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A imagem do Brasil sob o governo de Jair Bolsonaro, no exterior, está “horrível”. “Não só pela questão da pandemia, mas também pela Amazônia, a questão ambiental, os direitos humanos.” A constatação é de Miriam Gomes Saraiva, do Departamento de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “Há um dilema no mundo: se é melhor esperar que Bolsonaro acabe seu governo, para normalizar as relações com o Brasil, ou se manter boas relações seria um incentivo para Bolsonaro melhorar”, diz.
Segundo ela, pode até existir uma visão positiva do presidente brasileiro, “talvez, nos Estados Unidos, na Hungria, países cujos governos são de direita ou ultradireita”. “Mas, tirando esses, a imagem é muito ruim. Na América do Sul, é muito negativa.”
Miriam cita artigo de Oliver Stuenkel, colunista do Americas Quarterly, publicação norte-americana sobre política, negócios e cultura, e professor de Relações Internacionais na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. “Os debates em Berlim sobre o Brasil revelam um dilema amplo, à medida que interesses econômicos e geopolíticos se chocam com a crescente preocupação pública com o meio ambiente. Bolsonaro deve ser tratado como um irritante temporário para uma parceria de longa data ou como um obstáculo mais fundamental ao aprofundamento dos laços?”, diz o articulista no texto.
No final de maio, conta Stuenkel, o congressista alemão Uwe Kekeritz, do Partido Verde, questionou um plano do governo da Alemanha para financiar um programa brasileiro de proteção ambiental. O parlamentar germânico mencionou “um episódio que recentemente abalou a política brasileira”, em alusão à famosa reunião ministerial de 22 de abril.
Segundo Stuenkel, na reunião, o ministro do Meio Ambiente brasileiro, Ricardo Salles, “sugeriu que a pandemia era uma oportunidade de enfraquecer as regulamentações ambientais, uma vez que a opinião pública estava ‘distraída’”. Em Berlim, o congressista Kekeritz fez referência ao episódio para argumentar contra o apoio ao projeto “supervisionado” por Salles.
De novo a China
Nesta sexta-feira (31), Jair Bolsonaro voltou a manifestar agressividade em relação à China, desta vez com ironia. “Se fala muito da vacina da covid-19. Nós entramos naquele consórcio lá de Oxford”, disse, sobre a vacina britânica contra o novo coronavírus do laboratório AstraZeneca, em testes no Brasil.
Bolsonaro não disse, porém, que, até o momento, o governo brasileiro não assinou o contrato com a farmacêutica e a Universidade de Oxford. Segundo a Folha de S. Paulo, a Fiocruz informou que “a expectativa é que a assinatura ocorra durante o mês de agosto”.
“Não é daquele outro país não, tá ok, pessoal? É de Oxford aí. Quem não contraiu o vírus até lá… Eu não preciso tomar porque já estou safo”, afirmou, sem citar a China. A empresa chinesa Sinovac também está fazendo os testes de sua vacina contra o coronavírus no Brasil, em parceria com o Instituto Butantã, do governo do Estado de São Paulo.
“Bolsonaro e seu entorno já fizeram diversos comentários bastante negativos sobre a China. Ele, Ernesto Araújo (ministro das Relações exteriores, (o deputado) Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e (Abraham Weintraub), quando era ministro da Educação. A China é um país pragmático e vai tocando a questão econômica com o Brasil. Mas a imagem para eles também é ruim”, diz Miriam Saraiva.
Segundo ela, pode até existir uma visão positiva do presidente brasileiro, “talvez, nos Estados Unidos, na Hungria, países cujos governos são de direita ou ultradireita”. “Mas, tirando esses, a imagem é muito ruim. Na América do Sul, é muito negativa.”
Miriam cita artigo de Oliver Stuenkel, colunista do Americas Quarterly, publicação norte-americana sobre política, negócios e cultura, e professor de Relações Internacionais na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. “Os debates em Berlim sobre o Brasil revelam um dilema amplo, à medida que interesses econômicos e geopolíticos se chocam com a crescente preocupação pública com o meio ambiente. Bolsonaro deve ser tratado como um irritante temporário para uma parceria de longa data ou como um obstáculo mais fundamental ao aprofundamento dos laços?”, diz o articulista no texto.
No final de maio, conta Stuenkel, o congressista alemão Uwe Kekeritz, do Partido Verde, questionou um plano do governo da Alemanha para financiar um programa brasileiro de proteção ambiental. O parlamentar germânico mencionou “um episódio que recentemente abalou a política brasileira”, em alusão à famosa reunião ministerial de 22 de abril.
Segundo Stuenkel, na reunião, o ministro do Meio Ambiente brasileiro, Ricardo Salles, “sugeriu que a pandemia era uma oportunidade de enfraquecer as regulamentações ambientais, uma vez que a opinião pública estava ‘distraída’”. Em Berlim, o congressista Kekeritz fez referência ao episódio para argumentar contra o apoio ao projeto “supervisionado” por Salles.
De novo a China
Nesta sexta-feira (31), Jair Bolsonaro voltou a manifestar agressividade em relação à China, desta vez com ironia. “Se fala muito da vacina da covid-19. Nós entramos naquele consórcio lá de Oxford”, disse, sobre a vacina britânica contra o novo coronavírus do laboratório AstraZeneca, em testes no Brasil.
Bolsonaro não disse, porém, que, até o momento, o governo brasileiro não assinou o contrato com a farmacêutica e a Universidade de Oxford. Segundo a Folha de S. Paulo, a Fiocruz informou que “a expectativa é que a assinatura ocorra durante o mês de agosto”.
“Não é daquele outro país não, tá ok, pessoal? É de Oxford aí. Quem não contraiu o vírus até lá… Eu não preciso tomar porque já estou safo”, afirmou, sem citar a China. A empresa chinesa Sinovac também está fazendo os testes de sua vacina contra o coronavírus no Brasil, em parceria com o Instituto Butantã, do governo do Estado de São Paulo.
“Bolsonaro e seu entorno já fizeram diversos comentários bastante negativos sobre a China. Ele, Ernesto Araújo (ministro das Relações exteriores, (o deputado) Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e (Abraham Weintraub), quando era ministro da Educação. A China é um país pragmático e vai tocando a questão econômica com o Brasil. Mas a imagem para eles também é ruim”, diz Miriam Saraiva.
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