sexta-feira, 23 de julho de 2010

Por que Chávez rompeu com a Colômbia

Reproduzo artigo de Breno Altman, publicado no sítio Opera Mundi:

Nas últimas semanas, o presidente venezuelano Hugo Chávez passou diversos sinais conciliadores para o mandatário eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, que tomará posse dia 7 de agosto. O retorno também foi promissor: o novo chefe de Estado colombiano revelou-se disposto a construir uma agenda positiva, que permitisse o pleno reatamento entre os dois países.

Mas a aproximação foi fulminada pela ação de Álvaro Uribe, desconfortável com a autonomia de seu sucessor e o risco de perder espaço na vida política do país. Mesmo sem qualquer incidente que servisse de pretexto, jogou-se nos últimos dias a reativar denúncias sobre supostos vínculos entre as Farc e a administração chavista.

O ápice da performance uribista foi a atual reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos), que se realiza em Washington. Bogotá apresentou provas para lá de duvidosas, que sequer foram corroboradas por seus aliados tradicionais, de que a Venezuela estaria protegendo e acobertando atividades guerrilheiras. A reação de Caracas foi dura e imediata.

A decisão pela ruptura de relações diplomáticas, no entanto, pode ser provisória. O próprio presidente Chávez, nas primeiras declarações a respeito dessa atitude, reafirmou a esperança de que Santos arrume a bagunça armada pelo atual ocupante do Palácio de Nariño. Mas reiterou sua disposição de enfrentar e desqualificar a estratégia de Uribe.

O presidente colombiano parece mirar dois objetivos. O primeiro deles é interno: a reiteração da “linha dura” como política interna facilita sua aposta de manter hegemonia sobre os setores militares e sociais que conseguiu agregar durante seu governo. O segundo, porém, tem alcance internacional. O uribismo é parte da política norte-americana para combater Chávez e outro governos progressistas; mesmo fora do poder, o líder ultradireitista não quer perder protagonismo e se apresenta como avalista para manter Santos na mesma conduta.

Fontes do Palácio de Miraflores não hesitam em afirmar que as provocações de Uribe, além de fixar seu alvo no presidente venezuelano, seriam estranhamente coincidentes com o discurso de José Serra e Indio da Costa no Brasil, retomando a pauta de eventuais relações entre o PT e a guerrilha colombiana. Esses analistas afirmam que o governante de Bogotá deu um lance para se manter em evidência na disputa regional entre os blocos de esquerda e direita.

Autoridades venezuelanas, nos bastidores, se empenham para que haja uma condenação generelizada, dos países latino-americanos, à conduta de Bogotá e ao cúmplice silêncio norte-americano. Não desejam que outras nações sigam o caminho da ruptura, mas Chávez parece convencido que seu colega colombiano não poderá ser detido com meias-palavras ou atos de conciliação.

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

O uso do cachimbo pode entortar a boca

Reproduzo artigo de Maria Inês Nassif, publicado no jornal Valor Econômico:

A incorporação do discurso udenista ao arsenal dos candidatos à Presidência é tão velha quanto a relativamente nova democracia brasileira. Aliás, até mais velha. O padrão da UDN, criada em 1945 e extinta em 1965 pela ditadura militar que ajudou a implantar, tem interditado o debate político desde a redemocratização, em 1985. Em 2010, 35 anos após a sua extinção, ainda é o padrão de discurso oposicionista. 55 anos depois de sua criação, com uma ditadura de 21 anos no meio, volta invariavelmente em períodos eleitorais.

O PT cumpriu seu destino de oposição udenista de 1989 a 2002, quando, enfim, tornou-se governo pelo voto direto. No caso, prevaleceu o discurso moral. A partir de 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o governo, os partidos excluídos do poder assumiram, eles próprios, o udenismo como padrão de comportamento oposicionista. Trazido das eleições anteriores, o udenismo pós-Lula, comandado pelo PSDB e pelo ex-PFL, além da referência moral, vem carregado de conservadorismo. O período pós-2002, com um partido de esquerda no poder, trouxe à cena um padrão UDN completo, com barba, cabelo e bigode: discurso moral, agressividade, anticomunismo e conservadorismo de costumes.

O partido mais udenista da política brasileira, o ex-PFL, hoje DEM, renovou quadros, pôs gente nova à frente da direção e o discurso continua o mesmo. Indio da Costa, o jovem vice-candidato do candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, entrou no cenário nacional acusando o PT de ligação com a guerrilha colombiana, as Farc. Além de ser uma afirmação temerária, ela tem por objetivo provocar o velho anticomunismo que todo mundo supunha estar enterrado com o próprio comunismo, depois do fim da União Soviética. Mas isso é mais que um atavismo. É um discurso destinado a uma faixa do eleitorado conservador que rejeita ideologicamente o PT. PSDB e DEM embarcaram na retórica anticomunista para manter um eleitor que já é sua reserva de mercado.

O problema de adotar esse tipo de discurso é que isso provoca confusão de personagens e da história. Por essa retórica, estão a salvo do julgamento da história personagens que até hoje perambulam pela cena política, políticos gestados pela ditadura e que deram apoio ao governo autoritário que matou, torturou, censurou e cerceou os poderes do Legislativo e do Judiciário. Estão a salvo também os que se aliaram a eles - mesmo aqueles que, no passado, tiveram passagens pelos movimentos de resistência à ditadura. Como esse é um discurso maniqueista, traz, implícita ou explicitamente, a condenação àqueles que se opuseram ao regime. A anistia que esse pensamento conservador tanto defende para os agentes públicos que torturaram e mataram é negada aos que lutaram contra o regime militar e permaneceram à esquerda do espectro político depois da redemocratização.

Se a referência for a história, os três candidatos melhor colocados na disputa presidencial estão no mesmo barco. José Serra (PSDB) foi da Ação Popular, um racha da Juventude Universitária Católica (JUC) que flertou com o marxismo e, posteriormente, acabou se incorporando ao PCdoB - embora Serra não tenha se incorporado, ele próprio, à luta armada. Dilma Rousseff fez a opção pela luta armada contra a ditadura e cumpriu alguns anos de cadeia por isso, além de ter sido barbaramente torturada - e embora não tenha participado diretamente de nenhuma ação. Marina Silva militou no Partido Revolucionário Comunista (PRC), já no período em que a oposição havia abandonado a via armada como tática de contraposição ao regime.

Sem o viés conservador, essas informações são muito mais um sinal de que o país cumpre o seu destino democrático do que uma "denúncia". Graças a pessoas como Serra, Dilma e Marina, o país vive uma democracia. Graças a eles, em outubro acontecerá o primeiro turno das eleições presidenciais. Por causa da luta que eles participaram, alguém será eleito pelo voto direto e secreto. Pela ação de pessoas como eles, a imprensa terá plena liberdade para cobrir o pleito. Os candidatos poderão fazer comícios, ocupar as ruas e falar o que pensam nos palanques, no rádio e na TV.

A eleição de 2010 se deve àqueles que lutaram contra a ditadura, militando no partido de oposição permitido pelo regime, o MDB, ou nos partidos clandestinos que optaram ou não pela luta armada. Isso não é uma denúncia, é uma feliz constatação. O país agradece, comovido, a pessoas como o deputado José Aníbal (PSDB-SP), companheiro de Dilma na Polop; ao candidato ao Senado Aloysio Nunes (PSDB-SP), que militou na ALN; ao candidato ao governo do Rio, Fernando Gabeira (PV), que foi do MR-8. Aos ex-comunistas do velho Partidão, o PCB, organização que rejeitou a via armada - o governador Alberto Goldman (PSDB-SP), o ex-prefeito César Maia (DEM-RJ), o senador Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), o ex-deputado Roberto Freire (PPS-SP), entre tantos outros. Aos hoje petistas que vieram de organizações que optaram pelo confronto armado com a ditadura - José Genoíno (que participou da Guerrilha do Araguaia), José Dirceu, Fernando Pimentel, Marco Aurélio Garcia, Ricardo Zarattini, Rui Falcão, Franklin Martins, Carlos Minc, entre outros. E a outros que botaram a cara para bater mobilizando grandes contingentes de trabalhadores em greves que colocaram profundamente em xeque o regime autoritário - como o próprio presidente Lula.

Deve-se o presente a muitos, muitos mesmo, que hoje apoiam o governo ou estão na oposição, mas igualmente, e no mesmo momento, enfrentaram riscos, viram companheiros morrer, perderam amigos ou pessoas da família - e chegaram, juntos, ao momento em que a sociedade brasileira comemorou a democracia.

Em eleições, existe espaço para qualquer discurso ideológico. Isso é democracia. O que não convém é manipular a história, nem relativizá-la. Não são tantos anos que separam as eleições de 2010 dos movimentos pela democracia, onde muitos tucanos e petistas que hoje se batem estavam no mesmo barco.

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A grande imprensa e o nascimento do novo

Reproduzo artigo de Gilson Caroni, publicado no sítio Carta Maior:

Em pleno ano eleitoral de 2002, o governo submergia em sérios escândalos na área econômica. O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o diretor de Política Monetária da mesma instituição, Luiz Fernando Figueiredo, eram acusados pelo presidente interino da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de fazer lobby em favor das empresas de telefonia. Ambos teriam entregado à Câmara de Política Econômica, instância governamental, um texto preparado pela BCP, empresa que operava na banda B de telefonia celular em São Paulo. No documento eram recomendados aumentos de tarifas, mudanças contratuais beneficiando as operadoras e redução dos impostos que incidem sobre as contas dos consumidores.

Tinha mais. Havia sérias suspeitas de que técnicos de alto escalão do BNDES, do Tesouro Nacional, do Banco do Brasil e do Ministério da Fazenda fizeram uso de informações privilegiadas para compra e venda de ações do Banco do Brasil. Eram pessoas que trabalham nas mesmas instituições que desenharam o projeto de venda de 16,3% do capital do BB. O então ministro da Fazenda do governo FHC, Pedro Malan, mandou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigar as acusações. O problema é que o órgão fiscalizador abriu sindicância para apurar denúncias de irregularidades de funcionários em processo de cisão nas áreas de petroquímica e de papel e celulose. Em suma, em tempos do império do cassino, o melhor a fazer era, tal como na música de Chico Buarque, "chamar o ladrão".

O que revelam os parágrafos acima? Um cenário tétrico. Um governo corrompido em setores-chave de formulação e execução de sua política econômica. O resultado lógico de instituições que se redefiniram para melhor servir ao receituário neoliberal. Não havia acidentes de percurso. A banca internacional e a degradação interna de autoridades e órgãos que se desviavam de suas funções republicanas não eram obra do acaso. A segunda era um desdobramento lógico da primeira. E não atingia apenas instâncias econômicas; levava de roldão uma imprensa que a tudo silenciava. Por convergência de princípios e por ser sócia do jogo.

Os fatos aqui relatados não são fruto de uma exaustiva investigação pessoal. Resultam da leitura de novas mídias, em complementação entre o impresso e o digital, que vieram para disputar a hegemonia no campo da produção e difusão de informação. Veículos como Caros Amigos, Carta Capital e Carta Maior, entre outros, noticiaram o que a imprensa oligarquizada tratou de jogar para debaixo do tapete. Os profissionais que militam nesses espaços, ao invés de seguirem conhecidas orientações editoriais, cumpriram, já naquele pleito, a função básica de fiscalizar os poder público e estabelecer a construção de dispositivos contra-hegemônicos.

Por excelência, sempre denunciaram as malfeitorias do consórcio demo-tucano com amparo em sólido trabalho investigativo, tarefa irrenunciável de um jornalismo preocupado em atender os interesses dos novos sujeitos emergentes e dos movimentos sociais organizados.

Hoje, passados oito anos, vemos surgir novas formas de produção comunicativa que não se deixam submeter a outro imperativo que não seja o interesse do leitor. Nadando contra a corrente de uma imprensa de mercado e antinacionalista, não recusam os princípios que fundamentam a liberdade de imprensa, assegurada em qualquer regime democrático. O pluralismo está assegurado na cobertura dos fatos, no respeito ao contraditório e nos mais variados matizes ideológicos de seus colaboradores e articulistas.

Como veículos de cidadania, não se prestam a agenciamentos de interesses escusos, a distorções da realidade, infamando, como fazem as corporações, quem consideram adversários políticos. É bela a aula de jornalismo dada por espaços que se multiplicam com o surgimento de um governo comprometido com a luta da classe trabalhadora. Que mantêm na credibilidade, independente do formato, sua identidade central. Reafirmam o que disse, já há algum tempo, o jornalista Washington Novaes: "jornalismo não é profissão a ser exercida em nome próprio, mas por delegação da sociedade, a quem legitimamente pertence a informação.”

Se a imprensa tradicional está desfigurada, reduzida à condição de boletim de campanha, com fanfarras eleitorais semeadas em praticamente todas as páginas, um fazer jornalístico alternativo, próprio dos que resistem , ameaça a sua até então granítica hegemonia. As eleições de outubro talvez venham a ser o divisor de águas do campo comunicativo. Fruto da massa crítica acumulada, o novo pode enfim nascer. E virá como desconcertante reconquista do futuro.

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Mídia protege terrorista da Venezuela

A desarticulação de uma conspiração golpista na Venezuela tem sido o motivo da nova ofensiva midiática contra o governo de Hugo Chávez. No Jornal Nacional, o âncora Alexandre Garcia, ex-assessor de imprensa do ditador João Batista Figueiredo, fez seu estardalhaço com a detenção de “um dos líderes da oposição venezuelana”. Já o Estadão, que festejou o frustrado golpe de abril de 2002 no país vizinho, estampou a manchete: “Caracas prende e acusa outro opositor”.

Em quase todos os veículos, a notícia foi embalada na mentira de que não existe democracia na Venezuela e de que o presidente Hugo Chávez – que já passou pela prova do voto por doze vezes – é um ditador, um facínora. A imprensa teleguiada pelo Departamento de Estado dos EUA só não esclarece quem é o tal opositor e quais os motivos da sua prisão. Alexandre Peña Esclusa, o novo herói da mídia, é um provocador, detido por seu envolvimento direto numa trama golpista.

O bando de Carrilles, agente da CIA

Há poucas semanas, o serviço de inteligência venezuelano desmontou um esquema terrorista que visava tumultuar as eleições de setembro próximo no país. A polícia capturou Francisco Abarca, um terrorista procurado pela Interpol por pertencer ao bando de Luis Posada Carrilles – o famoso agente da CIA, mentor da derrubada de um avião cubano, em 1976, que resultou na morte de 73 pessoas – e que hoje vive livremente em Miami. Em 1977, Abarca recrutou os mercenários que explodiram quatro bombas em Havana, matando um turista italiano.

O notório terrorista foi preso pela polícia venezuelana tentando ingressar no país com identidade falsa. Num vídeo, ele confessou estar organizando um novo ataque, desta vez para desestabilizar as eleições no país. Ele também dedurou a polícia alguns de seus comparsas, inclusive Alejandro Peña Esclusa. Inexpressivo candidato à presidência em 1998, quando teve 0,04% dos votos, este sujeito é um conhecido golpista na Venezuela. Na sua residência, a polícia encontrou explosivos, detonadores e farta munição. O terrorista Alejandro Peña Esclusa tem uma longa ficha corrida:

A ficha corrida de Alejandro Esclusa

- Integrante do grupo extremista Tradição, Família e Propriedade (TFP), há suspeita sobre o seu envolvimento num plano de atentado ao Papa João Paulo II durante sua visita à Venezuela;

- Em 2008, ele criou na Colômbia a ONG UnoAmerica, que financiou a campanha do candidato da Arena, partido da extrema direita, nas eleições de 2009 em El Salvador;

- Esclusa participou ativamente da tentativa de golpe contra Chávez em abril de 2002, insuflando os violentos confrontos com a polícia e a destruição de prédios públicos;

- Ele também foi conselheiro dos golpistas em Honduras, em junho de 2009, sendo condecorado pelo chefe dos conspiradores Roberto Micheletti – como comprovam vários vídeos no Youtube.

Seus vínculos com organizações terroristas são notórios, inclusive com os grupos paramilitares da Colômbia. Apesar desta ficha corrida, a mídia colonizada tenta transformá-lo num “opositor”, vítima do “ditador Hugo Chávez”. O pitbul da Veja, Reinaldo Azevedo, chegou a escrever: “Já estive num debate com Esclusa em 2005 ou 2006, não tenho certeza. É um homem inteligente, cordial, convicto. Nada em seu discurso ou em sua prática sugere flerte longínquo com o terror”. Realmente, a mídia golpista brasileira continua “flertando” com o terror fascista e o golpismo.

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ditador Serra não tem senso de humor



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UJS/SP debate papel da mídia nas eleições



Reproduzo matéria do sítio da União da Juventude Socialista (UJS):

A UJS de São Paulo promove no próximo sábado (24/7) o seu Encontro de Comunicação e Eleição para debater a atuação da mídia no atual momento político e conta com presenças ilustres.

O evento pretende reunir toda a militância engajada nas novas mídias para trocar idéias quanto ao fortalecimento dos meios de comunicação alternativos à imprensa de massa, além de colocar em pauta o desafio de garantir a continuidade dos avanços conquistados nos últimos anos pela juventude. Contando com a presença de Paulo Henrique Amorim, do site Conversa Afiada, Altamiro Borges, membro do comitê central do PCdoB e importante referência blogueira, e Conceição Oliveira, do blog Maria Frô, a UJS prepara seu arsenal ideológico para a batalha eleitoral que está no ar.

Além dos bate-papos com os palestrantes, o encontro vai contar ainda com algumas oficinas para orientar quanto a melhor utilização das ferramentas online no campo da comunicação. A organização do evento, que será realizado na sede do Comitê Central do PCdoB, ainda espera a confirmação da presença do jornalista Luiz Carlos Azenha, do site Viomundo. Com início às 8h30, o encontro se estende por todo o sábado e será encerrado com uma reunião da diretoria estadual da UJS.

Confira abaixo toda a programação:

8h30 - Debate de abertura: Mídia e Eleição

Paulo Henrique Amorim e Altamiro Borges

12h - Almoço

13h - Blogs: Debate e Oficina com Luiz Carlos Azenha (a confirmar)

15h30 - Twitter: Debate e Oficina com Conceição Oliveira

17h - UJS na Batalha: Reunião da Direção Estadual da UJS

Local: Sede do Comitê Central do PCdoB - Rua Rego Freitas, 192 - República
Data: 24/07 - Sábado
Horário: 8h30

Confirmação de presença pelo e-mail alinelopes.ujs@gmail.com.

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Globo, Folha, Veja e Estadão apóiam Serra

Reproduzo artigo de Eduardo Guimarães, publicado no blog Cidadania:

Sugiro ao leitor que leia atentamente este post porque dele resultará um possível e inédito esforço da sociedade civil para combater o uso ilegal de poder econômico e de recursos públicos por empresários do setor de comunicação, em claro favor de uma facção política.

Para entender a questão que estou propondo, voltemos à última terça-feira (13/7), quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o jornal O Estado de Minas em R$ 7 mil por fazer “campanha antecipada” para o candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

Segundo notícia vagamente reproduzida em alguns grandes portais de internet — e que as imprensas escrita, televisada e radiofônica esconderam total ou parcialmente —, “o veículo foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de publicar, em seu caderno de política, no dia 10 de abril deste ano, reportagem alusiva ao lançamento da pré-candidatura de José Serra à Presidência da República”.

A denúncia do MPE foi acolhida pela ministra substituta do TSE, Nancy Andrighi, que multou o jornal mineiro.

Por certo, não é a primeira vez que um meio de comunicação é multado por fazer campanha ilegal para um candidato, mas não me lembro de outro caso igual envolvendo um veículo do porte de O Estado de Minas.

O fato supra mencionado me voltou à mente na manhã deste sábado (17/7). Como a minha filha caçula, de 11 anos, está novamente internada, a fim de passar o tempo entre a noite de sexta-feira até agora, devorei vários jornais e revistas comprados na banca em frente ao hospital.

Foi aí que me veio o pensamento de que os mais eminentes órgãos de imprensa escrita estão fazendo campanha eleitoral em favor de Serra tanto quanto O Estado de Minas, só que na forma de campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT.

Impressionou-me a avaliação desses órgãos de imprensa todos juntos. É impossível ler qualquer um deles sem que a enorme dose de más notícias contra o presidente da República, contra a sua candidata e contra o partido dos dois chame a atenção do leitor.

Todos juntos

Comprei O Estado de S. Paulo, a Folha de S.Paulo, O Globo e as revistas Veja e Época

Todos juntos continuam acusando a campanha de Dilma de ter feito dossiê contra Serra e Eduardo Jorge valendo-se do poder do governo Lula sobre a Receita Federal.

Todos juntos contam que a Sociedade Interamericana de Imprensa considerou o governo Lula antidemocrático e o acusou de atentar contra a liberdade de imprensa.

Todos juntos criticam Dilma por “guardar dinheiro debaixo do colchão”, valendo-se de declaração de bens dela à Justiça Eleitoral ao se registrar como candidata.

Todos juntos manipularam o comparecimento de público ao comício com Dilma e Lula no Rio. A Folha chegou a dizer que só mil pessoas foram ao evento, o que, lendo a matéria, descobre-se que foi o que restou de público depois de cair um temporal.

Todos juntos acusam o presidente Lula de “violar as leis” por apoiar publicamente a sua candidata, ignorando total ou parcialmente que Serra também está sendo multado por infringir a lei eleitoral.

As poucas notícias desfavoráveis a Serra, além do volume infinitamente menor delas, tampouco aparecem na primeira página ou na capa desses veículos. E aparecem bem pouco. Para cada dez notícias ou comentários contra os petistas aparecem, no máximo, um ou dois contra os tucanos, se tanto.

Prática sistemática

Afirmo publicamente que os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e O Globo, bem como a revista Veja, fizeram e continuam fazendo campanha escancarada para Serra e campanha negativa contra Lula, Dilma e o PT fora da época permitida pela lei eleitoral.

A mera análise de um período maior de tempo revelará uma prática sistemática desses órgãos de imprensa de fazerem campanha negativa contra os petistas. É preciso trazer esses números à ordem do dia. Há que apurá-los, divulgá-los e entregá-los à Justiça.

Vale lembrar que o conceito de “campanha eleitoral negativa” surgiu recentemente, quando o sindicato dos professores paulistas, a Apeoesp, promoveu atos públicos contra o governo do estado, o que foi considerado campanha negativa contra Serra pelo TSE, que multou o sindicato.

A sociedade civil não pode mais aceitar que a imprensa faça campanha tão descarada contra Lula, Dilma e o PT e a favor de Serra e do PSDB. A mesma Justiça Eleitoral que está punindo políticos e meios de comunicação, por campanha antecipada, tem obrigação de reconhecer e punir o volume impressionante da campanha escancarada dos veículos supra mencionados.

Que fazer diante de uma situação de afronta às leis e de verdadeira chacota por parte de uma mídia que se transformou em linha auxiliar da campanha presidencial tucana? Novamente, acho que será preciso jogar a sociedade civil em cima deles.

Só que essa ação precisa ser muito bem estudada. Até porque, dará um trabalho enorme quantificar o volume impressionante de matérias atacando Lula, Dilma e o PT. E é justamente na quantificação dessas matérias, na desproporção absurda em relação aos candidatos que está o fio da meada.

Cabe medida judicial

Desta forma, pretendo formar um núcleo de pessoas dispostas a colaborar com a preparação de uma reação da sociedade civil à afronta que esses grandes órgãos da imprensa escrita estão praticando contra as leis.

Estudaremos se caberá de fato ao Movimento dos Sem Mídia tomar uma atitude nessa questão. Sendo assim, quero formar um grupo de filiados ao MSM ou não para que reunamos todo o material necessário a uma medida judicial. Aceitaremos voluntários para a tarefa.

Estou entrando em contato com o setor jurídico do MSM, pedindo estudo do assunto e propondo que nossa organização se reúna talvez até com juristas independentes para melhor analisarmos as opções de reação ao abuso da imprensa escrita.

Será nesse momento que precisaremos do esforço de todos vocês para que consigamos, novamente, outros milhares de assinaturas de apoio à medida que nós, do MSM, poderemos vir a tomar conforme a natureza da análise do nosso setor jurídico.

Peço a cada uma das centenas de pessoas que acabam de se filiar à ONG que consiga apoios à possível representação ao MPE, pois esses apoios, chegando novamente aos milhares, colocarão a Justiça na obrigação de dar uma reposta séria e muito bem ponderada à propositura que lhe poderá ser feita.

Em minha visão, seria facílimo provar que Globo, Folha, Veja e Estadão estão fazendo campanha para Serra desde muito antes do permitido pela lei tanto quanto fez o jornal O Estado de Minas.

Bastará apurar o que fizeram esses veículos no decorrer deste ano. Está tudo muito bem registradinho. Claro que virão com aquela conversa de que são isentos e de que tratam todos os candidatos da mesma forma, mas será brincadeira de criança provar que é mentira.

Logo, logo voltarei ao assunto para tratá-lo em bases mais concretas. Aguardem-me.

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Mídia oculta presos políticos dos EUA

Nos últimos dias, a mídia colonizada tem feito enorme escarcéu com a libertação de dissidentes cubanos. Ele evita contar a verdadeira história de alguns destes “ex-presos políticos”, que agora serão bajulados como “ícones da democracia” a partir da Espanha. A maioria deles tem notórios vínculos com o Escritório de Interesses dos EUA, sediado em Havana. Há provas documentadas de que recebiam orientação e milionários subsídios das agências ianques, como a Usaid.

Reproduzindo as recorrentes manipulações do império, a mídia colonizada só não fala nada sobre os presos políticos dos EUA, muitos deles detidos sem mandato judicial, mantidos em solitárias e cruelmente torturados – como já revelaram vários vídeos no Youtube. Além de ser a recordista mundial em população carcerária, com mais de sete milhões de presidiários, esta nação imperial mantêm centenas de presos políticos – mas a mídia colonizada não faz qualquer estardalhaço.

O silêncio sobre os cinco heróis cubanos

A base militar de Guantánamo, por exemplo, concentra 183 presos, que não tiveram direito a julgamento. Já o líder dos Panteras Negras, o jornalista Mumia Abu-Jamal, encarcerado há 27 anos, foi condenado à pena de morte, e Leonard Peltier está adoecendo nas cadeias sob a falsa acusação de ter matado dois agentes do FBI. A mídia também nada fala sobre os cinco cidadãos da Geórgia, seqüestrados na Suíça, injustamente presos e torturados por oito anos. Ou sobre um grupo de uma dezena de independentistas porto-riquenhos condenados à “privação de liberdade”.

Há ainda o dramático caso dos cinco heróis cubanos, detidos na Flórida quando investigavam o atentado que derrubou uma aeronave da Cubana Aviação. Antonio Guerrero, René González, Fernando González, Ramón Labañino e Gerardo Hernández estão presos há vários anos, muitos deles em solitárias e foram até proibidos do contato com os seus familiares. De nada valeram as críticas de dez Prêmios Nobel e de centenas de personalidades e entidades de direitos humanos às arbitrárias prisões e aos falsos julgamentos e a exigência da libertação dos heróis cubanos.

Ofensiva midiática contra Cuba

Como afirma o jornal Prensa Latina, a hipocrisia dos EUA conta com a cumplicidade da mídia. “Os Estados Unidos, preocupados em transformar presos comuns cubanos em patriotas, através de uma campanha midiática mundial, desconhecem os direitos humanos dos presos políticos que estão em seus presídios. Contam com milhões de palavras difundidas nos meios de comunicação controlados por Washington para apoiar essa nova arremetida contra Cuba, na qual participam os setores mais conservadores da mídia latino-americana e européia”.

Abaixo, uma lista parcial dos presos políticos nos EUA, que a mídia colonizada evita divulgar:

- Abdullah, Haki Malik
- Abu-Jamal, Mumia
- Acoli, Sundiata
- Simms, Charles
- Sims, Debbie
- Orr, Delbert Orr
- Goodman, Edward
- Holloway, Janet
- Phillips, Janine
- Davis, Michael
- Phillips, William
- Al-Amin, Jamil Abdullah
- Azania, Zolo
- Barnes, Grant
- Bell, Herman
- Block, Nathan
- Bomani Sababu, Kojo
- Bowen, Joseph
- Bowers, Veronza
- Buck, Marilyn
- Burton, Fred "Muhammad"
- Campa, Rubén
- Chubbuck, Byron Shane (Oso Blanco)
- Conway, Marshall Eddie
- Dunne, Bill
- Fitzgerald, Romaine “Chip”
- Ford, Patrice Lumumba
- Gilbert, David
- González Claudio, Avelino
- González, René
- Guerrero, Antonio
- Hayes, Robert Seth
- Hernández, Alvaro Luna
- Hernández, Gerardo
- Hilton, Freddie (Kamau Sadiki)
- Hoover, Larry
- Ka'bah, Abdullah Malik (aka Jeff Fort)
- Kambui, Sekou
- Khabir, Maumin (aka Melvin Mayes)
- Kjonaas, Kevin
- Koti, Mohamman Geuka
- Laaman, Jaan Karl
- Lake, Richard Mafundi
- Langa, Mondo We
- Latine, Maliki Shakur
- López Rivera, Oscar
- Magee, Ruchell Cinque
- Majid, Abdul
- Manning, Thomas
- McDavid, Eric
- McGowan, Daniel
- Medina, Luís
- Muntaqim, Jalil
- Odinga, Sekou
- Paul, Jonathan
- Peltier, Leonard
- Pinell, Hugo "Dahariki"
- Poindexter, Ed
- Powell, Reverend Joy
- Rodríguez, Luis V.
- Shabazz Bey, Hanif
- Shakur, Mutulu
- Shoats, Russell Maroon
- Stewart, Lynne
- Torres, Carlos Alberto
- Torres, Francisco
- Tyler, Gary
- Wallace, Herman
- Waters, Briana
- Watson, Gary
- Woodfox, Albert
- Zacher, Joyanna

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O erro de menosprezar Serra e a velha mídia

Reproduzo importante alerta de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:

Os políticos tucanos e parte de seu eleitorado - especialmente os leitores mais desavisados de “Veja”, “O Globo” e outros que tais – aparentemente acreditaram em algumas fábulas sobre Dilma, espalhadas por colunistas e analistas na primeira fase de campanha (que se encerrou pouco antes da Copa do Mundo):

- ela não tem brilho próprio;

- ela não saberá se portar durante uma campanha, longe das asas de Lula.

- ela não conseguirá colar no prestígio de Lula e terá enorme dificuldade para passar de 15% nas pesquisas.

Tudo isso se mostrou falso. Os tucanos menosprezaram Dilma. E agora engrossam o discurso terrorista de campanha, para tentar recuperar o terreno perdido.

Entre os petistas, de outro lado, há quem ameace embarcar na mesma trilha. Espalham-se em alguns setores, digamos, mais “militantes”, fábulas sobre a candidatura Serra e seus aliados:

- Serra é um néscio, que não sabe o que faz;

- a campanha terrorista de Serra e seus laicos midiáticos não terá nenhum efeito;

- a mídia tradicional deixou de ter importância, e não terá força para impedir a vitória inexorável de Dilma;

Trata-se de um erro grave menosprezar os adversários. Ainda mais, adversários que não tem alternativa. Serra, derrotado, encerra a carreira (mesmo que o PSDB ganhe em São Paulo, o serrismo será varrido do mapa num possível governo estadual de Alckmin). Portanto, para o candidato tucano, trata-se de ganhar ou ganhar.

Alguns enxergam na tática serrista do terrorismo (Farc, narcotráfico, etc.) um puro sinal de desespero. É bem mais do que isso. Nos últimos meses, todos nós fomos bombardeados por emails lembrando o “passado terrorista de Dilma”. Foi algo disseminado de forma profissional, deliberada. Antes disso, a “Folha” já se havia prestado ao serviço de estampar a ficha falsa da candidata, em primeira página. Portanto, a atual fase de campanha (associar PT e Dilma às Farc) é apenas o desdobramento lógico das fases anteriores. Não é algo improvisado…

Isso basta pra ganhar eleição? Não. Ainda mais num cenário em que o PT conta com um presidente aprovado por quase 80% do eleitorado. Mas o terrorismo eleitoral pode ser importante para consolidar o voto anti-petista. Com isso, Serra pode garantir de 25% a 30% do eleitorado. O risco é que estes ataques façam aumentar a rejeição a Serra. Boa parte do eleitorado brasileiro não gosta disso.

No horário gratuito na TV, provavelmente, Serra vai evitar a tática de partir pra cima de Dilma com essa ferocidade. A experiência recente mostra que ataques diretos a um adversário acabam gerando rejeição – ainda mais na TV. Mas há o rádio, a internet e a imprensa amiga pra seguir fazendo serviço…

Serra precisa manter-se competitivo, com alguma chance, até a reta final da eleição. E aí chego ao terceiro dos três pontos que ressaltei acima: engana-se quem acha que a mídia anti-Lula não terá papel a exercer na campanha contra Dilma. A mídia perdeu, sim, parte de sua força. Mas não toda a força. Em 2006, foi a campanha midiática que levou a eleição para segundo turno – Marcos Coimbra, do Vox Populi, já mostrou isso de forma límpida.

Nessa eleição, a mídia impressa seguirá o roteiro de ataques implacáveis contra Dilma. Assim como Serra, essa gente não tem escolha: enveredou por um caminho sem volta.

Essa mídia, talvez, não consiga garantir a vitória de Serra. Ainda mais porque a TV Globo (ao contrário do jornal, que é explícito) tende a manter-se na moita. A Globo não pode se dar ao luxo de voltar a ser carimbada como “anti-povo”, “golpista”… Seria um risco enorme jogar a imagem da Globo numa campanha anti-lulista. Mas, se na reta final, a Globo sentir que há espaço para empurrar Serra ao segundo turno, não tenham dúvidas: vão repetir 2006! O método Ratzinger vai se revelar de novo implacável.

Por isso, os lulistas devem evitar o erro de menosprezar adversários que lutam pela sobrevivência - política, ou econômica – e que vão usar todas as armas numa guerra suja.

Essa não será uma eleição para quem tem estômago frágil.

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terça-feira, 20 de julho de 2010

Bancários debatem “mídia e poder”






Reproduzo matéria publicada no sítio do Sindicato dos Bancários de São Paulo:

O Auditório Amarelo do sindicato lotou. Estudantes, jornalistas, dirigentes sindicais participaram do debate “Mídia e Poder” com dois convidados ilustres: o sociólogo Venício A. de Lima, autor do livro “Liberdade de expressão x Liberdade de imprensa”, e o jornalista Altamiro Borges, que escreveu “A ditadura da mídia”. O evento foi mediado pela presidenta do sindicato, Juvandia Moreira, e pelo presidente da Fetec-CUT-SP, Luiz César de Freitas, o Alemão.

Há poucos meses das eleições que definirão a Presidência da República, governadores de estado e os parlamentares do Senado e da Câmara dos Deputados, o público concentrou suas perguntas na intervenção da grande mídia em relação à postura de incriminar os movimentos sociais.

Os convidados debateram também o monopólio da mídia brasileira e criticaram jornais, portais, rádios e TVs nas mãos de mesmos grupos, mesmas famílias. “A mídia é poder, e um poder que hoje é avesso à liberdade de expressão”, afirmou o jornalista Altamiro Borges. “A mídia tradicional passa também por uma crise moral e perde a credibilidade (...) mas essa mídia ainda tem muito poder”, acrescentou. Venício comentou sobre as propriedades cruzadas e o monopólio da imprensa: “O papel do Estado é propor esta regulamentação. É uma exigência constitucional”.

Sindicato cidadão

Como prática de cidadania, esse foi mais um debate da série que o sindicato está promovendo desde o início deste ano eleitoral. A presidenta do sindicato, Juvandia Moreira, ressaltou a importância da informação como contraponto da mídia tradicional. “O Sindicato dos Bancários é uma das entidades que vê a comunicação como investimento. Este é um debate importante para os trabalhadores terem seus pontos de vista colocados. Comunicação é poder, sim, e a classe trabalhadora deve ser contemplada”.

Alternativa à grande mídia

Os convidados apresentaram ao público o Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé. Criado com o objetivo de democratizar a informação e contrapor uma cobertura política que não reflete a realidade. O nome do centro é uma homenagem a Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé, o homem das lutas de idéias, falecido em 1971.

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Juventude agita encontro dos blogueiros

Reproduzo convocatória publicada no sítio da União da Juventude Socialista (UJS):

Capitaneado pelos principais canais de informação alternativa do país, o 1º Encontro de Blogueiros Progressistas já tem data e local marcados.

O evento acontece nos dias 21 e 22 de agosto, na cidade de São Paulo, e tem como principal objetivo fortalecer os novos meios de comunicação e reforçar o viés democrático da troca de informações da internet. Com a presença confirmada de Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Eduardo Guimarães, Rodrigo Vianna e Leandro Fortes, que irão falar da utilização das mídias sociais no atual momento político do país, o encontro já está com as inscrições abertas, ao preço de R$100.

Para fazer jus ao investimento, também serão oferecidos palestras de orientação jurídica contra ameaças e cerceamento à liberdade de expressão, oficinas sobre twitter, videoweb, rastreamento de trolls e debates sobre a sustentabilidade financeira dos blogs. A programação completa deve ser divulgada na próxima semana.

Segundo os organizadores, uma comissão busca viabilizar a gratuidade da hospedagem e descontos em passagens para os participantes residentes em outros locais do Brasil. Para tanto, foi lançada a campanha “Amigos da Blogosfera”, que está oferecendo 20 cotas de patrocínio ao evento, no valor de R$ 3 mil. Toda a prestação de contas será publicada online para o acompanhamento dos interessados.

Quem quiser se inscrever, basta entrar em contato via email (contato@baraodeitarare.org.br) ou telefonar para (011) 3054-1829, fornecendo nome/nickname, email, link do blog, perfil do Twitter ou outra rede social, telefone e local de residência.

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“CPMI do MST” desmascara os ruralistas



Reproduzo nota oficial da secretaria nacional do MST:

Depois de oito meses de boicote à CPMI contra a reforma agrária, os parlamentares dos setores conservadores liderados por Kátia Abreu (DEM-TO) e Onyx Lorenzoni (DEM/RS) declararam ser necessária a continuidade das investigações das entidades sociais que atuam em assentamentos. Nesse período, as entidades da reforma agrária e os ministérios do governo federal participaram de audiências públicas na comissão, prestaram todos os esclarecimentos e demonstraram a importância dos convênios para a execução de políticas públicas no meio rural.

Mesmo sem participar da maioria das sessões, os ruralistas insistem que a comissão está prorrogada por mais seis meses. Kátia Abreu, por exemplo, não participou de nenhuma sessão, embora tenha sido a maior defensora da sua instalação. O relatório final do deputado Jilmar Tatto (PT/SP) aponta a improcedência das denúncias contra o MST e as entidades de apoio à reforma agrária. Enquanto a comissão funcionava plenamente, com dezenas de audiências, os ruralistas estavam ausentes. Dinheiro público foi gasto em uma CPMI criada como dispositivo de criminalização dos movimentos sociais e contra avanços na reforma agrária.

Para forçar a sobrevida dessa CPMI, os representantes do latifúndio apelaram e criaram um imbróglio jurídico, depois de levantarem assinaturas para prorrogação. Em comissões parlamentares mistas de inquérito, onde participam deputados e senadores, as decisões devem ser tomadas em sessões do Congresso Nacional. Como não conseguiram, Kátia Abreu e Onyx Lorenzoni lançaram mão de uma manobra não prevista no regimento e argumentam que basta o Senado fazer a leitura do requerimento. O senador Eduardo Suplicy (PT/SP) questiona o método usado para prorrogar a comissão e recorreu à Comissão Constituição e Justiça do Senado. Depois, o deputado José Genoíno (PT/SP) fez o mesmo questionamento na Câmara, que resolveu encaminhar a decisão para o presidente do Congresso.

De dezembro a julho, foram feitos todos os esclarecimentos ao Congresso Nacional em relação às denúncias com base em jornais e revistas contra a reforma agrária. Nesse período, as entidades sociais provaram que os objetos dos convênios foram cumpridos, o trabalho realizado melhora a qualidade de vida dos trabalhadores rurais e não houve desvio de recursos públicos, de acordo com o relatório final da CPMI.

De acordo com o plano de trabalho, assegurado pelo regimento do Congresso Nacional, a CPMI acaba em 17 de julho. O relatório final foi apresentado, mas não foi votado porque os ruralistas impediram. Se eles conseguirem atropelar o regimento do Congresso Nacional, senadores e deputados serão coniventes com a criação de um fato político, que será utilizado pelos setores conservadores nas eleições contra a reforma agrária e os movimentos sociais. Por isso, denunciamos a utilização dessa CPMI pelos ruralistas para barrar qualquer avanço da reforma agrária, fazer a criminalização dos movimentos sociais, ocupar espaços na mídia e montar um palanque para a campanha eleitoral.

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Remédios genéricos: Serra mente!

Durante o seminário “Brasil: desenvolvimento e inclusão social”, realizado pelo PSB ontem (19), a candidata Dilma Rousseff desmascarou mais uma das mentiras de José Serra. Ao homenagear um dos dirigentes deste partido, Jamil Haddad, falecido em dezembro, ela fez uma justa correção histórica. “Gostaria de ressaltar também a importância de Jamil Haddad, que possibilitou a fabricação dos genéricos no Brasil. Precisamos dar a autoria do programa a quem é de direito”.

Na sua campanha, o demotucano coleciona mentiras novas e antigas. Entre as novas, ele afirmou recentemente que iria “dobrar o Bolsa Família”, logo ele que sempre desqualificou esta iniciativa como “bolsa esmola” e que cortou investimentos de São Paulo nos programas de transferência de renda. Entre as velhas, o tucano voltou a repetir que foi o pai do FAT e do seguro-desemprego, o que foi imediatamente desmascarado pelas centrais sindicais. A mentira mais batida, porém, é de Serra foi o criador dos remédios genéricos e “o melhor ministro da Saúde da história do país”.

Haddad desmente os tucanos

O decreto-lei número 793, que possibilitou a fabricação de remédios genéricos, é de 1993 e o seu autor foi Jamil Haddad, ex-ministro da Saúde de Itamar Franco. Antes, em 1991, o ex-deputado Eduardo Jorge já havia apresentado o projeto de lei 2.022, que proibia o uso de marca comercial ou fantasia nos produtos farmacêuticos e obrigava a utilização do nome genérico nos remédios comercializados no país. Ou seja: bem antes do trágico reinado de FHC e do seu egocêntrico ministro da Saúde, a política dos remédios genéricos já estava em pleno curso.

Ainda vivo, Jamil Haddad até ironizou os que tentavam se apropriar indevidamente do seu projeto: “Como de filho bonito todo mundo quer ser o pai, em 1999 foi aprovada uma lei, que era praticamente uma regulamentação dos remédios genéricos. O então ministro da Saúde, José Serra, passou a dizer que ele era o autor da lei. Eu considero uma usurpação o que está sendo enfatizado pelo PSDB. Eles não têm fundamento legal nenhum para afirmar que foi por meio daquele partido que se implantou a política dos medicamentos genéricos no país”.

Retrocessos e bondades do ex-ministro

Além de mentir sobre a autoria do projeto, os tucanos ainda foram denunciados por tentar atrasar a sua implantação. O partido cedeu às pressões do poderoso lobby da indústria farmacêutica, que ingressou na Justiça com liminares e fez chantagem diplomática a partir dos países sedes destas multinacionais. No primeiro mandato de FHC, iniciado em 1995, a implantação dos genéricos foi simplesmente arquivada. Só no final, com o desgaste do seu governo, é que ela foi retomada, com o aperto da fiscalização sobre as empresas farmacêuticas.

Para apagar as digitais de Jamil Haddad, FHC e Serra revogaram o decreto anterior e baixaram uma lei (9.787) e um novo decreto (3.181) sobre o tema. Ambos apresentaram retrocessos com relação à política anterior, fazendo concessões às multinacionais do setor. Enquanto o decreto do ex-ministro de Itamar Franco obrigava, por exemplo, que as letras do nome genérico fossem três vezes maiores do que a marca comercial, o projeto de Serra reduziu para o mesmo tamanho. Na ocasião, o presidente da Abifarma, o empresário Bandeira de Mello, elogiou a bondade de Serra para com as multinacionais. “A empresa agora poderá vender caro para quem quiser comprar”.

“Um lobista das multinacionais”

Vários estudos também desmascaram o embuste de que “Serra foi o melhor ministro da Saúde da história do Brasil”. A sua passagem pelo ministério foi um desastre para a indústria nacional de medicamentos. O setor foi totalmente desnacionalizado, beneficiando as multinacionais do setor, em especial dos EUA. A importação de insumos e remédios saltou de US$ 50 milhões, em 1990, para US$ 2,5 bilhões em 2001. “Nós viramos uma zona franca para a importação de remédios”, acusou Dante Alário Júnior, da Associação de Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac).

O incentivo dado por José Serra às importações de remédios fez com que o consumo de produtos fabricados no exterior crescesse trinta vezes, saltando da faixa de 1% para 30% do mercado. A isenção do imposto de importação bancada pelos tucanos desestimulou a produção interna, gerou forte desemprego no setor, reduziu os investimentos em pesquisa e tecnologia, causou a falência de várias indústrias nativas e elevou o preço dos remédios. Na época, alguns empresários do setor acusaram José Serra de ser “lobista das multinacionais dos medicamentos”.

Ministério virou “balcão de negócios”

Mesmo na área dos genéricos, a atuação do ex-ministro sofreu duras críticas. Ele presenteou os laboratórios estrangeiros com isenção total de impostos para importação. Certificados obtidos em órgãos de outros países, como do FDA dos EUA, eram imediatamente liberados como o rótulo de “genéricos”. Já as empresas nacionais eram obrigadas a fazer testes demorados para registrar os seus produtos, ao custo de US$ 60 mil. O resultado foi a invasão de “genéricos” estrangeiros e várias suspeitas de corrupção. Tanto que o ministério foi rotulado de “balcão de negócios”.

Quando a Polícia Federal apreendeu a agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos, ela continha os nomes de assessores de Serra. Alguns foram acusados de extorquir empresários nacionais para liberar seus produtos. Em outro caso suspeito, batizado de “operação vampiro”, a PF desvendou uma quadrilha que atuava no Ministério da Saúde nas licitações para a compra de medicamentos. Os “vampiros” da máfia do sangue faziam parte do esquema PC Farias, mas continuaram agindo impunemente na gestão de José Serra. Ao ano, eles desviaram cerca de R$ 120 milhões.

Desmonte e surto da dengue

A política entreguista do ex-ministro José Serra causou o aumento do preço dos medicamentos – os de marca e os genéricos. No reinado tucano, as multinacionais do setor festejaram os recordes dos seus lucros. Além de prejudicar a saúde da população com os preços abusivos, Serra sabotou a indústria nacional de remédios e agravou o desemprego no país. Como ministro da Saúde, sua única prioridade foi beneficiar as multinacionais do setor. Já como deputado, ele tinha cumprido o mesmo papel, atuando como lobista da lei das patentes do cartel farmacêutico.

Como se nota, é muita petulância afirmar que “Serra foi o melhor ministro da Saúde da história”. Para desmenti-lo, bastaria lembrar o surto da dengue no país. Em 2001, o grão-tucano gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas de combate à dengue. Como parte do desmonte neoliberal do Estado, ele demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar os focos do Aedes Aegypti (transmissor da dengue). Resultado: em 2002 o Estado do Rio de Janeiro registrou 207.521 casos de dengue, com 63 mortes. Ou seja: Serra mente!

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Ataques da mídia golpista na América Latina

Reproduzo editorial do sítio Vermelho:

As declarações do presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Alejandro Aguirre, contra os líderes de governos progressistas da nossa América Latina, feitas ao cabo de uma reunião do comitê executivo da entidade, ganharam ampla repercussão na chamada mídia hegemônica neste final de semana.

O principal alvo de Aguirre foi o presidente Lula, a quem chamou de “falso democrata” em função das relações amigáveis entre o chefe do Estado brasileiro e os presidentes de Cuba, Venezuela e Bolívia, entre outros líderes de governos progressistas da América Latina. Também cobrou uma posição do governo sobre a alegada censura imposta pelo Poder Judiciário ao jornal “O Estado de São Paulo” em processo que envolve a família Sarney.

Ele não voltou suas baterias apenas contra o presidente do Brasil. Atacou Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia, Rafael Correa, do Equador, Daniel Ortega, da Nicarágua e Cristina Kirchner, da Argentina. "Esses governos usaram leis no Congresso, ameaças, subornos, publicidade oficial, atos judiciais sumamente arbitrários. Esses fatos são públicos", esbravejou.

O presidente da SIP não está em condições de dar lições de democracia a ninguém, pois a “imprensa” que representa, monopolizada por alguns poucos grupos capitalistas e políticos a eles associados, esteve sempre, ao longo de nossa história, metida da cabeça aos pés com a direita golpista na América Latina.

Podemos recordar os idos de 1964 no Brasil, 1973, no Chile, 1976 na Argentina ou, mais recentemente, o golpe de abril de 2002 contra Chávez na Venezuela (felizmente abortado) e de 2009 em Honduras, institucionalizado através de uma farsa eleitoral graças aos EUA. Em todas essas ocasiões, os meios de comunicação filiados à SIP, em grande número, atiçaram e respaldaram a direita golpista, conforme argumenta o jornalista Breno Altman em artigo veiculado no Vermelho. Por estas e outras é que ganharam a merecida reputação de mídia golpista.

Alejandro Aguirre fala em nome da “democracia” e da liberdade de imprensa, mas a ouvidos mais atentos seu discurso soa cínico e falso. Os interesses que na prática defende são os dos grupos empresariais que monopolizam os grandes meios de comunicação e confundem a liberdade de suas empresas com liberdade de imprensa, arrogam-se independentes, mas têm o rabo preso com os monopólios capitalistas, o imperialismo e a direita golpista.

As acusações vomitadas pelo presidente da SIP não constituem um episódio isolado. Serão melhor compreendidas como parte de uma contraofensiva mais geral do imperialismo, liderada pelos EUA, frente às vitórias de forças políticas progressistas em diferentes países da América Latina e Caribe, um movimento que não se dá apenas na esfera ideológica.

Muitas outras iniciativas da Casa Branca e do Pentágono na região (com caráter político, econômico e militar) são orientadas para o mesmo objetivo. Podem ser enumerados, como exemplos, acontecimentos como a reativação da 4ª Frota, o golpe em Honduras (2009), a instalação de novas bases na Colômbia, a ocupação militar do Haiti e da Costa Rica, além dos tratados de livre comércio fechados com alguns países.

As coisas certamente não vão parar por aí. As mudanças progressistas em curso na América Latina não podem ser consideradas consolidadas. O imperialismo, que não está morto nem desacordado, tem interesse no retrocesso e conta com o apoio da direita e da mídia golpista para impor, a ferro e fogo se julgar necessário, a sua política.

No Brasil, onde o candidato tucano José Serra integra o coro reacionário da orquestra imperialista, as forças progressistas e a mídia contra-hegemônica têm o dever de desmascarar o discurso falsamente democrático da mídia golpista, defender a integração política e econômica dos países latino-americanos e a soberania nacional.

Trata-se de uma luta prolongada, uma guerra que tem, entre suas grandes batalhas, as eleições de outubro. A ofensiva da mídia golpista contra Lula, Chávez, Castro, Morales e outros governantes latino-americanos da promissora safra mudancista sugere a necessidade de intensificar a luta pela efetiva democratização dos meios de comunicação no Brasil, que poderá avançar no sentido das propostas aprovadas na Confecom com a vitória da candidata Dilma Rousseff e eleição de uma bancada mais progressista para o Congresso Nacional.

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Novela do vice de Serra já terminou?



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A máfia da mídia (SIP) critica Lula

Repelida em vários países, a Sociedade Interamericana de Prensa (SIP) tem a mania de se meter nos assuntos internos das nações do continente. A entidade, que alardeia reunir 1.300 veículos da região, já apoiou golpes militares e ditaduras sangrentas e não tem moral nenhuma para falar em democracia. Mesmo assim, seus mafiosos dirigentes insistem em dizer besteiras. A mais recente foi vomitada pelo presidente da SIP, Alejandro Aguirre, numa entrevista ao Estadão. A matéria até parece que foi encomendada pelo comando da campanha demotucana de José Serra.

O empresário, dono do “Diario de Las Americas” – que é editado em Miami e que recentemente foi desmascarado pela BBC por receber dólares do governo EUA para fazer propaganda contra Cuba –, afirma na entrevista que Lula é “um falso democrata”, que se beneficia “da fé e do poder que o povo nele depositou para destruir as instituições democráticas”. Excitado, o Estadão afirma que Aguirre incluiu Lula na “lista” dos governantes contrários à “liberdade de expressão” – junto com Hugo Chávez, Cristina Kirchner, Evo Morales, Rafael Correa, Daniel Ortega e Raul Castro.

“Um escárnio contra o Brasil”

“Esses governos não podem continuar a se chamar de democráticos... Esses governos usaram leis no Congresso, ameaças, subornos, publicidade oficial e atos judiciais sumamente arbitrários”, rosnou o falso democrata. Indignado, o deputado Brizola Neto repudiou a entrevista de Aguirre – “um escárnio contra nosso país... Os empresários da mídia não se conformam em haver governantes que não se ajoelham diante dos seus desígnios. O Itamaraty deve, imediatamente, tomar as providencias cabíveis em relação a este sujeitinho”.

A indignação é plenamente compreensível e seu pedido de “providências cabíveis” do Itamaraty também é justo. Em outras nações da América Latina, a SIP já tem sido advertida por interferir na política interna, sendo considerada “persona non grata”. Esta entidade, que reúne a máfia dos barões da mídia, não tem qualquer moral para falar em democracia. Basta conhecer um pouco da sua macabra história. Republico abaixo trechos de um artigo escrito em março de 2009:

Instrumento do imperialismo ianque

A SIP realmente não gosta da democracia. Ela reúne os barões da mídia que apoiaram os golpes militares no continente e sustentaram as ditaduras sanguinárias. No auge do neoliberalismo, eles prosperaram com os subsídios públicos e na orgia do "livre mercado". Agora, estão desesperados com as vitórias de governantes progressistas na América Latina e com o debate destravado sobre a democratização das comunicações. A SIP é a fachada desta máfia midiática. Não tem qualquer moral para falar em "liberdade de imprensa", que ela confunde com liberdade dos monopólios.

Sediada em Miami, ela defende os interesses das corporações capitalistas, dissemina as políticas imperialistas dos EUA e agrega os setores mais reacionários da mídia. A SIP se apresenta como "independente" dos governos, mas seu presidente é primo do ministro da Defesa e irmão do vice-presidente da Colômbia. No seu relatório anterior, ela teve a caradura de elogiar os "avanços" na relação do governo narcoterrorista de Álvaro Uribe com a imprensa, sendo que a Colômbia é um dos recordistas mundiais em assassinatos de jornalistas e sindicalistas.


Jules Dubois, o homem da CIA

Num acalentado estudo, intitulado "Os amos da SIP", o jornalista Yaifred Ron faz um histórico assustador desta entidade. Conforme comprova, "a Sociedade Interamericana de Imprensa é um cartel dos grandes donos de meios de comunicação do continente, que nasceu nos marcos da II Guerra Mundial e se moldou no calor da Guerra Fria para protagonizar uma história de defesa dos interesses oligopólicos, de aliança com os poderes imperiais e de atentados contra a soberania dos povos latino-americanos". Com base em inúmeros documentos, ela demonstra que a entidade tem sólidos e antigos vínculos com a central de "inteligência" dos EUA, a temida CIA.

Ela foi fundada em 1943 numa conferência em Havana, durante a ditadura de Fulgencio Batista. Num primeiro momento, devido à aliança contra o nazi-fascismo, ela ainda reuniu alguns veículos progressistas. Mas isto durou pouco tempo. Com a onda macartista nos EUA e a guerra fria, ela foi tomada de assalto pela CIA. Em 1950, na quinta conferência, em Quito, dois funcionários da agência ianque, Joshua Powers e Jules Dubois, passam a comandar na entidade. Dubois será seu coordenador durante 15 anos e teve seu nome registrado no edifício da entidade em Miami.


Desestabilizar governos progressistas

A SIP se torna um instrumento da CIA para desestabilizar os governos progressistas da América Latina. Para isso, os estatutos foram adulterados, garantindo maioria às publicações empresariais dos EUA; a sede foi deslocada para Miami; e as vozes críticas foram alijadas. "Em resumo, eles destruíram a SIP como entidade independente, transformado-a num aparato político a serviço dos objetivos internacionais dos EUA", afirma Yaifred. Na década de 50, ela fez raivosa oposição ao governo nacionalista de Juan Perón e elegeu o ditador nicaragüense Anastácio Somoza como "o anjo tutelar da liberdade de pensamento". Nos anos 60, seu alvo foi a revolução cubana; nos anos 70, ela bombardeou o governo de Salvador Allende, preparando o clima para o golpe no Chile.

"A ligação dos donos da grande imprensa com os regimes ditatoriais latino-americanos tem sido suficientemente documentada e citada em várias ocasiões para demonstrar que as preocupações da SIP não se dirigem a defesa da liberdade, mas sim à preservação dos interesses empresariais e oligárquicos". Na fase mais recente, a SIP foi cúmplice do golpe midiático na Venezuela, em abril de 2002, difundido todas as mentiras contra o governo democrático de Hugo Chávez. Este não vacilou e considerou seus representantes como personas non gratas no país. Ela também tem feito ataques sistemáticos aos governos de Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner.


Medo das mudanças na comunicação

Atualmente, o maior temor da SIP decorre das mudanças legislativas que objetivam democratizar os meios de comunicação na América Latina. Qualquer iniciativa que vise regulamentar o setor e diminuir o poder dos monopólios é taxada de "atentado à liberdade de imprensa". Como informa Yaifred, "para frear qualquer ação governamental que favoreça a democratização da mídia, a SIP se uniu a outra entidade patronal, a Associação Interamericana de Radiodifusão (AIR)". Ambas declararam guerra às mudanças legislativas em curso na Venezuela, Equador, Bolívia e Argentina.

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“Ficha suja” do Serra mostra as garras



O desconhecido deputado Índio da Costa, que o DEM impôs como vice do tucano José Serra, vai aos poucos revelando seu caráter. Em entrevista ao blog “mobilizapsdb”, ele abusou da sorte ao acusar sem provas: “Todos sabem que o PT é ligado às Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia], ao narcotráfico, a tudo que há de pior”. Vestindo o figurino de agente provocador da CIA, ele também destilou veneno contra Cuba. “É um horror aquilo. Coitado dos cubanos”.

Dias antes, o vice “ficha suja” já havia mostrado suas garras numa entrevista ao jornal Estadão. Arrogante, ele afirmou: “Dilma é um boneco... O Lula não preparou a Dilma para nada. Ele está usando-a para continuar no poder com o PT. O povo precisa saber que o Lula volta para casa e os mensaleiros do PT permanecem no governo, do lado da Dilma e mandando nela”. O comando de campanha de Dilma deveria abrir imediatamente um processo na Justiça contra o demo leviano!

Ex-genro do presidiário Cacciola

Ao Estadão, o moleque mimado, que declarou à Justiça possuir uma lancha e um ultraleve, ainda se jactou de que seu maior trunfo foi ser relator do projeto “ficha limpa”, recentemente aprovado no Congresso Nacional. “É o cartão de visitas. Ele diz mais ou menos assim: ‘Esse cara é sério e, como a gente, não agüenta mais tanta impunidade’”. Mas bastaram alguns dias de campanha para mostrar que Índio da Costa, além de direitista convicto, tem uma enorme “ficha suja”.

Imposto pelo rei dos factóides, o ex-prefeito Cesar Maia – numa jogada marota para garantir a reeleição do seu filhote –, o jovem deputado já coleciona suspeitas em seu currículo. Ele não tem nada de inocente. Talvez no convívio com o banqueiro Salvatore Cacciola, de quem foi genro, Índio da Costa tenha aprendido os primeiros truques. Para azar dele, o ex-sogro não poderá ser seu cabo eleitoral – Cacciola, um dos maiores bandidos do sistema financeiro, está na cadeia!

Recursos da merenda escolar

Até tucanos menos cínicos sabem que o vice de Serra é um tremendo “ficha suja”. A vereadora do PSDB do Rio de Janeiro, Andrea Gouvêa, foi relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou desvios de recursos públicos na gestão de Cesar Maia. A CPI comprovou que a prefeitura gastou R$ 75 milhões na compra de merendas escolares de uma mesma empresa, a Comercial Milano. Na época, Índio da Costa era o secretário municipal de Administração. “Ele promoveu uma ação entre amigos”, garante a vereadora, que já anunciou que não apoiará Serra.

As idéias reacionárias, de viés fascista, deste demo também não são novas. Ainda como vereador na capital carioca, ele foi várias vezes criticado pela postura autoritária. Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, o filhote de Cesar Maia se recusou a convocar entidades da sociedade para discutir o tema e impediu que seus representantes questionassem a prefeitura nas audiências públicas. Suas manobras resultaram, inclusive, numa nota de repúdio assinada por 24 vereadores.

“É proibido esmolar no município”

Vereador da elite racista, Índio da Costa também ganhou alguns minutos de fama ao apresentar o projeto de lei que punia os cariocas por doação de esmolas a pedintes. “Fica proibido esmolar no município... Quem doar esmola pagará multa a ser definida”. Na sua justificativa, ele dizia que a mendicância é um “vício”. O projeto foi engavetado, considerado inconstitucional. Ele também foi derrotado na sua iniciativa legislativa de proibir o comércio de ambulantes nas ruas cariocas.

Já como deputado federal, o demo fez discursos contra o programa Bolsa Família, rotulado de “assistencialista”. Quando o governo decidiu enviar ajuda humanitária ao Haiti, ele afirmou que Lula parecia “beber cachaça” ao gastar dinheiro naquele país. Índio da Costa também defendeu um plebiscito sobre a pena de morte e confessou no seu twitter ser simpatizante da monarquia. É esse moleque mimado, típico fascistinha, que os demotucanos apresentam como vice de Serra!

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"Mídia e poder" em debate nos Bancários

Reproduzo convite do Sindicato dos Bancários de São Paulo:

A relação entre mídia e poder é bastante conturbada no Brasil e em diversos países do mundo. Há poucos meses das eleições que vão definir a Presidência da República, governadores de estado e os parlamentares do Senado e da Câmara dos Deputados, o tema é ainda mais premente.

Para enriquecer a discussão, o Sindicato promove na segunda-feira, 19, com transmissão ao vivo pelo www.spbancarios.com.br, o debate "Mídia e Poder" com o sociólogo Venicio A. de Lima, autor do livro "Liberdade de Expressão x Liberdade de Imprensa", e o jornalista Altamiro Borges, que escreveu "A Ditadura da Mídia".

O evento é realizado em conjunto com a Fetec-CUT/SP, aberto ao público e não é necessário fazer inscrição. Acontece na sede do Sindicato (Rua São Bento, 413, Martinelli), das 19h às 21h.

Série: Este será o terceiro debate sobre imprensa promovido pelo Sindicato neste ano. Em abril, os blogueiros Eduardo Guimarães (Cidadania.com) e Rodrigo Vianna (Escrevinhador) comandaram um papo sobre o papel da internet na democratização da informação. No final de maio foi a vez do sociólogo Emir Sader falar sobre mídia e as eleições 2010.

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domingo, 18 de julho de 2010

Dez anos sem Barbosa Lima Sobrinho

Reproduzo artigo de Jandira Feghali, publicado no Jornal do Brasil:

Na história da humanidade há a figura de homens e mulheres símbolos, pessoas que levantaram determinadas ideias com tal denodo, por tanto tempo e a tal altura que o simples enunciado de seus nomes funciona como o desfraldar dos ideais pelos quais se consagraram. Barbosa Lima Sobrinho é um desses homens.

Seu nome passou a ser uma legenda identificada com soberania nacional e democracia. Na longa trajetória de sua vida centenária, não houve luta nacional ou democrática em nosso país que não tivesse recebido seu apoio, não houve momento de interesses nacionais ameaçados ou de liberdades encasuladas, que não tivesse suscitado o seu imediato gesto de protesto, aberto, claro e contundente.

Barbosa Lima Sobrinho, cujo décimo aniversário de falecimento lembramos neste 16 de julho, foi homem de grande talento. Daí que marcas de brilhantismo são encontradas nas múltiplas atividades que exerceu, como advogado, jornalista, professor, historiador, administrador público, parlamentar e governante.

Sua vocação para grandes causas esteve presente desde quando, ainda em Pernambuco, iniciou sua vida pública, promovendo uma minireforma agrária, à frente do Instituto do Açúcar e do Álcool. Elaborou um Estatuto da Lavoura Canavieira.

Aqui no Rio, antigo Distrito Federal, como procurador-geral da justiça, proferiu histórico parecer sobre os bens reversíveis da antiga Light, que, de tão preciso, serviu, anos depois, para fundamentar o processo de nacionalização dessa empresa.

Seu viés nacionalista se acentua na Câmara Federal, onde, ao lado de outro deputado notável, seu conterrâneo Osvaldo de Lima Filho (PTB-PE), organiza e dá projeção à Frente Parlamentar Nacionalista, que papel tão importante desempenhou na década de 60 do século passado. Foi, em 1962, um dos redatores da Lei de Remessa de Lucros, cuja aprovação pelo Congresso despertou a ira do capital estrangeiro espoliador, tendo sido um dos fatores que fez acelerar o movimento golpista de 1964.

A partir de 164, a atividade de Barbosa Lima Sobrinho ganhou foros de militância política e intelectual permanente na oposição decidida ao regime discricionário então imposto. Atua como um inconformado, um insubmisso.

Nas eleições de 1974, com Ulysses Guimarães, forma a dupla que organizou o protesto das anticandidaturas – Ulysses, anticandidato a presidente da República, e Barbosa Lima Sobrinho, anticandidato a vice. Os anticandidatos percorreram o país em caravana cívica e comoveram a gente brasileira.

Outro gesto de sentido histórico executado por Barbosa, ao lado de outros brasileiros ilustres, foi a assinatura do pedido de impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992, quando ocupava pela segunda vez o cargo de presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Vendo o neoliberalismo pontificar em nosso país, desencadeando uma sequência de privatizações em setores estratégicos da economia, Barbosa Lima Sobrinho se insurgiu mais uma vez, denunciando a entrega de riquezas nacionais e a ameaça à soberania do país.

Tive a oportunidade de participar com Barbosa de algumas dessas batalhas. Na campanha contra a privatização da Usiminas, Barbosa, com mais de 90 anos, teve que enfrentar – e o fez com galhardia – a repressão que contra nós foi lançada, com cães e bombas de gás lacrimogêneo.

Em outros momentos, testemunhei o entusiasmo quase juvenil com que defendia suas bandeiras históricas, a soberania nacional, o desenvolvimento, a independência do país e as liberdades dos cidadãos.

Muito mais haveria a dizer. Sua obra escrita atinge cerca de 90 títulos e mais de 3 mil artigos publicados neste jornal, o centenário e importante JB. Que fiquem para as gerações futuras sua coerência inabalável, a voz sempre vigorosa em defesa das liberdades democráticas e sua afirmação, pouco antes de morrer: “Em uma democracia, o fundamental é o direito à contestação”.

Barbosa Lima Sobrinho foi um homem que não deixou vergar seu perfil de combatente pela idade de mais de cem anos. Defendeu suas posições, serena e firmemente, até o fim.

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Serra quer instalar República Midiática

Reproduzo artigo de Gilson Caroni Filho, publicado no sítio Carta Maior:

O processo eleitoral deste ano constitui um momento privilegiado no movimento político global da política brasileira. Uma significativa vitória das forças governistas, com a eleição de executivos e parlamentares do campo democrático-popular, pode ampliar espaços político-administrativos que continuem realizando o aprofundamento de formas participativas de gestão pública. É contra isso, em oposição virulenta a mecanismos institucionais que aperfeiçoem a democratização da vida nacional, que se voltam as principais corporações midiáticas e seus denodados funcionários.

Sem nenhuma atualização dos métodos utilizados em 1954 contra Getúlio Vargas e, dez anos depois, no golpe de Estado que depôs Jango, a grande imprensa aponta sua artilharia para os atores que procuram romper a tradição brasileira de definir e encaminhar as questões políticas de forma elitista e autoritária. Jornalistas, radialistas e apresentadores de programas televisivos, sem qualquer pudor, tentam arregimentar as classes médias para um golpe branco contra a candidatura de Dilma Rousseff. Para tal objetivo, além do recorrente terrorismo semântico, as oficinas de consenso contam com alguns ministros do TSE e uma vice-procuradora pautada sob medida.

A campanha de oposição ao governo utiliza uma linguagem radical e alarmista, que mistura denúncias contra falsos dossiês, corrupção governamental, uso da máquina pública no processo eleitoral, supostas teses que fragilizariam a propriedade privada em benefício de invasões, além do ”controle social da mídia em prejuízo da liberdade de imprensa”. Temos a reedição da retórica do medo que já rendeu dividendos às classes dominantes. Em escala nacional, os índices disponíveis de percepção do eleitorado assinalam que dificilmente os recursos empregados conseguirão legitimar uma investida golpista. Mas não convém baixar a guarda.

Se tudo isso é um sinal de incapacidade do bloco oposicionista para resolver seus mais imediatos e elementares problemas de sobrevivência política, a inquietação das verdadeiras classes dominantes (grande capital, latifúndio e proprietários de corporações midiáticas) estimula pescadores de águas turvas, vitalizando sugestões que comprometam a normalidade do processo eleitoral. Todas as forças democráticas e populares devem recusar clara e firmemente qualquer tentativa perturbadora. Sugestões desestabilizadoras, venham de onde vierem, têm um objetivo inequívoco: impedir o avanço rumo a uma democracia ampliada.

É nesse contexto que devem ser vistos os movimentos do campo jornalístico. Apesar do recuo do governo na terceira edição do Programa Nacional dos Direitos Humanos, a simples realização da Confecom foi um golpe duro para os projetos da grande mídia. A democratização dos meios de comunicação de massa está inserida na agenda de praticamente todos os movimentos sociais.

A concentração das iniciativas culturais e informativas em mãos da classe dominante, que decide unilateralmente o que vai e o que não vai ser divulgado no país, está ameaçada não apenas por novas tecnologias, mas por uma consciência cidadã que conheceu consideráveis avanços nos dois mandatos do presidente Lula. Tem dias contados a sujeição cultural da população em seu conjunto, transformada em público espectador e consumidor. Como podemos ver, não faltam razões para o desespero das famílias Civita, Marinho, Mesquita e Frias.

Ao levantarem a cortina de fumaça da “República Sindicalista", em um claro exercício do "duplipensar" orwelliano, os funcionários do baronato ameaçado reescrevem notícias antigas para que elas não contradigam as diretivas de hoje. Um olhar ao Brasil de hoje mostrará que o “duplipensamento" tem uma função clara até outubro: eleger José Serra para assegurar a instalação de uma República Midiática, onde os três poderes seriam editados ao sabor dos ditames do mercado e do espetáculo. Esse é o programa de governo que Serra ainda não apresentou. Há divergências na produção artística.

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