Alvaro Dias afinou novamente

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Por Altamiro Borges

Aécio Neves, o cambaleante candidato tucano, realizou neste sábado (28) um encontro de lideranças da conflagrada sigla dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Conforme registra Josias de Souza, blogueiro da Folha tucana, “o presidenciável do PSDB conseguiu algo que parecia impossível: reagrupou o governador paranaense Beto Richa e o senador Álvaro Dias. Os dois se desentendem no mesmo partido desde as eleições de 2010”. De fato, o episódio é curioso e confirma que o valentão Alvaro Dias afinou novamente.

“É uma recomposição formal, não é do coração. As divergências não foram sepultadas. Mas temos que administrá-las em função de um projeto partidário maior”, justificou o senador. Alvaro Dias tentará a reeleição e subirá ao palanque ao lado do seu maior rival, Beto Richa, que disputará novamente o governo estadual. “Mal comparando, o tucanato paranaense vive uma família à moda de Nelson Rodrigues. Do tipo que diz ‘isso passa, isso passa’, sabendo que as desavenças jamais passam. Elas ficam enterradas, no corpo e na alma, como sapos de macumba”, alfineta Josias de Souza.

No caso dos dois políticos do Paraná, a recomposição é puro oportunismo. Em outubro passado, diante da derrota do candidato de Beto Richa à reeleição para a prefeitura de Curitiba, o senador comemorou o “castigo merecido”. Na época, ele detonou o governador tucano. “É vexaminoso, deprimente, humilhante... Não tinha visto, até então, um candidato à reeleição ficar de fora do segundo turno. O pessoal que comanda o PSDB precisa entender esse recado”. Para ele, Beto Richa não é “um homem de partido. Ele não agiu na defesa do projeto nacional do PSDB”.

Magoado com seu isolamento interno, Alvaro Dias também insinuou que deixaria o PSDB. Alegou que estava “sem espaço” no partido. Ilimar Franco, blogueiro da Globo, publicou na ocasião uma notinha corrosiva: “Inimigo do governador Beto Richa, Dias foi avisado que está fora da chapa para 2014. Ele examina três alternativas: abandonar a política, concorrer a deputado ou mudar de partido, alegando perseguição política”. Pelo jeito, o bravateiro Alvaro Dias, que hoje não goza mais de tanto poder, preferiu se sujeitar novamente ao seu rival com base em algum acordo de bastidor. A valentia sumiu!

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