quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Cadê o plano econômico do capitão?

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Neste grave momento eleitoral que vivemos, são muitas as solicitações aos analistas de economia para comparar os programas econômicos das duas candidaturas que passaram para o segundo turno. Mas, a tarefa não é nada trivial, por uma simples e única razão: Bolsonaro, o candidato da extrema-direita, não apenas não apresentou um plano econômico minimamente consistente, como a cada nova pesquisa eleitoral redireciona sua estratégia criando factoides programáticos que vão no sentido inverso do que havia pregado anteriormente.

A indigência do “fascismo tropical”

Por Rafael Zacca, no site Outras Palavras:

Em todo o mundo a extrema direita surfa a onda conservadora da última década. Sempre que nos deparamos com um fenômeno confuso, vasculhamos a memória atrás de algum ponto de apoio para distinguir as coisas. É assim que por toda a parte o nazi-fascismo volta a ser sussurrado de ouvido em ouvido, como o marulho dessas águas. Chamar as coisas por seu nome é uma tarefa importante – mas distinguir os nomes corretamente é a tarefa justa. No caso brasileiro, o retorno do recalcado de nossa época ditatorial militar nos impele, a um só tempo, a lhe dar o nome de fascismo, e a acrescentar-lhe um broche, provavelmente maior que a roupa. Um broche tropical. Pois é difícil de acreditar que se possa sobrepor diretamente a imagem de Hitler ou de Mussolini à de Jair Bolsonaro, e nada nos parecerá mais absurdo do que a ideia de um povo ariano brasileiro.

TV é a chance de desmontar bomba fascista

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não será possível, infelizmente, uma campanha “paz e amor” como o Brasil precisaria nestes dias de ódio.

A campanha de televisão, a partir de amanhã, terá de mostrar, explicitamente, do que a Nação está diante.

Expor, publicamente, que é falso o “Jairzinho Paz e Amor” que aparecerá condenando a violência de seus seguidores e dizendo que não vai tirar nada dos trabalhadores, que não vai perseguir ninguém.

A bancada de Bolsonaro na Câmara Federal

Por Breno Costa, no site The Intercept-Brasil:

O Brasil tem um bloco de extrema-direita para chamar de seu, independentemente de quem vencer as eleições para presidente.

Ele é composto por deputados como Márcio Labre, do PSL do Rio de Janeiro. Labre é pouco conhecido, mas já amealhou 35 mil inscritos em seu canal no Youtube. “Já considerei tomar o poder por força bruta, mas me convenci a dar mais uma chance para a democracia agora nessas eleições de 2018”, disse ele num de seus vídeos, ao pedir voto para os eleitores. Ele defende uma nova Constituição na qual partidos e movimentos comunistas serão proibidos, com a adoção do regime de trabalhos forçados como cumprimento de pena e prisão perpétua.

O cinturão progressista no Nordeste

Por Patrícia Valim, no jornal Brasil de Fato:

O resultado do 1º turno das eleições de 2018 deixou muita gente perplexa e desanimada. Se é verdade que as pesquisas confirmaram a tendência para a eleição presidencial com Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno, isso não ocorreu com o legislativo brasileiro. Políticos com respeitáveis trajetórias, como Eduardo Suplicy, Lindbergh Farias, Chico Alencar, Dilma Rousseff entre tantos deputados, não foram eleitos, dando lugar a novos agentes que vão desde as subcelebridades das manifestações de 2015 contra o governo do PT, como Alexandre Frota e Kim Kataguri, e uma bancada imensa no empuxo da Lava Jato.

A violência e o ódio chegam ao divã

Por Cláudia Motta, na Rede Brasil Atual:

Até poucos meses atrás, colocar um adesivo no peito para manifestar uma ideia, andar de mãos dadas com alguém do mesmo sexo, ser feminista, manifestar sua opinião ou até mesmo amamentar o bebê em público podia render alguns olhares enviesados, mas o constrangimento não era exatamente uma regra, muito menos a violência.

Isso mudou, e para muito pior. Somam dezenas os relatos de pessoas que foram atacadas física ou verbalmente por seguidores do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro. E não se trata de um acaso.

A mídia e a ascensão do neofascismo

Bolsonaro será marionete do grande capital

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

O candidato Jair Bolsonaro é “um cara fraco”, na opinião da economista Leda Paulani, professora da Universidade de São Paulo. “Quem é que vai mandar?”, pergunta ela, sobre um eventual governo do PSL, e ela mesma responde: “São as forças que estão por trás, que estão dando apoio a ele. Ele não é um cara que tem luz própria, não tem condições de comandar uma Nação. Vai ser marionete dos interesses do grande capital e, principalmente, do capital norte-americano e do próprio mercado, dos grandes interesses.”

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Bolsonaro e a ditadura militar

Artistas plásticos pela democracia

Enviado por Celia Demarchi

Cerca de 50 artistas, entre os mais reconhecidos, doaram em torno de 60 obras para o Leilão Artes Plásticas pela Democracia, que se realiza online entre os dias 11 e 19 de outubro, com o objetivo de prover recursos para o Instituto Lula e a defesa do ex-presidente. Entre as obras há duas do poeta Augusto de Campos e uma assinada por Tomie Ohtake, doada por Ricardo Ohtake, filho da artista (confira, abaixo, a lista completa dos artistas participantes).

O ultimo voo do clã dos marimbondos

Por Henrique Matthiesen

Um dos principais livros do ex-presidente e coronel do Maranhão José Sarney tem o titulo de “Marimbondos de fogo”; trata-se de uma coletânea de poemas, que compõe o seu acervo que contribuiu para ele há uma vaga na Academia Brasileira de letras e sua “imortalidade”

Conceito esse que em seu sentindo figurado é a perpetuação, e a conservação ininterrupta é a infinitude, e a negação cíclica da extinção é no caso do clã Sarney do poder.

O teto do bolsonarismo

Por Jeferson Miola, em seu blog:

O segundo turno da eleição será disputado voto a voto, dia-a-dia, até o 28 de outubro. Bolsonaro arranca com a vantagem relevante de quem obteve 17.934.985 votos a mais que Haddad no primeiro turno.

Esta vantagem, entretanto, não é estática, pois não há automatismo nas escolhas de imensas parcelas do eleitorado. A eleição está em aberto; e é realista a possibilidade da democracia derrotar o fascismo; do Haddad vencer Bolsonaro:

Bolsonaro confirma que é candidato a ditador

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

É errado mas é até possível compreender aquele candidato que, favorito nas pesquisas, evita comparecer em debates no primeiro turno.

Sabemos que o risco de enfrentar uma ação articulada de vários adversários pode transformar uma discussão civilizada num circo sem valor para a democracia.

O caso é diferente num segundo turno, quando se trata de um confronto cara a cara, entre dois oponentes.

O país inteiro aguarda por essa oportunidade na qual, com tempos iguais, dois cidadãos que pretendem assumir a presidência da República expõem suas ideias, desenvolvem argumentos e contestam o adversário.

PCdoB é indispensável à democracia

Editorial do site Vermelho:

O PCdoB obteve até agora 1,35% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados. Ainda não é o resultado definitivo, pois, até a proclamação dos resultados pela Justiça Eleitoral nos estados e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esse número pode ser alterado. Portanto, não está definido ainda se o Partido cumpriu a cláusula de desempenho. Diante desse fato, veículos da mídia têm feito matérias depreciando a legenda comunista, insinuando, como fazem desde 1922, a sua extinção, tentando lançá-la na vala comum.

PSL domina campo conservador na Câmara

Da revista CartaCapital:

A nova bancada da Câmara dos Deputados escolhida pelos eleitores brasileiros mostra uma situação mais equilibrada que no Senado, onde o campo progressista perdeu espaço.

Os partidos mais tradicionais da esquerda – PT, PSB, PDT, PCdoB e PSOL – mantiveram patamar semelhante ao de 2014. Há quatro anos, as cinco legendas elegeram 137 deputados no total. Neste pleito, foram 135.

Miriam Leitão e a rendição ao medo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há três forças conflitantes no caminho de Jair Bolsonaro: a dos princípios, a do oportunismo e a da coragem/medo. É por aqui que o Sistema vai atuar.

A Globo é sistema. O STF (Supremo Tribunal Federal) é sistema. A Procuradoria Geral da República (PGR) é sistema, assim como os tribunais superiores, a alta burocracia pública, as Ordens de Advogados, as grandes corporações etc.

Um Ministro do STF é poderoso quando o Sistema funciona. E o funcionamento do sistema obedece a um pacto político-jurídico que nasceu com a democracia representativa e que tem como pilar central a Constituição:

Partidos atropelados no primeiro turno

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Focados na disputa renhida que será travada no segundo turno, só com o tempo compreenderemos todas as consequências que o furacão conservador de domingo trará para o sistema político.

Já sabemos que, seja quem for o eleito, nada mais será como antes na forma de fazer política e de governar, depois que o velho sistema partidário foi atropelado na eleição parlamentar.

Algumas siglas perderão a relevância e algumas podem mesmo desaparecer.

A governabilidade não poderá mais ser comprada como antes, com cargos e licença para roubar, mas será preciso inventar a receita para construí-la com 30 partidos na Câmara e 21 no Senado.

Carta aberta a Fernando Haddad

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Meu caro Fernando,

A preservação da liderança de Lula é fundamental para o movimento de massas no Brasil (e não ignoramos sua influência em todo o continente), e sua liberdade, pedida nas ruas e reclamada nos tribunais, é objetivo do qual não podemos nos arredar — mas não encerra a luta toda. Da mesma forma, a preservação do PT, e mesmo seu fortalecimento, embora importantes, não podem ser o único objetivo das forças progressistas neste pleito inconcluso mas já em estágio avançado, nos termos conhecidos.

Bolsonaro, o pastor do Deus dinheiro

Por Rubén Armendáriz, no site Carta Maior:

Os movimentos evangélicos aumentaram sua influência na política da América Latina. Embora o Brasil seja o país com mais católicos no mundo, os evangélicos já representam quase um terço da população. Após uma intensa campanha dos principais líderes das igrejas, a adesão dos setores pentecostais e neopentecostais à candidatura de Jair Bolsonaro passou de 26% a 46%, e explicam seus resultados neste primeiro turno.

Antipetismo pode destruir a democracia

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Sem ser agressiva ou panfletária, a campanha do candidato Fernando Haddad no segundo turno das eleições presidenciais pode ser a última grande oportunidade histórica para que o PT explique sucintamente à nação a verdadeira história do país nestes últimos 15 anos e desconstrua os mitos e mentiras do discurso antipetista que levou quase a metade dos eleitores brasileiros a aderirem entusiasticamente ao fascismo no primeiro turno e arrisca a levar outro mito, tão falso quanto esses, ao cargo máximo da nação a partir do primeiro dia do próximo ano.