Por Leandro Fortes, no blog Diário do Centro do Mundo:
A Marcha da Liberdade saiu de São Paulo no dia 24 de abril para percorrer os 1.015 quilômetros que separam a capital paulista de Brasília.
Quando eu estive na Força Aérea, participei de marchas forçadas nas estradas de Minas Gerais e, na época, o cálculo de distância percorrida pela tropa era de 4km/hora.
Estou falando de um grupo organizado, com idades variadas de 17 a 18 anos, bem treinado e muito bem preparado física e disciplinarmente. É bem verdade que carregávamos 15 quilos de equipamentos nas costas, mas, ainda assim, mantínhamos o ritmo sem parar: 4km/hora.
Levando-se em conta que os gatos pingados da tal marcha libertária têm gente visivelmente fora de forma, e outros que até para comprar pão costumam mandar a empregada, é pouco provável que as informações passadas por seus participantes sejam verdadeiras.
Senão, vejamos.
Os marchantes da liberdade alegam que percorrem, em média, de 20 km a 40 km por dia.
Mantida a média de 4 km/h da marcha militar, na primeira hipótese, o grupo anti-Dilma gastaria 5 horas por dia para percorrer 20 km.
As outras 19 horas, imagino, devem gastar para dormir, urinar, defecar, comer, cantar o Hino Nacional, tirar selfies, gravar vídeos, mandar eventuais transeuntes irem para Cuba e, à noite, fazer fogueirinhas de gravetos na beira da estrada ao som de Lobão ao luar.
“Tá tudo cinza sem você…”
Na segunda hipótese, os marchantes andariam 40 km por dia, numa média de 10 horas de caminhada puxada, sob sol e frio, seca e sereno.
Melhor esquecer à fogueirinha à noite.
Na verdade, melhor esquecer a hipótese: a chance de essa gente ter percorrido 40 km por dia é a mesma de os hebreus terem caminhado por 40 anos no deserto comendo só maná.
Quem acredita nisso, costuma dizer o jornalista Paulo Nogueira, citando Arthur Wellesley, o primeiro duque de Wellington, acredita em qualquer coisa.
Então, centremo-nos na primeira hipótese (20 km/dia): o grupo terá percorrido, até agora, 30 dias depois de sair de São Paulo, 600 km. Teriam, portanto, mais 415 km até chegar a Brasília.
Ocorre que Kim Kataguiri, o Jaspion da TFP, foi atropelado a 5 km de Alexânia, em Goiás, logo, a 85 km de Brasília.
Façam as contas: mas a trupe da liberdade deveria estar, então, a 500 km de Brasília.
Ainda dá tempo de fugirmos para a Chapada dos Veadeiros, portanto.
Mas, além do embuste patético dessa ópera bufa das BRs, há outras questões envolvidas.
Por alguns anos, cobri, como repórter, a movimentação do MST nas estradas brasileiras. Em uma delas, em Minas, participei ao lado dos trabalhadores sem-terra, caminhando na pista, dormindo nos acampamentos.
Nessa época, todo santo dia, jornais, revistas e TVs batiam na tecla de que os sem-terra usavam o acostamento de forma ilegal, que eram um perigo na estrada, que iriam provocar uma tragédia.
Tragédia, se houve, não me lembro, nunca soube.
Eles andavam cerca de 30 km por dia, a maioria de sandália havaiana, ora em silêncio, ora entoando cânticos de luta:
“Che, Fidel, Antônio Conselheiro, na luta pela terra somos todos companheiros”!
Pelo que ando lendo, os paneleiros da liberdade têm sempre o apoio de um carro e dois ônibus.
Como assim?
Um carro e dois ônibus (!), por 1.015 km, nos acostamentos das estradas?
Ou eles andam na estrada mesmo, a 4 km por hora?
Cadê a mídia para denunciar esse absurdo? E os registros da Polícia Rodoviária?
A verdade é que esses cretinos pró-impeachment criaram um falso movimento, organizado em uma falsa marcha, que só pôde ter continuidade, por um mês inteiro, porque temos a mídia mais cafajeste e sem noção das Américas, quiçá do mundo.
Qualquer jornal, qualquer revista, tivesse mandado um repórter minimamente preparado passar uma semana com esses debiloides, teria em mãos uma reportagem sensacional sobre essa fraude cívica montada e operada por farsantes alimentados por uma oposição irresponsável.
Poderiam, inclusive, ter evitado que esse menino idiota, de apenas 19 anos, se tornasse uma referência para outros jovens.
Ou mesmo que ele e outra colega de marcha acabassem sofrendo um acidente, como houve agora, próximo a Alexânia.
Há, portanto, muitos culpados por essa marcha de celerados.
Quando eu estive na Força Aérea, participei de marchas forçadas nas estradas de Minas Gerais e, na época, o cálculo de distância percorrida pela tropa era de 4km/hora.
Estou falando de um grupo organizado, com idades variadas de 17 a 18 anos, bem treinado e muito bem preparado física e disciplinarmente. É bem verdade que carregávamos 15 quilos de equipamentos nas costas, mas, ainda assim, mantínhamos o ritmo sem parar: 4km/hora.
Levando-se em conta que os gatos pingados da tal marcha libertária têm gente visivelmente fora de forma, e outros que até para comprar pão costumam mandar a empregada, é pouco provável que as informações passadas por seus participantes sejam verdadeiras.
Senão, vejamos.
Os marchantes da liberdade alegam que percorrem, em média, de 20 km a 40 km por dia.
Mantida a média de 4 km/h da marcha militar, na primeira hipótese, o grupo anti-Dilma gastaria 5 horas por dia para percorrer 20 km.
As outras 19 horas, imagino, devem gastar para dormir, urinar, defecar, comer, cantar o Hino Nacional, tirar selfies, gravar vídeos, mandar eventuais transeuntes irem para Cuba e, à noite, fazer fogueirinhas de gravetos na beira da estrada ao som de Lobão ao luar.
“Tá tudo cinza sem você…”
Na segunda hipótese, os marchantes andariam 40 km por dia, numa média de 10 horas de caminhada puxada, sob sol e frio, seca e sereno.
Melhor esquecer à fogueirinha à noite.
Na verdade, melhor esquecer a hipótese: a chance de essa gente ter percorrido 40 km por dia é a mesma de os hebreus terem caminhado por 40 anos no deserto comendo só maná.
Quem acredita nisso, costuma dizer o jornalista Paulo Nogueira, citando Arthur Wellesley, o primeiro duque de Wellington, acredita em qualquer coisa.
Então, centremo-nos na primeira hipótese (20 km/dia): o grupo terá percorrido, até agora, 30 dias depois de sair de São Paulo, 600 km. Teriam, portanto, mais 415 km até chegar a Brasília.
Ocorre que Kim Kataguiri, o Jaspion da TFP, foi atropelado a 5 km de Alexânia, em Goiás, logo, a 85 km de Brasília.
Façam as contas: mas a trupe da liberdade deveria estar, então, a 500 km de Brasília.
Ainda dá tempo de fugirmos para a Chapada dos Veadeiros, portanto.
Mas, além do embuste patético dessa ópera bufa das BRs, há outras questões envolvidas.
Por alguns anos, cobri, como repórter, a movimentação do MST nas estradas brasileiras. Em uma delas, em Minas, participei ao lado dos trabalhadores sem-terra, caminhando na pista, dormindo nos acampamentos.
Nessa época, todo santo dia, jornais, revistas e TVs batiam na tecla de que os sem-terra usavam o acostamento de forma ilegal, que eram um perigo na estrada, que iriam provocar uma tragédia.
Tragédia, se houve, não me lembro, nunca soube.
Eles andavam cerca de 30 km por dia, a maioria de sandália havaiana, ora em silêncio, ora entoando cânticos de luta:
“Che, Fidel, Antônio Conselheiro, na luta pela terra somos todos companheiros”!
Pelo que ando lendo, os paneleiros da liberdade têm sempre o apoio de um carro e dois ônibus.
Como assim?
Um carro e dois ônibus (!), por 1.015 km, nos acostamentos das estradas?
Ou eles andam na estrada mesmo, a 4 km por hora?
Cadê a mídia para denunciar esse absurdo? E os registros da Polícia Rodoviária?
A verdade é que esses cretinos pró-impeachment criaram um falso movimento, organizado em uma falsa marcha, que só pôde ter continuidade, por um mês inteiro, porque temos a mídia mais cafajeste e sem noção das Américas, quiçá do mundo.
Qualquer jornal, qualquer revista, tivesse mandado um repórter minimamente preparado passar uma semana com esses debiloides, teria em mãos uma reportagem sensacional sobre essa fraude cívica montada e operada por farsantes alimentados por uma oposição irresponsável.
Poderiam, inclusive, ter evitado que esse menino idiota, de apenas 19 anos, se tornasse uma referência para outros jovens.
Ou mesmo que ele e outra colega de marcha acabassem sofrendo um acidente, como houve agora, próximo a Alexânia.
Há, portanto, muitos culpados por essa marcha de celerados.
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