quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

A esquerda, os militares e o imperialismo

Por José Luís Fiori, no site Carta Maior:

"As grandes potências são aqueles Estados de toda parte da Terra que possuem elevada capacidade militar perante os outros, perseguem interesses continentais ou globais e defendem estes interesses por meio de uma ampla gama de instrumentos, entre eles a força e ameaças de força, sendo reconhecidos pelos Estados menos poderosos como atores principais que exercem direitos formais excepcionais nas relações internacionais" - Charles Tilly, Coerção, Capital e Estados Europeus. São Paulo: EDUSP, 1996, p. 247.

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Foi depois da Primeira Grande Guerra que o movimento socialista internacional repudiou o colonialismo europeu e transformou o “imperialismo” no inimigo número um da esquerda mundial. Assim mesmo, quando os socialistas chegaram pela primeira vez ao poder, na Europa, e foram obrigados a governar economias capitalistas, não conseguiram extrair consequências da sua própria teoria do imperialismo para o plano concreto das políticas públicas. E quando foram chamados a comandar diretamente a política econômica, como no caso de Rudolf Hilferding, entre outros, seguiram o receituário vitoriano clássico, do “sound money and free markets” – até muito depois da Segunda Guerra, quando aderiram, já nos anos 60 e 70, às ideias, propostas e políticas keynesianas. Mas na década de 80, estes mesmos partidos se converteram ao programa ortodoxo da austeridade fiscal e das reformas liberais que levaram à desmontagem parcial do Estado de Bem-estar Social.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O MST na mira de Bolsonaro

Por Nara Lacerda, no jornal Brasil de Fato:

Ainda nos primeiros dias da atual gestão, em janeiro de 2019, o governo de Jair Bolsonaro já dava mostras de que levaria à prática o tom dado às questões fundiárias durante a campanha eleitoral. Com o passar dos meses, as afirmações bélicas se tornaram atos de governo. As declarações seguiram numa crescente de agressividade que, de acordo com observadores, tornaram ainda mais sensíveis as relações no campo.

2019 não é um ano para ser esquecido

Por Renato Rovai, em seu blog:

Há muita gente se perguntando se não era melhor ter passado direto de 2018 para 2020, como se o ano que termina não tivesse existido.

Uma sensação de gosto amargo na boca, de que tudo ou quase tudo deu errado é o mantra da vez.

A sensação dos que defendem a democracia, o meio ambiente, os direitos humanos, as liberdades é de que estamos saindo piores do que entramos deste ano.

Há muito de verdade nisso, mas nem sempre tudo é tão verdadeiro quanto parece.

Sem querer fazer o papel de Polyana, fazendo o jogo do contente e tentando extrair algo de bom e positivo de tudo, quero dizer que sim, aprendemos muitas coisas neste 2019 e que serão fundamentais pra gente seguir adiante.

Uma resistência mais ampla e forte em 2020

Editorial do site Vermelho:

Nesta virada de ano estão confirmados os prognósticos sobre o governo Bolsonaro. Como era previsto, o Brasil caiu em um processo de regressão democrática. Os ataques às instituições que deram forma aos avanços que atravessaram sobretudo o século XX estão em curso e são cada vez mais ousados. Eles já provocaram estragos de grandes proporções, que poderiam ser piores se não houvesse a resistência democrática.

Incoerência na política externa de Bolsonaro

Por Giorgio Romano, na revista CartaCapital:

Terminado o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, surgem várias análises sobre a Política Externa Brasileira (PEB) que apontariam para um realinhamento de forças baseado no pragmatismo e na “imposição da realidade”. O caso que comprovaria a tese seria, sobretudo, o reforço, ao invés do esfriamento, da relação com a China, maior parceiro comercial e um dos principias investidores no Brasil.

É mencionada também a não-transferência da embaixada brasileira em Israel da capital Tel Aviv para Jerusalém, ou, ainda, a não intervenção direta brasileira na política venezuelana. Mas serão essas as reais motivações? Ou, em verdade, o que seria visto como recuo diplomático expressaria, isso sim, uma incoerência como método da política externa, que, por sua vez, seria o conjunto de forças políticas e sociais que sustentam o governo e que deveriam ser atendidas? A ver.

2019: o ano movido a ódio e mentiras

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Bem que ele avisou aos seus parceiros de extrema direita nos Estados Unidos, logo no início do governo, que primeiro era preciso destruir muita coisa antes de começar a construir um novo país.

A primeira parte Bolsonaro já cumpriu: com método na loucura, muito ódio e mentiras, em apenas um ano de mandato o seu governo apequenou o país, ao atacar uma a uma as conquistas sociais das últimas décadas e abalar os alicerces democráticos de um Brasil em transe permanente.

Deve ser um caso inédito na história mundial. Nunca, antes, que eu me lembre, um presidente declarou guerra ao seu próprio país, tratando o povo e as instituições como inimigos.

De quem, afinal, ele está querendo se vingar?

Um balanço do governo Bolsonaro

Por João Pedro Stedile, no site A terra é redonda:

Uma lista das 32 medidas da presidência de Jair Bolsonaro mais prejudiciais aos trabalhadores/as rurais e à ampla maioria do povo brasileiro.

O primeiro ano do governo do capitão Jair Bolsonaro representou uma clara opção de políticas para o campo, de favorecimento aos interesses do capital, representados pelos latifundiários, agronegócio, madeireiros, mineradoras, grileiros e as empresas transnacionais do agro. Houve enormes retrocessos nas políticas agrária, agrícola e ambiental, prejudicando a todos trabalhadores/as rurais e a ampla maioria do povo brasileiro.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Bolsonaro ataca autonomia das universidades

A manipulação dos dados do comércio

"O ódio tomou conta do Brasil"

As razões da histórica greve na França

A manipulação midiática da economia

Por Bepe Damasco, em seu blog:

O desemprego, a precarização e a informalidade atingem cerca de 40 milhões de trabalhadores.

É cada vez maior o numero de pessoas que trabalha por conta própria, sem previdência, férias, FGTS, 13º ou qualquer outro direito. Mas os grupos de mídia comemoram “a queda do desemprego.”

A estagnação econômica, a desocupação, o desalento e o pior nível de investimento público da história levam à redução drástica do consumo. Por isso, muitos preços param de subir. Consequentemente, a inflação cai. No entanto, a mídia festeja “a derrubada da inflação”, sem explicar a causa.

Papai Noel e as fake vendas de Natal

Do blog Viomundo:

Está no campo das possibilidades: a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) propagou aumento de 9,5% nas vendas de Natal para agradar o governo Jair Bolsonaro.

“Mercado formal de trabalho continua melhorando”, informava o site da entidade no mês passado, apesar desta estatística ser bastante questionável: é a informalidade que tem disparado no Brasil.

A taxa de desemprego de fato registrou leve queda no trimestre móvel encerrado em outubro, de 0,2%, ficando em 11,8%, mas o número de trabalhadores sem carteira assinada atingiu 11,9 milhões, um recorde (mais 280 mil pessoas em relação ao período anterior).

O número de trabalhadores por conta própria chegou a 24,4 milhões (mais 913 mil), outro recorde em relação ao período anterior. Nos dois casos, são trabalhadores precarizados.

domingo, 29 de dezembro de 2019

O ano das mentiras e torpezas

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Lá se vai 2019, o ano de Bolsonaro, ano trevoso, de mentiras e torpezas. Quando ele for revisitado lá adiante, quando tudo isso tiver passado, pois não há mal que sempre dure, haveremos de nos perguntar: como pudemos tolerar tudo aquilo sem nos revoltar? Como pudemos nos silenciar diante do esbulho de direitos, das mentiras diárias, da semeadura de preconceitos, dos ataques à cultura e ao conhecimento, do empurrão constante do Brasil rumo à barbárie, do flerte com a morte pelo incentivo à violência, até mesmo no momento natalino, com o indulto a policiais assassinos e a celebração do aumento de armas em mãos de brasileiros?

sábado, 28 de dezembro de 2019

Bolsonaro ataca os povos indígenas

Trabalho informal toma conta do Brasil

Comunicação e hegemonia cultural

Porta dos Fundos: mais cristão que você

Gugu e o brasileiro fofo e do bem

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:

Gugu Liberato, o bom moço adorador de Sergio Moro, que todas as tias gostariam de ter como sobrinho, tem três filhos com uma moça. Quando caiu do forro da casa e morreu, ela estava ao seu lado para tentar salvá-lo.

Mas a moça, a médica Rose Miriam Souza di Matteo, foi excluída do seu testamento. Teve três filhos, vivia com ele e estava seu lado na hora da morte. Mas, segundo a família, era apenas uma amiga.

Amigos de Gugu dizem o mesmo, que a moça era amiga. Apenas isso. O sobrinho das tias brasileiras teve três filhos com uma amiga, o que se sabe que existe e ninguém tem nada com isso.

Moro, entre o cargo e a Globo

Por Fernando Brito, em seu blog:

O editorial de hoje do jornal O Globo certamente teve três leitores atentos: Sergio Moro, Luciano Huck e João Doria.

O primeiro, vivendo o dilema de ser ainda o candidato da Globo à sucessão presidencial e de estar autoamarrado a um governo que reage ao império dos Marinho que, por todas e mais algumas razões, não pode combatê-lo por estar em absoluta sintonia com as políticas econômicas de Brasília.

O ex-juiz de Curitiba é tratado como até aqui invulnerável, embora atingido com força pela manutenção do “juiz de garantias” no projeto aprovado pelo Congresso: