quarta-feira, 12 de junho de 2019

Quem o Greenwald ainda vai ferrar

#VazaJato - A farsa foi descoberta

The Intercept mostra miséria da mídia

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Uma pergunta se recusa a calar: por qual razão o vazamento dos arquivos da Lava-Jato não teve como desaguadouro nenhum veículo da mídia comercial do país? Nem mesmo aquele que se vangloria – ou se vangloriava – de estar com o rabo preso apenas ao leitor?

Em condições normais seria o caminho natural. Porém, como a mídia hegemônica brasileira sempre teve uma postura militante pró-República de Curitiba sem dar voz ao contraditório, obstruiu ela própria o aporte de informações que desmentem sua pregação. Se trabalhou a figura do juiz Sergio Moro como uma divindade que descia do Olimpo para fazer o bem na Terra, de que forma trataria revelações que expõem os pés de barro do semideus que engendrou?

O messianismo perverso da Lava Jato

Por Magali do Nascimento Cunha, na revista CartaCapital:

Messias, mais do que um nome, é, na origem do termo hebraico mashiah (ungido), um título atribuído a uma pessoa escolhida por Deus para resgatar o povo das mazelas, um salvador, que implantaria, com suas ações, uma nova ordem social. Jesus de Nazaré foi aclamado por seus seguidores como mashiah, traduzido na língua mais usada na época, o grego, por christos.

A partir desta compreensão, passaram a ser identificadas situações no mundo em que, para além de Jesus, figuras religiosas ou grupos, com motivação religiosa, liderados por uma personalidade carismática, assumiam o papel de Messias em causas as mais diversas. Estes são denominados movimentos messiânicos.

Relação Globo-Lava Jato: conteúdo explosivo

Da Rede Brasil Atual:

A relação da Rede Globo com o juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato é uma ameaça à democracia no país, defendeu hoje (12) o professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) Laurindo Lalo Leal Filho, em entrevista à edição da tarde do Jornal Brasil Atual, na Rádio Brasil Atual. “Esse compromisso da mídia com o Sergio Moro e a Lava Jato vem sendo um grande entrave para o processo democrático brasileiro, porque apenas uma visão do processo está sendo veiculada pela mídia. Essa aproximação é antidemocrática, inconstitucional e de alguma maneira precisa ser enfrentada por aqueles que querem defender a democracia no Brasil”, disse o especialista em análise da mídia televisiva.

Globo teme os vazamentos do Intercept

Por Altamiro Borges

O furo jornalístico do site The Intercept, que até justificaria mais um Prêmio Pulitzer ao seu editor, Glenn Greenwald, segue gerando pânico na chamada “República de Curitiba” e também no laranjal em Brasília. As mensagens vazadas comprovam que a midiática Operação Lava-Jato foi uma farsa jurídica, o maior escândalo da história do Judiciário brasileiro. Muitos já sabiam desses crimes, mas agora The Intercept garante as provas concretas.

terça-feira, 11 de junho de 2019

Vazajato: Nauseante mas não surpreendente...

Por Tereza Cruvinel

A ascensão do regime político sem nome, com seu obscurantismo e vulgaridade, combinada com demandas pessoais, tirou-me a vontade de escrever e comentar as patifarias do dia-a-dia da política.

As revelações do Intercept Brasil sobre as maquinações Moro-Dallagnol acendem alguma esperança de que a verdade, como disse Francisco a Lula, prevaleça sobre a mentira.

Aqueles diálogos e conluios não surpreendem.

Não, pelo menos, aos que tiveram clareza, desde o início, sobre os propósitos políticos da Lava Jato, aos que não fecharam os olhos para as ilegalidades, os abusos, as gambiarras e toda as maquinações urdidas para se chegar ao objetivo primordial, o de dar cabo do ciclo de governos petistas e garantir o triunfo do conservantismo, ainda que se valendo da figura primitiva de Bolsonaro, que devia envergonhar as elites nativas que lhe abriram caminho.

Agora é Lula Livre Já

Por Dilma Rousseff, em seu site:

A reportagem do “Intercept” está revelando, por meio da transcrição indesmentível de conversas em aplicativos, aquilo que muitos já sabiam, mas que agora restou provado e documentado: o ex-juiz que condenou Lula comandava a força-tarefa de procuradores da Lava Jato, o que contraria frontalmente a lei. Segundo o artigo 254 do Código Penal, um juiz será considerado suspeito e deverá ser afastado, a pedido do réu ou do acusador, caso se descubra que ele aconselhou uma das partes do processo que vai julgar.

Globo defende Lava-Jato e “empata” o jogo

Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

Desde o Mensalão, em 2005, a TV Globo cumpre o papel de organizar o discurso da direita no Brasil. Importante frisar bem esse verbo: ela “organiza” todo um campo político, e não apenas divulga ou reforça o discurso dos setores “liberais”.

É conhecida a afirmação do pensador italiano Antonio Gramsci de que, nos momentos de crise, os jornais (na época dele, primeira metade do século XX, não havia TV) cumprem o papel de autêntico “partido da burguesia”.

Abalado, bolsonarismo ameaça Greenwald

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

As conversas no telegram entre o atual ministro da Justiça Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava-Jato, vazadas neste domingo pelo site The Intercept Brasil não deixam margens a dúvidas: o então juiz Moro atuou, de forma absolutamente inapropriada e inconstitucional, como parte da acusação na operação que resultou na condenação do ex-presidente Lula; a “república de Curitiba” também agiu conjuntamente, de forma partidária, para interferir no resultado da eleição de 2018 e impedir que o PT voltasse ao poder.

A Globo e sua tática diversionista

Por Gilberto Maringoni

Assisti uma parte do JN na noite desta segunda-feira segunda (10). O tom foi de tentar desqualificar as denúncias do Intercept.

A coalizão governista - que inclui a direção da Globo - está diante de um problema sério: a desastrada nota lançada pelo MPF - no calor da hora - admitiu serem verdadeiros os diálogos vazados. A dada altura o documento afirma:

“Dentre as informações ilegalmente copiadas, possivelmente estão documentos e dados sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e de segurança dos integrantes da força-tarefa e de suas famílias”.

Lava-Jato desmascarada: Moro vai pra forca

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Os revelações feitas pelo site The Intercept sobre o modus-operandi criminoso do consórcio Moro & Dallagnol tiveram um efeito devastador na Lava Jato e provocaram uma reviravolta no quadro político do país em apenas 24 horas. E vem muito mais por aí.

De uma hora para outra, em ação simultânea, inverteram-se os papéis de Lula e Moro. O algoz foi desmascarado e o condenado ficou mais perto da liberdade.

O ex-juiz da câmara de gás de Curitiba perdeu o apoio da mídia (só a Globo permaneceu fiel) e quase ninguém que importa no jogo saiu em sua defesa, além das corporações, dos filhos de Bolsonaro, ministros militares e alguns comentaristas de TV.

The Intercept e a liberdade de imprensa

Do site do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC):

Após publicar uma série de reportagens que trouxe à tona o que provavelmente seja o maior escândalo jurídico-político da história do país, o site The Intercept Brasil vem sofrendo ataques oriundos de setores defensores da Operação Lava Jato. Alguns já saíram a público para pedir a prisão e a cassação do passaporte do jornalista Gleen Greenwald, diretor do veículo. Há pressões para que o The Intercept divulgue quem é a fonte dos materiais recebidos.

Infelizmente, essas atitudes não são novidade. Reportagens que incomodam e ameaçam poderosos sempre despertam o instinto censor por parte destes setores, que agora fazem ameaças e vão tentar calar o The Intercept e os seus jornalistas.

Revolução dos ricos perde força no mundo

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A indignação crescente com as políticas de austeridade, pródigas em aumentar a pobreza e a exclusão; a necessidade de resistir à liquidação dos direitos trabalhistas, sociais e ambientais; o sacrifício de gerações causado pelo desemprego; a insensibilidade dos neoliberais diante do drama dos refugiados; a luta para impedir que pilares do bem-estar social e do iluminismo virem pó, fulminados pelos ataques do obscurantismo e da financeirização da economia e da vida.

Lava-Jato ajudou a devastar a economia

Nota oficial da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED):

A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia - ABED, como uma entidade que defende a democracia, sempre irá posicionar-se favoravelmente a ações de combate à corrupção. No caso específico da Operação Lava Jato, saliente-se se que ela só foi possível com o fortalecimento das instituições de Estado, em particular a Polícia Federal e o Ministério Público. Assim, não poderia ser maior a nossa indignação diante da divulgação de conversas nada republicanas entre destacados membros da Lava Jato, mostrando vergonhosa parcialidade e instrumentalização política da operação.

A Lava-Jato nua e crua

Editorial do site Vermelho:

A Operação Lava Jato, ao longo dos seus cinco anos de atuação, foi criticada por iminentes juristas e personalidades do próprio Poder Judiciário - além de integrantes dos poderes Legislativo e Executivo - por suas práticas marcadas pelo desrespeito ao Estado Democrático de Direito, sempre ressalvando a necessidade do combate rigoroso à corrupção ou a qualquer outra ilicitude. As forças democráticas em geral criticaram as afrontas ao devido processo legal e aos princípios basilares da Constituição e demais regulamentos da legalidade democrática.

Sergio Moro, o chefe dos chefes

Por Jeferson Miola, em seu blog:                   

Equivoca-se quem pensa que a Operação Mãos Limpas é a genuína inspiração italiana de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol.

A se considerar as revelações bombásticas do Intercept, a inspiração italiana de Moro e Dallagnol está mais para as práticas e métodos da Cosa Nostra, a máfia, do que para a Mani Pulite – ou Mãos Limpas, em português.

Além de evidenciar que Moro e Dallagnol mantinham intenso intercâmbio e alto nível de articulação e coordenação estratégica na conspiração para derrubar Dilma e na caçada para prender Lula, a reportagem do Intercept também mostrou que existia uma relação hierárquica de mando na Operação.

A hipocrisia do jornalismo ‘lavajatista’

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Disse, no post anterior, do desamor da elite brasileira pelo sistema legal que ela própria construiu, quando se trata da defesa de seus interesses políticos.

A lei é para todos, dizia o filme promocional da Lava Jato, mas é duríssima para os “inimigos” e uma mera formalidade para os “amigos”.

Eliane Cantanhêde, a quem a Globo e o Estadão dão o privilégio de terem milhões de brasileiros como público cativo, mostra cruamente como acontece isso:

A conspiração criminosa da Lava-Jato

Por Marcio Sotelo Felippe, Patrick Mariano e Giane Ambrósio Alvares, na revista Cult:

A matéria publicada pelo The Intercept traz elementos suficientes para, em tese, fundamentar a convicção de que procuradores da Lava Jato e o então juiz Sérgio Moro teriam praticado o crime previsto no artigo 288 do Código Penal, antes denominado de quadrilha ou bando, agora “associação criminosa”: associação de três ou mais pessoas para o fim específico de cometer crimes. Para a caracterização desse delito não importa se os crimes se consumaram ou se a condenação era tecnicamente possível. Basta a chamada volunta celeris.

Cristologia cristofascista de Bolsonaro

Por Fábio Py, no site Carta Maior:

“Cristo, o Ser:
eis o embate do Reicht”
(Dotrothee Sölle)

“O inferno é, assim, (produzido ou não) o lugar onde
o governo do mundo sobrevive para sempre,
ainda que de forma puramente penitenciária”
(Giorgio Agamben)


Desde as manifestações de 15 de maio, os setores bolsonaristas e o próprio Bolsonaro vêm forçando a associação da figura do presidente com qualidades que o associam a figura do Cristo, apresentando-o como messias, ungido e eleito da nação. Esse novo jogo promovido pelas lideranças religiosas e da base política do governo é mais um apelo a fim de reagrupar as forças com a intenção de legitimar as medidas ultraliberais e amortecer sua impopularidade. A apresentação de Bolsonaro com características cristológicas (de Cristo) dá um novo folego ao cristofascismo à brasileira, sendo uma forma mais refinada de sensibilizar setores religiosos, que mesmo em tão pouco tempo vinham já se descolando do governo.