sábado, 5 de novembro de 2016

Alvos de violência, jovens mantêm ocupações

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Por Sarah Fernandes, na Rede Brasil Atual:

Enfrentando pressão da Justiça e episódios violentos com movimentos conservadores, jovens constroem, há um mês, o que já pode ser considerado a maior mobilização estudantil da história do país. Contrários à reforma do ensino médio, prevista na Medida Provisória 746, e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela por 20 anos os investimentos do governo federal, ambas propostas de Michel Temer, eles chegaram a ocupar 1.197 escolas em 21 estados na semana passada.

Invasão da escola do MST e silêncio da mídia

Por Renato Rovai, em seu blog:

Não é só impressionante como revelador o silêncio de todos os portais, TVs, rádios e quetais do que se convencionou chamar de mídia golpista acerca da invasão da Escola Florestan Fernandes, do MST.

O silêncio é tanto conivente quanto envergonhado. Afinal, não há como tratar do assunto sem dizer que todos os direitos foram violados nesta invasão.

Os policiais não tinham mandado de busca e apreensão e chegaram atirando, como se pode ver em vários vídeos e fotos circulando nas redes e mesmo em matérias desta Fórum.

Os bilionários querem "reformar" o ensino

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

Na primeira audiência pública feita no Congresso para debater a reforma do ensino médio, na terça-feira, dia 1º, as ocupações foram um dos temas abordados. Contudo, as falas de alguns parlamentares são o desenho perfeito da falta de compreensão das demandas feitas pelos estudantes.

“Eu não consigo entender as motivações contra a reforma do ensino médio", disse o deputado Thiago Peixoto (PSD-GO). Talvez, se eles tivessem mais voz nesse debate, não fosse tão difícil compreendê-los.

Em oposição à total surdez para com os estudantes, os parlamentares são todos ouvidos para outro grupo: os representantes de bilionários presidentes de fundações educacionais. Para as audiências públicas que estão por vir foram convidados sete representantes de fundações e institutos empresariais.

FHC, candidato do golpe dentro do golpe

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Já era possível desconfiar que havia algo de muito suspeito no balanço triunfal dos analistas conservadores após a contagem dos votos das eleições municipais.

O mistério se desfez na manhã de hoje, quando o economista Xico Graziano, um dos principais assessores de Fernando Henrique Cardoso ainda no Planalto, lançou a candidatura de FHC à presidência, através do artigo "Volta, FHC", publicado na página 3 da Folha.

Não estamos falando de eleições diretas, que sempre fizeram parte do figurino da democracia no Brasil, e representam, hoje, a solução legítima para o impasse político do país.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Mídia agora confirma fiasco da economia

Por Altamiro Borges

A imprensa golpista apostou todas as suas fichas no terrorismo econômico durante o governo Dilma e vendeu a ideia aos "midiotas" de que bastaria aprovar o impeachment para o Brasil voltar a crescer. Após o afastamento temporário da presidenta eleita, em maio, os urubólogos deixaram o pessimismo de lado e passaram a difundir apenas mensagens otimistas sobre a retomada da economia. Antes, eles afirmavam: está ruim e vai piorar; o país está a beira do inferno. Depois, como por milagre, os porta-vozes do covil golpista de Michel Temer firmaram um coro: está ruim, mas vai melhorar; o Brasil vai ingressar no paraíso, com a volta dos investimentos privados, a "retomada da confiança do mercado" e o acerto das contas públicas. Este vergonhoso chapa-branquismo, porém, não resistiu à realidade!

STF vai destruir os direitos trabalhistas?

Por Juvandia Moreira

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem um importante papel na próxima semana. Dia 09 de novembro está marcado o julgamento de um recurso que trata da contratação de funcionários terceirizados por uma empresa de celulose (Cenibra). A decisão da corte vai afetar milhões de empresas e trabalhadores porque trata da legalidade da terceirização para atividade-fim das empresas e servirá de base para todas as decisões judiciais semelhantes, definindo se é legal ou ilegal precarizar as condições de trabalho no Brasil.

Ajuste fiscal de Temer pune os pobres

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Em recente viagem à Índia, Michel Temer foi perguntado pela BBC Brasil sobre o motivo de ter escolhido um ajuste fiscal (congelar verbas sociais por 20 anos) que pune os pobres e poupa os ricos. Respondeu que a crítica “não tem procedência” e que “não há nenhuma perseguição aos mais pobres”. Uma explicação pouco convincente, segundo certos economistas, incluindo o conselho federal da categoria.

Para eles, o congelamento sacrificará os mais pobres, ao afetar serviços públicos como saúde, educação e assistência, áreas que no presente ajudam a promover um mínimo de proteção social e igualdade e que no futuro terão menos recursos. Uma avaliação que explica por que os aliados do presidente no Congresso fazem a proposta avançar a toque de caixa, sem muita discussão.

A crise de projetos da elite

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A série britânica Black Mirror é uma excelente crítica desses tempos de redes sociais estimulando o aparecimento da besta, os consensos em torno de chavões e lugares-comuns, um profundo processo de emburrecimento não apenas do cidadão médio mas também da elite.

Mal comparando, reflete o estilo corporativo das empresas que miram apenas o resultado trimestral, perdendo de vista o foco estratégico da companhia.

Dois casos são sintomáticos.

PEC do Teto e o apagão midiático

Por Keila C. Gonçalves Rosa, no site Brasil Debate:

Na última segunda-feira, dia 24 de outubro, aconteceram várias manifestações em diversas capitais e cidades do país, como Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, Porto Alegre, Angra dos Reis, Ouro Preto etc [1]. Os protestos eram contra uma Proposta de Emenda à Constituição – PEC 241. A proposta, que foi elaborada pelo Governo Federal, já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e agora tramita no Senado como PEC 55, quer que os gastos do governo sejam corrigidos, no máximo, pelo percentual da inflação do ano anterior pelas próximas duas décadas, fato que deixou muita gente preocupada. A proposta é adotada como Novo Regime Fiscal, considerado pelo atual Presidente da República, Michel Temer, como uma medida capaz de solucionar a crise econômica que atinge o país.

Os juros, a dívida pública e o caos

Por Paulo Kliass, na revista Caros Amigos:

O governo Temer e os meios de comunicação estão promovendo uma enorme amplificação de tudo daquilo que o financismo sempre procurou incutir no interior da sociedade. Falo aqui do verdadeiro catastrofismo criado em torno da suposta falência iminente do Estado brasileiro, caso não sejam adotadas as inúmeras medidas do garrote fiscal apresentadas pela equipe de Henrique Meirelles.

O todo-poderoso comandante da turma da economia não desiste jamais e mantém sua conhecida insistência monocórdica no tema do ajuste redutor de direitos. É bem verdade que a lista das maldades propostas é tão longa quanto perigosa: reforma da previdência, reforma trabalhista, privatização das empresas que ainda permanecem como estatais, redução das despesas orçamentárias de natureza social, entre tantas outras.

Policia invade escola do MST em São Paulo



Do site do MST:

Na manhã desta sexta-feira (04), cerca de 10 viaturas da polícia civil e militar invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) em Guararema, São Paulo. De acordo com os relatos, os policiais chegaram por volta das 09h25, pularam o portão da escola e a janela da recepção e entraram atirando em direção às pessoas que se encontravam na escola. Os estilhaços de balas recolhidos comprovam que nenhuma delas são de borracha e sim letais.

O STF e a terceirização legalizada

Por Edson Carneiro Índio, no site Carta Maior:

Após várias decisões do STF prejudiciais à classe trabalhadora, a mais alta corte marcou para o próximo dia 09/11 o julgamento de Recurso Extraordinário 958.252 que questiona a limitação da terceirização nas chamadas atividades-meio. A decisão do Supremo terá repercussão geral, ou seja, pode liberar a terceirização para todas as atividades e provocar enorme impulso da contratação precarizada. A terceirização é fundamental para baratear custos e aumentar lucros através da redução dos salários e direitos trabalhistas e sociais, permitindo ao capitalista se apropriar de uma parcela maior da renda do trabalho.

No voto, FHC não se elege síndico de prédio

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se falta acontecer alguma coisa para tornar inquestionável que o Brasil, além de ter sofrido um golpe de Estado, está sob uma ditadura, o que falta é a próxima eleição presidencial ser indireta. Como bem disse amigo historiador e jornalista, se fôssemos comparar a atual ditadura com o regime militar, estaríamos entre 1964 e 1968.

Nesse período, algumas garantias constitucionais e instituições ainda estavam de pé e, assim como hoje, a ditadura ainda dissimulava, tentava desdizer o que os olhos teimavam em enxergar, os ouvidos em ouvir e a alma em sentir.

EBC vai voltar a comprar conteúdo da Globo

Do site Vermelho:

Durante os governo de Lula e Dilma, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) estabeleceu como meta a ampliação de investimentos para a produção de conteúdo próprio, como forma de fortalecer a comunicação pública. Agora, sob a égide de Michel Temer, o diretor Laerte Rimoli disse que a EBC vai voltar a comprar conteúdo produzido pela rede Globo.

A informação foi publicada na coluna do jornal Estadão desta sexta-feira (4). A justificativa para tal retrocesso é que a programação "é mais barata e de qualidade". Rimoli esteve no Rio para encontro na emissora.

Moro e o prêmio para os ladrões bonzinhos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:


Vejam que “cana dura” é a do Dr. Sérgio Moro para os ladrões confessos.

Está tudo aí, na chamada de O Globo.

Paulo Roberto Costa já pode trocar a tornozeleira eletrônica por uma correntinha de ouro, se quiser.

Alberto Youssef, que já tinha sido solto com a promessa – “eu juro, Doutor Moro” – de não roubar mais e roubou muito também já vai para casa.

O caixa 2 de Skaf e o ‘Volta, FHC’

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Brasil se consagra cada vez mais como uma versão depravada da formulação de Churchill sobre a Força Aérea Real (“nunca tantos deveram tanto a tão poucos”).

Os coxinhas de diferentes matizes fascistas que foram às ruas clamar contra a corrupção estão saboreando, de maneira rápida e explícita como convém a esta era, a farsa de que participaram.

Paulo Skaf, presidente vitalício da Fiesp, patrocinadora do impeachment, foi citado por Duda Mendonça num depoimento ao MPF.

Kim Kataguiri e a exaltação dos fascistas

Por Luis Felipe Miguel, no blog Cafezinho:

Um traço característico da cosmovisão fascista é a exaltação da força. O próprio Mussolini era um brutamontes, mas muito de seus seguidores não - e fica aquela coisa caricata, do chefete fascista mirrado falando da superioridade dos fortes, tipo o Plínio Salgado.

No Brasil atual, isso sempre me vem à mente quando vejo o impagável astrólogo Olavo de Carvalho prometendo que vai dar porrada em todo mundo, com seu fôlego bronquítico de velho fumante inveterado.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Mineiros internam o cambaleante Aécio

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

O cambaleante Aécio Neves ficou desnorteado com o resultado da eleição em Belo Horizonte. Diante da surra que o seu candidato, João Leite, levou no segundo turno do pleito na capital mineira, ele tem repetido à imprensa - como um papagaio, ou melhor, tucano - que "não me sinto derrotado". Mas seu discurso não convence ninguém. No interior do PSDB, ele já é visto como carta fora do baralho para a sucessão presidencial de 2018. Geraldo Alckmin, o governador paulista que fez barba e cabelo nas eleições municipais no principal Estado do país, não esconde a sua alegria e já sinaliza que vai rifar o mineiro do comando nacional do partido. A própria mídia tucana, que sempre blindou o cambaleante, já trata o senador Aécio Neves como uma figura política em decadência, que tende ao ostracismo.


Rolls-Royce vai desapontar os 'coxinhas'?

Por Altamiro Borges

Objeto de desejo dos consumistas, a marca de automóveis Rolls-Royce derrapou feio nesta semana. Reportagens publicadas pelo jornal Guardian e pela emissora pública BBC apontam que a empresa está sendo investigada sob suspeita de usar uma vasta rede de lobistas para obter contratos lucrativos em ao menos 12 países - incluindo o Brasil. Segundo investigação das agências anticorrupção do Reino Unido e dos EUA, ela pagou propina para favorecer seus bilionários negócios. A denúncia está baseada em documentos vazados e em depoimentos de funcionários, que sugerem que a fabricante britânica fez pagamentos ilícitos ao longo de vários anos para aumentar os seus lucros.

O golpista Skaf se perpetua na Fiesp

Por Altamiro Borges

Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), é um oportunista de marca registrada. Já tentou duas vezes se eleger governador do Estado, mas foi escorraçado pelas urnas - apesar dos milhões investidos nas campanhas eleitorais. Nas marchas pelo impeachment de Dilma, no ano passado, ele pegou carona na cavalgada golpista e distribuiu os seus patos amarelos na Avenida Paulista. Ele também deu guarita - e até filé mignon - aos fascistas mirins que acamparam diante do prédio da entidade patronal. Mais sujo do que pau de galinheiro, denunciado por várias falcatruas, ele ambiciona o poder. Como não consegue dar novos voos, Paulo Skaf transformou a Fiesp no seu feudo - com a cumplicidade dos industriais omissos e acovardados, seus verdadeiros patos!

Governadores violam LRF. Impeachment?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Pelos cálculos do Ministério da Fazenda, pelo menos oito estados da federação estouraram os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e estão gastando com pessoal bem mais que os 60% da Receita Liquida Corrente admitidos pela lei. Alguém, entre os que condenaram a ex-presidente Dilma Rousseff, vai pedir o impeachment dos governadores destes estados por crime de responsabilidade fiscal? Não, muito pelo contrário. O que o governo federal começou a discutir foi ajustes na LRF e tapar as brechas que eles vêm utilizando para produzir uma “contabilidade criativa” que os deixam falsamente enquadrados nos limites da lei.

Estado de Direito e o Estado de exceção

Por Hylda Cavalcanti, na Revista do Brasil:

O Supremo Tribunal Federal (STF) empossou em setembro a segunda mulher na presidência, a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha. Com 208 anos de existência, desde que Dom João VI criou a chamada Casa de Suplicação do Brasil, e 126 anos desde que passou a ser chamado de STF, pela Constituição de 1890, o tribunal já abrigou 167 ministros indicados por presidentes – de Deodoro da ­Fonseca a Dilma Rousseff. Sua competência como Poder da República, de fato, foi redefinida a partir da Carta de 1988 com o objetivo de torná-lo mais próximo dos cidadãos. Mas o Supremo, que se destacou nessa trajetória por momentos ora dramáticos, ora gloriosos, enfrenta críticas por ser visto como uma Corte com marcada atuação politizada, que abala o Estado democrático.

Diálogo na Venezuela não será tarefa fácil

Por Max Altman, no site Opera Mundi:

Foi levada a cabo a primeira sessão destinada a estabelecer o diálogo na Venezuela. Pelas reações iniciais de setores da oposição, não será tarefa fácil. O governo está preocupado em baixar a temperatura política para poder enfrentar os problemas econômicos e sociais. A oposição enfoca a questão política e insiste em derrocar pela via constitucional ou não o presidente Nicolás Maduro.

O governo e a oposição concordaram em instalar quatro mesas temáticas para levar adiante o diálogo. Neste primeiro encontro acertou-se adotar como base de trabalho a proposta dos acompanhantes internacionais a fim de abordar os eixos temáticos, a metodologia e o cronograma do diálogo. Cada mesa será coordenada por um dos acompanhantes com a participação de representantes do governo e da oposição.

E segue a manipulação midiática

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Parte da imprensa festeja, como se fosse grande coisa, a tal arrecadação, via repatriação, pelo governo federal, de 50 bilhões de reais.

Vamos por os pingos nos is.

Para um PIB de 5.9 trilhões de reais, em 2015, trata-se de um número irrisório, que não chega a 0,01% do Produto Interno Bruto.

As ocupações e a luta contra Temer

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Na tarde de ontem, quando Eleonora Menicucci, ministra-chefe da Secretaria de Políticas para Mulheres no governo Dilma Rousseff, sentou-se para dar uma a entrevista ao 247, o mapa das mobilizações de estudantes contra a Reforma do Ensino Médio e contra a PEC 241, agora PEC 55, mostrava as dimensões de uma luta gigantesca. Eram 1149 instituições de ensino ocupadas no país: 1016 escolas, 51 universidades e 82 institutos federais, numa mobilização que tende a crescer, mesmo enfrentando medidas de repressão cada vez mais violentas.

PEC 241 cria o paraíso da agiotagem

Por Jeferson Miola

Com a Proposta de Emenda Constitucional [PEC] 241, o Brasil deverá ser a primeira nação do mundo a gravar no Orçamento um teto máximo dos gastos sociais e, em contrapartida, garantir um patamar mínimo [e trilionário] de renda pública para a especulação financeira.

O Brasil está sendo convertido no principal paraíso da agiotagem na Terra.

O argumento para a criação do “Novo Regime Fiscal” – nome dado pelo governo golpista a esta engenharia anti-povo programada para durar 20 anos – é que os gastos públicos na saúde, educação, ciência & tecnologia, cultura, agricultura familiar, previdência, habitação, bolsa-família etc, competem com a meta do “superávit primário”, conceito contábil que corresponde ao valor poupado pelo governo para pagar o sistema da dívida.

Mídia criminaliza as escolas ocupadas

Foto: OCUPA UFTM 2016
Por Marina Pita, na revista CartaCapital:

O silêncio pode dizer mais do que mil palavras. A frase – dessas compartilhadas em grupos de WhatsApp pela manhã – significa muito na atual conjuntura do país.

Num contexto de mais de mil escolas ocupadas em todo o Brasil contra a PEC 241 e a Medida Provisória que reforma o Ensino Médio, o silêncio da imprensa sobre a mobilização dos estudantes é mais um capítulo sombrio do processo pelo qual passa o país, exemplar quando falamos de ausência de diversidade e garantia do acesso à informação no Brasil.

Procurador exibicionista quer o fim do ENEM

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Consolidada pela Constituição de 1988, a autonomia funcional do procurador exige dois pressupostos: atuação sóbria e não abusiva do procurador e fiscalização não-corporativa do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), inclusive porque comportamento individual indevido afeta a imagem de toda a corporação.

Hoje em dia há dois núcleos ostensivos de desmoralização exibicionista do MPF: o da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de Goiás, Ailton Benedito de Souza (http://migre.me/vpt8y), e o procurador regional do Ceará, Oscar Costa Filho.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Preço do gás de cozinha sobe. Cadê a mídia?

Por Altamiro Borges

Na semana retrasada, o exterminador da Petrobras, Pedro Parente, anunciou a redução do preço da gasolina e a mídia venal fez o maior escarcéu. A queda prevista - de apenas um centavo - virou capa dos jornalões e motivo de comentários eufóricos nas emissoras de rádio e tevê. Os ex-urubólogos da imprensa - que no governo Dilma só difundiam notícias pessimistas sobre o país - viraram otimistas de plantão e juraram que a medida do covil golpista reduziria a inflação e impulsionaria a retomada da economia. Na sequência, ao invés de baixar, o preço da gasolina subiu nos postos e a mídia chapa-branca caiu no ridículo. Já nesta terça-feira (1), o governo anunciou o aumento do preço do gás de cozinha. A cruel decisão, que afeta as milhões de famílias, não virou manchete ou destaque na TV. 

Bispo Crivella vai peitar a Rede Globo?

Por Altamiro Borges

Na onda conservadora que corrói o Brasil, o bispo Marcelo Crivella, da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), venceu o pleito para a prefeitura do Rio de Janeiro com 59,3% dos votos válidos. Um dia depois da vitória, o fundamentalista afirmou à imprensa que sua eleição significa que o carioca deseja o respeito "aos valores da família e da vida. O que o povo determinou nas urnas é que as pessoas são contra liberação das drogas, legalização do aborto e a discussão de ideologia de gênero nas escolas". Nas redes sociais, Silas Malafaia, de outra vertente neopentecostal, soltou os rojões: "Chora, capeta! Chora Freixo", referindo-se à derrota das esquerdas. "Cambada de esquerdopatas se ferraram, tomaram uma lavada histórica. Calados!", completou o endemoniado.


Crise e concorrência. Pavor dos jornalões!

Por Altamiro Borges

A mídia privada adora bravatear sobre as maravilhas da livre iniciativa, mas morre de medo da concorrência. Na semana passada, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) para que o Supremo Tribunal Federal (STF) confirme que sites e portais noticiosos estão sujeitos à lei que limita a participação de capital estrangeiro no setor jornalístico. Na era da internet, o temor dos barões da mídia é com o crescimento do acesso aos veículos internacionais – talvez em função de perda de credibilidade e de qualidade dos jornalões nativos. Na ação, a ANJ deixa explícito que deseja impor alguma forma de censura aos sites estrangeiros:

Zara explora crianças refugiadas da Síria

BBC
Por Altamiro Borges

Na semana passada, a emissora pública do Reino Unido, a conceituada BBC de Londres, exibiu uma reportagem sobre a exploração das crianças refugiadas da Síria por famosas marcas de roupas de grife em empresas terceirizadas da Turquia. A espanhola Zara, que já havia sido denunciada no Brasil por explorar imigrantes bolivianos em trabalho análogo à escravidão, apareceu novamente na lista sinistra. Na Europa, a matéria causou uma nova onda de revolta contra a Zara e outros companhias apreciadas pelas elites, como a Mango e a Asos. Já em nosso país, os consumidores nem ficaram sabendo das denúncias. As emissoras privadas de tevê preferem blindar os seus anunciantes em detrimento da informação.

O que fazer com os filhos da esperança?

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

A emissão conservadora se espoja no revés progressista, como se a urna de 2016 fosse a prefiguração automática de 2018.

Desse ângulo da arquibancada ideológica o tucano Geraldo Alckmin é aclamado ‘o’ presidenciável campeão.

Credencia-o, diz a ‘crônica uniformizada’, o espraiamento do PSDB no país, mas sobretudo no estado onde o partido já é governo há um quarto de século.

Ter São Paulo é um trampolim eleitoral respeitável.

Mídia viabilizou vitórias do PSDB e PMDB

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Um fato é inegável e tem que ser analisado, pois, sem reflexão, será entendido de forma errada. Refiro-me à expressiva redução do PT e a chamativa vitória do PSDB e do PMDB na eleição municipal de 2016. E para uma visão rápida do que ocorreu, bastam poucos dados.

O PT passou das 644 prefeituras que detinha em 2012 para 254 em 2016 (-61%).

O número de prefeitos tucanos passa de 701 para 803, e a população governada pelo PSDB salta de 25,8 milhões para 48,7 milhões (o PT encolheu de 38 milhões para 5,9 milhões).

Ana Júlia e as lições das escolas ocupadas

Editorial do site Vermelho:

Os brasileiros tiveram uma lição de luta de grande importância nesta quarta-feira (26) quando, com tranquilidade e veemência, a estudante secundarista Ana Julia Ribeiro, de apenas 16 anos de idade, defendeu perante a Assembleia Legislativa do Paraná a luta dos jovens e as ocupações de escolas que se espalham pelo Brasil. Maior clareza seria impossível. Sabemos porque lutamos: contra o desmonte da educação e pelo Brasil, enfatizou. E o que aprendemos são lições que ficarão conosco pelo resto da vida, assegurou.

Fatos desmentem a 'retomada' econômica

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não foi surpresa a queda forte, hoje, das previsões da retração do PIB brasileiro em 2016, nas previsões que as instituições financeiras fazem para o Boletim Focus, do Banco Central. Baixaram de -3,15% para 3,3% em uma semana e há poucas dúvidas de que isso vá baixar mais, nas próximas semanas.

Mesmo o “wishfull thinking” dos índices de confiança da indústria e dos serviços caíram, como revelam os dados divulgados esta manhã pela Fundação Getúlio Vargas.

A internet pode ajudar a democracia?

Por Lucas Pretti, no site da Fundação Maurício Grabois:

Estas são as primeiras eleições brasileiras desde 1994 em que empresas estão proibidas de financiar candidatos. A máxima parece consensual, e temos de celebrá-la: não haverá campanhas políticas – e, portanto, mandatos – limpas e legítimas se o dinheiro continuar vindo carregado de toma lá dá cá. O que parece uma golfada de esperança num sistema político desacreditado, na prática, porém, é apenas um suspiro. Enquanto a minirreforma eleitoral (Lei n. 13.965/2015) apontou para um futuro possível, a resolução n. 27.496 (de 1º de julho de 2016) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trancou a janela de onde poderiam vir os novos ares: candidatos não podem usar plataformas de crowdfunding para arrecadar fundos.

A ignorância de Temer sobre Thatcher

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Perdemos já o direito de nos surpreendermos com com a obsolescência mental de Temer.

Mas ainda assim é difícil acreditar que ele tenha citado Margaret Thatcher como referência.

A esta altura?

Sabe-se, há muito tempo, qual foi o legado do thatcherismo - uma brutal concentração de renda. Thatcher fez um governo de ricos, por ricos e para ricos.

Reforma política e o golpe brando

Por Aldo Arantes, no Blog do Renato:

Existem livros de autores que procuram analisar fenômenos ocorridos no passado, para deles retirar ensinamentos. Outros tantos são publicados onde intelectuais se preocupam em estabelecer tendências e perspectivas para os acontecimentos futuros. Escolhi reunir em um volume o pensamento e os argumentos que surgiram de um movimento real do qual participo presentemente na sociedade brasileira ao lado de várias organizações da chamada sociedade civil – como a OAB, a CNBB, a UNE e tantas outras – dedicadas à luta democrática por uma Reforma Política para o Brasil.

As práticas fascistas nas escolas ocupadas

Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) anunciou hoje (1º), durante audiência pública no Senado Federal, que um grupo de senadores vai interpor no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) representação contra o juiz Alex Costa de Oliveira, da Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). O magistrado autorizou o uso de práticas de tortura contra alunos que ocupam escolas públicas em Brasília e cidades-satélites, tais como cortes do fornecimento de água, luz e gás, além de outras, como forma de forçá-los a deixar os locais.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Giro à direita no Brasil. Por quanto tempo?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella, resumiu sua vitória como um sonoro “não” da cidade tida como mais progressista do Brasil às bandeiras do aborto, da legalização das drogas e do ensino sobre diversidade sexual nas escolas. Ele de fato as combateu, mas não foram estas as bandeiras centrais de seu adversário Marcelo Freixo, do PSOL, no segundo turno. O que sua vitória simboliza é a conclusão da guinada do Brasil à direita, num giro sem precedentes depois da redemocratização, e que no primeiro turno teve na vitória de João Dória em São Paulo seu sinal mais eloquente. Não só dos caminhos que a esquerda seguir para se recuperar do tombo dependerá a duração deste ciclo, em que o Brasil será um país bem diferente. A partir de janeiro a direita estará governando o país e a maioria dos municípios, e de seus resultados dependerá a duração deste ciclo.

O MST não é organização criminosa

Por Cezar Britto e Paulo Freire

Em tempo de criminalização dos movimentos sociais ou daqueles que contestam o sistema patrimonialista brasileiro, muito se discute sobre a legalidade do MST e de outras organizações que lutam para fazer real a promessa constitucional de Reforma Agrária. Este debate ganhou maior volume após a recente decisão do STJ, notadamente em razão do julgamento do HC nº 371.135, por sua Sexta Turma, em 18 de outubro de 2016. É que apressadas interpretações, centradas em vícios ideológicos e preconceituosos, cuidaram de divulgar versões destoantes dos fatos e das manifestações postas em julgamento.

O comportamento da esquerda no RJ

Por Jandira Feghali

A política se expressa de muitas formas e, neste momento pós eleições municipais do Rio, vale uma pequena reflexão. As urnas falam e falam bem alto. Porém os gestos também falam alto, pois refletem uma visão de presente e de futuro, direcionam estratégias, determinam aliados, a relação com eles e compromissos reais com o povo.

A vitória da negação da política e o comando da prefeitura do Rio em mãos conservadoras são um retrocesso. Lamento sinceramente a derrota de Marcelo Freixo, candidato apoiado por nós do PCdoB e demais forças de esquerda no segundo turno.

Cunha e Marcelo no país de Moro

Por Mauro Santayana, em seu blog:

A notícia de que Marcelo Odebrecht teria, no longo processo a que está sendo submetido, protestado inocência e recusado bravamente o fechamento de um suposto acordo de delação premiada, contestando até mesmo a posição de seus advogados, além de discutir com procuradores, que finalmente teriam comemorado entusiasticamente a quebra de sua admirável resistência moral e psicológica, apenas reforça a convição - termo que está cada vez mais em voga ultimamente - de que o que ocorreu no caso de Odebrecht e de outros presos e empresas, não passa, em grande parte - para tempos "excepcionais", medidas "excepcionais" - de pressão, de extorsão e de tortura.

A política econômica e social do golpe

Por Marcio Pochmann, na revista Caros Amigos:

Tal como em 1964, os golpistas de 2016 também não se satisfizeram com a retirada arbitrária do presidente eleito democraticamente. Essa foi apenas a primeira parte, necessária para que a implantação de uma nova política econômica e social se tornasse possível, pois pelo voto isso dificilmente ocorreria.

Logo no início da ditadura civil-militar (1964-1985), alguns democratas descontentes com o governo de João Goulart declararam apoio ao golpe, imaginando tratar-se apenas de pontual e circunstancial limpeza política, capaz de permitir a imediata sequência do regime democrático. Ledo engano: concomitantemente com a imposição do Ato Institucional (AI) número 1, a política econômica e social antidemocrática foi sendo implementada, tendo como objetivo imediato o estabelecimento do teto dos gastos públicos.

Os dados ainda estão rolando no Brasil

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Assim que as urnas se fecharam, neste domingo, começou uma operação político-midiática para afirmar que uma página da história do país foi virada. A ampla vitória de candidatos ligados ao governo, na maior parte dos municípios, significaria que já não se pode falar em golpe. Os eleitores teriam confirmado, nas urnas, sua adesão a uma maré liberal-conservadora. Ela é expressa nas importantes vitórias do PSDB e na emergência de figuras como o pastor Crivella, da Igreja Universal. Após as eleições - e aqui está o pulo do gato - deveríamos aceitar como inevitáveis as contra-reformas propostas pelo governo Temer e pelo empresariado: PEC-241 (PEC-55 no Senado). Redução dos direitos previdenciários. Ataque à legislação trabalhista. Todo este raciocínio é manco e interesseiro (– como você verá no começo da tarde).

Lava-Jato e governo destroem a economia

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Não bastassem a recessão brasileira, a crise mundial, a privatização e a desnacionalização impulsionadas pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, e pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, e ainda a austeridade mais longa do mundo da PEC 241, chancelada pelo presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles e a maioria da Câmara, o País sofrerá por mais um ano os prejuízos da desarticulação da sua principal cadeia produtiva, a de óleo e gás. O motivo é a recente prorrogação, pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal, da Lava Jato do juiz Sergio Moro e do MPF, até setembro de 2017.

Mais de 130 universidades estão ocupadas

Foto: Ana Miranda e Larissa Pinto/Mídia NINJA
Do site da UNE:

Em todas as regiões do Brasil universidades estão ocupadas por estudantes que protestam contra o governo Temer e a PEC 241. Aprovada na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (26), a "PEC do congelamento" tramita agora no Senado e deve entrar em votação no dia 29 de novembro.

Para pressionar o governo, a comunidade universitária (professores, técnicos e estudantes) tem deflagrado greves em universidades públicas de norte a sul do Brasil.

A operação Lava-jato, segundo Moro

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Os sucessos objetivos, mediáticos e ideológicos do que hoje se intitula ‘Operação Lava-jato’, com seus erros e acertos, é a reprodução, quase mutatis mutandi, da italiana mani pulite, que tem no juiz Sérgio Moro, no Brasil, seu principal cavaleiro e seu escrivão, seu principal teórico e seu principal executante, pois o que se vê, e o que ainda se verá, entre nós, já podia ser lido em seu artigo “Considerações sobre a ‘Operação Mani pulite’” (R. CEJ. Brasília.n.26. p. 56-62. Jul/set.2004). Destaco o ano de publicação (2004) e lembro que a operação brasileira foi desencadeada em 2014.

A operação italiana terminou numa farsa – a eleição de Berlusconi; a crise política brasileira rapidamente transita para uma crise institucional que pode cobrar alto preço à democracia representativa.

Lula e Juscelino nas lutas da história

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país indignado com a perseguição a Lula, o processo que levou à cassação de Juscelino Kubitschek, meio século atrás, merece uma reflexão. Políticos diferentes pela origem de classe e pela visão de mundo, Lula e JK possuíam importantes traços em comum, a começar pelo apego aos ideais desenvolvimentistas. Tanto Lula como JK foram os políticos mais populares de seu período histórico e enfrentaram um ambiente de caça política quando exibiam a condição de candidatos favoritos à uma eleição presidencial já em seu horizonte político. Se o destino de Lula permanece uma incógnita, a perda dos direitos políticos de JK, em junho de 1964, dois meses depois do golpe militar de abril, eliminou um dos principais obstáculos à consolidação da ditadura nascida no 1 de abril de 1964, abrindo caminho para novas cassações e à consolidação de um regime de força que se prolongou por duas décadas.