segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Um golpe com sangue nos olhos

Por Flávia Martinelli, no site dos Jornalistas Livres:

Começou com sangue nos olhos. Um globo ocular dilacerado, cego e, por uma dessas ironias amaldiçoadas, esquerdo. Deborah Fabri, a estudante de 19 anos atingida por estilhaços de bala na primeira manifestação depois do golpe, foi perfurada em muito mais do que em seu direito de se manifestar. Figura de linguagem já não cabe mais na retórica da repressão inaugurada pelo golpista.

Houve também uma câmera fotográfica destroçada. A quantidade pedaços quebrados denuncia a ira do arremesso. E, ainda, centenas de olhos inflamados por spray de pimenta. Choro de gás e de inconformidade. “Mão na cabeça e cara virada pro muro, filho da puta! Olha pro chão, vândalo do caralho!”, é a clássica ordem de prisão policial da tropa de Geraldo Alckmin. E não dá para esquecer do olhar dos refletores do poder.

Temer: ou não governa ou cai!

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Com a consumação do impeachment de Dilma sem crime de responsabilidade e com a violação da Constituição, o que caracteriza o golpe, o país se encaminha para uma perigosa e irresponsável aventura política cuja desfecho é imprevisível. Mesmo que a democracia brasileira seja jovem, padecendo de enfermidades de nascença e muito imperfeita, não se pode brincar de democracia violentando a soberania popular e caçando 54 milhões de votos.

"Dona Folha" não sabe mais contar?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

“Milhares”, segundo a Folha de S. Paulo, participaram do protesto deste domingo contra Temer e a favor de novas eleições presidenciais. “A PM não fez estimativas do número de manifestantes, assim como não fizera anteriormente”, disse ainda o jornal paulista. Mas seu instituto de pesquisas, o Datafolha, “anteriormente” fazia estimativas do número de participantes dos protestos contra Dilma e a favor do impeachment, e algumas vezes eles até conflitaram com os números da PM ou com os dos organizadores. Agora, o Datafolha ficou de folga no domingo e não foi conferir quantas quantos eram “os 40 ou 50 que quebram carro”, no dizer de Temer.

O que levou Lauro Jardim a ser alcagueta?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Conheço Lauro Jardim. Levei-o para a revista Exame, de onde ele saiu para a Veja, e depois para a Globo.

É um bom cara. Não fosse, não o teria contratado. Ou o teria demitido logo. Caráter sempre foi um requisito indispensável nas equipes que montei ao longo de 25 anos como editor de revistas.

Lauro está longe de ser um canalha fundamental, como Diogo Mainardi ou Reinaldo Azevedo.

Tudo isso dito, pergunto: o que teria acontecido com o bom, sorridente Lauro para cometer uma barbaridade como a publicação do endereço em que Dilma vai morar no Rio de Janeiro?

A mídia golpista e a repressão ao povo

Editorial do site Vermelho:

A imagem da televisão era reveladora e constrangedora. Uma equipe de reportagem da Globo News acompanhava, ao vivo, em São Paulo a repressão à manifestação ocorrida, na noite do fatídico dia 31 de agosto, contra o golpe. Protegido pela tropa de choque da PM, o repórter narrava o empenho dos manifestantes em escapar da "caçada policial" pelas ruas do centro da capital paulista. E bradava: são “arruaceiros” e “baderneiros”.

"Diretas Já" farão tremer o chão de Temer

Por Bepe Damasco, em seu blog:                      

Não adianta criminalizar as manifestações do Fora Temer que ocorrem em todo o país, como fazem os jornalões a serviço da plutocracia. Tampouco as porradas da polícia fascista de Alckmin afastarão os patriotas das ruas. A repressão brutal e criminosa chegou até a cegar uma jovem manifestante. Mas quem está do lado certo da história não esmorece.

Ao contrário, a violência do Estado contra cidadãos, coisa típica de regimes de exceção como o que vivemos, terá o condão de engrossar cada vez mais os protestos. E da paisagem das ações de resistência democrática já brotam as faixas e palavras de ordem com potencial para unificar os progressistas, por um lado, e provocar um terremoto sob os pés dos canalhas que roubaram 54 milhões de votos: Diretas Já.

Mídia construiu a narrativa do golpe

Por Ivana Bentes, no site The Intercept Brasil:

Eis que a profecia autorrealizável se cumpriu. “PT deixa o governo após 13 anos” é a frase-slogan de triunfo de um grupo político 4 vezes derrotado nas eleições e estampado neste 31 de agosto de 2016 no site da Globo, deixando claro o que estava em jogo no impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A operação jurídico-midiática que viabilizou o impeachment também explicitou um fato sabido: o negócio da mídia brasileira não é jornalismo e nem notícias, é construção de crise, instabilidade e “normalidade”. É o que podemos chamar também de novelização das notícias e uma tentativa exaustiva de “direção de realidade”.

Marcela, a Maria Antonieta do Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Um dia após a consumação do golpe no Brasil, o jornal suíço “Tagesanzeiger” ironiza o mais famoso ‘conto de fadas’ brasileiro: Die brasilianische Marie Antoinette.

Marcela Temer é comparada à rainha francesa Maria Antonieta, cujos hábitos extravagantes, de luxo e riqueza, contrastavam com a miséria a que o povo fora submetido.

Filha do imperador Francisco I, Maria Antonieta se casou com Luís XVI aos 14 anos. A ideia era fortalecer a aliança franco-austríaca.

Assim se constrói um novo consenso

Por Priscila Figueiredo, no site Outras Palavras:

Na edição do Jornal da Globo da última quarta-feira, quando a votação dos senadores decidiu pelo impeachment de Dilma Rousseff, William Waack surgiu como tendo tirado um grande peso das costas. Não só ele, na verdade. A sua locução mais tarde, no bloco tradicional dos gols da rodada, continuaria naturalmente a tonalidade do bloco político. O céu se abriu no jornal e quase sem nuvens seguiria no programa seguinte, com Jô Soares e sua bancada agora de seis moças, risonhas e concertadas. Não se percebia nem sinal de rivalidade ou outra dissonância - estavam todos eram indignados com o fatiamento da votação pelo ministro Lewandovsky: “A Constituição de 88 foi rasgada!”, dizia o humorista. 

O jornalismo barnabé e o golpe

Por Mario Vitor Santos, na revista CartaCapital:

Este golpe não aconteceria sem a liderança da mídia. Ela foi a protagonista de primeira hora. Desde cedo, os jornais se incomodavam com o que consideravam “fraqueza” da oposição aos governos petistas e se dispuseram assim a substituí-la.

Para a ruptura institucional de agora, a mídia foi mais importante do que Eduardo Cunha. Antes de Cunha reunir as condições para desatar o impeachment, a mídia já tinha cerrado fileiras, engatado o revezamento de esforços complementares.

O show de horrores da GloboNews

Por Renato Rovai, em seu blog:

O golpista Michel Temer desafiou a ruas e as manifestações de hoje em todo o Brasil foram imensas. A de São Paulo, segundo relatos dos colegas que lá estiveram, contou com mais de 100 mil pessoas.

Saiu da Avenida Paulista, desceu a Rebouças e foi terminar no Largo da Batata. A GloboNews não cobriu nada do protestos. Deu imagens sempre controladas, mostrando espaços vazios, fachadas de prédios e num dado momento concentrou as cenas num caixão, que segundo o repórter, era o de Temer.

Nada de muita gente, nada de planos abertos, nenhuma entrada com mais de 1 minuto.

Aviso a Michel Temer: a luta continua

Foto: Mídia Ninja
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Estive na tarde de ontem na avenida Paulista, onde participei da concentração em frente ao Masp. À noite, acompanhei de carro uma imensa passeata pela Rebouças que fez o trajeto da Paulista até o Largo da Batata. Um colega que assistiu a passagem dos manifestantes de cima de um viaduto calcula que o cortejo prolongou-se por duas horas e acredita que pelo menos 100.000 pessoas desfilaram perante seus olhos. Os organizadores fazem o mesmo cálculo. Numa reação sintomática, a Policia Militar preferiu não revelar sua estimativa. Ficou feliz em dar porrada, quando o protesto já estava terminado e calmo.

domingo, 4 de setembro de 2016

Quem ordenou a covarde violência da PM?

Fotos: Eduardo Figueiredo / Mídia NINJA

Por Altamiro Borges

Durante três horas, mais de 100 mil pessoas caminharam pacificamente neste domingo da Avenida Paulista até o Largo da Batata na marcha pelo "Fora Temer". Não houve qualquer ato de violência ou vandalismo. Pelo contrário, os próprios manifestantes ajudaram a desviar os carros - já que o governo não acionou seus fiscais de trânsito, como sempre fez nos atos golpistas pelo "Fora Dilma". A marcha ocorreu na maior tranquilidade e alegria, inclusive com o criativo refrão: "Que coincidência. Não tem polícia e não tem violência".

Fora Temer! Fotos de SP e RJ

São Paulo


Michelzinho acertou: 40 pessoas na Paulista

Por Altamiro Borges

O usurpador Michel Temer não sabe fazer contas e ainda é um provocador incompetente. Na semana passada, várias manifestações contra o "golpe dos corruptos" sacudiram o país. Diante dos protestos, o arrogante afirmou que os atos tinham reunido umas "40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso" e que tinham sido organizados por "grupos inexpressivos". A resposta à bravata do Judas foi dada neste domingo (4) em São Paulo. Mais de 100 mil pessoas lotaram a Avenida Paulista e caminharam até o Largo da Batata por mais de três horas. O usurpador poderia pedir ao seu filho, o Michelzinho - que tem sete anos, mas já acumula uma fortuna de R$ 2 milhões - para fazer as contas da próxima vez.

Tio Sam abençoa o capacho Temer

Por Altamiro Borges

A presença do usurpador Michel Temer na reunião do G20, na China, não conseguiu alterar o quadro de isolamento internacional do covil golpista. Segundo o noticiário, o Judas foi tratado com frieza diplomática pelos outros chefes de Estado. Entreguista convicto, ele prometeu maiores privilégios aos investidores estrangeiros, com a privatização de estatais e novos contratos de concessão. Mas a oferta parece que não seduziu os "parceiros", desconfiados de que sua gestão não vai durar muito tempo. Na mídia nativa, que faz um baita esforço para blindar o golpista, a notícia com maior impacto nas redes sociais foi sobre sua ida a uma loja de sapatos. O Jornal do Brasil registrou a cena neste domingo (4):

Verissimo: Cara, cheiro e penteado de golpe

Por Altamiro Borges

O escritor Luis Fernando Veríssimo, um dos mais lidos no Brasil, nunca se curvou diante dos desejos dos barões da mídia - diferentemente de outros "imortais" da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da imprensa golpista, como os subservientes Ferreira Gullar e Carlos Heitor Cony. Na edição do jornal O Globo deste domingo (4), ele volta a espinafrar o "golpe dos corruptos" desfechado pelo tribunal de exceção do Senado na semana passada. Vale conferir a sua deliciosa crônica:

Joaquim Barbosa desnorteia os ‘midiotas’

Por Altamiro Borges

Até recentemente, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, era o herói dos "midiotas". Os manifestantes que saíram às ruas para rosnar contra Lula, Dilma e as esquerdas chegaram a cogitar o seu nome para presidente da República. Idolatrado pela imprensa golpista, ele foi capa de inúmeras edições da Veja - inclusive com o famoso título de "O menino pobre que mudou o Brasil". Por vários meses, durante o julgamento do chamado "mensalão petista", o ex-ministro foi manchete dos jornalões e motivo de excitação dos "calunistas" da tevê. Nas últimas semanas, porém, Joaquim Barbosa desnorteou os "midiotas", os que seguem acriticamente a mídia manipuladora.  

sábado, 3 de setembro de 2016

O estranho assessor de Temer sumiu!

Por Altamiro Borges

Na semana retrasada, o repórter Rubens Valente - autor do excelente livro "Operação Banqueiro" - publicou na Folha mais um dos seus furos jornalísticos. "Uma fundação do PMDB repassou, ao longo do ano passado, R$ 240 mil ao hoje secretário especial de comunicação do governo interino, Márcio Freitas. No mesmo período, ele recebeu salário como assessor de Michel Temer na vice-presidência da República. Pagamentos mensais de R$ 20 mil foram feitos pela Fundação Ulysses Guimarães à empresa Entretexto Serviços, da qual Freitas é sócio-proprietário".


A derrubada da classificação indicativa

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Política bem sucedida e que costuma gerar consenso na sociedade, a regra que obriga as emissoras de televisão a veicular conteúdos respeitando o horário estabelecido pela Classificação Indicativa não existe mais. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (31), que o mecanismo é inconstitucional e impõe “censura prévia” à programação.

A decisão vai na contramão da luta de organizações da sociedade civil, que chegaram a lançar, no início do ano, a campanha Programa adulto em horário adulto. “Trata-se de um enorme retrocesso”, avalia Renato Godoy, pesquisador do Instituto Alana. “A leitura feita pelo STF coloca interesses econômicos sobre os direitos da criança, privilegiando uma suposta liberdade de expressão que, na verdade, nunca esteve em xeque”.

Golpe contra a América do Sul

Por Martín Granovsky, no site Carta Maior:

Os escravocratas ganharam outra vez no Brasil. O golpe triunfou. O Senado acaba de limpar o caminho e, sem Dilma Rousseff como estorvo, já não restam obstáculos institucionais. Michel Temer pode subir ao palco para fazer o dueto com Mauricio Macri. A América do Sul, agora sim, mudará decididamente o seu rumo.

É verdade que Michel Temer já havia começado a trilhar o caminho neoconservador, desde que assumiu como presidente interino, em maio. Dois exemplos disso são os projetos para ampliação da terceirização e as medidas de ajuste fiscal ao estilo europeu adotadas em série, sem medo de deixar um rastro de vítimas sociais. Após a votação do Senado, Temer passou a ser presidente em exercício, com mandato até 31 de dezembro de 2018. Foi assim, através de um golpe, que a elite brasileira consagrou um tipo de governo que, na Argentina – e é importante destacar essa diferença essencial – chegou ao poder pela vontade de uma maioria eleitoral.

A lambança em dobro na EBC

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Na pressa em sepultar o projeto de desenvolvimento da comunicação pública, o governo cometeu uma segunda lambança ao tratar da Empresa Brasil de Comunicação, a EBC. Baixou medida provisória que desfigura a empresa, tirando de seus canais a natureza pública e independência, mas teve que recuar da exoneração de Ricardo Melo da presidência. Como eu havia dito logo que divulgadas as decisões pelo Diário Oficial, a nomeação de Ricardo não deixou de ser ato jurídico perfeito por conta desta MP. O mandato deixa de existir para o futuro mas a lei não retroage para cassá-lo. Advertido pelo STF, o governo revogou a exoneração horas depois.

STF derruba a classificação indicativa

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

As emissoras de televisão receberam nesta quarta-feira (31) o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para veicular em qualquer horário da grade programas sem diferenciação do público. Para a corte basta inserir o caractere com a classificação indicativa. “Ou seja, agora as tevês podem exibir conteúdos impróprios ao meio dia”, afirmou Renata Mielli, coordenadora Geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Senado toma decisão que inocenta Dilma

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A decisão do Senado Federal de sancionar a lei 13.362/2016 que altera regras para remanejar o orçamento (http://migre.me/uT3LX) cria elementos concretos para a anulação do impeachment.

Dois dias após a condenação de Dilma Rousseff por suposto crime administrativo - pela assinatura de decretos orçamentários -, o Senado flexibilizou as regras para abertura de créditos suplementares sem necessidade de autorização do Congresso.

Ne legislação penal vale o princípio de que a nova lei mais benéfica apaga a pena do réu. Denomina-se de "abolitio criminis", retroagindo quando em benefício do réu.

O crime de responsabilidade de Alckmin

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

Auditores fiscais do estado de São Paulo entraram ontem (1º) no Ministério Público do Estado de São Paulo com uma ação popular contra o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) por fraudes em operações de crédito. Se confirmados, os atos configuram crime de responsabilidade, implicando rombo futuro no patrimônio público para “maquiar” as contas, inflando o orçamento de curto prazo do estado.

“Se confirmado, isso configura crime de responsabilidade dos secretários e de quaisquer entes do governo que tenham parte nisso. Agora, cabe ao Ministério Público analisar. Para nós, as operações alteram o balanço, o orçamento do estado de forma fraudulenta”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp), o auditor fiscal Gláucio Honório.

Fim da CLT: bandeira ideológica do golpe

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

De uma perspectiva histórica, é possível perceber uma evolução que trouxe a relação entre capital e trabalho, engrenagem básica da sociedade capitalista, para um patamar menos truculento. Na Inglaterra do início do século XIX, que emergia como a grande potência econômica do planeta, os trabalhadores - incluindo crianças - eram acorrentados às máquinas e trabalhavam 14, 16 horas por dia. Embora de maneira não linear e com muitos refluxos, chegamos ao século XXI com muitos avanços. Devemos muito de tudo isso às ideias marxistas. A pressão da experiência socialista, enquanto durou, emprestou ao sistema capitalista uma lógica menos selvagem. O liberalismo, com sua postura de representar apenas os interesses de uma classe emergente - a burguesia -, foi substituído por projetos que pretendiam representar toda a sociedade. O impasse era simples: ou o capital balanceava melhor sua relação com o trabalho, ou este, embalado pelos ventos que sopravam de Moscou, implodiria o sistema.

Temer está acuado. É um perigo!

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Michel Temer não tem a legitimidade do voto.

Não tem a hegemonia das forças políticas.

Não tem apoio público e, pior, a sua rejeição só faz crescer e ficar mais aguda.

Tem a mídia, mas não muito, porque esta está prontíssima a exigir, e já, o “serviço” de detonar os direitos sociais.

Radicalidade e unidade contra as ratazanas

Por Bepe Damasco, em seu blog:                              

Consumada a infâmia do golpe de estado, a única forma que a resistência democrática tem de expressar solidariedade à presidenta Dilma à altura do que ela merece, e na proporção adequada ao bárbaro crime contra o regime democrático, é a radicalização das lutas e a unidade de todo o campo progressista.

Violentada, a consciência democrática da sociedade já disse ao que veio logo nas primeiras horas depois do ato de vilania cometido pelos senadores, ocupando as ruas das principais capitais do país, praticamente de forma espontânea, já que não houve tempo paras as entidades organizarem essas manifestações.

Temer: a economia não salvará a política

Por Ricardo Carneiro, no site Brasil Debate:

A consumação da ruptura constitucional, com o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff põe em destaque uma questão crucial, da qual depende o futuro imediato do Brasil: pode o Governo Temer dar certo? Poderá ele equacionar as graves distorções e ineficácia do sistema político-eleitoral e, ainda, promover a retomada do crescimento econômico em patamar razoável e sustentado, compatível com a redução do desemprego e aumento da renda da população brasileira?

Lula articula frente ampla de oposição

Por Lu Sudré, na revista Caros Amigos:

Enquanto o processo de impeachment de Dilma Rousseff se consolidava, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já iniciava suas articulações por uma frente ampla de oposição ao governo Temer, que além de partidos, deverá reunir e ser apoiado por sindicatos, movimentos de esquerda, intelectuais e artistas.

Lula conversou sobre a proposta de frente ampla com Carlos Lupi, presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT), e também com líderes do Partico Comunista do Brasil (PC do B). O ex-presidente sugeriu uma reunião conjunta entre os aliados, que deve acontecer depois do feriado da Independência, em 7 de setembro. Ainda, segundo Lupi, para Lula, o ex-ministro Ciro Gomes é potencial candidato para representar a frente nas eleições de 2018.

Folha e Estadão pedem mais repressão

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Dois dias depois de uma estudante perder a visão de um olho por conta de mais uma ação truculenta da PM de São Paulo, a Folha publica um editorial com o título 'Fascistas à solta'.

Crítica à repressão violenta às manifestações, típica de ditaduras e regimes fascistas?

Lógico que não.

Afinal, a Folha, assim como a Globo, apoiou a ditadura.

Golpe e a luta pela democratização da mídia

Por Renata Mielli, no site do FNDC:

A doutrinação diária dos meios de comunicação hegemônicos no Brasil, realizada sistematicamente nos últimos 13 anos, reuniu alguns elementos que levaram à consumação do golpe deste dia 31 de agosto. O aprofundamento da criminalização dos movimentos sociais, as denúncias seletivas de corrupção contra o PT e suas lideranças, e a criação de uma nova ameaça comunista na América Latina, representada pelos governos bolivarianos e pelo Foro de São Paulo, resultaram numa mistura explosiva que cindiu a sociedade e fez emergir dos subterrâneos as piores manifestações do fascismo que estavam adormecidas no país.

O ódio aos pobres nas redes sociais

Da revista Fórum:

A aversão que parte das elites brasileiras carrega contra pobres e contra as políticas sociais dos governos petistas que beneficiaram os menos favorecidos está sendo exposta de forma maciça no Twitter desde a manhã desta quinta-feira (1), um dia após a concretização do golpe parlamentar que destituiu a presidenta eleita Dilma Rousseff.

Os marajás do Judiciário e do MP

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Quando estava no poder, Dilma Rousseff reuniu-se certa vez com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para conversar sobre a crise política, mas o convidado só queria falar de aumento de salário do Judiciário. No comando do julgamento da petista no Senado, o ministro aproveitou para pedir por lá a aprovação de uma lei de reajuste para o STF.

O comportamento de Lewandowski, que pelo cargo simboliza o Sistema de Justiça (Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Advocacia Geral da União), dá vida a um diagnóstico feito pelo sociólogo Jessé Souza. O Brasil, segundo ele, tem hoje um “aparelho jurídico-policial” bastante ativo na defesa de interesses corporativos. Uma casta jurídica, diz, “composta pelos verdadeiros marajás do Estado brasileiro” e peça valiosa no impeachment.

Sem exagerar nas ilusões

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país indignado diante da deposição de Dilma, num processo vergonhoso que a maioria dos brasileiros imaginava pertencer aos arquivos de uma história tumultuada e lamentável, convém não cultivar ilusões exageradas a respeito do caráter benigno do golpe de 31 de agosto de 2016. Os antecedentes ajudam a entender o que quero dizer.

A reação padrão ao golpe de 1964 foi do próprio João Goulart, o presidente deposto. Convencido de que seria uma iniciativa passageira, Jango deixou o país certo de que logo estaria de volta. Só pode retornar num caixão. em 1976. O regime militar durou 21 anos, se você considerar que a posse do civil José Sarney, escolhido por regras criadas pela ditadura, marcou o início da democracia. Ou 25, se você definir a eleição direta para a escolha de presidente da Republica, realizada em 1989, como o marco divisório.

A prova monumental do golpe

Por Jeferson Miola

Os golpistas venceram a batalha do impeachment fraudulento no Senado, mas perderam a guerra da narrativa do golpe.

A condenação ao golpe é mundial. No mundo inteiro o golpe é denunciado como sendo, no mínimo, uma tremenda farsa, um crime; uma trama conspirativa arquitetada para derrubar uma Presidente inocente, sem amparo na Constituição do país.

O mundo civilizado se horroriza com a fotografia da matilha misógina, corrupta, homofóbica, racista e anti-popular que tomou de assalto o poder para fazer o Brasil regredir séculos, se distanciar das grandes conquistas democráticas e civilizatórias da humanidade.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Vinte senadores golpistas estão na Lava-Jato

Por Altamiro Borges

E ainda tem “midiota” – a pobre figura manipulada cotidianamente pela imprensa – que acredita que o impeachment da presidenta Dilma, aprovado no tribunal de exceção do Senado neste fatídico 31 de agosto de 2016, foi desfechado para salvar o Brasil da corrupção. Haja inocência, burrice ou cinismo! O Jornal do Brasil desta quinta-feira (1) traz um levantamento que mostra que 20 dos 61 senadores que votaram no golpe já foram citados na midiática Operação Lava-Jato, que apura a roubalheira na Petrobras. Outros senadores metidos a éticos estão envolvidos em outros crimes. Vale conferir a lista dos falsos moralista:

‘Empossado’, Temer mostra garras ditatoriais

Por Altamiro Borges

O usurpador Michel Temer não se enxerga mesmo. Sem voto - até como candidato a deputado federal ele ficou duas vez na suplência nos três pleitos em que disputou - e sem qualquer legitimidade - o seu partido, o PMDB, chega ao Palácio do Planalto pela terceira vez sem nunca ter vencido uma eleição presidencial -, o Judas ainda acha que está com a bola toda. Logo após ser "empossado" no colégio eleitoral do Senado, nesta quarta-feira (1), ele saiu dando broncas, todo arrogante, mostrando as suas garras autoritárias. Segundo a mídia chapa-branca, até os seus capachos se surpreenderam com o tom. De "vice decorativo", Michel Temer parece querer virar o novo ditadorzinho do Brasil.

O obituário da democracia brasileira

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

Filha de mulheres e homens que dedicaram seu sangue e suas vidas à luta contra o autoritarismo, renasceu em 1985: processo de parto intenso que marcaria seu destino.

Objeto de ataques, teve infância complicada. Apesar das promessas em sua certidão de nascimento – a Constituição de 1988 -, passou por diversas crises.

Na década de 90, passou por um período de estabilidade a duras penas. Como resultado, viu o aumento do desemprego e a piora das condições de vida.

Cinco motivos para gritar "é golpe"!

Por Ana Luíza Matos, Guilherme Mello e Pedro Rossi, no site Carta Maior:

1- Não houve crime de Dilma

Talvez o maior motivo para gritar golpe é o fato de que só pode haver impeachment de um governante caso ele tenha cometido crime de responsabilidade. Ao contrário do que muitos foram levados a acreditar, Dilma não foi julgada por atos de corrupção. Diga-se de passagem, ela nunca foi acusada de tais atos, ao contrário dos que a julgaram, como bem apontou quase toda imprensa internacional (http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,ny-times-impeachment-e-liderado-por-politicos-acusados-de-corrupcao,10000026184 ). Também não foi julgada por ter feito um mau governo, até por que esse fato se corrige nas urnas, não através de impeachment.

A preservação dos direitos políticos de Dilma

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A deposição de Dilma do cargo de presidente era certa. Surpresa, especialmente para Michel Temer, para o PSDB e o DEM, foi a decisão de cassá-la sem lhe retirar os direitos políticos que a inabilitariam para quaisquer funções publicas, eletivas ou não. Temer estrilou, PSDB e DEM falaram até em romper com o governo, o partido Solidariedade promete recorrer ao STF. Tucanos e democratas desistiram disso. Queriam Dilma banida da vida pública. Agora ela os incomodará como uma importante líder da oposição, ao lado de Lula. São diferentes os motivos de Temer e os deles para a grande contrariedade com a decisão do Senado.

Senado deu salvo conduto ao suspeito Temer

Por Marcelo Auler, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em 1996, o delegado de Polícia Federal Roberto Jaureguiber Prel Júnior, através de um habeas corpus, conseguiu trancar uma ação penal em que ele era acusado de torturar Carlos Abel Dutra Garcia – um crime que até hoje o único punido foi a própria vítima.

Na época, a então juíza da 13ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Maria Helena Soares Reis Franco, já falecida, advertiu-o com um recado: “O senhor livrou-se da Ação Penal, mas jamais se livrará da dúvida que o acompanhará o resto da vida. Gostaria de vê-lo provar a inocência no curso da ação. Não livrar-se dela deste jeito”.

Resistir em defesa da democracia e do Brasil

Editorial do site Vermelho:

Grave e profundo atentado contra a democracia, o povo e o Brasil foi cometido nesta quarta-feira (31) pela maioria do Senado que aprovou o golpe contra a presidenta constitucional Dilma Rousseff.

A Constituição determina que um presidente da República terá seu mandato interrompido apenas se for comprovado que ele cometeu crime de responsabilidade. Esse crime não foi cometido por Dilma Rousseff, como ficou demonstrado à exaustão durante todo o processo golpista.

A violência deste golpe afronta a democracia e coloca o Brasil de novo na rota do autoritarismo, da eliminação de direitos sociais, políticos e econômicos conquistados pelo povo brasileiro. Ao mesmo tempo beneficia os mais ricos, a especulação financeira e o imperialismo perante o qual os golpistas colocam o Brasil novamente de joelhos. Esta marca indelével dos que tomaram o poder sem a aprovação do voto popular os levará a figurarem de maneira desonrosa e vexatória na história.

A grande noite da humilhação nacional

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O desafio é explicar um golpe que tem, na ponta da fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) personagens como Aroldo Cedraz e Augusto Nardes, na ponta política, Michel Temer, Romero Jucá, Eduardo Cunha, Aécio Neves e José Serra todos envolvidos em inúmeras denúncias de irregularidades e de uso político indevido do cargo. E, na ponta processual o Procurador Geral da República Rodrigo Janot e o Ministério Público Federal, na ponta jurídica Gilmar Mendes e Dias Toffoli falando em nome da moral e dos bons costumes.

'Anuncia-se uma fase de baixa na economia'

Por Helder Lima, na Rede Brasil Atual:

“Essa vitória do impeachment e a ascensão do governo de Michel Temer se reconecta com as forças neoliberais dos anos 1990 e anuncia uma fase de retrocesso nos direitos sociais e trabalhistas que foram estabelecidos pela Constituição de 1988”, disse o economista e candidato à prefeitura de Campinas Marcio Pochmann (PT) hoje (31), ao comentar o resultado da votação do impeachment no Senado que aprovou a cassação do mandato de Dilma Rousseff. Para o economista, governo e Congresso Nacional agora partem para os ataques a esses direitos.

"El dia triste”: o golpe parlamentar

Por Leonardo Boff, em seu blog:

E aconteceu, que naqueles dias, sicários se travestiram de senadores, em grande número, não todos, e decidiram atacar uma dama honrada e incorruptível que lhes cortava o atalho para chegarem ao poder de Estado. A partir do Estado iriam fazer o que sempre fizeram: aproveitar-se dos bens públicos para autoenriquecimento, escapar desesperadamente do braço da justiça e levar avante sua situação de privilégio, sempre à custa do povo pobre que eles querem manter longe, nas periferias, um exército de reserva, útil para seus serviços quase à moda de escravos.

Sem democracia, o Brasil vai arder

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Foge à compreensão do governo golpista.

Para ele, a hegemonia política se constrói com cooptações e conchavos que assegurem “X” votos de parlamentares.

Não existem movimentos e inconformismos sociais.

A sociedade brasileira é, como no poema de Afonso Romano de Sant’Anna, lembrado hoje cedo por Fernando Molica, diferente disso:

Não nos calaremos! Fora Temer!

Do site da UNE:

A União Nacional dos Estudantes mais uma vez marca o seu lado na história, ao lado da democracia, contra esta conspiração, este golpe político-institucional que engendrou uma fratura ao estado democrático de direito.

Afirmamos com todas as letras, o Brasil sofreu um golpe!

Mesmo fazendo essa denúncia recorrente junto com os movimentos sociais nas ruas e nas universidades de todo o país o Congresso Nacional brasileiro, este que deveria nos representar, cassou Dilma Rousseff.

Protesto gaúcho nas sedes da RBS e PMDB

Foto: Guilherme Santos/Sul21
Por Marco Weissheimer, no site Sul-21:

A página do evento no Facebook já anunciava um ato de grandes dimensões. Em menos de 24 horas, cerca de seis mil pessoas confirmaram presença no ato contra o golpe que começou a se concentrar a partir das 18 horas, na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre. Alguns minutos depois do horário marcado para o início da concentração, os primeiros gritos de “Fora Temer!” começaram a ecoar no centro da capital gaúcha. Em poucos minutos, centenas de pessoas começaram a se reunir na Esquina Democrática. A chuva, que prejudicou o ato chamado para o dia anterior, cessou e o céu chegou a exibir alguns minutos de sol no final da tarde de quarta-feira em Porto Alegre. Os gritos de “Fora Temer” se alternaram com os “Golpistas, fascistas, não passarão” e “Dilma guerreira, mulher brasileira”. Mas o grito mais repetido, desde o início do ato, foi mesmo o “Fora Temer”.

A canalhice a serviço dos bilionários!

Por Edson Carneiro Índio, no site da Intersindical:

A maioria do Senado Federal acaba de chancelar a farsa e o golpe. A canalhice imperou. O ultraje à democracia e à Constituição Federal se constitui em declaração de guerra ao povo brasileiro.

A Intersindical não apoiou a conciliação de classes ou o governo. Mas jamais aceitamos as saídas do grande capital representado completamente pela direita no congresso, na mídia, em setores do judiciário e demais instituições.