sábado, 24 de setembro de 2016

As três infâmias da Operação Lava Jato

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Sabia-se que denunciariam Lula, como tudo farão para vê-lo atrás das grades, independentemente de provas e da ordem jurídica

A cidadania e o que resta de consciência jurídica neste país macunaímico, foram agredidos por três infâmias desde sempre anunciadas, como a morte de Santiago Nasar que Gabriel Garcia Márquez tornou simbólica em sua novela genial: a anunciada denúncia dos procuradores contra Lula, sua anunciada recepção por um juiz irrecuperavelmente suspeito e, finalmente, o esperado despacho do presidente do Senado Federal, condenando ao arquivo das peças mortas dois pedidos de impeachment interpostos contra o inefável ministro Gilmar Mendes.

A dignidade não pode ser esquartejada

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Seria preciso regredir à primeira metade do século XVIII e aos tempos do absolutismo para compreender o grau de barbárie a que o economista Guido Mantega foi submetido na manhã de quinta-feira. Você provavelmente já sabe: acompanhando a mulher que era submetida a uma cirurgia para operar um câncer, no Albert Einstein, em São Paulo, Mantega foi retirado do local pela Polícia Federal, que cumpria um mandato de prisão assinado pelo juiz Sérgio Moro, revogado após cinco horas.

Unidade contra a agenda privatista

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

Sob a bandeira de “Nenhum direito a menos” e “Rumo à construção da greve geral”, 23 estados, além do Distrito Federal, ocuparam as ruas e mandaram recado ao presidente sem voto Michel Temer neste 22 de setembro. Esse foi apenas um esquenta para a greve geral que as centrais estão preparando caso a agenda regressiva de Temer avance contra os direitos sociais e trabalhistas.

Dez possíveis lições após o impeachment

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Seguramente é cedo ainda para tirar lições do questionável impeachment que inaugurou uma nova tipologia de golpe de classe via parlamento. Estas primeiras lições poderão servir aos que amam a democracia e respeitam a soberania popular, expressa por eleições livres e não em ultimo lugar ao PT e aliados. Os que detêm o ter, o poder e o saber que se ocultam atrás dos golpistas se caracterizam por não mostrar apreço à democracia e por se lixar pela situação de gritante desigualdade do povo.

A prisão de Mantega e o Estado de Direito

Por Mauro Santayana, em seu blog:

A prisão de Guido Mantega, no Hospital Albert Einstein, onde estava acompanhando a esposa, que tem câncer, sem flagrante ou fato novo que a justifique e de maneira absolutamente desnecessária - o ex-ministro é uma figura pública, com endereço conhecido, que teria comparecido normalmente para depor caso tivesse sido intimado a isso, se o objetivo era a preservação de eventuais provas, a questão poderia ter sido resolvida por meio da expedição de mero mandato de busca e apreensão - só se explica pela busca da espetacularidade e de pressão sobre o detido.


Vem aí uma greve geral contra Temer

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Segundo os organizadores, foi só um ‘esquenta’. Mas a julgar pela diversidade de setores presentes, está tudo bem encaminhado para uma grande greve geral. Na tarde desta quinta-feira, pelo menos 30 mil pessoas reuniram-se na avenida Paulista, no que chamaram de Dia Nacional de Paralisação e Mobilização. Os atos ocorreram também em outras 17 cidades.

“Paralisamos várias categorias profissionais. Da Educação, os Metalúrgicos, os Químicos, os Eletricitários, vários. É uma demonstração para os golpistas de que não vamos aceitar nenhum retrocesso, nenhuma retirada de direitos trabalhistas. É só uma etapa antes de uma greve geral que está em construção. Uma parte da sociedade brasileira ainda não conseguiu entender o que está por trás desse golpe, dessa ação organizada pela Fiesp e pelos setores econômicos que querem acabar com os direitos sociais conquistados”, disse Douglas Izzo, presidente da CUT-SP, ao DCM.

Lula, a Casa Grande e a Senzala

Por Márcio Sotelo Felippe, na revista CartaCapital:

Fernando Henrique Cardoso se perpetuou no poder graças a um dos mais escandalosos delitos da história política do país: a compra de votos para a emenda da reeleição. Todo o aparato repressivo do Estado sabe. Existem gravações e recentemente a delação premiada do ex-deputado Pedro Correa fez emergir o assunto.

Foram gravados confessando a venda de votos os ex-deputados Ronivon Santiago, Osmir Lima, Chicão Brígido e Zilla Bezerra. Os “operadores”, como são designados no mundo da política brasileira aqueles que fazem o trabalho sujo de aliciar e fazer com que o dinheiro chegue aos bolsos dos corrompidos, seriam Sérgio Motta, Luiz Eduardo Magalhães, Pauderney Avelino, Amazonino Mendes, Orleir Camelli.


O império da Globo em paraísos fiscais

Por Patrícia Faermann, no Jornal GGN:

Novas revelações de paraísos fiscais foram divulgadas em mais uma série do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). O jornal alemão Süddeutsche Zeitung teve acesso a 1,3 milhão de documentos sobre mais de 175 mil offshores entre 1990 a 2016. Apesar de receberem destaques casos relacionados a políticos de diversos países, o GGN revela, agora, que no Brasil os dados do Grupo Globo também integram os mais de 38 gigabytes de empresas.

A publicação alemã dá sequência às investigações com base em Big Data mundo afora, e compartilhou o material recebido com o consórcio internacional, incluindo diários da Europa, América do Sul, Ásia e África.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Classificação indicativa e a baixaria na TV

Por Altamiro Borges

Os barões da mídia estão felizes da vida. Eles foram os protagonistas do “golpe dos corruptos”, que depôs a presidenta Dilma. Com a chegada do Judas Michel Temer ao Palácio do Planalto, eles agora emplacam sua agenda política ultraliberal de desmonte do Estado, da nação e do trabalho. De quebra, os mercenários também abocanham maiores benesses do poder, com anúncios publicitários, subsídios e outras mamatas. E, aproveitando a revanche conservadora no país, eles ainda anulam os tímidos avanços obtidos na área de comunicação. Neste rumo, a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que desfigura a classificação indicativa, é mais um motivo de festa da mídia golpista.

Paulinho da Força quer repatriar recursos

Por Altamiro Borges

Na semana retrasada, a sigla Solidariedade, chefiada com mão de ferro pelo deputado Paulinho da Força, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que os políticos também possam repatriar a grana que têm escondida em contas secretas no exterior. Segundo nota de Mônica Bergamo, na Folha, “o partido alega que um dos artigos da lei, o que exclui ‘os detentores de cargos, empregos e funções públicas de direção ou eletivas’ dos benefícios da lei de repatriação, é inconstitucional. A legenda sustenta que ele viola o princípio da isonomia. A lei permite a legalização dos recursos mantidos irregularmente no exterior, desde que não sejam decorrentes de corrupção, narcotráfico ou terrorismo”.

Cunha vai ligar o ventilador no esgoto?

Por Altamiro Borges

Eduardo Cunha parece estar colérico, furioso. Não com o “justiceiro” Sergio Moro, que na sua obsessão doentia contra o ex-presidente Lula até agora nunca incomodou o milionário correntista suíço e nem a sua mulher, Cláudia Cruz. Sua bronca é contra os “traidores, hipócritas e frouxos” que o abandonaram na votação da sua cassação na Câmara Federal, que durou longos onze meses, e também contra os “oportunistas” que o abandonaram após a concretização do “golpe dos corruptos” que depôs a presidenta Dilma. Nesta quarta-feira (21), numa entrevista à Rádio Correio, da Paraíba, o ex-presidente da “assembleia de bandidos” soltou os cachorros e mostrou que, de fato, pode implodir o covil golpista de Michel Temer.

Mantega, Cunha e a bofetada no país

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Há alguns dias, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, afirmou, em nota, que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha tentou ‘atrapalhar’ investigações contra si. Amontoam-se evidências até de que ele ameaçou testemunhas, subornou, coagiu ocultou, tudo no sentido de barrar o curso da Justiça.

Segundo Lamachia, Cunha usava da função para atrapalhar a Operação Lava Jato e também os trabalhos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Temer quer colocar o Brasil à venda

Por Pedro Rafael Vilela, no jornal Brasil de Fato:

Antes mesmo de assumir o governo federal, Michel Temer tinha entre seus planos a privatização de “tudo o que for possível” em termos de infraestrutura no Brasil. A meta foi fixada no programa “Ponte para o Futuro”, do PMDB, apresentado em abril deste ano, e que expressou os compromissos do partido com os empresários mais ricos do país e acabou ajudando a impulsionar a retirada de Dilma Rousseff da Presidência, em um processo de impeachment que não demonstrou a prática de crime de responsabilidade por parte da petista no comando do Planalto.

Mantega e a ditadura fascista em marcha

Por Patrus Ananias

Eu aprendi que a Justiça é uma senhora, uma quase deusa, de olhos vendados e com a balança em equilíbrio. Não tem posição. Julga todos de maneira imparcial.

Eu estou descobrindo hoje que a Justiça no Brasil tem um olho aberto e que a balança pesa para um lado. Só querem ver um lado. Não pensam em outra coisa que não seja atingir o ex-presidente Lula, o Partido dos Trabalhadores e a esquerda brasileira, independentemente de provas e sem sequer o trabalho de construir acusações fundamentadas.

O preparativo para greve geral em outubro

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

Em coro pelo 'Fora, Temer', milhares de trabalhadores de diversas categorias e dezenas de sindicatos e centrais sindicais, além de movimentos sociais apoiados pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, saíram em marcha pela ruas do centro de São Paulo, no final da tarde de hoje (22), para protestar contra as medidas de arrocho defendidas pelo governo Michel Temer. Os organizadores estimam que cerca de 50 mil pessoas participaram da manifestação. Para o próximo dia 5, as entidades prometem grande marcha em Brasília contra a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela investimentos do governo por 20 anos.

Prisão de Mantega: Que mais esperar?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Tudo o que está acontecendo e vai acontecer no Brasil já estava anunciado desde abril de 2006, quando o então procurador-geral Antonio Fernando, sem esperar pelo fim da CPI dos Correios, apresentou sua denúncia contra 40 pessoas envolvidos no chamado mensalão. Ali começou a caçada ao PT e a Lula. O então presidente da República não foi citado, mas as insinuações do texto alimentaram o chiste “Ali-Babá e os 40 ladrões”.

Na semana passada os procuradores retomaram o fio da narrativa e o acusaram de “comandante máximo” de um esquema criminoso que seria a “outra face” do mensalão. O juiz Sergio Moro aceitou a denúncia com rapidez que espantou o mundo. Hoje o ex-ministro Guido Mantega foi preso no hospital em que sua mulher era operada. Tudo estava escrito e vai se cumprindo: Lula será condenado por Moro, ficará inelegível e talvez seja preso. Enquanto respirar politicamente, o PT não terá trégua. Que mais vai esperar o Brasil para se dar conta do estado de exceção judicial-policial. Hoje a seletividade é contra os petistas, amanhã contra qualquer um.


O cinismo de Temer não tem limites

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A manchete de O Globo, agora à tarde, é de dar gargalhadas.

O país acaba de viver um impeachment com todas as características de um golpe político parlamentar.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados foi afastado e cassado.

Metade dos integrantes do Governo está pendurado na Lava Jato.

Barbárie jurídica e desobediência civil

Por Jeferson Miola

O Estado de Direito no Brasil foi abastardado. Seria suicida desconhecer que o país está sob a égide de um regime autoritário, de exceção. Não é necessário haver o exercício de poder pelas forças armadas para caracterizar a excepcionalidade e o autoritarismo de um regime.

As instituições do Estado – Ministério Público e Polícia Federal – e um Poder de Estado –o Judiciário – foram manipuladas e capturadas por militantes partidários.

Macri trouxe o FMI de volta à Argentina

Por Javier Lewkowicz, no site Carta Maior:

Os técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) começaram nesta segunda-feira (19/9) sua agenda de reuniões em Buenos Aires, para revisar a economia argentina, atendendo o artigo IV do organismo. A última vez que o FMI havia realizado visita similar foi em meados de 2005. Desde então, o kirchnerismo cancelou a dívida do país com a instituição de crédito, e freou as visitas de auditoria para evitar que se amplifique a usina de pensamento ortodoxo que, no passado, trouxe consequências nefastas à economia do país. Em seu afã por recolocar a Argentina no círculo mimado pelo establishment global, o governo aposta em estreitar os laços com o FMI.

Com JK também foi assim

Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

Em sua fala da Assembleia da ONU, o presidente golpista Michel Temer disse que a derrubada de Dilma seguiu o rigor da lei e que o País segue no rumo democrático. Não falou, porém, que o golpe continua, pois há uma pedra no meio do caminho, que precisa ser aniquilada. Seu nome é Luiz Inácio da Silva, o Lula.

Nos fez voltar a outro período de exceção, quando o general Ernesto Geisel assumiu a presidência da República, na década de 1970, prometendo a famosa “abertura política”. Mas havia uma pedra no meio do caminho que precisava ser aniquilada. Chamava-se Juscelino Kubitschek de Oliveira, o JK.