Por Altamiro Borges
Na quinta-feira passada (5), o ruralista e ex-prefeito da cidade mineira de Unaí, Antério Mânica, foi condenado a cem anos - cem anos! - de prisão pela morte de três auditores fiscais e de um motorista do Ministério do Trabalho. O julgamento se deu na sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte, e foi acompanhado com expectativa pelas entidades que lutam pelos direitos humanos. A mídia patronal, que defende os interesses dos barões do agronegócio e sempre acobertou os seus crimes, até noticiou a condenação. Curiosamente, porém, ela evitou destacar que o ex-prefeito foi filiado ao PSDB e fez campanha, no ano passado, para o cambaleante tucano Aécio Neves.
A chacina de Unaí ocorreu em janeiro de 2004. Na ocasião, o Ministério Público Federal apresentou várias provas de que o ex-prefeito foi o líder da emboscada contra os quatro servidores públicos que investigavam a prática de trabalho escravo em fazendas da região. Antério Mânica até teve sua prisão provisória decretada, mas permaneceu apenas 26 dias na cadeia. Agora, finalmente, a Justiça decreta o encarceramento do mandante do bárbaro crime. O juiz federal Murilo Fernandes de Almeida descontou o tempo da prisão provisória e condenou o ruralista a 99 anos, onze meses e quatro dias de reclusão. Pelo Código Penal, porém, a detenção não pode ultrapassar 30 anos. Na prática, a pena deve ficar em torno de 17 anos.
"O magistrado permitiu ao ex-prefeito, por ser réu primário, recorrer da decisão em liberdade, mas impediu que ele saia do país e pediu que entregue seu passaporte à Justiça em 24 horas. Durante o julgamento, o delator da chacina, o produtor rural Hugo Alves Pimenta, disse não ter presenciado a suposta participação do ex-prefeito nos crimes e que ouviu a informação de terceiros. No caso de Norberto Mânica, irmão de Antério e também condenado a cem anos de prisão pelas mortes, Pimenta o apontou como o mandante das mortes. O produtor rural fez um acordo de delação premiada e vai a júri no dia 10 deste mês", relatou a Folha nesta sexta-feira (6).
Curiosamente, o jornal utilizou apenas uma linha para informar que, "após os crimes, Antério Mânica elegeu-se prefeito da cidade mineira pelo PSDB por dois mandatos (2005 a 2012)". Outros veículos empoleirados no ninho tucano - como o Estadão e O Globo - também evitaram destacar a filiação partidária do ex-prefeito condenado a cem anos de prisão pelos assassinatos dos auditores fiscais Nelson José da Silva, João Batista Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e do motorista Ailton Pereira de Oliveira. . E ainda tem gente que acredita na pretensa imparcialidade da mídia nativa!
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Leia também:
- A "chacina de Unaí" e a impunidade
- E os mandantes da "chacina de Unaí"?
- A violência e a impunidade no campo
- CPT "excomunga" Gilmar Mendes
- Trabalho escravo não dá cadeia
Na quinta-feira passada (5), o ruralista e ex-prefeito da cidade mineira de Unaí, Antério Mânica, foi condenado a cem anos - cem anos! - de prisão pela morte de três auditores fiscais e de um motorista do Ministério do Trabalho. O julgamento se deu na sede da Justiça Federal, em Belo Horizonte, e foi acompanhado com expectativa pelas entidades que lutam pelos direitos humanos. A mídia patronal, que defende os interesses dos barões do agronegócio e sempre acobertou os seus crimes, até noticiou a condenação. Curiosamente, porém, ela evitou destacar que o ex-prefeito foi filiado ao PSDB e fez campanha, no ano passado, para o cambaleante tucano Aécio Neves.
A chacina de Unaí ocorreu em janeiro de 2004. Na ocasião, o Ministério Público Federal apresentou várias provas de que o ex-prefeito foi o líder da emboscada contra os quatro servidores públicos que investigavam a prática de trabalho escravo em fazendas da região. Antério Mânica até teve sua prisão provisória decretada, mas permaneceu apenas 26 dias na cadeia. Agora, finalmente, a Justiça decreta o encarceramento do mandante do bárbaro crime. O juiz federal Murilo Fernandes de Almeida descontou o tempo da prisão provisória e condenou o ruralista a 99 anos, onze meses e quatro dias de reclusão. Pelo Código Penal, porém, a detenção não pode ultrapassar 30 anos. Na prática, a pena deve ficar em torno de 17 anos.
"O magistrado permitiu ao ex-prefeito, por ser réu primário, recorrer da decisão em liberdade, mas impediu que ele saia do país e pediu que entregue seu passaporte à Justiça em 24 horas. Durante o julgamento, o delator da chacina, o produtor rural Hugo Alves Pimenta, disse não ter presenciado a suposta participação do ex-prefeito nos crimes e que ouviu a informação de terceiros. No caso de Norberto Mânica, irmão de Antério e também condenado a cem anos de prisão pelas mortes, Pimenta o apontou como o mandante das mortes. O produtor rural fez um acordo de delação premiada e vai a júri no dia 10 deste mês", relatou a Folha nesta sexta-feira (6).
Curiosamente, o jornal utilizou apenas uma linha para informar que, "após os crimes, Antério Mânica elegeu-se prefeito da cidade mineira pelo PSDB por dois mandatos (2005 a 2012)". Outros veículos empoleirados no ninho tucano - como o Estadão e O Globo - também evitaram destacar a filiação partidária do ex-prefeito condenado a cem anos de prisão pelos assassinatos dos auditores fiscais Nelson José da Silva, João Batista Lage e Eratóstenes de Almeida Gonçalves e do motorista Ailton Pereira de Oliveira. . E ainda tem gente que acredita na pretensa imparcialidade da mídia nativa!
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