quinta-feira, 26 de maio de 2016

Que tal uma cota de extermínio?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O impeachment foi e está sendo uma aliança entre a fome a vontade de comer.

A fome dos corruptos para “estancar a sangria” através do acordão em torno de Michel Temer e a vontade de comer dos “capitalistas rentistas e financistas – os grandes vitoriosos do momento”, como disse Bresser Pereira.

As duas pontas da aliança seguem comandando o baile no governo bicéfalo, que tem uma cabeça a serviço do mercado e outra a serviço da “maioria parlamentar”. Uma servindo à outra, como nesta madrugada em que a maioria passou o trator no plenário aprovando a anti-meta fiscal de R$ 170 bilhões de déficit. Horas antes fora apresentada ao distinto público a mais violenta proposta de arrocho já defendida por um governo. Os decretos do arrocho salarial de Delfim Netto, na ditadura, ficam pálidos diante da ideia de limitar o crescimento da despesa pública à inflação do ano anterior.

Temer e a quitação das contas de campanha

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A primeira semana serviu para o presidente interino acertar as contas menores, loteando o Ministério entre o baixo clero.

Ontem, além do anúncio da flexibilização da lei do pré-sal e das investidas sobre a Previdência Social, começou o acerto das grandes contas, começando pela desvinculação orçamentária para as despesas sociais, o grande avanço civilizatório da Constituição de 1988.

Trata-se de uma disputa histórica em torno do orçamento: os rentistas pretendendo se apossar do orçamento através da dívida pública; e a sociedade, através dos gastos voltados para a melhoria da vida da população.

A lista de retrocessos do governo Temer

Por Kika Castro, em seu blog:

Nem bem começou a era do presidente interino Michel Temer (PMDB) - que foi alçado ao poder após um golpe que afastou por 180 dias a presidente eleita Dilma Rousseff -, e já é possível detectar uma lista de medidas anunciadas ou previstas pelo novo governo que representam retrocesso ao país.

Sabe aquele retrocesso que eu torcia para que não ocorresse? Há uma diferença entre torcida (otimismo) e realidade (cada dia mais pessimista). E, neste post de hoje, quero esmiuçar essa diferença para quem não fez as contas ainda.

Obama disfarça apoio ao golpe no Brasil

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A segunda manifestação de um representante do governo dos Estados Unidos sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff no Brasil não deixa margem a dúvidas. Para Washington, o governo interino de Michel Temer é bem-vindo. Na ausência das esperadas declarações do presidente Barack Obama, desta vez coube ao porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, se pronunciar, durante entrevista coletiva na terça-feira (24), quando foi perguntado sobre o golpe no Brasil e as gravações que derrubaram o recém-empossado e já ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, do PMDB.

Gilmar Mendes precisa de exame antidoping

Por Jeferson Miola

O juiz tucano do STF Gilmar Mendes parece acometido de alguma síndrome de delírio. Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, delírio é um substantivo masculino que significa “1 [psicop] convicção errônea baseada em falsas conclusões tiradas dos dados da realidade exterior, mantida por uma pessoa, ainda que a maioria dos membros do seu grupo pense o contrário e possa provar que está certa” e “2 [psiq] problema mental orgânico reversível, cujos sintomas são: ...., confusão, ilusão, interpretação delirante da realidade, alucinações visuais, auditivas, táteis etc”.

Carta a Cristovam: coadjuvante do Frota?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Senador Cristovam Buarque,

Sempre tive carinho e amizade pelo senhor e sei que a recíproca sempre foi verdadeira nos muitos anos em que convivemos no PDT.

Sei também das mágoas que guarda em relação ao PT e a Lula. Todos sempre temos algumas e benditos aqueles que conseguem praticar os versos da Violeta Parra e deixam que o amor – e as causas são amores, não são? – nos “aleje tão dulcemente de rencores y violencias”.

O porta-voz de Temer no jornal O Globo

Moreno e Temer: um vazamento lava o outro
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma coisa de que Michel Temer jamais precisará é de um porta voz. E, dentre todos os advogados na imprensa oficial, e não são poucos, um militante se destaca: o colunista Jorge Bastos Moreno, do Globo.

Moreno é o chamado “ministro das boas notícias”, como o padrasto de Hamlet, outro usurpador, apelidou Polônio. Puxa-saco de primeira hora, ele mora no Twitter, onde se dedica a mostrar que o golpe não é golpe.

"Fora Temer" e os contornos da resistência

Foto: Max Vilela/Jornalistas Livres
Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Após o afastamento de Dilma Rousseff, a esquerda segue dividida em relação às estratégias de resistência e os rumos a seguir. Alguns setores voltam a defender a convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política. Outros pregam a antecipação das eleições para presidente, com ou sem a renovação dos mandatos parlamentares. Há ainda aqueles que acreditam numa reversão do cenário no Senado, e puxam o coro “Volta, Dilma”. Apesar da aparente desorientação da nova oposição, o açodamento e as trapalhadas do novo governo contribuíram para a consolidação de uma bandeira comum: “Fora, Temer”.

Retrocesso e ameaça à democracia


quarta-feira, 25 de maio de 2016

Serra presenteia o pastor da Lava-Jato

Por Altamiro Borges

Guindado ao posto de ministro das Relações Exteriores do governo golpista, o grão-tucano José Serra está em plena campanha para viabilizar a sua candidatura presidencial em 2018 – pelo PSDB, PMDB ou outra sigla de aluguel. Só isto explica sua postura agressiva e narcisista desde que tomou posse no Itamaraty, na semana passada. Ele já divulgou inúmeras notas contra os “governos bolivarianos” da América Latina, declarou que reorientará a política externa brasileira – contrapondo-se aos Brics e à integração regional e privilegiando as relações com os falcões dos EUA –, e viajou para a Argentina para firmar uma parceria com o neoliberal Mauricio Macri – sendo recebido com vaias e bolinhas de papel.

Frota dará consultoria em educação?

Por Altamiro Borges

A sacanagem tomou conta de vez do bordel golpista do Judas Michel Temer. Nesta quarta-feira (25), o ministro da Educação, o demo Mendonça Filho, recebeu em seu gabinete o ator-pornô Alexandre Frota. Ele estava acompanhado de outra sumidade intelectual, o fascistoide Marcelo Reis, mercenário da seita Revoltados Online. A audiência em Brasília logo virou motivo de chacota nas redes sociais. Até a coluna de Lauro Jardim, no insuspeito O Globo, ironizou a visita: "Mendonça Filho acaba de receber no ministério um dos mais importantes nomes da educação e da cultura brasileiras: Alexandre Frota. Frota, ele mesmo, o ator-ogro, levou ao ministro propostas para o ensino nacional".

Temer vai liberar a jogatina no Brasil

Por Altamiro Borges

Além de cortar programas sociais, reduzir investimentos na saúde e educação e elevar a idade das aposentadorias, entre outras maldades contra os brasileiros, o Judas Michel Temer parece ter outra obsessão. Por razões ainda desconhecidas, o presidente “interino e ilegítimo” está decidido a legalizar a jogatina no Brasil. Sem maior escarcéu na mídia chapa-branca, algumas notinhas dão como certa a legalização dos chamados “jogos de azar”. Vários ministros do governo golpista já estão em campo para viabilizar a controvertida medida. Uma reportagem da insuspeita Época, porém, talvez explique este apego doentio ao tema. “Documento do SNI apontou a relação de Temer com o jogo do bicho”, estampa o título.

“Michel é Cunha”, disse Jucá. E agora?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A informação decisiva do diálogo Romero Jucá x Sérgio Machado encontra-se num trecho que você irá ler a seguir:

- Só o Renan que está contra a essa porra. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha.' Gente, esquece o Eduardo Cunha, está morto, morto, porra.'"

Sérgio Machado acrescenta, em tom de concordância: "É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional."

Jucá explica: "Com o Supremo, com tudo."

Cadê os paneleiros hipócritas e mentirosos?

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Apoiar quem está no governo é extremamente penoso, a menos que você esteja entre os que são beneficiados pessoalmente por seu governismo. Como esse nunca foi o caso deste blogueiro – tanto nos governos do PT como nos anteriores –, estou amando ser oposição de novo, em um momento em que os ex-oposicionistas têm que mostrar a que vieram.

Ser governo implica em o governista ter que explicar por que defende aquele projeto político-administrativo – e, convenhamos, durante 11 dos 13 anos de governos do PT nunca foi muito difícil explicar meu apoio aos governos Lula e Dilma.

Jucá, escudeiro de Temer, confessa o golpe

Editorial do site Vermelho:

"Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer]. (...) É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional”, diz Sérgio Machado. E o senador Romero Jucá responde: “Com o Supremo, com tudo”. Machado conclui: “Com tudo, aí parava tudo. ”

É como se dissessem: chama o Temer para nos salvar da Lava-Jato – este é o resumo da conversa telefônica entre Sérgio Machado (presidente da Transpetro entre junho de 2003 e evereiro de 2015) e Romero Jucá (PMDB/RR), senador que até ontem ocupava estratégico ministério do Planejamento do governo golpista.

O governo clepto-plutocrata de Cunha/Temer

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

Desde o desfecho do golpe efetivado em 12 de maio o país assiste a tudo o que as forças progressistas vinham afirmando:

- ilegalidades (a começar pelo próprio golpe, além de inumeráveis atos que ferem a Constituição e legislações dela decorrentes);

- ilegitimidades (origem não eleita do “novo-velho governo” com partidos derrotados nas eleições “governando”. Além do mais, o regime “parlamentarista” de Cunha/Temer foi derrotado pelo voto popular em duas ocasiões no país);

- imoralidades (réus e investigados de um sem-número de crimes tomando de assalto o poder do Estado );

Jornal Nacional foi negociado com Temer

Por Renato Rovai, em seu blog:

O Jornal Nacional de ontem [23] foi fruto de uma intensa negociação, é o que revela uma fonte do blogue.

O áudio da conversa entre Romero Jucá e Sérgio Machado fez com que os luas pretas da Central Globo de Jornalismo trocassem inúmeras mensagens e realizassem uma reunião de emergência logo cedo.

A primeira decisão foi esperar para ver qual seria a repercussão. E pela manhã tanto a GloboNews quanto o G1 trataram do assunto de forma suave e sem muito destaque.

Os golpistas mostraram a que vieram...

Por João Pedro Stedile, no jornal Brasil de Fato:

Bastaram algumas horas ou dias para o governo provisório dos golpistas assumirem seus postos para já mostrarem a que vieram, com a composição do ministério, os planos anunciados e as declarações públicas.

O senado afastou apenas temporariamente a presidenta Dilma Roussef e empossou provisoriamente o sr. Michel Temer. Segundo alguns juristas, a rigor, pela Constituição, o vice-presidente não poderia nem mudar o ministério. Apenas deveria tomar os atos administrativos até que se julgue o mérito. Mas a última coisa que os golpistas e o conivente STF (Supremo Tribunal Federal) estão fazendo é respeitar a Constituição. Agora vale tudo. Como disse Lula, é como se você fosse viajar e deixasse sua casa aos cuidados de alguém provisoriamente, e ele vendesse e alterasse tudo lá de dentro.

A ação contra a ingerência de Temer na EBC

Do site do FNDC:

O FNDC ingressou com ação civil pública com pedido de liminar cancelando a exoneração do então diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Ricardo Melo. A ação foi proposta à Justiça Federal, em Brasília, nesta segunda-feira (23/5), e sustenta que a demissão do executivo, nomeado pela presidenta Dilma Rousseff no dia três de maio, fere a autonomia do sistema público de comunicação e o direito difuso à informação por meio de um sistema público independente de governos.

Relógio de Janot mostra precisão política

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Há algum tempo o Brasil já sabe que tanto o procurador-geral Rodrigo Janot como o juiz Sergio Moro acertam seus relógios com o tempo político.

Esta cronometria reaparece agora na divulgação da gravação da conversa entre o senador e ex-ministro Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado. A conversa expõe a trama do impeachment como operação destinada a produzir, com a troca de Dilma por Temer, as condições para um acordão para estancar a “sangria” da classe política pelas investigações da Lava Jato. A conversa foi gravada no início de março e chegou no mesmo mês às mãos de Janot. Ele não se incomodou com o que ouviu, inclusive com este trecho em que Jucá diz a Machado: "Se é político, como é a política. Tem que resolver esta porra (sic). Tem que mudar o governo para poder estancar esta sangria."