Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
O STF é uma espécie de par perfeito para Eduardo Cunha, como se viu ontem nos julgamentos finais de liminares do governo antes da votação de domingo.
Cunha está promovendo um golpe por vingança. Queria que o governo o ajudasse a escapar das consequências de seus múltiplos atos corruptos.
Os suíços documentaram suas contas secretas, que ele negara nesta mesma Câmara que quer desalojar Dilma.
Repito: os suíços, e não Moro, o juiz de um lado só.
Testemunhas variadas se uniram em narrar as ameaças brutais de paus mandados de Cunha para evitar que ele fosse mencionado nas delações premiadas. Até famílias foram ameaçadas.
Neste rol de horrores, Cunha chegou a se declarar usufrutuário dos milhões na Suíça, como se isso não equivalesse a dono, numa brutal bofetada na sociedade brasileira.
Foram dias, semanas, meses desde que os suíços escancaram o psicopata que é Eduardo Cunha.
E nada, e nada, e nada.
Ele pôde se movimentar na Câmara na maior tranquilidade, quer para retardar com sucessivos truques o processo que deveria cassá-lo, quer para apressar o impeachment à sua maneira.
Não vou nem falar aqui dos gastos de sua mulher e sócia Claudia no exterior.
Mas este homem, que até os extremistas de direita acabaram renegando depois de conhecidas suas falcatruas, é tratado pelo STF como se fosse um cidadão comum, honrado, seguidor das regras e dos bons costumes.
Ontem, nas sessões, minudências patéticas do processo de impeachment foram destrinchadas em sonolentos pareceres sem que se atentasse para a essência do caso: um corrupto psicopata armando a destruição da democracia brasileira.
Os juízes seguravam a Constituição e citavam alíneas e incisos que pretensamente dariam todo o direito ao “eminente presidente da Câmara” Eduardo Cunha de eliminar 54 milhões de votos e criar uma convulsão social no país que ninguém sabe como vai terminar.
Guy Fawkes, o britânico que se insurgiu contra Jaime I há 500 anos, disse uma frase notável quando o rei lhe perguntou por que agira de uma forma tão extremada.
“Situações extraordinárias exigem ações extraordinárias”, respondeu Fawkes, ícone hoje de ativistas em todo o mundo com sua célebre máscara usada no filme V de Vingança.
Os juízes pareciam estar tratando de uma causa banal em cujo centro está um cidadão acima de qualquer suspeita.
Duas exceções merecem ser destacadas.
Lewandowski combateu o bom combate. Numa imagem notável, disse que no domingo corremos o risco de ver atiradas ao ar as penas de um travesseira sem que ninguém saiba aonde vão parar.
Ele mostrou noção da gravidade do assunto. Ou alguém acha que os golpeados – sobretudo os movimentos sociais que redespertaram nas últimas semanas – vão ficar sentados e aceitar o assalto à democracia à luz do sol?
Da mesma forma, o PT na oposição vai facilitar a vida de Cunha e Temer em nome da salvação nacional?
Só votos consagram um governo. Mas são os votos dos cidadãos, e não os de um Congresso inteiramente corrompido pelo dinheiro.
Fora Lewandowski, deve-se aplaudir de pé Marco Aurélio de Mello, o juiz conservador que se revelou um foco de imensa luz nas trevas que tomam o Brasil nestes tempos.
Mello jamais deixou de ter em mente a sujeira que está por trás das ações de Cunha, e lutou como pôde para que o STF não as chancelasse.
Mas, como um todo, ficou claro na noite de ontem que o STF não vale o dinheiro que se cobra aos contribuintes para sustentá-lo.
O STF é uma espécie de par perfeito para Eduardo Cunha, como se viu ontem nos julgamentos finais de liminares do governo antes da votação de domingo.
Cunha está promovendo um golpe por vingança. Queria que o governo o ajudasse a escapar das consequências de seus múltiplos atos corruptos.
Os suíços documentaram suas contas secretas, que ele negara nesta mesma Câmara que quer desalojar Dilma.
Repito: os suíços, e não Moro, o juiz de um lado só.
Testemunhas variadas se uniram em narrar as ameaças brutais de paus mandados de Cunha para evitar que ele fosse mencionado nas delações premiadas. Até famílias foram ameaçadas.
Neste rol de horrores, Cunha chegou a se declarar usufrutuário dos milhões na Suíça, como se isso não equivalesse a dono, numa brutal bofetada na sociedade brasileira.
Foram dias, semanas, meses desde que os suíços escancaram o psicopata que é Eduardo Cunha.
E nada, e nada, e nada.
Ele pôde se movimentar na Câmara na maior tranquilidade, quer para retardar com sucessivos truques o processo que deveria cassá-lo, quer para apressar o impeachment à sua maneira.
Não vou nem falar aqui dos gastos de sua mulher e sócia Claudia no exterior.
Mas este homem, que até os extremistas de direita acabaram renegando depois de conhecidas suas falcatruas, é tratado pelo STF como se fosse um cidadão comum, honrado, seguidor das regras e dos bons costumes.
Ontem, nas sessões, minudências patéticas do processo de impeachment foram destrinchadas em sonolentos pareceres sem que se atentasse para a essência do caso: um corrupto psicopata armando a destruição da democracia brasileira.
Os juízes seguravam a Constituição e citavam alíneas e incisos que pretensamente dariam todo o direito ao “eminente presidente da Câmara” Eduardo Cunha de eliminar 54 milhões de votos e criar uma convulsão social no país que ninguém sabe como vai terminar.
Guy Fawkes, o britânico que se insurgiu contra Jaime I há 500 anos, disse uma frase notável quando o rei lhe perguntou por que agira de uma forma tão extremada.
“Situações extraordinárias exigem ações extraordinárias”, respondeu Fawkes, ícone hoje de ativistas em todo o mundo com sua célebre máscara usada no filme V de Vingança.
Os juízes pareciam estar tratando de uma causa banal em cujo centro está um cidadão acima de qualquer suspeita.
Duas exceções merecem ser destacadas.
Lewandowski combateu o bom combate. Numa imagem notável, disse que no domingo corremos o risco de ver atiradas ao ar as penas de um travesseira sem que ninguém saiba aonde vão parar.
Ele mostrou noção da gravidade do assunto. Ou alguém acha que os golpeados – sobretudo os movimentos sociais que redespertaram nas últimas semanas – vão ficar sentados e aceitar o assalto à democracia à luz do sol?
Da mesma forma, o PT na oposição vai facilitar a vida de Cunha e Temer em nome da salvação nacional?
Só votos consagram um governo. Mas são os votos dos cidadãos, e não os de um Congresso inteiramente corrompido pelo dinheiro.
Fora Lewandowski, deve-se aplaudir de pé Marco Aurélio de Mello, o juiz conservador que se revelou um foco de imensa luz nas trevas que tomam o Brasil nestes tempos.
Mello jamais deixou de ter em mente a sujeira que está por trás das ações de Cunha, e lutou como pôde para que o STF não as chancelasse.
Mas, como um todo, ficou claro na noite de ontem que o STF não vale o dinheiro que se cobra aos contribuintes para sustentá-lo.
6 comentários:
SEF pautado por alíneas, incisos, etc......um grande lixo moral e cívico.
As duas exceções infelizmente foram parte vencida. O resto daqueles senhores com aparência muito nobre, fina e requintada (e acima de qualquer suspeita) mostrou claramente a omissão criminosa que o STF cometeu ontem!
Omissão ou conivência
Desponta uma explicação em que cabem toda teoria, é uma briga de classes, divididas intencionalmente, apoiada em "nossos costumes" segundo a globo e abril. Não se trata de atender o interesse público, a maioria dos votos, a maioria do povo com políticas públicas. Discutimos nossos salários, aumentos e direitos sobre valores de R $ 1.500 à 20.000, somos 85% ou mais da população e as questões que discutimos é a manutenção ou não de exploração de dinheiro público para pagar em R $ sagradamente mensais salários acima do teto Constitucional por exemplo. Os interesses desses 15% precisam ser fiscalizados transparentemente pelos 85% que são "regulados", esses são os pontos sensíveis de um sistema que não admite fiscalização externa. Uma das últimas "caixas pretas" que já atravessou ditaduras. A minoria não ouve, a corrupção precisa ouvir o que diz a maioria. Agora é a hora. Um golpe ajuda a separar joio do trigo. Não passará e nominará o joio. Depois não precisa mais desenhar.
Espero que existam, pelo menos, 172 Deputados Federais com, um mínimo, de vergonha na cara ....
... já que no STF, só existem 2 (dois) Ministros com, um mínimo, de vergonha na cara !!!
Perfeito
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