Por Naian Lopes, no Diário do Centro do Mundo:
Depois que Bolsonaro ameaçou colocar fogo na república no 7 de setembro e voltou atrás ninguém falou nada.
Mas o fato é que ainda não se sabe o que vai acontecer com a indicação de André Mendonça para o STF. Por culpa do próprio presidente, o nome vem encontrando resistência em vários segmentos, inclusive no Supremo e no Senado.
O DCM conversou com atores políticos ontem (10) e questionou em que pé está a indicação de André Mendonça.
A resposta foi unânime: “do mesmo jeito, parada”.
O movimento de Bolsonaro no feriado fez com que praticamente todo o Senado fosse unânime. Ali, o presidente assinou o fim de qualquer chance do ex-ministro da Justiça se tornar membro do STF.
O próprio Alcolumbre disse para interlocutores que o presidente havia colocado o fogo que ele precisava no pedido.
O senador, que comanda a CCJ, vem segurando o pedido porque não gosta do indicado e em represália. Como Bolsonaro praticamente rompeu com toda a classe política de uma vez só, ele sequer precisaria se justificar. A ideia era deixar o pedido parado até a queda de Bolsonaro.
André Mendonça e a mudança de Bolsonaro
Acontece que, dois dias depois, Bolsonaro voltou atrás e pediu desculpas.
A carta de pacificação pegou parte dos senadores desprevenidos porque não era esperado. Ainda que boa parte deles considere que André Mendonça não pode ser aprovado, a situação deu uma atenuada. Agora, existe a chance de uma costura para um acordo pela aprovação.
Acontece que, segundo uma pessoa ligada a Alcolumbre, o senador segue sem acreditar no compromisso de Bolsonaro. Para ele, o recuo foi apenas para não sofrer o impeachment, mas os ataques devem voltar em breve.
Mesmo que exista uma costura por Mendonça, uma fonte no Senado confirmou que os próximos dias serão vitais.
Se Bolsonaro se comportar, as chances crescem, do contrário, o pedido morrerá na gaveta.
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