Por Altamiro Borges
Já é certo que a eleição no Peru terá segundo turno. No primeiro, realizado ontem (10), o ex-militar Ollanta Humala, apoiado pelas forças de centro-esquerda e esquerda, saiu na frente. Isto já era previsível na reta final da campanha, quando ele aumentou a sua vantagem sobre o segundo colocado – pulando de 28% para 31,9% das intenções de voto.
O segundo turno, porém, será uma batalha ainda mais encarniçada. As forças de direita, que se dividiram no pleito, já sinalizaram que vão se unir. Além disso, elas já contam com o apoio da mídia “privada”, que abusa do terrorismo e difunde o medo na sociedade; e também do governo dos EUA, que alardeia que Humala é “um aliado de Chávez”.
A filha do ditador corrupto
Mas a situação dos neoliberais, aliados do império, também não é tranqüila. A mídia brasileira colonizada ataca o “chavista” Humala, alardeando inclusive que ele teria a “assessoria de dirigentes do PT”, mas evita falar sobre os seus possíveis concorrentes no segundo turno. Mas o telhado de vidro dos candidatos da direita peruana é enorme.
Keiko Fujimori, que surge como provável adversária de Humala no segundo turno, é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que está preso por corrupção. Durante o seu longo reinado, o Peru virou uma nação de torturadores e de atentados aos direitos humanos. Neoliberal radical, ele agravou brutalmente as desigualdades sociais no país.
Vínculos com os narcotraficantes
Além disso, hoje são notórios os vínculos da família Fujimori com o clã Sanches Paredes, a maior rede criminosa do país. Segundo investigações recentes da Direção Antidrogas do Peru (Dirandro), o clã Paredes está envolvido com o narcotráfico desde os anos 1980, ainda que cinicamente se identifique como "grupo empresarial mineiro".
Em 2006, a família mafiosa bancou a campanha de Alan Garcia, atual presidente do Peru. Agora, optou por financiar várias candidaturas, em especial a da filha de Fujimori. Em 2000, a então primeira-dama Keiko intercedeu por um indulto à presidiária Ana Martínez, ligada ao grupo Paredes. Agora, ela recebeu US$ 10 milhões para sua campanha.
Telegramas vazados pelo Wikileaks
Mas esta não é a única ligação de Keiko com o narcotráfico. Telegramas recentes vazados pela Wikileaks informaram que em novembro de 2006, a embaixada dos EUA em Lima tinha a informação que Rofilio Neyra, velho militante das fileiras fujimoristas, tinha financiado a sua campanha com dinheiro proveniente do narcotráfico.
Além dos vínculos com a máfia do narcotráfico, Keiko e outros dois possíveis adversários de Humala têm ligações com poderosas empresas – inclusive com as multinacionais “brasileiras” Camargo Correa e Queiroz Galvão. O ultra-liberal Pedro Kuczynski, ex-ministro da Economia e consultor do Banco Mundial, é um dos preferidos das empreiteiras.
Os candidatos do império
Outros telegramas vazados pelo Wikileaks informaram recentemente que Kuczynski é considerado pela embaixada dos EUA em Lima como “um fiel aliado das transnacionais”. Ele tem nacionalidade peruana e estadunidense; e não esconde os seus vínculos com as corporações ianques e as suas idéias radicalmente neoliberais.
Já o ex-presidente Alejandro Toledo está sendo processado por vários atos de corrupção. Suas ligações com os rentistas e poderosas multinacionais abalaram sua popularidade. Em síntese: a batalha de Ollanta Humala para chegar à presidência não será fácil, mas a direita unida também esbarrará em inúmeros obstáculos. Os próximos dias serão tensos no Peru.
Já é certo que a eleição no Peru terá segundo turno. No primeiro, realizado ontem (10), o ex-militar Ollanta Humala, apoiado pelas forças de centro-esquerda e esquerda, saiu na frente. Isto já era previsível na reta final da campanha, quando ele aumentou a sua vantagem sobre o segundo colocado – pulando de 28% para 31,9% das intenções de voto.
O segundo turno, porém, será uma batalha ainda mais encarniçada. As forças de direita, que se dividiram no pleito, já sinalizaram que vão se unir. Além disso, elas já contam com o apoio da mídia “privada”, que abusa do terrorismo e difunde o medo na sociedade; e também do governo dos EUA, que alardeia que Humala é “um aliado de Chávez”.
A filha do ditador corrupto
Mas a situação dos neoliberais, aliados do império, também não é tranqüila. A mídia brasileira colonizada ataca o “chavista” Humala, alardeando inclusive que ele teria a “assessoria de dirigentes do PT”, mas evita falar sobre os seus possíveis concorrentes no segundo turno. Mas o telhado de vidro dos candidatos da direita peruana é enorme.
Keiko Fujimori, que surge como provável adversária de Humala no segundo turno, é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que está preso por corrupção. Durante o seu longo reinado, o Peru virou uma nação de torturadores e de atentados aos direitos humanos. Neoliberal radical, ele agravou brutalmente as desigualdades sociais no país.
Vínculos com os narcotraficantes
Além disso, hoje são notórios os vínculos da família Fujimori com o clã Sanches Paredes, a maior rede criminosa do país. Segundo investigações recentes da Direção Antidrogas do Peru (Dirandro), o clã Paredes está envolvido com o narcotráfico desde os anos 1980, ainda que cinicamente se identifique como "grupo empresarial mineiro".
Em 2006, a família mafiosa bancou a campanha de Alan Garcia, atual presidente do Peru. Agora, optou por financiar várias candidaturas, em especial a da filha de Fujimori. Em 2000, a então primeira-dama Keiko intercedeu por um indulto à presidiária Ana Martínez, ligada ao grupo Paredes. Agora, ela recebeu US$ 10 milhões para sua campanha.
Telegramas vazados pelo Wikileaks
Mas esta não é a única ligação de Keiko com o narcotráfico. Telegramas recentes vazados pela Wikileaks informaram que em novembro de 2006, a embaixada dos EUA em Lima tinha a informação que Rofilio Neyra, velho militante das fileiras fujimoristas, tinha financiado a sua campanha com dinheiro proveniente do narcotráfico.
Além dos vínculos com a máfia do narcotráfico, Keiko e outros dois possíveis adversários de Humala têm ligações com poderosas empresas – inclusive com as multinacionais “brasileiras” Camargo Correa e Queiroz Galvão. O ultra-liberal Pedro Kuczynski, ex-ministro da Economia e consultor do Banco Mundial, é um dos preferidos das empreiteiras.
Os candidatos do império
Outros telegramas vazados pelo Wikileaks informaram recentemente que Kuczynski é considerado pela embaixada dos EUA em Lima como “um fiel aliado das transnacionais”. Ele tem nacionalidade peruana e estadunidense; e não esconde os seus vínculos com as corporações ianques e as suas idéias radicalmente neoliberais.
Já o ex-presidente Alejandro Toledo está sendo processado por vários atos de corrupção. Suas ligações com os rentistas e poderosas multinacionais abalaram sua popularidade. Em síntese: a batalha de Ollanta Humala para chegar à presidência não será fácil, mas a direita unida também esbarrará em inúmeros obstáculos. Os próximos dias serão tensos no Peru.
3 comentários:
Altamiro
Observe que a medida que o Imperio cai ele aumenta a injeção de dinheiro na direita da América Latina. A coisa vai ficar cada vez mais pesada.
Só para entender como eles estão desesperados.
O presidente Evo Moreles conseguiu canalizar a produção de Coca para os chás medicinais, sem materia-prima a produção de cocaina no mundo caiu.
Só que todo traficante de intorpecente tem um ás na manga. Eles paulatinamente começaram a trocar a cocaina pela heroina.Como se deu isso? Com a Guerra do Bush no Afeganistão,só que esse foi o pontapé, quem incrementou foi o Obama pressionado pelos traficantes que participaram das bolhas do Bill Clinton e que irrigam o sistema financeiro estadunidense e financiaram campanhas, tanto dos Democratas quanto Republicanos.
A vitória do Lula deu um freio ao tráfico de cocaína, e não só o Lula, a esquerda na América do sul deu um freio a produção, ela ainda existe mas parou de crescer como na era de 80 e principalmente em 90.
O Afeganistão produz muito ópio, o que mais produz heroina é o Paquistão daí o Obama ter aprofundado a guerra do Paquistão, era para aumentar a oferta da heroina já refinada.
A empresa matriz da heroina tem sede em Londres camuflada de empresa legal e sua primeira e mais importante filial está nos EUA. Essa empresa foi criada na decada de 50 com a guerra no Irã, essa empresa tinha forte vincula com o Xá, antigo fantoche europeu.
Voltando ao Obama. Eu fiquei furiosa com o CANALHA, pois nas minhas pesquisa de 2009 descobrimos que a África é o grande produtor de heroina restante no mundo, o Oriente médio produz 60% o restante está no continente Africano e América do Sul na Colombia e parte já está no Brasil. Logo a África depois da América latina seria a bola da vez.
Eu já achava estranho a postura do Obama no caso da pseudo reforma na saúde em 2010, a entrada de mais soldados na guerra do Afeganistão e Paquistão era na epoca pouco relevante pois ainda não tinha feito as conexões, então insistia em não querer ver a verdadeira face do Obama. Era duro demais, pois o Brasil faz parte da rota da heroina e a ajuda da Interpol e FBI eram cruciais para desbaratar essa quadrillha em nosso território em nosso continente.
A venda que me cegava caiu no caso da Libia.
Altamiro, só para terminar o que eu comecei anteriormente...
Eu torci tanto para o Obama não invadir a Libia que você não tem ideia, pois saber que ele está ajudando traficante a aumentar a produção de heroina no mundo era duro demais.
O Obama vai invadir a Libia sim, vai acabar com o país sim, pois o trafico prolifera junto ao caos e geograficamente a Libia é crucial, está mais proxima da Europa e EUA, fica mais fácil o transporte de heroína para Europa, chegando a Holanda chegar aos EUA é muito mais fácil. Veja os países que apoiaram a guerra na Libia e verás que é impossível não conectar a rota da heroína, veja a direita na França é todinha financiada pelo narco-financista. O dinheiro do trafico está sendo limpo há muito tempo pelo sistema financeiro. Essa historia de não regular o sistema não é para criar bolhas não, a bolha é o efeito colateral. A lavagem de dinheiro é que fez com que Bill Clinton juntamente com os seus pares europeus e latinoamericanos começassem a desregular o sistema. Essa historia do Bill Clinton e a Amazonia legal é conversa para boi dormi. Veja a geografia da Amazonia e você entenderá tudo. O Bill morre de medo da fiscalização, ele é financiado para isso.
Eles, o Império do Mal vão desistir de golpear a America Latina?Claro que não afinal haja dinheiro para campanha nos EUA, na Inglaterra , na França , na Italia , na Belgica, no Canadá etc, etc e etc. Só que essa do Bill deu muito na cara.
Por isso Altamiro, que eu defendo a Reforma na ONU, sei que quem manda na ONU, na OTAN, na Interpol e tudo o mais são os EUA , contudo sei que eles estão desesperados, pois o dinheiro está minguando e agora essa historia da Islândia querendo botar banqueiro na prisão! Eles vão para o tudo ou nada, só que a esquerda latinoamericana se fortalece como nunca então a hora é agora. Em momento de desespero se faz muito coisa impensada e o grande erro dos financiadores de campanha nos EUA foi a Líbia.
Outra coisa Altamiro, as eleições estaduais de 2012 são importantíssimas, temos que tirar o maior numero de representantes dos EUA aqui do Brasil. A direita brasileira tem que ser exterminada, uma nova direita que surgir essa que aí está não nos interessa, logicamente que temos que exterminar parte da banda podre do PMDB também. Talvez a reforma política faça isso, se não conseguir, fiscalização neles. Aqui em Brasilia estamos de olho no PMDB local, ou eles se enquadram ou policia neles, sem dó nem piedade.
Hola Altamiro, el candidato Ollanta Humala que representa a las fuerzas populares de los sectores menos favorecidos del Perú, tiene muy claro lo que desea hacer. Su plan de gobierno tiene mucha similitud con el plan que aplicó Lula Da Silva y me parece muy acertado el tratar de imitar un modelo que ha sido y esta siendo exitoso. La mayoria de los peruanos queremos un verdadero cambio no queremos volver al pasado con Fujimori, quien esta preso por violar los derechos humanos. Ademas que destruyó toda la institucionalidad del Estado para imponer la corrupcion generalizada, compró todos los medios de la prensa y dejó en caos a los peruanos. Por eso en urgente que Humala sea presidente.
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