domingo, 19 de março de 2017

A 'Carne Fraca' e o reino dos imbecis

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, traz uma comprovação básica: o nível de emburrecimento nacional é invencível. O senso comum definitivamente se impôs nas discussões públicas. E não se trata apenas da atoarda que vem do Twitter e das redes sociais. O assustador é que órgãos centrais da República – como o Ministério Público, a Polícia Federal, o Judiciário – tornaram-se reféns do primarismo analítico.

Aposentadoria fica, Temer sai!

Lava-Jato devolverá o Brasil ao século 19

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não há muito que falar. Apenas quero me unir aos que estão alertando. A tal “operação carne fraca” mostrou como é mal-intencionado o discurso que criminaliza “os políticos”, pois quem corrompe esses políticos são empresários e ninguém os estigmatiza.

Em segundo lugar, a Lava Jato vem servindo para massagear o ego de membros do Ministério Público e do Judiciário e para exterminar políticas públicas voltadas ao social, à distribuição de renda e à valorização do trabalho assalariado, pois substituiu um governo voltado para o social por outro antissocial.

Desigualdade: a face mais cruel do golpe

Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Índice de Gini, que mede o nível de desigualdade social, voltou a subir no Brasil após 22 anos consecutivos entre queda e estabilidade. Em 2016, ano do golpe, o coeficiente atingiu 0,5229, o que representa um aumento de 1,6% em relação ao ano anterior.

Em bom português, o resultado apresentado dessa equação equivale a dizer que pela primeira vez em mais de duas décadas o terrível fosso social que separa a elite brasileira da enorme maioria da população voltou a crescer.

Congresso corrupto e a reforma política

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Há uma virtude e um vício na sugestão da presidente do STF, ministra Cárnen Lúcia, de que a reforma política seja submetida a um referendo, colocando em prática as formas de democracia semi-direta previstas no artigo 14 de nossa Constituição, o referendo e o plebiscito. A sugestão foi feita em entrevista a Jorge Bastos Moreno na CBN. A virtude está na lembrança de que, depois do apodrecimento do sistema atual, as novas regras de funcionamento da democracia exigem a aprovação popular. A não ser que fossem aprovadas por uma Constituinte livremente eleita e soberana, com poderes para uma repactuação constitucional. O vício está no fato de que Cármem Lúcia admite que a reforma poderia ser aprovada pelo atual Congresso, para ser depois submetida ao referendo.

A farsa de Temer no Rio São Francisco

Por Otávio Augusto Antunes, de Monteiro (PB), no blog Viomundo:

José Bonifácio Gomes, proprietário do restaurante “Meia Pataca”, é um dos personagens da propaganda institucional do Governo Temer veiculada este mês.

A propaganda afirma, entre outras coisas, que nos últimos dez meses a obra de transposição do Rio São Francisco “acelerou”, induzindo quem assiste o filme publicitário a acreditar que a transposição ganhou velocidade agora.

Enganam as pessoas, assim como tentou fazer Aécio durante a campanha eleitoral, a acreditar que era uma farsa a transposição e outras políticas públicas dos governos Lula e Dilma.

O que está em jogo na operação Carne Fraca?

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O problema da Operação Carne Fraca é o seguinte.

A Polícia Federal, claramente, esqueceu que a sua função é proteger o cidadão, as empresas e o governo. Proteger o cidadão (e seu emprego!) contra fraudes, as empresas contra fraudadores e o governo contra corruptos.

A PF, ao invés disso, inverteu seu papel: tornou-se uma espécie de agência adversária da sociedade. Sua meta tem sido agredir o cidadão, destruir empresas e derrubar governos.

Se a PF identificou, há mais de dois anos, que havia problemas no mercado de carne, deveria ter alertado o governo, as empresas e os cidadãos, para que ninguém tivesse prejuízo. O governo não seria vítima de mais um processo de instabilidade, as empresas não estariam sujeitas a prejuízos bilionários, e os cidadãos não se arriscariam a consumir produtos de qualidade duvidosa.

Dilma, usa o controle remoto!

Logo depois de eleita, Dilma foi fazer uma omelete
com a Ana Maria Braga! (Reprodução)
Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Eis uma frase que a Presidenta Dilma Rousseff não pronunciou no auge do processo de impeachment, quando teve a Assembleia Geral da ONU - o maior palanque do mundo - à sua disposição e preferiu seguir os conselhos do zé da Justiça:

“Um dos grandes problemas do Brasil sobre a qual não se gosta de falar (nem ela - PHA) é a questão dos meios de comunicação social. Os media brasileiros são controlados por cinco famílias. (Mas só uma tem o poder de derrubar presidentes: a dos filhos do Roberto Marinho - PHA) E umas são mais iguais do que outras, como dizia George Orwell. Muitas vezes (ou sempre? - PHA) construíram uma confusão entre regulação econômica do setor e liberdade de imprensa. Regulação é saber que há falhas de mercado que originam falhas na mercadoria vendida. Neste caso informação, com uma opinião única. Isto não é interferir na liberdade de imprensa. No Brasil a confusão é deliberadamente feita para impedir a regulação econômica (e derrubar presidentes - PHA)”.


Carne Fraca e as “coincidências” fedorentas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Desastroso politicamente para Michel Temer – não apenas por Osmar Serraglio, mas porque atinge boa parte de sua base, a bancada ruralista – o escândalo desta nova operação “Vaca a Jato” tem outro fedor além da carne estragada.

Não apenas porque ensaia a abertura de uma frente de investigações onde a PF pode colocar em prática os seus já notórios métodos de envolver a política macro naquelas pequenas falcatruas que abundam na política micro, com a intenções que, hoje, qualquer um percebe.

Mélenchon reduz sufoco na eleição francesa


Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Numa França onde a indiferença do eleitorado diante da eleição para presidente da República atingiu um patamar recorde, o comício de Jean-Luc Mélenchon, na tarde deste sábado, em Paris, foi um benvindo apelo à razão.

Apenas o quinto candidato em levantamentos eleitorais liderados por Marine Le Pen, do Front National, Mélenchon reuniu uma plateia estimada em 130 000 pessoas na praça da Republica, endereço tradicional para manifestações políticas da capital francesa. Pela presença surpreendente, o dobro do esperado, e pelo conteúdo de seu discurso, Mélenchon deu um novo perfil à eleição, que chegará a um segundo momento dramático nesta segunda-feira, no primeiro debate entre candidatos pela TV.

As pombas moídas na cerveja da Ambev

Por Renato Rovai, em seu blog:

Durante o dia recebi em três grupos diferentes de whatsapp o vídeo [aqui] como se ele tivesse sido feito numa fábrica da Ambev. A legenda era que se tratava de um flagrante produzido por um funcionário da empresa escondido de seus superiores. E que as pombas, atraídas pela cevada, acabavam sendo moídas juntamente com os grãos. Quando questionados, os diretores da companhia, de acordo com a denúncia, estariam ignorando o problema e afirmando que “tudo é proteína”.

A cena é nojenta e por isso a viralização do vídeo é batata. Nos grupos onde circulou as respostas eram do tipo, por isso que não bebo mais essa merda. Além de ter milho tem pomba. E coisas do gênero.

O sumiço dos leitores nos jornais gaúchos

Por Elstor Hanzen, no site Sul-21:

A circulação dos dez jornais gaúchos auditados pelo Instituto Verificador de Comunicação (IVC) chegou à queda mediana de 20,37% em 2016. Nos números levantados entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016, teve diário que reduziu a impressão em mais de 30%. Pior do que os dados ruins foi a postura dos veículos de sonegar as informações ao público, e o maior deles no estado – Zero Hora – publicou que foi o único entre os cinco maiores jornais do país a aumentar em 7% sua circulação total – digital e impresso –, sendo que o IVC verificou para esta soma pouco mais de 2%. Ademais, o diário sequer mencionou ou contextualizou a redução de mais de 15% na sua tiragem no período.

O dia em que o Brasil se uniu contra Temer

Por Thiago Cassis, no site da UJS:

A resposta das ruas aos ataques contra os direitos dos trabalhadores e, sobretudo, contra a proposta de Reforma da Providência do presidente ilegítimo Michel Temer, foi gigante. Os dados apontam para 60 mil em Curitiba, 150 mil em Belo Horizonte, 30 mil no Recife, 30 mil em Fortaleza e 300 mil na Avenida Paulista, em São Paulo.

Os brasileiros se mostram definitivamente contrários aos planos dos golpistas que vão sendo postos em prática rapidamente. E é natural que as maiores demonstrações viessem justamente quando se ousou tocar na aposentaria, por exemplo. Nas manifestações do dia 15 de março foi possível detectar muitas camisetas amarelas da CBF, símbolo que identificava os que iam às ruas, sob forte influência da grande mídia, pedir “Fora Dilma”, ou os mais ingênuos, “Fora todos eles”.

sábado, 18 de março de 2017

Domingo a gente se vê em Monteiro



Vídeo de Ricardo Stuckert, na página de Lula no Facebook

Fascistoide agride vereadora do PSOL

A deputada Luiza Erundina e a vereadora Isa Penna
Por Altamiro Borges

Em tempos de João Doria e da onda conservadora no país, o vereador Camilo Cristófaro, alojado na legenda de aluguel em que virou o PSB paulista, parece que decidiu esbanjar valentia. Segundo matéria da Folha, ele teria xingado e agredido a vereadora Isa Penna, do PSOL, nesta quinta-feira (16). “A agressão ocorreu por volta das 19h30 dentro do elevador da Câmara Municipal de São Paulo. Segundo Isa, ele a xingou de ‘vagabunda’, ‘terrorista’, ‘cocô de galinha’ e insinuou ameaças dizendo que ela não deveria ficar surpresa se ‘tomar uns tapas na rua’. Em seguida, já fora do elevador, Camilo Cristófaro se aproximou da colega de plenário e lhe deu ‘um empurrão de leve’. Ela diz que há imagens de uma câmera que mostram o momento”.

Fãs de Sergio Moro são indiciados e presos

Por Altamiro Borges

Os falsos moralistas, que seduziram os ingênuos nas marchas pelo "Fora Dilma", estão cada dia mais desmoralizados. No início de março, a empresária Renata Loureiro Borges Monteiro postou no seu Facebook a foto do juiz Sergio Moro e a cínica mensagem: "É de cabeça erguida que iremos limpar o país". Nesta terça-feira (14), porém, ela foi intimada coercitivamente e levada por agentes da Polícia Federal para prestar depoimento sobre um milionário esquema de propina no Rio de Janeiro. Já nesta sexta-feira, outro fã do chefão da Lava-Jato, o médico veterinário Flavio Evers Cassou, funcionário da Seara, foi preso e teve bens bloqueados como resultado da Operação "Carne Fraca". Os dois casos confirmam que é sempre bom desconfiar dos vestais da ética. Geralmente, eles são bandidos!


Golpes e o desmonte das empresas nacionais

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

A Coreia do Sul experimentou extraordinária trajetória de industrialização com autonomia tecnológica nos últimos 60 anos. Tendo a industrialização como estratégia, transformou-se, de nação primário-exportadora, em país com importância geopolítica regional.

Causa e consequência do “milagre” coreano, grupos familiares nacionais encontram-se no controle dos grandes conglomerados. Assim como ocorreu com grupos da construção civil pesada no Brasil, os conglomerados coreanos se mantiveram prudentemente nas mãos de elite convergente com projeto para o território e seu povo. Desde 1997, auge da crise financeira na península, a Samsung optou por elevado autofinanciamento, aumentando-se a independência financeira do conglomerado. Há também histórico de firme apoio do Estado coreano às políticas expansionistas empresariais.

Holofotes em Bruno banalizam o feminicídio

Por Felipe Mascari, na Rede Brasil Atual:

O goleiro Bruno Fernandes de Souza foi apresentado terça-feira (14) como reforço do Boa Esporte, de Varginha (MG), que atua na série C do campeonato brasileiro. A contratação do goleiro, condenado por participar do sequestro e assassinato da modelo Eliza Samudio em 2010, criou polêmica: uma parcela da sociedade acredita que o jogador merece nova chance, depois de ganhar liberdade por ter conseguido um habeas corpus, enquanto outra pede boicote ao clube.

Ainda que os patrocinadores tenham abandonado o clube por esse episódio, a associação ao nome do goleiro está projetando o Boa Esporte na mídia nacional. Para a jornalista Juliana Arreguy, do site Dibradoras, "Bruno merece uma segunda chance, prevista por lei, e que deveria ser regra entre todos os egressos (do sistema prisional)". Mas o que preocupa, acrescenta, é o destaque dado ao seu retorno ao futebol. "Num país em que a violência doméstica e o feminicídio são banalizados, deixar que o goleiro ocupe um posto de evidência é problemático", afirma.

Reforma da Previdência e as economias locais

Por Miguel Martins e Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

A insatisfação contra a reforma da Previdência, que levou dezenas de milhares de brasileiros às ruas em 15 de março, evidencia o distanciamento entre a classe política, aferrada a catastróficas projeções de déficit no setor, com os trabalhadores, cada vez mais cientes de que chegarão à velhice sem a devida proteção. Outra dimensão ignorada pelos gestores públicos é o impacto das mudanças nas regras das aposentadorias para as economias locais.

Embora os atos em resistência à reforma tenham se concentrado nas capitais, o impacto das mudanças propostas pelo governo promete ser ainda maior para os pequenos municípios. Segundo dados levantados pelo site Compara Brasil a pedido de CartaCapital, em quase um terço das cidades brasileiras, o pagamento de aposentadorias, pensões e outros amparos assistenciais, como o Benefício de Prestação Continuada, superam a receita corrente das prefeituras.

Para entender a operação 'Carne Fraca'

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o ambiente interno na Polícia Federal

O maior erro de Dilma Rousseff foi a indicação de José Eduardo Cardozo para Ministro da Justiça. Os dois erros seguintes foram consequência natural do primeiro erro: a indicação do Procurador Geral da República Rodrigo Janot e do delegado geral da Polícia Federal Leandro Daiello Coimbra.

Aliás, o erro maior foi quando, pressionado por Gilmar Mendes, Lula afastou o delegado Paulo Lacerda do governo.

A Polícia Federal é composta por vários grupos políticos, sob muita influência do PSDB. Lacerda era o único delegado com liderança que se sobrepunha aos grupos e mantinha a corporação sob controle.