sábado, 12 de janeiro de 2019

General Villas Bôas, o nome do golpe

Por Manuel Domingos Neto

Quem pensa em poder, ou pensa na força ou devaneia. Estado é força que se exerce sobre a sociedade.

O militar sempre foi peça chave aqui ou em qualquer lugar.

No Brasil, a força está essencialmente no Exército. O restante do aparato o acompanha, nem sempre concordando com tudo.

Assim, na República, o cargo decisivo é o de comandante do Exército.

A hipocrisia dos jornalistas golpistas

Por Lula Marques, no site Jornalistas Livres:

1. Achei que vocês começariam a fazer jornalismo depois do cárcere privado e da ameaça de levar tiro se não respeitassem as regras impostas pelo governo ditador no dia da posse, além da falta de respeito dos amadores que assumiram a comunicação do Palácio do Planalto.

2. Um bando de despreparados e arrogantes com discurso de que uma nova era começava. Mais de uma semana de governo e o que vemos é o jornalismo “copia-e-cola” reproduzindo as mídias sociais dos novos donos do poder e o jornalismo declaratório sem matérias investigativas.

Entrega da Embraer e a submissão aos EUA

Editorial do site Vermelho:

A Embraer, que foi fundada em 19 de agosto de 1969, corre o risco de completar seu primeiro meio século de existência sob a bandeira estrelada e listrada dos Estados Unidos e não mais sob a bandeira verde-amarela do Brasil. Sob a qual nasceu para atender à segurança nacional. E tornou-se símbolo da capacidade técnica, científica, militar e produtiva dos brasileiros, vindo a ser a terceira maior fabricante mundial de aviões comerciais, executivos (é líder na produção de jatos com até 130 lugares), agrícolas, e também militares, além de peças para espaçonaves. Nesta quinta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que seu governo não vai se opor à entrega da Embraer pois - acredita - ela não fere a soberania nacional e os interesses do país.

Os (novos) donos do poder no Brasil

"Beija-mão", cerimônia tradicional no Brasil Colônia
Imagem: A.P.D.G/Domínio Público
Por Patrícia Valim, no jornal Brasil de Fato:

No auge das manifestações contra o governo da presidenta Dilma Rousseff, Henrique Meirelles - ex-presidente do Banco Central nos dois mandatos do presidente Lula e ex-ministro da Fazenda de Michel Temer - publicou o editorial “Raízes do (novo) Brasil”, na "Folha de S. Paulo", em 22 de março de 2015, em uma explícita referência à paradigmática obra de Sérgio Buarque de Holanda - publicada em 1936.

As políticas de emprego de Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há que se discutir uma política pública de emprego, mas para o governo que sucederá Bolsonaro. Não há a menor esperança que o atual governo tenha um mínimo de objetividade para temas estruturantes.

Há uma crise conjuntural na economia, e uma crise sistêmica no capitalismo, com as novas ferramentas da Indústria 4.0 – inteligência artificial, automação, impressora 3D etc.

Esses movimentos provocam terremotos no sistema produtivo, com a eliminação de empregos em muitos setores, e a criação de empregos em novos setores.

A cilada bolsonarista na economia

Por Bruno Santos de Moraes, no site Carta Maior:

Os efeitos sociais negativos do neoliberalismo em países subdesenvolvidos são conhecidos, e a “tempestade perfeita” seguida de recessão econômica mundial está sendo fundamentada na mídia internacional por analistas importantes. O que desejo expor aqui, então, é que não estou vendo nenhum alarde no Brasil sobre a relação catastrófica para a população das duas coisas acontecendo simultaneamente – neoliberalismo e recessão. No atual estágio de globalização que as nações compartilham, nosso país não pode se prender a uma “expectativa sem lastro” baseada em uma onda populista, restringindo os olhares somente aos problemas internos do nosso país sem verificar as questões externas que nos influenciam. É direito do cidadão brasileiro saber os riscos que corre.

O patrimônio de ministro do Meio Ambiente

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

O ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PSL), Ricardo Salles (Novo), viveu seu período mais próspero a partir da entrada no governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. Em março de 2013, o tucano nomeou Salles como seu secretário particular. E em julho de 2016, passou a ser o secretário estadual de Meio Ambiente. O período coincide com a multiplicação por seis de seu patrimônio. Passou de R$ 1.456.173,56, em 2012, para R$ 8.859.414,45 em 2018, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um crescimento na ordem de 500%.

Um panorama inicial do governo Bolsonaro

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Começo este panorama inicial pela posse de Bolsonaro, a qual acompanhei por mais ou menos uma hora. Peguei o emocionante trecho em que Bolsonaro deu um estrondoso chá de cadeira no público, na imprensa e nos que acompanhavam pela televisão ou pela internet. O presidente tomava um café com os presidentes da Câmara e do Senado enquanto todos lhe esperavam, apalermados.

Golpe da previdência para roubar os pobres

Por Bepe Damasco, em seu blog: 

Como é de domínio público, os banqueiros têm verdadeira obsessão pela reforma da previdência. O motivo mais conhecido é também o mais óbvio: abocanhar o verdadeiro filão que é o mercado da previdência privada, o qual, do ponto de vista do interesse da banca, não deslancha no Brasil devido ao regime geral da previdência social. Destruí-lo, então, é preciso.

Overdose de bolsonarismo em marcha

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Tudo o que podia acontecer de pior já aconteceu, como se podia prever, mas sempre dá para piorar.

Foram só 11 dias até agora, e a rebordosa foi tão grande, que mais parece final do que início de governo.

Nas redes sociais, multiplicam-se mensagens de gente que não consegue mais dormir com medo do amanhã.

É até difícil catalogar todas as atrocidades e barbaridades já cometidas pelo novo governo, em marcha acelerada de insanidade.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Maduro e as alternativas na Venezuela

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Gleisi Hoffmann fez muito bem em comparecer à posse de Nicolás Maduro, que inicia o segundo mandato de presidente na Venezuela.

Não é preciso, aqui, lembrar as dificuldades de toda natureza - social, econômica, humanitária - que a população daquele país tem enfrentado em anos recentes.

Basta recordar que na origem destes sacrifícios imensos se encontra a guerra sem limites nem intervalos de Washington e aliados contra Hugo Chávez e sua herança desde 2002, quando a população foi às ruas de Caracas para reverter um golpe de Estado encenado pelos magnatas locais - com apoio integral da Casa Branca de George W Bush.

Genro de Léo Pinheiro e a farsa do triplex

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Sem Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, o processo que levou à condenação e, consequentemente, à prisão do ex-presidente Lula não ficaria de pé.

No processo, o que sustenta a condenação é a declaração de Leo Pinheiro de que haveria um caixa geral da propina na OAS e que, nesse caixa, foi debitado o triplex do Guarujá como propina a Lula.

Não existe nenhuma prova de que Lula fosse o dono do imóvel ou que tivesse usufruído do bem. A família dele não tinha chave e nunca passou uma noite sequer no imóvel.

Não há método na burrice

Por Marcelo Zero

O grande Goethe já nos advertia que “não há nada mais terrível que uma ignorância ativa” (Es ist nichts schreklicher als eine tätige Unwissenheit).

Obviamente, Goethe não teve o prazer de conhecer Bolsonaro e sua preclara equipe de fundamentalistas cristãos e sumidades emergidas das redes sociais.

Se tivesse, teria acrescentado que não há nada mais desastroso que a ignorância ativa que chega ao poder.

Com efeito, mal começou e o governo do capitão exibe a um mundo estarrecido um festival tragicômico de declarações brutais e estapafúrdias e de decisões beócias e cretinas, seguidas invariavelmente por apressados e canhestros desmentidos. Ornamenta esse festival de obtusidades as seguidas desautorizações dos zurros presidenciais.

Qual o modelo de governo de Bolsonaro?

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira, em seu site:

É muito cedo para uma interpretação segura do que será o governo Bolsonaro, mas seus primeiros dias no posto, em especial com as questões da redução da idade mínima para a aposentadoria e da extensão das novas privatizações (rejeitadas pela população, segundo o Datafolha), confirmam minhas dúvidas. Que talvez possam ser mais bem entendidas se considerarmos as possíveis formas de governo.

No Brasil as alternativas são ou governos neoliberais, como foram os governos Temer, Cardoso e Collor, ou governos desenvolvimentistas, que defendem uma intervenção moderada do Estado na economia e o nacionalismo econômico, como foram os governos populistas de centro-esquerda do PT.

Maduro e quem faz coro com a direita

Por Gilberto Maringoni

Nicolás Maduro toma posse hoje em seu segundo mandato na presidência da Venezuela. O país vive uma gravíssima crise econômica e humanitária. Dos 32 milhões de habitantes, cerca de 1,9 milhão teriam saído do país desde 2015.

O desemprego atinge quase um terço da população economicamente ativa e a inflação pode alcançar 1 milhão por cento neste ano.

Apesar de indicadores para lá de preocupantes, não há neles motivos para se contestar a legitimidade de Maduro ou para chama-lo de ditador.

Damares Alves, bode expiatório de Bolsonaro

Por Olívia Santana, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A ideologia machista e misógina, que o movimento feminista e o público mais consciente vêm combatendo ao longo da história, foi elevada ao patamar de bandeira na gestão do presidente Jair Bolsonaro. Seu ministério tem apenas três mulheres. Uma delas, a ministra Damares Alves, tornou-se o bode expiatório do Planalto, a mais achincalhada entre todos da equipe, por suas declarações bizarras no campo dos costumes.

Fake news fazem (muito) mal para a saúde

Da revista CartaCapital:

A especialista em marketing digital francesa Caroline Faillet, autora do livro “Décoder l’info – Comment Décrypter les fake news?” (“Decodificando as informações, como destrinchar as fake news?”, em tradução livre), explica como artigos científicos pouco embasados e algumas vezes publicados em sites renomados, podem representar um risco para a saúde dos pacientes.

Base militar dos EUA e o poder de generais

Por Renato Rovai, em seu blog:

Uma nota publicada hoje na Folha de S. Paulo, assinada pelo jornalista Igor Gielow, traz os bastidores do recuo do presidente Bolsonaro em relação à instalação de uma base americana em território nacional.

Bolsonaro depois de eleito havia oferecido publicamente aos EUA esse privilégio estratégico que transformaria o Brasil definitivamente em colônia Miameira.

Previdência de militares divide governo

Por Matheus Tancredo Toledo, no site da Fundação Perseu Abramo:

A reforma da previdência, prometida pela equipe econômica do governo federal, deve ser objeto de disputa por parte de grupos que apoiam o governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, defende que a reforma não abra exceções. No entanto, a exemplo da discussão sobre previdência durante o governo Temer, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, sinalizou que para os militares deve haver discussão em separado.

A pequena burguesia deu um tiro no pé!

Por Altamiro Borges

Três notinhas publicadas pela mídia corporativa nesta semana deveriam servir de alerta à egoísta e tacanha pequena burguesia, também chamada de classe média, que é composta por microempresários, profissionais liberais, empreendedores e outros resíduos capitalistas. Trajando camisetas amarelas da CBF e carregando os patinhos da Fiesp, ela foi às ruas pelo impeachment de Dilma Rousseff, sendo usada como marionete no golpe dos corruptos que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer. Na sequência, manipulada pela escandalização midiática da política, ela foi decisiva para a vitória do ultradireitista Jair Bolsonaro. Aos poucos, porém, ela sente que deu um tiro no pé. O golpe e a ascensão fascista não serviram para melhorar sua vida – já que ela nunca esteve de fato preocupada com a corrupção e com o Brasil. E a tendência é da situação piorar!