Por Altamiro Borges
O Estado de S.Paulo - 25 Fevereiro de 2017
Um grupo político ligado ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) esteve na linha de frente da comunicação e da logística do motim que parou a Polícia Militar do Espírito Santo no início deste mês, segundo levantamento do Estado em conjunto com uma equipe de especialistas em redes sociais. Entre os nomes que constam desta rede de apoio estão o ex-deputado federal Capitão Assumção e o deputado federal Carlos Manato (SD-ES), aliados de Bolsonaro no Estado.
A Polícia Federal investiga a origem do movimento, que durou de 4 a 14 de fevereiro, período em que ocorreram 181 homicídios na Grande Vitória e em cidades do interior. Um relatório parcial da PF, de 17 de fevereiro, ao qual a reportagem teve acesso, cita os nomes de Assumção, de Manato e de assessores. O documento alerta para a possibilidade de falta de policiais nas ruas de Vitória durante o carnaval. A paralisação dos militares é considerada ilegal e mais de mil agentes da corporação estão sendo processados.
O Estado identificou uma intensa troca de mensagens entre pessoas ligadas ao grupo, influente na PM capixaba, corporação que agrega 10 mil homens. O levantamento coletou informações produzidas por internautas e rastreou as interações de pessoas e entidades. Para isso, teve a ajuda de uma equipe formada por mestres e doutores nas áreas de Sociologia e Comunicação Digital.
Recorde
Reportagem do Estadão deste sábado (25) reforça a tese de que o protesto da PM do Espírito Santo por melhores salários e contra o arrocho fiscal do governador golpista Paulo Hartung foi manipulado por seguidores do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O extremista de direita, que já anunciou sua candidatura presidencial para 2018, é famoso por defender torturas e chacinas policiais. No clima de caos na sociedade, ele tenta alavancar suas ambições políticas. O jornal chegou a esta preocupante conclusão após realizar uma pesquisa nas redes sociais. Confira a bombástica reportagem:
Rede de Bolsonaro na 'teia' do motim
Levantamento mostra que aliados do deputado do PSC participaram ativamente da divulgação do movimento de policiais no Espírito Santo
Por Adriana Fernandes, André Borges e Leonencio Nossa
Levantamento mostra que aliados do deputado do PSC participaram ativamente da divulgação do movimento de policiais no Espírito Santo
Por Adriana Fernandes, André Borges e Leonencio Nossa
O Estado de S.Paulo - 25 Fevereiro de 2017
Um grupo político ligado ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) esteve na linha de frente da comunicação e da logística do motim que parou a Polícia Militar do Espírito Santo no início deste mês, segundo levantamento do Estado em conjunto com uma equipe de especialistas em redes sociais. Entre os nomes que constam desta rede de apoio estão o ex-deputado federal Capitão Assumção e o deputado federal Carlos Manato (SD-ES), aliados de Bolsonaro no Estado.
A Polícia Federal investiga a origem do movimento, que durou de 4 a 14 de fevereiro, período em que ocorreram 181 homicídios na Grande Vitória e em cidades do interior. Um relatório parcial da PF, de 17 de fevereiro, ao qual a reportagem teve acesso, cita os nomes de Assumção, de Manato e de assessores. O documento alerta para a possibilidade de falta de policiais nas ruas de Vitória durante o carnaval. A paralisação dos militares é considerada ilegal e mais de mil agentes da corporação estão sendo processados.
O Estado identificou uma intensa troca de mensagens entre pessoas ligadas ao grupo, influente na PM capixaba, corporação que agrega 10 mil homens. O levantamento coletou informações produzidas por internautas e rastreou as interações de pessoas e entidades. Para isso, teve a ajuda de uma equipe formada por mestres e doutores nas áreas de Sociologia e Comunicação Digital.
Recorde
Publicações do próprio Bolsonaro atingiram recordes de visualizações nos dez dias de paralisação. Apenas um vídeo divulgado pelo deputado no dia 6 de fevereiro, terceiro dia do motim, foi visualizado por 2 milhões de pessoas. Nele, Bolsonaro critica o governo do Estado, defende a polícia, alerta para a possibilidade de o movimento se espalhar para outros Estados e faz propaganda do nome do Capitão Assumção, que, segundo aliados, almeja voltar à Câmara em 2018.
A movimentação na internet antecede a presença massiva de familiares dos policiais na frente dos batalhões da Polícia Militar, um cenário que ganhou corpo a partir da manhã do sábado, dia 4. No dia anterior, sexta-feira, o ex-deputado Capitão Assumção, braço direito de Bolsonaro no debate de segurança pública na Câmara entre 2009 e 2011, divulgou no Facebook uma lista de reivindicações da categoria e as primeiras imagens de mulheres que faziam protesto na frente de um batalhão no município da Serra.
“Já que os militares não podem se manifestar, os familiares estão fazendo por eles”, escreveu. O post teve quase 300 mil compartilhamentos. O ex-deputado usa foto de Bolsonaro na capa da conta no Facebook. Procurado desde a terça-feira, 21, Assumção não foi localizado.
Na noite da véspera do início do motim, o empresário Walter Matias Lopes, militar desligado da polícia, alertou seus seguidores: “Amanhã a Polícia Militar vai parar. Pior Salário do Brasil”. Em seguida, convocou: “Você, admirador da Polícia Militar, está convidado para participar do movimento amanhã”. Matias é companheiro de Izabella Renata Andrade Costa, funcionária comissionada do gabinete de Carlos Manato, que é pré-candidato ao governo do Espírito Santo com o argumento de que, assim, dará palanque a Bolsonaro.
Além de também incentivar a manifestação, Izabella engrossou as fileiras em frente aos quartéis e ajudou a distribuir alimentos às mulheres, segundo publicou em sua conta no Facebook. Na manhã de sábado, divulgou vídeo de “transmissão ao vivo” do protesto.
Marido de Izabella, Matias Lopes também tem pretensões eleitorais em 2018. Quer tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ao Estado, disse que foi apenas um “espectador”. “Não sou líder nem cabeça de movimento. Nem eu nem a Izabella”, afirmou, referindo-se à sua companheira. “Estou servindo apenas de mediador de um conflito.” Logo após a conversa, Matias e Izabella limparam as mensagens publicadas no Facebook.
Questionado sobre as publicações disseminadas pelas redes sociais, o governo do Espírito Santo informou que tem procurado identificar a dimensão do uso político antes, durante e depois do motim e que fez alerta às forças federais.
Ao vivo
A movimentação na internet antecede a presença massiva de familiares dos policiais na frente dos batalhões da Polícia Militar, um cenário que ganhou corpo a partir da manhã do sábado, dia 4. No dia anterior, sexta-feira, o ex-deputado Capitão Assumção, braço direito de Bolsonaro no debate de segurança pública na Câmara entre 2009 e 2011, divulgou no Facebook uma lista de reivindicações da categoria e as primeiras imagens de mulheres que faziam protesto na frente de um batalhão no município da Serra.
“Já que os militares não podem se manifestar, os familiares estão fazendo por eles”, escreveu. O post teve quase 300 mil compartilhamentos. O ex-deputado usa foto de Bolsonaro na capa da conta no Facebook. Procurado desde a terça-feira, 21, Assumção não foi localizado.
Na noite da véspera do início do motim, o empresário Walter Matias Lopes, militar desligado da polícia, alertou seus seguidores: “Amanhã a Polícia Militar vai parar. Pior Salário do Brasil”. Em seguida, convocou: “Você, admirador da Polícia Militar, está convidado para participar do movimento amanhã”. Matias é companheiro de Izabella Renata Andrade Costa, funcionária comissionada do gabinete de Carlos Manato, que é pré-candidato ao governo do Espírito Santo com o argumento de que, assim, dará palanque a Bolsonaro.
Além de também incentivar a manifestação, Izabella engrossou as fileiras em frente aos quartéis e ajudou a distribuir alimentos às mulheres, segundo publicou em sua conta no Facebook. Na manhã de sábado, divulgou vídeo de “transmissão ao vivo” do protesto.
Marido de Izabella, Matias Lopes também tem pretensões eleitorais em 2018. Quer tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ao Estado, disse que foi apenas um “espectador”. “Não sou líder nem cabeça de movimento. Nem eu nem a Izabella”, afirmou, referindo-se à sua companheira. “Estou servindo apenas de mediador de um conflito.” Logo após a conversa, Matias e Izabella limparam as mensagens publicadas no Facebook.
Questionado sobre as publicações disseminadas pelas redes sociais, o governo do Espírito Santo informou que tem procurado identificar a dimensão do uso político antes, durante e depois do motim e que fez alerta às forças federais.
Ao vivo
A reportagem procurou Bolsonaro desde terça-feira, 21, para comentar as questões relacionadas à crise no Espírito Santo e enviou perguntas ao deputado. O parlamentar, que informou que estava no Rio, não respondeu aos questionamentos e disse que só se manifestaria sobre o assunto ao vivo e desde que a conversa fosse gravada em vídeo.
*****
A reportagem do Estadão bem que poderia ensejar a abertura de um novo processo contra o deputado na comissão de ética da Câmara Federal. Até hoje, o fascistoide conseguiu a cumplicidade dos seus pares para escapar de inúmeras acusações por falta de decoro parlamentar. Desta forma, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário vão chocando o ovo da serpente fascista na sociedade. Depois não adianta ficar assustado com o crescimento da popularidade deste psicopata, que ultimamente tem se comparado a Donald Trump dos EUA. O terror é o seu oxigênio político e o silêncio o alimenta!
*****
Leia também:
- O filho do Bolsonaro vai para a Papuda?
- Bolsonaro quer ser o Trump do Brasil
- Capitão Bolsonaro, a história esquecida
- A multiplicação do patrimônio de Bolsonaro
- Bolsonaro ficará novamente impune?
- Bolsonaro: inimigo dos direitos humanos
- Bolsonaro é condenado por "estupro"
- Bolsonaro: derrota do milico homofóbico
- O irmão "fantasma" de Jair Bolsonaro
- Nazistas ovacionam Bolsonaro em Recife
- Bolsonaro não pode ficar impune
- Bolsonaro desmoraliza a Câmara Federal
- O filho do Bolsonaro vai para a Papuda?
- Bolsonaro quer ser o Trump do Brasil
- Capitão Bolsonaro, a história esquecida
- A multiplicação do patrimônio de Bolsonaro
- Bolsonaro ficará novamente impune?
- Bolsonaro: inimigo dos direitos humanos
- Bolsonaro é condenado por "estupro"
- Bolsonaro: derrota do milico homofóbico
- O irmão "fantasma" de Jair Bolsonaro
- Nazistas ovacionam Bolsonaro em Recife
- Bolsonaro não pode ficar impune
- Bolsonaro desmoraliza a Câmara Federal
0 comentários:
Postar um comentário