Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
Acuado por várias federações sindicais e por inúmeros movimentos sociais, o presidente-tampão Michel Temer gravou, pouco antes da greve geral, algumas palavras sobre o 1º de Maio. Naquele dia, ele ficou frente a frente com o bicho-papão. Ou seja, a condenação do seu governo Brasil afora. A voz de Temer, em busca de apoio às medidas repudiadas pelos trabalhadores e pela maioria da sociedade, foi sufocada pelo barulho das manifestações expressivas em número de participantes.
A coincidência puniu Temer. Um dia antes foi anunciado o número de desempregados no país. A conta, mais de 14 milhões, formou a moldura das reações das ruas. Além do mais, dava-se o primeiro aniversário do golpe. Será que os golpistas, Temer à frente, se habilitam a entender que botaram o Brasil em ebulição?
Diante disso, podem ser ainda mais perturbadores os resultados sociais, caso sejam aprovadas no Congresso as transformações na legislação trabalhista e na Previdência. Temer pode ser um dos algozes dos benefícios sociais. O outro é Fernando Henrique Cardoso, que chegou a apregoar o fim da Era Vargas.
Acobertado pela mídia, Michel Temer mesmo assim preferiu se refugiar em um YouTube multiplicado na sequência pelas redes sociais. Nele, o presunçoso presidente da República afirmou a seus “amigos e amigas” que o Dia do Trabalho, neste ano, marca “um momento histórico”. Pode ser. Não pelas razões vendidas por ele, e sim por imprevisíveis resultados do confronto comandado pelo Palácio do Planalto.
Três das afirmações do discurso: “Vai dar maior segurança jurídica para o empregador e o empregado. Estamos fazendo isso para reformar o Brasil e gerar emprego”. Ainda ele: “Quero ser conhecido como o presidente que melhorou as condições econômicas, que fez as grandes reformas”. E por fim garantiu: “Além de mais empregos, o resultado será mais harmonia na relação de trabalho”.
Quantos “amigos e amigas” de Temer comprariam “carros usados” vendidos por ele? A resposta, talvez já superada pelo tempo, está em números da pesquisa CNI/Ibope feita no fim de março. Apenas 17% dos brasileiros confiam nele. Uma esmagadora maioria, 79%, não confia. Surpreende, de certa forma, que a maior desconfiança venha das classes mais abastadas, considerando as respostas dos entrevistados do Ensino Superior e da Renda Familiar (tabela).
A desconfiança, nesses casos, ultrapassa a marca dos 80%. Temer e aliados como o PSDB, por exemplo, julgavam que a “dor” do golpe passaria rapidamente porque, enganosamente, ficaria restrito aos gabinetes e corredores do Congresso. Grande engano. Os números abrem um abismo entre a esperança de alguns, no Brasil de cima, e o desespero outros, no Brasil de baixo.
Acuado por várias federações sindicais e por inúmeros movimentos sociais, o presidente-tampão Michel Temer gravou, pouco antes da greve geral, algumas palavras sobre o 1º de Maio. Naquele dia, ele ficou frente a frente com o bicho-papão. Ou seja, a condenação do seu governo Brasil afora. A voz de Temer, em busca de apoio às medidas repudiadas pelos trabalhadores e pela maioria da sociedade, foi sufocada pelo barulho das manifestações expressivas em número de participantes.
A coincidência puniu Temer. Um dia antes foi anunciado o número de desempregados no país. A conta, mais de 14 milhões, formou a moldura das reações das ruas. Além do mais, dava-se o primeiro aniversário do golpe. Será que os golpistas, Temer à frente, se habilitam a entender que botaram o Brasil em ebulição?
Diante disso, podem ser ainda mais perturbadores os resultados sociais, caso sejam aprovadas no Congresso as transformações na legislação trabalhista e na Previdência. Temer pode ser um dos algozes dos benefícios sociais. O outro é Fernando Henrique Cardoso, que chegou a apregoar o fim da Era Vargas.
Acobertado pela mídia, Michel Temer mesmo assim preferiu se refugiar em um YouTube multiplicado na sequência pelas redes sociais. Nele, o presunçoso presidente da República afirmou a seus “amigos e amigas” que o Dia do Trabalho, neste ano, marca “um momento histórico”. Pode ser. Não pelas razões vendidas por ele, e sim por imprevisíveis resultados do confronto comandado pelo Palácio do Planalto.
Três das afirmações do discurso: “Vai dar maior segurança jurídica para o empregador e o empregado. Estamos fazendo isso para reformar o Brasil e gerar emprego”. Ainda ele: “Quero ser conhecido como o presidente que melhorou as condições econômicas, que fez as grandes reformas”. E por fim garantiu: “Além de mais empregos, o resultado será mais harmonia na relação de trabalho”.
Quantos “amigos e amigas” de Temer comprariam “carros usados” vendidos por ele? A resposta, talvez já superada pelo tempo, está em números da pesquisa CNI/Ibope feita no fim de março. Apenas 17% dos brasileiros confiam nele. Uma esmagadora maioria, 79%, não confia. Surpreende, de certa forma, que a maior desconfiança venha das classes mais abastadas, considerando as respostas dos entrevistados do Ensino Superior e da Renda Familiar (tabela).
A desconfiança, nesses casos, ultrapassa a marca dos 80%. Temer e aliados como o PSDB, por exemplo, julgavam que a “dor” do golpe passaria rapidamente porque, enganosamente, ficaria restrito aos gabinetes e corredores do Congresso. Grande engano. Os números abrem um abismo entre a esperança de alguns, no Brasil de cima, e o desespero outros, no Brasil de baixo.
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