segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Retomar o diálogo para o desenvolvimento

Por João Carlos Gonçalves Juruna

Como mudou a conjuntura de classes sociais no Brasil a partir de 2013? E em que medida esta mudança alterou o apoio à coalisão que, desde 2003, estava à frente da presidência da República? Estas talvez sejam as duas perguntas básicas levantadas no artigo: Cutucando onças com varas curtas – O ensaio desenvolvimentista no primeiro mandato de Dilma Rousseff 2011-2014 [1] do sociólogo André Singer.

Em entrevista para o Jornal O Globo, em 27/09/2015, Singer falou que “a ideia do artigo é mostrar a corajosa ofensiva de Dilma no primeiro mandato” no qual “ela explicitou um confronto com o setor financeiro” e mostrar “que ao final do percurso, ao chamar o ministro Joaquim Levy para a pasta da Fazenda, ela entregou todos os pontos para aqueles que procurou confrontar no primeiro mandato” [2].

Golpe de 64 jamais se repetiria em 2015

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Em 1964, o Golpe tinha os Estados Unidos, o embaixador americano, o chefe da CIA no Brasil e a Quinta Frota a caminho.

Em 2015 não tinha.

Em 1964, o Golpe tinha o mensalão do IBAD.

Tinha o IPES do General Golbery com sua plêiade de empresários paulistas e intelectuais de renome.

O Golpe de 2015 não tinha Golbery: seus substitutos e exegetas não chegam perto em esperteza.

Embora sejam igualmente golpistas e americanófilos.

domingo, 20 de dezembro de 2015

FHC será chamado a depor sobre “petrolão”?

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira (17), a Polícia Federal deflagrou a chamada Operação Sangue Negro, que investiga pagamentos de propinas e desvios de recursos da Petrobras desde o triste reinado do grão-tucano FHC (1995-2002). O montante furtado é superior a U$ 42 milhões. O alvo da ação é a multinacional holandesa SBM, que fez repasses para executivos da Petrobras em contas offshore no exterior referentes a oito contratos mantidos com a estatal. Diante desta bombástica revelação fica a pergunta: o ex-presidente, que adora posar de vestal da ética e lidera a conspiração golpista pelo impeachment de Dilma, será chamado a depor pelo midiático juiz Sérgio Moro? Ou, mais uma vez, ficará confirmada a tese de que basta se filiar ao PSDB para não ser investigado, condenado e, muito menos, preso no Brasil?

Ação da ditadura contra dom Helder Câmara

Por Altamiro Borges

A Comissão da Verdade e Memória de Pernambuco lançou nesta sexta-feira (16) um documento de leitura obrigatória neste momento em que alguns grupelhos fascistas pedem o retorno dos militares ao poder. Intitulado "Prêmio Nobel da Paz: A atuação da ditadura militar brasileira contra a indicação de dom Helder Câmara", o dossiê de 229 páginas relata como os generais golpistas tentaram impedir que o arcebispo de Olinda e Recife recebesse a premiação internacional nos sombrios anos de 1970. Ele reúne inúmeros depoimentos, ofícios e telegramas que descrevem a violenta perseguição ao líder religioso, respeitado no mundo inteiro por sua dedicação à luta dos explorados e oprimidos.

Cunha e PSDB conspiram nas barbas do STF

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Brasil tornou-se um país tão anormal que as conspirações nem sequer cuidam de andar pela sombra.

Hoje, na Folha, o título é escancarado: “Cunha e oposição estudam driblar decisão do STF sobre impeachment”.

A primeira burla já está definida:

Finalmente, as ruas tomam a palavra

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A ambição do impedimento da presidente Dilma é mais do que reverter o resultado das eleições de 2014 – um ano que insiste em não terminar –, jogando ao lixo, com a ordem constitucional irremediavelmente corrompida, a soberania do voto, na qual se assenta a legitimidade da democracia representativa.

O argumento forjado em torno das tais ‘pedaladas’ – e outras chicanas – é simples pretexto para justificar uma petição inepta, firmada por um ancião digno, mas manipulado, um advogado cuja importância está no sobrenome herdado, e uma ‘jurista’ sem nome e sem obra, açulados os três pelos holofotes do momento, e lamentavelmente servindo, conscientemente, de biombo a uma alcateia faminta de poder.

O impeachment e o ódio de classe

Por Marilena Chauí, no site Outras Palavras:

Este texto é a transcrição da fala feita em 16/12, no ato público de intelectuais contra o impeachment. Publicado sem revisão da autora.

“Queria, por um segundo, retomar o que disse Paulo Arantes e manifestar a preocupação que tenho desde agosto de 2013 e manifesto em público, em privado e por escrito. Agosto foi o instante no qual se deu a virada em relação ao que se passara no movimento vitorioso do Passe Livre. Quando os meninos tentaram, com seus símbolos e bandeiras, comemorar na avenida Paulista, foram batidos e ensanguentados por pessoas vestidas com a bandeira do Brasil e que diziam: ‘meu partido é o meu país’.

A imbecilidade do antiterrorismo

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Na abertura de um recente – e bizarro – "Seminário Internacional de Enfrentamento ao Terrorismo no Brasil", o Ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, afirmou que "não existem limites para a preocupação com o terrorismo nas Olimpíadas" e defendeu que o país "aceite a cooperação de órgãos de inteligência internacionais" para diminuir o risco nesse sentido.

No momento em que a Câmara recebe, de volta do Senado, uma "lei antiterrorista", cabe discutir com cautela essa questão, sob a ótica da política exterior brasileira e da nossa relação com outras culturas e países no atual contexto geopolítico mundial.

Até quando vamos aturar Gilmar Mendes?

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Até quando nossa paciência vai aguentar o ministro Gilmar Mendes?

A grande sentença de Cícero contra o conspirador Catilina lembrada esta semana na operação da PF que enfim deu um tranco em Eduardo Cunha se aplica a Gilmar.

Até quando vamos aturá-lo?

Para a esquerda, com carinho

Por Tadeu Porto, no blog O Cafezinho:

2016 vai ser um ano quente, “pelando” como a gente costuma dizer aqui na minha querida Minas Gerais. E, aproveitando o mineirês, posso dizer que não há maneira melhor de enfrentar um ano dessa temperatura, com a sensação térmica do Vale do Jequitinhonha, do que comendo pelas beiradas. Aos poucos, com cautela, mas sem perder o foco de chegar ao centro, no momento oportuno quando a quantidade de calor já não machuca.

Ao defender Azeredo, PSDB afunda

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Ora, ora… Quer dizer, então, que toda aquela conversa dos tucanos de que o PT “protege” seus expoentes que foram condenados pela Justiça não passa de hipocrisia, caradurismo, falta de caráter, desrespeito supremo à inteligência alheia?

Por que não me surpreendo? Simples, porque é óbvio que aquele discurso, como 200% de tudo o que esse partido diz, não passa de canalhice.

O tucano mineiro Eduardo Brandão de Azeredo foi um dos fundadores do PSDB (1988). Governou Minas Gerais pelo PSDB de 1995 a 1999. Em 2005, quando foi acusado pelo Ministério Público de desvio de dinheiro público, era presidente nacional do PSDB.

Cunha esconde rádio em Pernambuco

Por Mônica Mourão, na revista CartaCapital:

Esta semana não foi fácil para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para além da derrota sofrida no Supremo, que invalidou a eleição da Comissão do Impeachment, conduzida à força por ele, na terça-feira 15 as residências do deputado no Rio de Janeiro e em Brasília foram cercadas pela Polícia Federal, com um mandado de busca e apreensão.

No mesmo dia, no Planalto Central, o Conselho de Ética conseguiu, depois de muitos subterfúgios de Cunha para que a ação não andasse, aprovar o prosseguimento da investigação por quebra de decoro parlamentar. Na quarta-feira 16, Cunha foi alvo de manifestações em todo o Brasil e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, numa peça mais do que fundamentada, elencou uma longa lista de ilegalidades para justificar o pedido de afastamento de Cunha não apenas da presidência da Câmara, mas de seu próprio mandato parlamentar.

A guerra mundial de Dilma em três meses

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A primeira rodada do golpe paraguaio foi a tentativa de glosar a campanha de Dilma Rousseff no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), uma manobra envolvendo o presidente Dias Toffoli e seu líder Gilmar Mendes. Falhou no último instante graças ao recuo do Ministro Luiz Fux.

A segunda foi a de abrir o ritual do impeachment com base nas pedaladas, obra do presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Ex-blogueiro da Veja é “jogado no lixo”

Por Altamiro Borges

O “jornalista e economista” Rodrigo Constantino, o herói dos fascistas mirins que adora posar com o Pateta da Disney, está abatido. Até agora ele não engoliu a sua demissão sumária da revista Veja em outubro passado, após dois anos de serviços sujos prestados à famiglia Civita. Nesta quarta-feira (16), o ex-blogueiro que se jactava de ser o maior inimigo do PT postou vídeo em sua página na internet com um patético desabafo. Ele informa que suas postagens foram suprimidas do site da Editora Abril. “Apagaram o passado. Foram dois anos de troca, milhares de textos escritos, milhões de visualizações. E esse acervo todo, para uma revista que tem apreço pelo acervo histórico, basta ver tudo digitalizado que tem no site, foi jogado no lixo. Foi apagado e usurpado o direito de você leitor pesquisar o que eu, durante dois anos, escrevi para o portal Veja.com”, choraminga o Pateta.

sábado, 19 de dezembro de 2015

A ofensiva contra o direito de resposta

Por Altamiro Borges

Os barões da mídia, que se acham acima das leis e da democracia, estão em sórdida campanha para sabotar a lei do direito de resposta, aprovada no Senado e sancionada pela presidenta Dilma em 11 de novembro. Nesta cruzada, as entidades patronais – Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert), Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e Associação das Editoras de Revistas (Aner) – já ingressaram com ações na Justiça e contam com a ajuda de seus fiéis amigos no Judiciário. Nesta quarta-feira (16), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu uma liminar que permite ao juiz de primeira instância revisar decisão que obriga o veículo a publicar o direito de resposta de quem se sentir ofendido com a publicação de uma reportagem difamatória.

“Profissão Repórter” é alvo dos fascistas

Por Altamiro Borges

Na última terça-feira (15), o programa “Profissão Repórter”, comandado pelo jornalista Caco Barcelos, exibiu uma excelente reportagem sobre a onda de ódio e preconceito que contagia o país. Entre outras graves denúncias, ele destacou o drama vivido pela blogueira cearense Lola Aronovich, que desde 2011 recebe ameaças de morte por seu ativismo feminista. Também registrou as provocações contra a Marcha Nacional das Mulheres Negras, realizada em novembro, que foi atacada com bombas e disparos de tiros por fanáticos que estavam acampados em Brasília exigindo o impeachment de Dilma. O programa foi exibido na TV Globo, uma das principais culpadas pelo clima de intolerância no país, e gerou ataques na internet aos jornalistas do “Profissão Repórter”.

MBL hostiliza jornalistas. Cadê a reação?

Por Altamiro Borges

No domingo passado (13), jornalistas da Folha e da Globo foram hostilizados na Avenida Paulista durante a marcha do “Fora Dilma” organizada por vários grupelhos golpistas. Talvez frustrados com a vertiginosa queda na presença, alguns desesperados passaram a culpar a própria mídia pelo fiasco da marcha – logo ela que sempre garantiu os holofotes aos fascistas mirins e é a principal responsável por ter chocado o ovo da serpente do ódio no país. O interessante é que até agora os fanáticos do impeachment, aliados do PSDB, DEM, PPS e SD, não sofreram qualquer condenação das entidades dos barões da mídia.

Lava-Jato investigará PSDB de SP?

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Em 5 de novembro, saiu no Diário Oficial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo: Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp aprovou as contas do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) referentes ao exercício de 2014.

Na mesma edição, o DO Legislativo publicou, da página 90 a 124, o voto em separado de dois deputados da Comissão, que desaprovaram as contas: João Paulo Rillo e Teonílio Barba (PT-SP).

Eles elencam diversas justificativas para a rejeição, entre as quais 17 ressalvas e 114 recomendações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

O povo tirou o país do abismo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O Brasil viveu vários acontecimentos importantes nos últimos dias. Mas é essencial não perder a noção correta sobre cada coisa. Hoje o Planalto respira mais oxigênio e a fase mais aguda da crise pode ter sido vencida, ao menos até o próximo ataque. O STF mostrou-se capaz de tomar uma decisão responsável em defesa das garantias democráticas no encaminhamento de um processo de impeachment que sequer deveria ter sido iniciado. Até a disputa interna do PMDB assume um aspecto menos doentio. A saída do ministro da Fazenda identificado com a pior recessão econômica enfrentada pelo país em 30 anos tornou-se inevitável.

Os juros nos EUA e a estagnação secular

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Após a fase de otimismo econômico do início da globalização financeira e as políticas receitadas pelo Consenso de Washington do final de década de 1980, passou-se a assistir ao desempenho econômico e social decepcionante, sobretudo desde a crise de dimensão global iniciada em 2008. O regime de expansão das forças produtivas segue muito abaixo do verificado até o início deste século.

O contexto atual de baixo dinamismo econômico vem reforçando cada vez mais as interpretações de que o capitalismo encontra-se mais uma vez em direção à estagnação de longa duração. Os saltos tecnológicos, embora importantes, apresentam-se insuficientes para motivar a volta sustentável do crescimento econômico.