sábado, 18 de março de 2017

Os efeitos da nova onda de automação

Por Martin Khor, no site Outras Palavras:

No ano passado, a Uber começou a testar carros sem motorista, com seres humanos no interior para fazer correções no caso de alguma coisa dar errado. Se os testes forem bem, a Uber irá, ao que tudo indica, substituir seu exército atual de motoristas por uma frota dos novos carros.

Alguns carros já podem estacionar automaticamente. Será uma questão de tempo até que a Uber, táxis e veículos individuais sejam suficientemente inteligentes para nos levar de A a B sem que tenhamos de fazer nada? E o que acontecerá aos empregos com essa aplicação da “inteligência artificial”, em que máquinas têm funções cognitivas humanas construídas em seu interior? Estima-se que, somente nos EUA, 4 a 5 milhões motoristas de caminhões e táxis poderiam ficar desempregados.

Reformas de Temer e o blitzkrieg nazista

Por Dayane Santos, no site Vermelho:

Manter a unidade em uma ampla frente de resistência é determinante para enfrentar os desafios do país num cenário de crise política profunda com reformas que ameaçam direitos constitucionais e a democracia. Esse foi o tom das palestras e discursos de lideranças sindicais, juristas, advogados e ministras do Tribunal Superior do Trabalho (TST) na primeira parte do Seminário Democracia e Direitos dos Trabalhadores, realizado nesta sexta-feira (17), em São Paulo.

Promovido por Advogados pela Democracia, Justiça e Cidadania (ADJC), Fundação Maurício Grabois (FMG), Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat), o evento debate os desafios do país diante de um cenário de crise política profunda com reformas que ameaçam direitos constitucionais e a democracia.

Pornô-ator Alexandre Frota volta a atacar

As postagens de Frota contra a professora no Face e no twitter,
e a ameaça do seguidor fake que recebe o apoio do ator
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A professora e ativista de esquerda baiana Dane Andrade colocou em seu perfil no Facebook, em 8 de março, Dia da Mulher, uma foto sua segurando um cartaz onde dizia que quem chamava a ex-presidenta Dilma Rousseff de “vagabunda” não era digno de comemorar a data. No dia seguinte, para seu espanto, o ator e expoente intelectual da direita brasileira, Alexandre Frota, postou a foto da moça no Face e no Twitter, zombando de sua aparência e xingando Dilma de “VAG…”, sem coragem de completar a palavra para não levar processo.

Brasil 2016: Recessão e Golpe

Do site da Fundação Perseu Abramo:

A Fundação Perseu Abramo realizará, em parceria com o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de São Paulo (DMPT/SP), no dia 22 de março, quarta-feira, às 14 horas, o debate de lançamento do livro Brasil 2016: Recessão e Golpe, com a presença do jornalista Paulo Henrique Amorim. A atividade, que acontece no hotel Paulista Wall Street Hotel, em São Paulo, será transmitida ao vivo pela página da Fundação Perseu Abramo no Facebook e replicada no portal da instituição.

Aécio Neves, o campeão da Lista de Janot

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O destino não foi generoso com Aécio Neves, artífice do golpe que depôs Dilma Rousseff, o homem que pediu impeachment três dias depois de derrotado nas urnas.

Depois de tudo o que fez, Aécio, segundo a Época, é o campeão em pedidos de investigação na Lista de Janot.

Um delator conta que o tucano recebeu propina em conta secreta em Cingapura no nome de um amigo e que tinha esquema com Dimas Toledo, ex-dirigente de Furnas.

O debate sobre mídia e estado de exceção

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O Cafezinho exorta os internautas a assistirem esse debate histórico no Barão de Itararé [aqui]. Participaram dele o deputado Wadih Damous (PT-RJ) e os Zanin (Cristiano e Valeska), advogados do presidente Lula. Além de Miro Borges, presidente do Barão.

Os internautas devem assistir ao debate na íntegra, mas como eu só pude, até o momento, assistir mais ou menos a partir do último terço do vídeo, vou fazer sugestões a partir do que eu vi.

Partidos políticos, comunicação e poder

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Na última segunda-feira, 13 de março, a jornalista Maria Inês Nassif participou das Jornadas de 2017 da Carta Maior, abordando o tema “Partidos políticos, comunicação e poder”. Na pauta, a diluição do poder institucional da política nacional e a avaliação de que “nenhum partido político resistiu ao golpe”.

Analisando a atuação dos partidos golpistas, em especial o PMDB, Maria Inês recuperou o contexto de formação desses partidos durante a redemocratização no Brasil. Outro ponto salientado durante a palestra foi a interferência do poder Judiciário na vida partidária e eleitoral.

Serraglio fede mais que a lista do Janot

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Pode ou não ter havido tráfico de influência do hoje ministro da Justiça com o chefe da quadrilha da carne podre.

Pode ou não ser verdade o que disse o delegado Maurício Moscardi (saído da Lava Jato em circunstâncias esquisitas e censor de jornalistas) sobre a “vista grossa” dos fiscais irrigar PMDB (partido de Osmar Serraglio) e PP com dinheiro.

O fato é que, com o clima de que todos são culpados até que (ou mesmo que) provem sua inocência que o processo de linchamento de reputações instalado desde os primeiros tempos da Lava Jato, o estrago está feito.

sexta-feira, 17 de março de 2017

A mídia e o Estado de exceção no Brasil

A Vaca Sagrada e a sombra de Weimar

Por Mauro Santayana, em seu blog:

O fascismo tem por hábito, como certos vírus, se manifestar, primeiro, em pequenos e sintomáticos episódios, para depois se impor, como a peste fazia, no passado, como uma maligna epidemia que contamina e apodrece, de alto abaixo, as nações, em certos períodos absurdos e trágicos da História.

No futuro, quando os estudiosos examinarem os vergonhosos e perigosos anos que estamos atravessando, a ilustrativa inquirição de menos de três minutos do Sr. Omar Serraglio, por um representante de uma emissora de televisão, logo após sua indicação para Ministro da Justiça e a sua pública, contrita, humilde, quase balbuciante, confissão de prévia e incondicional submissão a certa operação jurídico-policial e, indiretamente, a subordinados que, teoricamente, deveriam ficar sob sua responsabilidade e autoridade como representante direto do Presidente da República, brilhará como mais um sinal premonitório do que nos espera nos próximos tempos - e dirá, como Chaplin fazia no cinema mudo, muito mais do que foi apenas visto ou entrevisto pelos telespectadores, na tela do nosso mais verdadeiro, platinado e orwelliano Big Brother, no momento do diálogo entre entrevistador e entrevistado.

Agora é greve geral no lombo dos golpistas

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                                      

As gigantescas manifestações do dia 15, além de mudarem de patamar a luta contra as reformas dos golpistas, deixou um saldo estratégico importante: a unidade de todas as centrais sindicais na luta para barrar a liquidação dos direitos da classe trabalhadora.

Os protestos em todo o país foram acompanhados de paralisações por algumas horas e greves de diversas categorias profissionais , tais como professores, bancários, servidores públicos, metalúrgicos, rodoviários, metroviários, ferroviários, petroleiros e químicos, num ensaio promissor para o passo seguinte, que é a construção da greve geral contras as reformas previdenciária e trabalhista.

Lava-Jato, voyeurismo e a atriz global

Por Lenio Luiz Streck, no site da Fundação Maurício Grabois:

O colunista Mauricio Lima (revista Veja) conta - notícia não desmentida - que os atores Bruce Gomlevsky e Flávia Alessandra, que representam os delegados Marcio e Erika no filme sobre a "lava jato", foram a Curitiba para filmar nas dependências da Polícia Federal. Feitas as tomadas - o local fora fechado para isso - o grupo da filmagem teve a “jenial” ideia de olhar alguns presos da "lava jato". Foram levados pelos carcereiros a visitar as celas de Eduardo Cunha, Palocci etc., mas a maior atração querida pelos atores e membros da equipe de filmagem era Marcelo Odebrecht. Este, segundo a matéria, escondeu-se para não ser visto (ou filmado). Depois de alguns minutos, a atriz, à socapa e à sorrelfa (socapa e sorrelfa são por minha conta) conseguiu ver o troféu.

FNDC lança campanha de fortalecimento

Do site do FNDC:

Por meio da campanha “Fortaleça a Luta pela Democratização da Comunicação”, o FNDC convoca as entidades da sociedade civil a apoiarem a luta por diversidade e pluralidade na mídia. A campanha, lançada nesta terça-feira (14/3), estimula a adesão de novas entidades e a regularização financeira das entidades já filiadas. A filiação pode ser feita diretamente pela internet, sem burocracia, através do Sistema de Filiação online. Aprimorado, o sistema também passa a permitir doações avulsas, inclusive de pessoas físicas.

Vereador do MBL se enrola no Caixa-2

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Na tarde de quarta-feira, o Blog publicou vídeo em que o radialista da Band FM Fabio Pannunzio entrevistou o vereador pelo DEM de SP Fernando Holiday, expoente do Movimento Brasil Livre (MBL), que, nos últimos anos, promoveu manifestações contra Dilma Rousseff e agora está sendo pago pelo governo Temer para vender reformas da Previdência e trabalhista.

A entrevista acabou se transformando em briga de boteco entre as partes. Pannunzio cobrou asperamente de Holiday o uso de caixa 2 e o vereador reagiu da forma que se tornou sua característica: agressiva, aos berros.

Mídia manipulou cobertura dos protestos

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

As manifestações de protestos ocorridas em todos os Estados brasileiros contra as reformas propostas pelo atual governo usurpador para a previdência e trabalhista tiveram grande êxito, mas a mídia comercial conservadora simplesmente manipulou fatos de forma a tentar convencer incautos, através da cobertura e análises dos tais colunistas de sempre, defensores incondicionais do projetos de redução do Estado brasileiro.

Na Rede Globo, rádio CBN, na TV Bandeirantes e TV Record as manifestações de 15 de março foram apresentadas como desordem, caos, transtorno e perturbação, atos isolados de grupelhos e guerrilha urbana.

Reforma trará precarização e não empregos

Da Rede Brasil Atual:

Em nova audiência pública da comissão especial da Câmara que trata da reforma trabalhista, hoje (16), a ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), afirmou que a proposta do governo trará precarização em vez de postos de trabalho. "Em lugar nenhum do mundo, as reformas geraram empregos; ao contrário, geraram a precarização de empregos", disse a magistrada, para quem os argumentos do governo contêm "grandes inverdades".

Como é a aposentadoria em outros países

Do site Opera Mundi:

Movimentos sociais e sindicais foram às ruas nesta quarta-feira (15/03), em todo Brasil, protestar contra a proposta de reforma da previdência apresentada pelo governo de Michel Temer (PMDB). Mas, e lá fora, como funciona o sistema de aposentadoria? Há idade mínima? O cálculo é feito pelo tempo de contribuição? Saiba como é:

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, a idade mínima para se aposentar, que era de 66 anos em 2014, subirá gradativamente até 2022 para 67. A elegibilidade para o benefício depende do número de anos de contribuição, sendo o mínimo necessário de 10 anos. Segundo dados da Administração de Seguridade Social, no país, é possível antecipar a aposentadoria para os 62 anos, mas com recebimento do valor parcial. Ou adiar até os 70 anos, com o acréscimo do benefício.


Protestos do 15M: o que você não viu na TV

Praça Castro Alves/Salvador, 15/3/17. Foto: Jornalistas Livres
Por Eduardo Amorim, Oona Castro, Mabel Dias e Bia Barbosa, na revista CartaCapital:

Depois deste ano, o 15 março também será marcado como uma data histórica de protestos da esquerda. Lembrado como o dia em que, em 2015, as ruas do país foram tomadas de verde e amarelo pedindo o impeachment de Dilma Rousseff, nesta quinta-feira o mesmo 15 de março virou uma grande onda vermelha contra o governo Temer e suas reformas que retiram direitos.

Mais de 125 cidades, incluindo 25 capitais, registraram grandes manifestações e paralisações de trabalhadores. Os atos foram maiores do que os últimos convocados pelos movimentos sociais contra o golpe, o que indica uma possível retomada das mobilizações populares.

Previdência e a quadrilha que tomou o poder

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – os cabeças de planilha de Temer

Uma característica de todo economista neófito de governo são as propostas radicais, voluntariosas, a radicalização das medidas propostas, como se não houvesse limites sociais e políticos, e como se todas as soluções da economia dependessem apenas da força de vontade e quanto mais radicais, mais virtuosas.

São ignorantes na análise do tempo político ou mesmo nos efeitos de medidas radicais sobre o ambiente econômico e social. Todos acreditam na fada das expectativas positivas – basta mostrarem firmeza que os agentes econômicos acreditarão e da fé nascerão os investimentos.

Lula e greve geral: dois ícones da esquerda

Por Helena Borges e Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

Um desavisado que chegasse à Avenida Paulista, na capital de São Paulo, por volta das 19 horas de quarta-feira (15), poderia facilmente supor ter topado com um comício do PT. A avenida estava completamente tomada por bandeiras vermelhas enquanto, em cima do carro de som, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escutava o povo ao redor entoar o olê-olá clássico de suas campanhas eleitorais. Quem segue minimamente o noticiário, contudo, sabe que não se tratava disso. Ou não apenas disso.

O objetivo dos atos, que se espalharam por 19 capitais, era gritar contra a proposta de reforma de previdência do governo Temer que, como haviam previsto diversos líderes e analistas, trouxe a esquerda de volta às ruas, após um longo período em que os protestos não passavam de fagulhas isoladas. Na principal avenida de São Paulo, a maior das manifestações do dia 15 reuniu cerca de 200 mil pessoas, segundo organizadores. Curiosamente, nem a Polícia Militar, nem os institutos de pesquisa tradicionais deram-se ao trabalho de calcular o número de presentes.