A incompetência é a marca do laranjal. Parece ser uma exigência curricular para compor o ministério de Jair Bolsonaro. Eduardo Pazuello, o general da Saúde, é a prova mais grotesca desse desastre. Mas ele não está só. Até o ministro da Educação, Milton Ribeiro, já ingressou no time dos incapazes. No segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (24), a prova teve 55,3% de abstenção – um recorde histórico. Contra todos os alertas sobre a pandemia, o "pastor" insistiu na ação criminosa!
A atitude foi tão irresponsável que revoltou o mundo político. Mônica Bergamo informa na Folha que “o senador Alessandro Vieira (Cidadania/SE) apresentou um requerimento convocando o ministro Milton Ribeiro para prestar esclarecimentos sobre falhas no planejamento e na logística para a realização do Enem. Em plena epidemia do novo coronavírus, estudantes chegaram a ser impedidos de fazer a prova por causa da lotação das salas”.
O bolsonarista culpa a mídia
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pela aplicação do Enem, dos mais de 5,5 milhões de inscritos, apenas 2.470.396 compareceram. A abstenção recorde acompanhou o caos do primeiro dia das provas, em 17 de janeiro, quando o índice foi de 51,5%. Na média histórica do Enem, a ausência oscila entre 25% e 35%. Até o presidente do Inep, o servil Alexandre Lopes, confessou que a abstenção de 55,3% superou todas as expectativas.
Diante do desastre já no primeiro dia dos exames, o ministro Milton Ribeiro, que é pastor da Igreja Presbiteriano Jardim Oração e um fanático seguidor do “capetão”, atribuiu a abstenção ao “trabalho contrário da mídia”. Na verdade, boa parte da mídia, que recebe muita grana em publicidade das escolas particulares, fez campanha aberta em defesa do Enem, assim como da imediata volta às aulas. Mas o ministro precisava achar um culpado para esconder sua incompetência – e seguiu o mantra do seu chefe!
Poucos dias antes do Enem, cerca de 50 entidades cientificas divulgaram um manifesto pedindo seu adiamento. Ele foi assinado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entre outras entidades. Outro texto endereçado ao Ministério da Educação foi assinado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que alertou para os riscos da disseminação do coronavírus com aglomeração de pessoas nos transportes e nos locais das provas.
Nenhum apelo, porém, convenceu o ministro-pastor, que tem afinidades religiosas com o negacionismo de Jair Bolsonaro. O troco dos jovens estudantes foi o de se recusar a participar do ato criminoso.
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