Por Maria Cristina Longo, no jornal Brasil de Fato:
O golpe militar completa 50 anos e é o momento de lembrar o imenso desastre que esse evento representou para a esmagadora maioria da sociedade brasileira. Esse regime depôs o então presidente João Goulart simplesmente porque ousou mencionar algumas reformas de base como a reforma agrária. O golpe de 64 instaurou uma sangrenta ditadura no Brasil, em que todos aqueles que pensavam e expressavam suas opiniões de modo diferente ao do Estado militar e da classe dominante foram cruelmente perseguidos, torturados e mortos por esse regime político.
O regime político ditatorial tratou, rapidamente, de agir em inúmeras frentes para beneficiar a classe dominante brasileira, para apoiar grandes grupos econômicos internacionais e para reprimir e tentar domesticar o povo brasileiro.
As frentes consistiram em controlar totalmente o poder político em todos os âmbitos, municipal, estadual, federal, bem como o legislativo e judiciário, em desmantelar a educação pública brasileira, em construir um plano de desenvolvimento para o país que beneficiasse apenas e tão somente os donos das multinacionais aliados à classe dominante brasileira, em controlar os meios de comunicação, e todas as formas de arte e expressão popular, em militarizar o aparato estatal (central e regional com suas policias) para impedir qualquer contestação ao que estivesse ocorrendo.
A ditadura militar utilizou o poder político para colocar em prática um plano econômico para o país que privilegiou rodovias ao invés de ferrovias e hidrovias, beneficiando as grandes montadoras internacionais e a classe dominante brasileira associada a essas grandes grupos econômicos. O plano, visivelmente, não beneficiou a maior parte da população, mas essencialmente os interesses internacionais e de uma elite local ao produzir veículos motorizados e escoar sua produção dentro do país. O mesmo que ocorreu nesse ramo da economia ocorreu em inúmeras outras decisões nacionais tomadas autoritariamente de cima para baixo. As cidades brasileiras cresceram desordenadamente, sem nenhum planejamento, como resultado de um grande fluxo migratório de pessoas em busca de novos postos de emprego.
Contudo, para que construir e planejar cidades se a elite dominante que controlava o poder político através dos militares podia pagar por tudo que desejasse, como educação, saúde, habitação, lazer e transporte?
Da área da educação foi roubada a nossa história. Foram apagados dos livros de história qualquer vestígio de revoltas internas e momentos contestatórios para passar uma impressão aos estudantes de que somos um povo pacífico e feliz. Foi introduzida a disciplina de educação moral e cívica como forma de mostrar a necessidade que haveria em sermos um povo que se comporta.
Os meios de comunicação e outros meios de expressão artísticos foram cuidadosamente controlados pelos censores da ditadura, punindo aqueles que tentassem criticar ou denunciar qualquer prática abusiva por parte dos agentes econômicos dominantes ou por parte do Estado. É importante ressaltar que a rede Globo de televisão e outros meios de comunicação que existem ainda hoje apoiaram o golpe militar de 64.
A militarização federal e das polícias foi um dos resultados do golpe que reprimia violentamente qualquer manifestação popular desde as passeatas que pediam a volta da democracia até as greves que ocorriam no ABC de São Paulo.
Quais são os resultados de tamanha política autoritária? Imenso autoritarismo nas forças armadas e nas polícias, especialmente na polícia militar que continua reprimindo violentamente qualquer movimento social, a mando do Estado brasileiro aliado a interesses privados. O caos urbano em que quase todas as cidades brasileiras encontram-se, como a extrema dificuldade de locomoção derivada da opção por transporte privado em detrimento de transporte coletivo. A deterioração da educação pública, a concentração de renda que possui consequências perversas para maioria dos brasileiros que mal conseguem sobreviver com menos de um ou dois salários mínimos mensais.
Enfim, problemas de hoje derivados de decisões autoritárias passadas.
O golpe militar completa 50 anos e é o momento de lembrar o imenso desastre que esse evento representou para a esmagadora maioria da sociedade brasileira. Esse regime depôs o então presidente João Goulart simplesmente porque ousou mencionar algumas reformas de base como a reforma agrária. O golpe de 64 instaurou uma sangrenta ditadura no Brasil, em que todos aqueles que pensavam e expressavam suas opiniões de modo diferente ao do Estado militar e da classe dominante foram cruelmente perseguidos, torturados e mortos por esse regime político.
O regime político ditatorial tratou, rapidamente, de agir em inúmeras frentes para beneficiar a classe dominante brasileira, para apoiar grandes grupos econômicos internacionais e para reprimir e tentar domesticar o povo brasileiro.
As frentes consistiram em controlar totalmente o poder político em todos os âmbitos, municipal, estadual, federal, bem como o legislativo e judiciário, em desmantelar a educação pública brasileira, em construir um plano de desenvolvimento para o país que beneficiasse apenas e tão somente os donos das multinacionais aliados à classe dominante brasileira, em controlar os meios de comunicação, e todas as formas de arte e expressão popular, em militarizar o aparato estatal (central e regional com suas policias) para impedir qualquer contestação ao que estivesse ocorrendo.
A ditadura militar utilizou o poder político para colocar em prática um plano econômico para o país que privilegiou rodovias ao invés de ferrovias e hidrovias, beneficiando as grandes montadoras internacionais e a classe dominante brasileira associada a essas grandes grupos econômicos. O plano, visivelmente, não beneficiou a maior parte da população, mas essencialmente os interesses internacionais e de uma elite local ao produzir veículos motorizados e escoar sua produção dentro do país. O mesmo que ocorreu nesse ramo da economia ocorreu em inúmeras outras decisões nacionais tomadas autoritariamente de cima para baixo. As cidades brasileiras cresceram desordenadamente, sem nenhum planejamento, como resultado de um grande fluxo migratório de pessoas em busca de novos postos de emprego.
Contudo, para que construir e planejar cidades se a elite dominante que controlava o poder político através dos militares podia pagar por tudo que desejasse, como educação, saúde, habitação, lazer e transporte?
Da área da educação foi roubada a nossa história. Foram apagados dos livros de história qualquer vestígio de revoltas internas e momentos contestatórios para passar uma impressão aos estudantes de que somos um povo pacífico e feliz. Foi introduzida a disciplina de educação moral e cívica como forma de mostrar a necessidade que haveria em sermos um povo que se comporta.
Os meios de comunicação e outros meios de expressão artísticos foram cuidadosamente controlados pelos censores da ditadura, punindo aqueles que tentassem criticar ou denunciar qualquer prática abusiva por parte dos agentes econômicos dominantes ou por parte do Estado. É importante ressaltar que a rede Globo de televisão e outros meios de comunicação que existem ainda hoje apoiaram o golpe militar de 64.
A militarização federal e das polícias foi um dos resultados do golpe que reprimia violentamente qualquer manifestação popular desde as passeatas que pediam a volta da democracia até as greves que ocorriam no ABC de São Paulo.
Quais são os resultados de tamanha política autoritária? Imenso autoritarismo nas forças armadas e nas polícias, especialmente na polícia militar que continua reprimindo violentamente qualquer movimento social, a mando do Estado brasileiro aliado a interesses privados. O caos urbano em que quase todas as cidades brasileiras encontram-se, como a extrema dificuldade de locomoção derivada da opção por transporte privado em detrimento de transporte coletivo. A deterioração da educação pública, a concentração de renda que possui consequências perversas para maioria dos brasileiros que mal conseguem sobreviver com menos de um ou dois salários mínimos mensais.
Enfim, problemas de hoje derivados de decisões autoritárias passadas.
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