terça-feira, 25 de abril de 2017

PSB ameaça abandonar o covil golpista

Por Altamiro Borges

Os fotógrafos do Palácio do Planalto têm registrado o recente mau humor de Michel Temer. Ele até parece meio depressivo. E não é para menos. As últimas pesquisas confirmam que a sua popularidade despenca de forma acelerada. Já a economia, que teria uma retomada “instantânea”, segundo a mídia chapa-branca, caminha para o desfiladeiro. Para piorar, a base parlamentar do Judas, que era exibida ao “deus-mercado” como o seu grande trunfo, começa a dar dores de cabeça. Na primeira votação do regime de urgência da “reforma” trabalhista, o usurpador foi derrotado. Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal e jagunço dos patrões, teve que manobrar descaradamente – a exemplo do ditador Eduardo Cunha – para conseguir emplacar o golpe regimental. Agora, uma nova bomba. O PSB, o quinto maior partido da base governista, ameaça deixar o covil golpista.

Em reunião realizada nesta segunda-feira (24), a comissão executiva da sigla fechou questão contra as reformas trabalhista e previdenciária do governo ilegítimo e decidiu engrossar a greve geral desta sexta-feira. Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, também rechaçou as ameaças do Judas. “O PSB não se vê obrigado a votar matérias que são contraditórias com sua história, com seu programa”, afirmou ao Estadão. Num tom mais áspero, ele sinalizou que a decisão da executiva inviabiliza a participação do partido no covil golpista. Carlos Siqueira explicou que a escolha do deputado licenciado Fernando Coelho Filho (PE) para o Ministério de Minas e Energia foi uma decisão pessoal de Michel Temer. “O cargo não é do partido, porque nunca indicou. É do presidente da República, ele tem a plena liberdade para fazer o que desejar”.

O presidente do PSB ainda insinuou que o parlamentar que votar a favor das reformas trabalhista e previdenciária sofrerá sanções. “A maior punição para eles seria dos seus próprios eleitores. Ninguém ignora que são reformas extremamente impopulares e que a grande maioria está contra elas... Eu aposto na possibilidade de que os deputados cumpram a decisão. Esse partido não é um trem descarrilado que se entra sem saber para onde ir. É um partido que tem 70 anos de história e não pode rasgar seu manifesto e seu programa”. Outro dirigente da sigla, Beto Albuquerque, também falou sobre o fechamento de questão e ironizou: “É prudente o Planalto começar a contabilizar votos a menos”. O PSB conta com 37 deputados federais.

Diante da aparente rebeldia deste e de outros partidos aliados, o covil golpista tem radicalizado sua posição, fazendo ameaças e chantagens. Segundo o site da revista Época, “Temer está incomodado com três partidos da base aliada: PSB, PSD e PRB. Pediu aos ministros Fernando Bezerra Filho, Gilberto Kassab e Marcos Pereira que controlem suas bancadas e garantam apoio às reformas. Marcos Pereira, por exemplo, já tentou sensibilizar os correligionários. Mas, até agora, acredita ter apenas 50% dos votos do partido favoráveis ao Planalto”. Para dobrar os “rebeldes”, Michel Temer já teria decidido exonerar os ministros destes partidos e todos os indicados para cargos no governo. Ele também prometeu distribuir alguns "presentes". A conferir se o fisiologismo vai dar resultado!

*****

Leia também:

Temer perde força no Congresso Nacional

Temor dos conservadores cresce a cada dia

Reforma da Previdência: punindo os inocentes

Reforma de Temer esmaga o trabalhador rural

Os estragos da 'reforma' da Previdência

Mídia ignora críticas à reforma de Temer

O harakiri ideológico do PSB

Base "aliada" já ameaça trair o Judas Temer

1 comentários:

Anônimo disse...

Psb ameaça sair da base no papo, na realidade vota a favor do governo, só jogo midiático.