quarta-feira, 6 de junho de 2018

Mercado saqueia Petrobras. Mídia acoberta!

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

A paralisação dos caminhoneiros e a dos petroleiros demonstrou, de forma cabal, o abismo entre os interesses do mercado financeiro e os do povo brasileiro. Com o preço dos combustíveis nas alturas, a população teve um vislumbre do que significa, na prática, a privatização da Petrobras.

Os veículos de comunicação, por sua vez, esmeraram-se em acobertar o saque na estatal brasileira realizado pelos acionistas estrangeiros. Não apenas justificaram a adoção de preços internacionais para os combustíveis brasileiros, como legitimaram o repasse da conta à população, tecendo elogios a Pedro Parente.

FUP exige confisco de bens de Parente

Do site da FUP:

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) ingressou segunda-feira, 04/06, com Ação Civil Pública contra o ex-presidente da Petrobrás, Pedro Parente, por improbidade administrativa. A ação cobra a anulação do pagamento de US$ 600 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) que a estatal fez em maio ao banco J.P. Morgan, como antecipação de quitação de uma dívida que só venceria em setembro de 2022. A transação foi autorizada diretamente por Parente, que é sócio do presidente do banco, José de Menezes Berenguer Neto, o que revela conflito de interesses.

Os descaminhos da Justiça no Brasil

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autoriza um credor a sequestrar a carteira de motorista do devedor, atropelando todos os princípios que impedem as penas indiretas.

O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autoriza um juiz a presidir julgamentos armado de revólver. A inacreditável Carmen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ minimiza, dizendo que a decisão não está definindo normas, mas analisando um caso particular, como se a jurisprudência não fosse formada pelos julgamentos de casos particulares.

Lava-Jato e democracia são incompatíveis

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Acertou em cheio o ex-ministro Eugênio Aragão ao apontar, em entrevista publicada na revista CartaCapital desta semana, como pré-requisito para a retomada da democracia no Brasil o enquadramento do Judiciário através de um.ato de força: “Acho que temos um consenso, tanto à direita quando à esquerda, de que algo precisa ser feito para colocar o Judiciário no lugar. O Judiciário cresceu demais, transbordou, tomou a autoridade do Executivo e do Legislativo. O Judiciário tem que parar de querer governar”, pregou o procurador aposentado do MP.

Lula é o nome da unidade

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

Não mais que de repente, parece que descobriram a pólvora, e em todos os espaços do espectro político a unidade passa a ser a ‘bandeira da esperança’.

Este foi um mote lançado há 30 anos por João Amazonas e logo abraçado por Miguel Arraes, que os levou à união com Lula e à fundação da Frente Brasil Popular, motor da memorável campanha de 1989, uma daquelas batalhas que na História se perde ganhando. Mais tarde, incorporou-se Leonel Brizola.

As quatro vitórias alcançadas pela ampla coalizão de forças em torno de Lula e depois de Dilma comprovaram a validade da tese e o valor da unidade.

terça-feira, 5 de junho de 2018

A busca incerta do "centro"

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Prossegue a busca incerta do chamado “centro” por uma convergência entre seus vários candidatos, embora sem apontar um deles como estuário natural, pois todos continuam mal posicionados nas pesquisas. Hoje à tarde, na Câmara, será lançado o manifesto “Por um polo democrático e reformista”, articulado pelo secretário-geral do PSDB, deputado Marcus Pestana, o chanceler Aloysio Nunes Ferreira e o senador Cristóvam Buarque. No domingo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em seu artigo mensal, defendeu a unidade das forças progressistas que se comprometam com "finanças públicas saudáveis e políticas adequadas, taxas razoáveis de crescimento que gerem emprego, confiança e decência na vida pública".

Sem candidato, direita pode melar eleição

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Primeiro, alguns grupos de celerados pediram intervenção militar durante a greve dos caminhoneiros, mas nem os fardados querem saber disso.

Em seguida, a madre superiora global Cármen Lúcia veio com a mágica de pautar o parlamentarismo sem plebiscito, mas já voltou atrás porque pegou mal.

Qual será a próxima tentativa de novo golpe?

Massacres no campo marcam ano de 2017

Da Rede Brasil Atual:

Desde 2003, a violência no campo no Brasil não era tão alta quanto foi em 2017. Naquele ano foram 73 pessoas assassinadas, enquanto ano passado a estatística macabra chegou em 71 pessoas mortas. O número é 16,4% maior que em 2016, quando aconteceram 61 assassinatos, e quase o dobro de 2014, com 36 vítimas. A análise consta no relatório Conflitos no Campo Brasil 2017, lançado nesta segunda-feira (4), em Brasília, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Moro, um caipira em Monte Carlo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Uma vez, convidado para participar do programa de entrevistas do empresário Henry Macksoud, Leonel Brizola ganhou uma hospedagem – a gravação terminaria tarde demais para pegar de volta a ponte aérea de São Paulo ao Rio – na suíte presidencial do luxuoso Macksoud Plaza. Quando chegamos, já na escada rolante, o velho gaúcho quase torceu o pescoço olhando os pingentes que desciam pelo vão de vários andares. Depois, ao se instalar no quarto, tirou os sapatos e afundou o pé no espessíssimo tapete, virou para mim e disse:

– Brito, vamos para o Jaraguá…

Brasil lidera uso de agrotóxicos no mundo

Por Caroline Aragaki, no jornal Brasil de Fato:

Desde 2008, o Brasil é o principal consumidor de agrotóxicos do planeta, representando 20% do total mundial, e o impacto desse uso vai além da produção de alimentos agrícolas em larga escala, que não significa melhoria na oferta de alimentos para os brasileiros, pelo contrário, a prática do uso de agrotóxicos é responsável por um número alto de mortes todos os anos.

Ada Cristina Pontes Aguiar, professora da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e participante do Núcleo Trabalho Meio Ambiente e Saúde (TRAMAS) da Universidade Federal do Ceará (UFC), afirma que “é um problema estrutural, há um alto incentivo aos agrotóxicos - inclusive em relação aos impostos”.

O julgamento abortado do auxílio-moradia

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

A recente greve dos petroleiros deveria ter sido de 72 horas, mas durou 24h. A Justiça viu uma ação “abusiva” da categoria e uma tentativa de “ingerência” em decisões do governo e da Petrobras, tascou multa diária de 500 mil reais contra os sindicatos dos petroleiros, não adiantou no primeiro dia, a cobrança subiu para 2 milhões, daí eles recuaram.

O mesmo Poder Judiciário que barrou greve de trabalhador por “abuso” e “ingerência” fez uma paralisação em 15 de março que os brasileiros talvez carimbem com palavras iguais. Uma história de bastidores espantosos, capazes por enquanto de salvar uma mordomia togada, o “auxílio-moradia”.

Aecismo tenta sobreviver em Minas Gerais

Por Bárbara Figueira, no blog Nocaute:

O mês de junho começou com a revista Época trazendo um texto publicitário, maquiado para parecer jornalismo, que comprova a velha máxima de que uma meia verdade é uma mentira inteira.

O texto começa relatando um evento burocrático do governador Fernando Pimentel, de Minas Gerais, no Palácio da Liberdade, para afirmar que ele fazia um governo “encastelado”, longe da população.

Os mineiros costumam dizer que mentira tem pernas curtas.

Bolsa Família e o oportunismo de Bolsonaro

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Bolsonaro continua em sua louca cavalgada para convencer os incautos de que não é Bolsonaro.

De olho em eleitores de menor renda, ele prepara uma “carta de princípios” na qual se comprometerá a manter o Bolsa Família com “mais auditorias” - seja lá o que isso significa.

A estratégia é formalizar compromissos na área social e ver se morde votos de Marina Silva e Ciro Gomes, ambos bem avaliados entre mais pobres.

“Lula está fora de combate”, diz Bolsonaro. “Eu vou fazer a minha parte.”

PIB pífio, desemprego e propaganda

Ilustração: Paulo Roberto Barbosa
Por Rafael Tatemoto, no site da Fundação Maurício Grabois:

“Dois anos: no fundo, você sabe que melhorou”. Este é o mote da última campanha publicitária do Palácio do Planalto, fazendo referência ao período de tempo em que Michel Temer (MDB) está na Presidência da República. Nas peças de propaganda, o governo se ampara em dados que demonstrariam a retomada do crescimento.

Para Paulo Kliass, doutor em Economia e especialista em políticas públicas e gestão governamental, os índices econômicos não permitem a conclusão de que o país retomou seu desenvolvimento.

Um prêmio para a administração da Petrobras

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

Imaginemos um país. Poderíamos chamá-lo de Golpelândia ou New Liberalia. O nome não importa, mas fiquemos com o primeiro. O fato é que Golpelândia é um grande produtor de laranjas, tem muitas fábricas de suco de laranja, aptas a suprir quase toda demanda dos Golpeados (nome dado aos habitantes de Golpelândia). Mas, eis que os Golpistas (nome dado à elite governante de Golpelândia) tomaram uma decisão esdrúxula: resolveram exportar laranjas, diminuir a produção de suco nas suas fábricas e importar suco de laranja do exterior.

Por que Bolsonaro arregou?

Por Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil:

A essa altaura dos acontecimentos, todos vocês já sabem: Jair Bolsonaro arregou. No começo da greve dos caminhoneiros, ele disse que parar estradas era “extrapolar”. Logo depois, inesperadamente ele tuitou em solidariedade a quem parasse estradas:

"Qualquer multa, confisco ou prisão imposta aos caminhoneiros por Temer/Jungmann, será revogada por um futuro presidente honesto/patriota".

Um ato bastante sindicalista vindo de quem tem um projeto de lei que prevê quatro anos de cadeia a quem… parar estradas. (Por sorte, como quase nenhum de seus projetos de lei, este também não foi aprovado.)

Um papo com a diretora do filme O Processo

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Na terça-feira (12), a partir das 19 horas, a cineasta Maria Augusta Ramos visita o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, para falar sobre o filme O Processo. Premiado na Europa, o documentário retrata os bastidores do impeachment da presidenta democraticamente eleita Dilma Rousseff. Na ocasião, Maria Augusta Ramos dialogará com blogueiros, jornalistas e demais interessados. A entrada é livre. Para participar, faça a sua inscrição aqui.

Surreal: Direita segue elogiando Parente

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

É muito louco.

A mídia conservadora continua elogiando a gestão de Pedro Parente na Petrobras e chorando as pitangas pela sua saída.

O editorial do Estadão de hoje ostenta o título “Competência como problema” e contém algumas pérolas que, de tão inacreditáveis, me vejo obrigado a dividir com as leitoras e leitores do Cafezinho:

O Brasil, ao que parece, não está pronto para uma gestão profissional e apolítica de suas empresas estatais.

(…)

Temer não pode nem deve continuar

Por José Reinaldo Carvalho, no site Vermelho:

Como todo regime golpista, este que se encontra em vigência no país desde a deposição da presidenta Dilma Rousseff, veio para ficar. A luta sem tréguas e ininterrupta contra ele sintetiza as aspirações das forças democráticas e progressistas.

O governo agoniza. Desmoralizado, desacreditado, rechaçado pelo povo brasileiro, é, na falta de alternativa imediata, a trincheira política que as forças dominantes pretendem manter para tentar uma transição eleitoral que leve a um novo arranjo de forças, assegurando que o golpismo permaneça intacto com sua nefasta agenda: a política antidemocrática e antipopular, o entreguismo e o alinhamento externo com potências imperialistas.

À beira do abismo, Fux tenta bloquear Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O esforço de Luiz Fux, presidente do TSE, para impedir sumariamente o pedido de registro da candidatura presidencial de Lula não se explica por uma compreensível preocupação com o princípio da celeridade da Justiça.

A questão é outra. Num momento de crescente de incertezas e mal estar diante da Lava Jato, tanto nos meios jurídicos como na aprovação popular, a prioridade é impedir qualquer distúrbio no esforço para retirar Lula da campanha presidencial, prioridade máxima da classe dominante brasileira na complicadíssima sucessão de Temer.