Foto: Ricardo Stuckert |
Assim como era sabido de antemão que no último 24 de janeiro Lula seria duramente condenado na farsa operada pelo tribunal de exceção da Lava Jato, é 100% certo seu banimento político, para subtrair-lhe o direito de participar da eleição.
Eles farão de tudo para consumar a fraude eleitoral o antes possível. E este roteiro também já foi escrito: apressam a execução da pena e antecipam empecilhos na “justiça” eleitoral. O recolhimento arbitrário do passaporte do ex-presidente, determinado por juiz tucano de Brasília sem vínculo com a ação penal, é o primeiro passo para incomunicar Lula com o mundo e mantê-lo no radar dos verdugos.
O nome do Lula não poderá figurar na urna eletrônica, em nenhuma hipótese, pois seria eleito no primeiro turno com enorme sobra de votação. Seus mais de 70 milhões de votos, entretanto, seriam anulados, deixando a fraude da eleição sem Lula ainda mais escancarada.
Por isso a ditadura midiático-judicial tratará de banir Lula da eleição o mais rápido possível, impedindo até mesmo o registro da candidatura. A condenação fraudulenta no tribunal de exceção da Lava Jato é o fundamento para isso.
Mesmo com esta medida, contudo, a classe dominante não estaria tranquila, porque a ausência do Lula na eleição não garante a vitória de algum representante do golpe. Mesmo banido politicamente, Lula preserva o poder virtual de eleger o candidato do campo democrático-popular que o representaria na urna.
A oligarquia conhece, teme e tem pânico dessa força e poder monumental do Lula junto ao povo; e, como é incapaz de vencê-lo dentro das regras do Estado de Direito, apela à vilania, à conspiração e ao arbítrio.
Lula já alçou à presidência da sétima economia do planeta uma mulher – ainda por cima de esquerda e combatente da ditadura anterior a essa – que nunca antes havia concorrido numa eleição.
Na terceira maior metrópole do mundo – a maior da América Latina – Lula fez prefeito um professor universitário de esquerda que não tinha nenhuma experiência eleitoral prévia.
Como o banimento do Lula não é suficientemente garantidor da continuidade do golpe com a eleição de algum representante da ditadura, deve-se supor que poderá haver o acirramento da violência institucional contra Lula.
Além de sequestrarem o direito de Lula concorrer, será necessário também sequestrarem o direito de Lula se movimentar, falar e de se comunicar com o povo que se magnetiza no contato com ele.
Livre, Lula continuará sendo a principal ameaça à continuidade do golpe. Por isso o cenário de prisão do Lula desponta no horizonte. Somente com Lula preso – ou morto – a ditadura consegue continuar.
Para a ditadura que já perdeu totalmente o pudor, pouco importa manter as aparências. Pouco importa que no mesmo dia da farsa do TRF4 a procuradora da república indicada pelo usurpador Michel Temer tenha pedido o arquivamento do inquérito que investiga o tucano José Serra por receber R$ 20 milhões de propinas do grupo JBS.
Para se prevenirem de reações imponderáveis, talvez moderem o castigo e concedam prisão domiciliar ao Lula. Assim mesmo, os efeitos restritivos totais sobre a mobilidade, a liberdade e a comunicação do Lula com o povo serão idênticos ao encarceramento em regime fechado.
A ditadura fascista moverá montanhas para garantir a continuidade do empreendimento golpista e sua agenda brutalmente anti-povo, anti-democracia e anti-nação.
O regime de exceção não permitirá a eleição do Lula ou de alguém que represente as aspirações do povo brasileiro. Eles não perpetraram o golpe para durar pouco tempo.
A ditadura só tolera Lula preso. Ou morto.
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