quarta-feira, 23 de novembro de 2016

PEC-55: o financismo na Constituição

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A decisão de enviar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para tratar de uma dificuldade conjuntural, com o intuito de encontrar alguma saída para a atual crise fiscal, carrega consigo um significado profundo. Estamos frente a um risco muito mais grave e abrangente do que simplesmente a recomendação de se aumentar ainda mais a já elevada dose de austeridade na condução da política econômica.

A aprovação da PEC 241 pela Câmara dos Deputados e sua renumeração como PEC 55 no trânsito pelo Senado Federal têm o sentido exato de introduzir a lógica de dominância do financismo no interior mesmo do texto de nossa Constituição Federal. Uma sandice! As diretrizes constitucionais mais gerais para o tratamento das contas públicas não estabelecem hierarquia entre os diferentes tipos de receitas ou despesas. Esse tipo de orientação recebeu delegação do constituinte para ser contemplada na legislação infraconstitucional.

Geddel, Freire e o governo ressonante

Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

O ressonar de moedas se faz ouvir ao longe na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Pra todo lado que se vire, há novos casos de assalto aos cofres públicos ou de assaltantes já renomados no ramo sendo postados em cargos importantes da República, sem dó nem piedade, como se tudo fosse a coisa mais normal do mundo.

Um exemplo chocante é esse cujo pivô central é o ministro Geddel Viera Lima, que ocupa cargo chave no governo de exceção. O enredo é simples. Um ministro pressiona outro pra que libere a construção de um prédio em área de proteção ambiental e patrimonial da cidade de Salvador, na Bahia, onde ele terá um apartamento de luxo.

Lula e Mujica no ato pela democracia

Enviado por Marize Muniz

Domingo, 27 de novembro, é dia de manifestação popular em defesa da democracia, de Lula, dos direitos trabalhistas e sociais e contra a PEC 55, a chamada proposta do fim do mundo.

A manifestação acontecerá na Avenida Paulista, a partir das 15 horas, no Vão Livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo).

Lula e o ex-presidente do Uruguai, Jose Mujica, já confirmaram presença. Chico Buarque também informa que virá. Outros artistas e lideranças políticas são aguardadas.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Temer e o vômito nosso de cada dia

Por Bepe Damasco, em seu blog:

O usurpador que roubou a cadeira da presidenta Dilma completou recentemente seis meses de governo ilegítimo. Com resultados desastrosos sob todos os pontos de vista, ou a partir de qualquer parâmetro ou fundamento que se queira analisar, o golpista segue em frente na sua louca cavalgada para destruir a economia brasileira, torrar o patrimônio público e tungar os direitos do povo.

E nesses 180 dias de pesadelo, há algo do qual me orgulho : nunca sacrifiquei meus ouvidos ouvindo Temer falar na TV, no rádio ou na internet. Claro que por dever de ofício sou obrigado a ler o conteúdo de suas falas. Mas sequer sei como é seu timbre de voz.

Quem conhecia o Geddel era o ACM...

Por Renato Rovai, em seu blog:

Em 2001, após três anos da morte do seu filho Luiz Eduardo, o então presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), comprou uma briga com Jader Barbalho, que queria sucedê-lo na presidência da Casa, e ambos acabaram tendo que renunciar aos seus mandatos tamanha a beligerância da quizumba.

Mas a luta campal acabou fazendo estragos na vizinhança. Na ocasião, ACM divulgou uma fita cujo título era: “Geddel Vai às Compras”. E a distribuiu tanto à imprensa quanto para deputados e senadores.

Não somos racistas, não é, Ali Kamel?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Folheio o Estadão e me deparo com a estarrecedora manchete da página 25, que reproduzo aí em cima.

A primeira coisa que me vem à cabeça é o “Não somos racistas”, livro de Ali Kamel. Espero que ele não me processe por lembrar.

Depois, a história que o texto do jornal paulista conta, a de Maria de Fátima Gösh, vítima de racismo na festa de aniversário do marido, o empresário alemão Matthias Gösch, num clube do interior paulista, enta aí da foto, que proclama sua negritude até na bonita camiseta com a foto da ativista norte-americana Angela Davis.

Os apartamentos de Geddel e de Lula

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Que o Brasil não é para principiantes você já sabia. Mas não precisávamos exagerar.

Geddel Vieira de Lima foi premiado por seu chefe com um salvo conduto escandaloso.

Veja bem: ele admitiu ter comprado (a conferir se comprou, mesmo, ou se foi presente) um apartamento no 23º andar do edifício La Vue Ladeira da Barra, numa área tombada de Salvador.

Confessou que falou com o colega Marcelo Calero sobre a liberação do empreendimento no Iphan. Segundo o instituto, o máximo permitido eram treze andares. O cafofo de Geddel seria, portanto, eliminado.

"A Globo vai morrer gorda"

Por Sergio Lirio, na revista CartaCapital:

“O Manual Inútil da Televisão” talvez tenha sido assim, inútil, para o próprio autor. “Jamais consegui aplicá-lo”, brinca Paulo Henrique Amorim. Não se pode dizer a mesma coisa em relação à experiência do leitor, principalmente se este for um jovem aspirante a jornalista.

Por meio de histórias curtas, diretas e divertidas, PH ilumina os bastidores da tevê brasileira, rememora fatos cruciais da vida política do País e desnuda farsantes e escroques que reinaram ou reinam em frente e atrás das câmeras. Acrescenta, de quebra, dicas sobre apuração e edição.

Ataque ao BB ameaça o país inteiro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Numa conjuntura em que apenas malandros profissionais tem motivo real para falar em recuperação da economia brasileira num horizonte visível, o anuncio de que a equipe econômica planeja esvaziar o Banco do Brasil com o fechamento de 400 agências e dispensar até 18 000 funcionários em 2017 é a mais recente prova de irresponsabilidade do governo Temer.

Nunca será demasiado recordar o drama humanitário provocado pela demissão em massa de milhares de trabalhadores num período de crise e desemprego recorde. Trata-se de um sinal político deprimente, agravado pelo fato de que se trata de uma decisão de governo, que tem a obrigação, ao menos em teoria, de zelar pelo bem-estar dos brasileiros, em particular trabalhadores e a população mais pobre. A combatividade dos funcionários do BB, mais antiga instituição financeira do país, com um espírito de luta reconhecido inclusive durante o regime militar, nunca deve ser desprezado. O pacote de demissões e fechamento de agências equivale a ceder uma fatia sempre preciosa do mercado bancário ao setor privado.

Sergio Moro, os santos e os juízes

Por Mauro Santayana, em seu blog:

A estúpida invasão do Parlamento, com a tomada do plenário da Câmara dos Deputados por um bando de imbecis - que davam vivas ao Juiz Sérgio Moro e pediam uma “intervenção” militar - não é um absurdo isolado no crescente cerco à Democracia e às instituições nacionais.

A cerrada pressão corporativa do Judiciário e do Ministério Público sobre deputados e senadores para consolidar o controle de um grupo de plutocratas sobre a República, o Legislativo e o Executivo, e, direta e indiretamente, sobre o eleitorado e os cidadãos comuns, representa uma outra face da ascensão de um fenômeno perverso, antidemocrático e fascista - a Antipolítica.

Cantanhêde torce por Temer, mas está difícil

Por Altamiro Borges

De entusiasta da “massa cheirosa” tucana, a jornalista Eliane Cantanhêde se converteu em uma defensora do covil golpista de Michel Temer. De militante oposicionista, que espalhava pessimismo durante os governos Lula e Dilma, ela virou uma otimista inveterada com a chegada do usurpador ao poder. Mas, pelo jeito, nem ela está botando muita fé no sucesso do governo ilegítimo. Nos últimos dias, a colunista das famiglias Marinho (Globo) e Mesquita (Estadão) – que no passado prestou serviços à famiglia Frias (Folha) – lamentou os obstáculos diante do Judas Michel Temer. Mesmo assim, ela não desiste: “É torcer ou torcer para seu governo dar certo”, escreveu nesta terça-feira (22).

Banqueiros felizes. Temer detona o BB

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Os capitalistas adoram falar em "livre mercado", mas detestam a concorrência. Pior ainda se ela vier do setor público, que ajuda a regular minimamente os abusos do demoníaco "deus-mercado". Neste sentido, a decisão do usurpador Michel Temer de esvaziar o Banco do Brasil é motivo de festança para os avarentos banqueiros. Eles orquestraram e financiaram o "golpe dos corruptos" e agora são generosamente recompensados. Com o BB fragilizado, a meia dúzia de oligarcas do setor financeiro ganha ainda mais força no Brasil, que já é considerado um paraíso dos banqueiros no mundo. 

Economia afunda e desmoraliza Temer e mídia

Por Altamiro Borges

O "golpe dos corruptos" foi embalado com a falsa promessa de que bastaria derrubar Dilma Rousseff para a economia voltar a crescer. Michel Temer e Henrique Meirelles, o fajuto "salvador da pátria", prometeram o retorno da confiança do "deus-mercado", dos investimentos e dos empregos. Já a mídia privada, principal protagonista da conspiração golpista, reforçou estas falácias e passou a divulgar só notícias positivas sobre a economia. Antigos "urubólogos", que na gestão petista alardeavam o caos e difundiam o pessimismo, tornaram-se servis otimistas de plantão. Passados sete meses, porém, até o "midiota" mais tacanho já percebe que foi feito de otário, sendo usado como massa de manobra. Na vida real, o país afunda em acelerada recessão e as perspectivas para o futuro são as mais sombrias.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Temer se abraça a Geddel

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A rapidez com que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu analisar o caso de Geddel Vieira Lima, incluindo o assunto na pauta da reunião de hoje, forneceu o pretexto a Michel Temer para adiar (e se possível evitar) a demissão de seu ministro do peito no Governo. A decisão palaciana de aguardar a decisão já começa a aparecer nas falas de líderes governistas como Aloysio Nunes Ferreira. Um pedido de vistas, porém, adiou a decisão para dezembro. Abraçando-se a Geddel, mantendo-o na frigideira com fogo alto, Temer receberá os respingos no rosto. Os próprios aliados do golpe não concordam com tal desmoralização: precisam de um governo que consiga pelo menos manter as aparências, preservando a compostura mínima para se manter de pé.

Os mistérios da prisão de Garotinho

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Proponho a vocês um trabalho que foi bem sucedido por ocasião da Satiagraha: uma reportagem coletiva em torno de um fato que promete ser uma bomba.

Na série que escrevi sobre a Veja, 7 anos atrás, descrevi as jogadas em torno do macartismo. Cria-se um ambiente de catarse, de caça a inimigo e, por baixo desse manto, vão sendo costurados vários tipos de jogadas que, em circunstâncias normais, seriam consideradas estranhas mas que, no quadro de uma guerra santa, se justificariam.

A prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho é um caso típico de exploração de catarse. Mas poderia haver algo mais por trás da espetacularização?

Temer investe no desmonte do Banco do Brasil

Enviado por Cecília Negrão

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, anunciou neste domingo (20) a reestruturação de agências e o plano de aposentadoria incentivada pela instituição financeira. O banco prevê redução de até 18 mil pessoas, que estariam aptas a se aposentar e aderir ao plano. O anúncio também inclui o fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento, com o encerramento de 31 superintendências do banco em diversos municípios. Diante do anúncio, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) cobraram negociação urgente com a direção da instituição, que ocorrerá na terça-feira (22).

MBL defende confronto com estudantes

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

O confronto "imediato, intenso e em várias frentes" às ocupações estudantis em todo o país foi defendido como estratégia para asfixiar a narrativa da esquerda – abafada com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, mas que ainda mostra vitalidade. Foi essa uma das abordagens do 2º Congresso do Movimento Brasil Livre, realizado sábado e domingo (19 e 20), na capital paulista.

Entre os palestrantes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o ministro da Educação, Mendonça Filho, o deputado e relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), o prefeito eleito de São Paulo, João Doria Junior (PSDB), a professora da Faculdade de Direito da USP Janaína Paschoal e subcelebridades afinadas com o antipetismo, como o apresentador Danilo Gentili, além de expoentes do MBL, como Kim Kataguiri e Fernando Holiday, eleito vereador na cidade de São Paulo pelo DEM.

Temer quer dividir o sindicalismo

Por Umberto Martins, no site da CTB:

O golpista Michael Temer informou nesta segunda-feira, 21, que pretende enviar em dezembro ao Congresso Nacional o projeto de reforma da Previdência do governo, aquele que, a pretexto de combater o déficit fiscal, estabelece a idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres, além de outras maldades contra a classe trabalhadora.

O anúncio foi feito em Brasília durante a primeira reunião do grupo de amigos em que foi transformado o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). O “Conselhão”, como ficou conhecido, foi criado por Lula com o objetivo de debater temas relevantes relativos ao desenvolvimento do Brasil e apresentar propostas da sociedade ao governo.

Os perigos da humilhação de Garotinho

Por Darlan Montenegro, no site Outras Palavras:

Ao longo do dia, um bocado de amigos defendeu o compartilhamento da cena de humilhação do Garotinho, usando quase sempre argumentos do tipo “ah, mas quando são as mulheres que sofrem, vocês não falam nada”, ou “ah, mas quando são os negros que sofrem, vocês não falam nada”, ou, ainda, “ah, mas quando são os pobres que sofrem, vocês não falam nada”.

Esse argumento é ruim. Por várias razões, mas por duas, principalmente. A primeira é porque isso simplesmente não é verdade. Vários de nós temos por hábito repercutir as mais diversas formas de arbítrio e de opressão contra os mais diversos grupos sociais. E não temos com Garotinho nenhuma afinidade, ao contrário do que acontece em relação a todas essas causas. Mas a segunda é mais séria e mais preocupante.

Temer e o desmonte da comunicação pública

Por Heloisa T. Machado, no site The Intercept-Brasil:

A polêmica edição do programa Roda Viva exibida na última segunda-feira, dia 14, produzida pela TV Cultura, de São Paulo, e transmitida nacionalmente pela TV Brasil, é o maior exemplo do uso indevido dos meios de comunicação públicos, numa tentativa de transformá-los em “chapa branca”. Michel Temer foi o entrevistado do programa, e as perguntas foram todas apresentadas por jornalistas conhecidamente comprometidos com o discurso da mídia hegemônica.

Até o momento crucial do impeachment da presidenta Dilma, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), mesmo que lhe pesem alguns erros e contradições, representou, para os que acreditam na comunicação pública, um espaço de exercício democrático, onde a expressão do contraditório, raramente presente na grande mídia conservadora e privada, pode se realizar.