Na quinta-feira (31), o Ministério Público de São Paulo acionou a Organização Internacional da Polícia Criminal (Interpol) para pedir a captura de Marco Aurélio Garcia, irmão do vice-governador de São Paulo, o demo Rodrigo Garcia. Ele e mais duas pessoas tiveram a prisão decretada por envolvimento no escândalo da máfia do ISS, mas o trambiqueiro conseguiu escapar e há suspeita de que esteja no exterior. A mídia falsamente moralista evita dar destaque para a caça ao foragido, talvez para não constranger o governador tucano João Doria, que adora tanto bravatear sobre corrupção e corruptos.
Matéria da Folha relata que “a Justiça decretou na terça-feira (29) a prisão do empresário [sic] Marco Aurélio Garcia, irmão de Rodrigo Garcia, e dos ex-fiscais Ronilson Rodrigues e Fábio Remesso. Eles foram condenados em segunda instância pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo por lavagem de dinheiro pela participação no esquema de cobrança de propinas... A polícia, subordinada ao governador João Doria (PSDB), não conseguiu localizar os três. Como há a suspeita de que Garcia possa ter fugido do país, o apoio da Interpol está sendo solicitado pelos promotores do Gedec (núcleo de crimes econômicos), que investigaram o caso desde o início”.
Para quem já esqueceu – já que a mídia falsamente moralista tentou abafar o escândalo – a chamada “máfia do ISS” foi descoberta em 2013. Ela cobrava propina de empresas para obtenção de descontos do Imposto Sobre Serviços de obras na capital paulista. Segundo estimativas, o bando criminoso causou prejuízo de mais R$ 500 milhões aos cofres públicos. O esquema foi descoberto pela Controladoria Geral do Município (CGM) na gestão de Fernando Haddad (PT) e teria funcionado a partir de 2007, na gestão de Gilberto Kassab (PSD), secretário da Casa Civil licenciado de João Doria (PSDB).
Ainda segundo a notinha da Folha, “o empresário Marco Aurélio Garcia, irmão do vice-governador eleito, emprestava o imóvel onde aconteciam os atos ilegais. A acusação sustenta que ele vendeu flats para os fiscais, em um processo de ocultação de bens, além de ter contratado serviços da consultoria de fachada de Ronilson. Na máfia do ISS, os fiscais davam descontos no ISS cobrado para a expedição do Habite-se das obras. Em troca, cobravam a propina. Ao menos 410 construções teriam pago para obter o desconto. O caso rendeu a abertura de mais de 400 inquéritos. Tanto Ronilson quanto Garcia foram condenados a 16 anos em regime fechado”.
“O Palácio dos Bandeirantes foi procurado para comentar sobre mandado de prisão do irmão do vice-governador e sobre as buscas da polícia, mas afirmou que não se manifestaria sobre o caso. No ano passado, quando Garcia foi condenado, o vice-governador afirmou estar ‘muito triste’ com a decisão... A Secretaria da Segurança Pública encaminhou nota em que afirma que ‘a Polícia Civil, por meio do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas, trabalha integrada com o Ministério Público estadual para o cumprimento da ordem judicial’”. A conferir nos próximos dias!
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