido necessário desmoralizar o COAF mudando até seu nome.
De sua chegada ao governo como superministro, premiado pelo seu protagonismo no golpe de estado de 2016, na caçada e na prisão ilegal de Lula, episódios sem os quais o atual presidente fascista jamais venceria a eleição, até hoje só se passaram nove meses. O suficiente, porém, para transformá-lo num zumbi a vagar pela Esplanada.
Contudo, nem tão cedo pedir demissão está nos planos de Moro. Até porque este tipo de decisão requer um mínimo de desprendimento e retidão de caráter. Suportará toda sorte de humilhação até que possa, quem sabe, sair atirando por conta da não aprovação de seus projetos, para tentar ser candidato a presidente. Depois de tantos malfeitos contra democracia e a economia do país, surpreende o número de pessoas que ainda aplaude Moro, em geral gente adepta da tese obscurantista de que os fins justificam os meios.
Mas até quando?
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