sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Netinho é a cara do povo, diz líder do MST

Por Altamiro Borges

A coordenação estadual do MST em São Paulo tem realizado reuniões com candidatos de vários partidos de esquerda identificados com a luta pela reforma agrária. Nestes eventos, as lideranças do movimento apresentam em detalhe a pauta de reivindicação dos trabalhadores rurais sem terra no estado e, fazendo política com P maiúsculo, procuram se aproximar dos prováveis parlamentares eleitos para melhor intervir nos futuros debates legislativos.

Nesta quinta-feira (30), o “café da manhã com o MST” teve como convidados os candidatos do PCdoB. A cantora Leci Brandão, candidata a deputada estadual, já é conhecida pelas lideranças camponesas. Ela gravou uma das músicas do primeiro CD dos sem-terra, “Arte em movimento”, e é muito respeitada nos assentamentos e acampamentos espalhados pelo estado. Célio Turino, candidato a deputado federal, também é reconhecido por seu trabalho com os Pontos de Cultura, presentes em vários assentamentos, e recebeu elogios das lideranças rurais.

Parcerias pela reforma agrária

Netinho de Paula, candidato ao Senado, também foi convidado para o “café da manhã”, mas não pode comparecer devido a problemas de última hora. A sua assessoria esteve presente e ouviu e anotou as demandas dos sem-terra. Após o evento, que reuniu mais de 30 militantes, João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do MST, explicou os motivos do convite a Netinho de Paula, candidato do PCdoB que lidera as pesquisas para a disputa das duas vagas ao Senado:

“Não conhecemos bem a trajetória política do Netinho, mas ficamos contentes com seu ingresso no PCdoB, um partido que historicamente sempre lutou pela reforma agrária. Sabemos apenas do seu trabalho junto às comunidades carentes e ele tem muita popularidade entre os sem-terra. O objetivo do convite foi nos aproximarmos mais do novo senador, que enfrentará duras batalhas nesta casa. Para nós, o mais importante é elegermos dois senadores em São Paulo, Marta Suplicy e Netinho de Paula, e fixarmos parcerias para os futuros embates”.

"Aloysio é um quadro da direita"

“Derrotar a direita em São Paulo, derrotar o tucanato, terá forte simbologia no país. O Aloysio Nunes é um quadro da direita não só no estado, mas no Brasil, é um homem do Serra. Também é um grande fazendeiro, pecuarista, na região de Andradina. O MST já ocupou algumas terras irregulares dele na região. Aloysio é da elite, é um inimigo declarado do nosso movimento. Já o Netinho tem a cara do povo, ele é igual ao Lula. A sua eleição pode ajudar o governo Dilma a ser mais ousado na reforma agrária, a manter o dialogo democrático com os movimentos sociais”.

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