terça-feira, 19 de março de 2019

Mourão não é saída

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Em novo improviso (complementar ao tuíte escatológico), o capitão-presidente, falando no Rio de Janeiro a uma plateia de fardados, saiu-se com esta: “(….) E isso, democracia e liberdade, só existem (sic) quando a sua respectiva força armada assim o quer” (O Estado de SP, 8/3/19).

Nada a estranhar, tratando-se o orador de quem é.

Estranhável e lamentável é que tenha recebido o apoio do general Hamilton Mourão (tido como agente moderador, ou “adulto”, na trupe palaciana, e sucessor presuntivo do capitão) e a bênção do general Augusto Heleno, de quem até aqui era justo esperar mais comedimento e menos afoiteza.

STF paga o preço da cumplicidade com Moro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É patético ver Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, enquanto legiões de “mínions” sacodem faixas desmoralizantes para o Judiciário, dizer que “não é a ação de heróis que resolve os problemas do Estado, mas as instituições”.

Tudo o que está acontecendo em nosso país deriva justamente do fato de a mídia e a omissão do Judiciário terem permitido que se construísse um “herói”, o justiceiro Sérgio Moro, acima das leis e das instituições, com o objetivo planejado, executado e finalmente concluído de afastar Lula do processo eleitoral que, de outra forma, venceria.

Nova Zelândia na contramão de Bolsonaro

Arte: Ruby Jones
Do blog Socialista Morena:

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta segunda-feira que o governo vai propor uma reforma tornando mais rígidas as leis sobre posse de armas no país. Segundo ela, a iniciativa tem apoio dos três partidos da coalizão governista: Partido Trabalhista da Nova Zelândia, Primeiro Partido da Nova Zelândia e Partido Verde.

A proposta ocorre após o ataque a duas mesquitas em Christchurch, no qual 50 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas. O governo prepara um memorial nacional em homenagem às vítimas. “Dez dias após esse terrível ato de terrorismo, já teremos anunciado reformas que vão tornar nossa comunidade mais segura”, disse a primeira-ministra.

A "reforma" da Previdência de Bolsonaro

Por Manoel Dias 

O recém-empossado governo de Jair Bolsonaro apresenta à sociedade brasileira a sua “reforma da Previdência” seguindo os ditames da ideologia da escola de Chicago, onde o ultraliberalismo é fator determinante no pensamento.

Outra característica singular da reforma é que a mesma demonstra o descortinar das intenções não pronunciadas até o momento: a tomada da aposentadoria do povo brasileiro e a entrega ao sistema financeiro, isto é, aos bancos, que exigem altos lucros nesta reforma perversa.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Brasil nada ganha com subordinação aos EUA

Por Gilberto Maringoni, no site Observatório de Política Externa Brasileira:

Diplomata aposentado, o Conselheiro Aires viveu seus últimos anos no Rio de Janeiro da virada do século XIX. Era um membro da elite ilustrada e personagem de dois livros de Machado de Assis, Esau e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908). São as últimas obras do autor e representam seu auge estético e literário. Machado se tornara um mestre da narrativa direta e hábil construtor de figuras humanas.

As lembranças de Aires em Esaú e Jacó remontam a década de 1870, ponto alto do Império. Ao longo do livro, ele conta cheio de mistérios a história de uma encantadora sevilhana que conhecera quando secretário na legação diplomática em Caracas. Em suas andanças preguiçosas pelo centro do Rio, na velhice, Aires desfia tempos idos:

Os sete pecados capitais da Lava-Jato

Por Paulo Pimenta, na revista CartaCapital:

A fome insaciável de poder, metáfora para a GULA no campo da política, foi o que fez ruir o castelo de areia da República de Curitiba. Ao tentarem se apropriar, para fins evidentemente políticos, de R$ 2,5 bilhões da Petrobras, empresa pública de caráter estratégico para a economia e a soberania do Brasil, os agentes públicos da operação Lava Jato cruzaram de vez a linha que os impedia de quebrar não apenas leis, mas também padrões morais.

Fake news sobre o golpe da Previdência

Por Eduardo Marques, no blog Viomundo:

Como sempre acontece de tempos em tempos, a reforma da Previdência Social aparece como elemento fundamental para a retomada do crescimento econômico do Brasil. Estamos vivendo novamente este momento.

Esta discussão ocorre porque os governos apresentam a Previdência Social como um sistema deficitário, ou seja, as fontes de receitas existentes não conseguiriam pagar as aposentadorias, pensões e benefícios vigentes.

Sendo deficitária, a Previdência Social demandaria recursos adicionais do Orçamento Público Geral da União, recursos estes que poderiam ser destinados para outras ações importantes, sobretudo nos investimentos em infra-estrutura.

Bannon se junta a Olavo para fritar Mourão

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A BBC Brasil deu matéria sobre o jantar em torno de Olavo de Carvalho nos EUA.

Sim, eu escrevi direito. O centro do convescote era o Ermitão da Virgínia e não o presidente do Brasil.

Chegamos a um ponto em que o vice está sendo fritado em praça pública por agentes estrangeiros.

Olavo tem como porta-voz Steve Bannon, estrategista-chefe afastado do governo Trump e atual articulador de uma onda de líderes populistas de direita pelo mundo chamada Movimento.

EUA: império pontilhado, global e invisível

Por Tanner Howard, no site Vermelho:

O desenho dos Estados Unidos é uma forma familiar. É uma imagem conhecida em todo o mundo, para o bem e para o mal; a expansão para o oeste definiu formalmente o continente americano com a incorporação do Arizona e do Novo México em 1912.

Mas como o historiador Daniel Immerwahr argumenta em seu livro "Como ocultar um império", esse mapa familiar mais esconde que revela. Naturalmente, esse mapa omite seus dois estados mais recentes, Alasca e Havaí, localizados a centenas de quilômetros do continente. Mas também exclui colônias duradouras, como Porto Rico e Guam, e as inúmeras bases militares, territórios não incorporados e terras anteriormente ocupadas que os EUA outrora reivindicaram.

A jornada pela liberdade de Lula

É imperativo deter a barbárie das milícias

Por Jeferson Miola, em seu blog:

No final dos anos 1990, governos estaduais progressistas como do Olívio Dutra, do PT no Rio Grande do Sul, e do Garotinho do PDT, no Rio, testaram inventos humanistas para implementar uma perspectiva democrática de segurança pública.

No Rio, Luis Eduardo Soares estava à frente desse esforço, e no RS, José Paulo Bisol.
Ambos testavam políticas públicas revolucionárias, que, todavia, esbarraram no mesmo obstáculo: a banda podre das polícias e suas conexões com a política e o sistema econômico.

As milícias fazem parte daquilo que Luis Eduardo Soares chama da “economia política” do crime.

Lava-Jato completa cinco anos de abusos

Por Leonardo Fernandes, no jornal Brasil de Fato:

A julgar pelos nomes de suas fases, a operação Lava Jato poderia ser confundida com uma obra de teatro em 57 atos. A última dialoga com as críticas aos abusos e arbitrariedades dos últimos cinco anos: “Sem Limites (57ª)”. Outros nomes remetem à origem italiana da estratégia aplicada: “Buona Fortuna” (49ª fase). Finalmente, alguns remetem a táticas de tortura e execução, como “Asfixia” (40ª fase), “Abate” (44ª fase) e “Juízo Final”(7ª fase).

Lula e os líderes mundiais. Que diferença?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Durante dois anos, em 2003 e 2004, tive a oportunidade de viajar com Lula para 26 países, como secretário de Imprensa do ex-presidente.

Lula manteve encontros com os principais líderes mundiais da época e, com todos eles, falou de igual para igual, de forma altiva, serena e respeitosa, como se espera do presidente de um país soberano como o Brasil.

“Eles não são melhores nem piores do que eu. Não tenho medo de nenhum deles. Cada um tem que defender os interesses do seu país e é conversando que a gente se entende”, disse-me Lula, num intervalo da sua primeira viagem ao exterior, em janeiro de 2003.

Datena e o ódio bolsonarista na TV

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Logo depois de saber que seu filho havia matado oito pessoas e se suicidado, Tatiana foi perseguida na rua por um repórter do Brasil Urgente. Bastante incomodada, ela escondeu o rosto e tentou escapar das perguntas. A dor que ela estava sentindo parecia irrelevante para o jornalista. Ele continuou a perseguição pela calçada com uma abordagem inacreditável:

“Você se sente culpada de alguma forma?”

“Você quer ajuda, Tatiana? Vamos conversar um pouquinho”.

“Ele é uma criança ainda pra você?”
“Isso poderia ser evitado de que forma?”
“É importante você falar para defender a honra da sua família”.


Lava-Jato pagou para ver e quebrou a cara

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O fiasco das manifestações convocadas neste domingo para servir de escudo aos abusos contra o Estado Democrático de Direito mostra um sinal de mudança na situação política do país.

Principal instrumento para a construção de um regime de exceção, a Lava Jato pagou para ver - e perdeu a aposta.

O objetivo óbvio de manifestações convocadas em tom de megalomania mas que só foram capazes de reunir dezenas de gatos pingados era realizar uma demonstração de força favorável a operação, devastada por um escândalo de R$ 2,5 bilhões em torno de uma fundação criada à margem da legislação brasileira, para cumprir tarefas que a Constituição reserva a autoridades eleitas pelo voto popular.

domingo, 17 de março de 2019

Lula livre é sinônimo de Brasil livre

Por Tiago Pereira, na Rede Brasil Atual:

A bandeira pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva unificou a esquerda brasileira. Em assembleia realizada ao longo deste sábado (16), em São Paulo, trabalhadores, representantes de partidos políticos e movimentos sociais definiram que lutar por Lula Livre hoje é lutar por um Brasil livre das arbitrariedades cometidas pela Justiça, que se aliou a forças do capitalismo financeiro internacional.

Desmonte do Estado no governo Bolsonaro

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

Que o governo Bolsonaro estaria a serviço do capital, até pela equipe e a agenda liberal assumidas, e que utilizaria os poderes e o orçamento do Estado contra seus supostos “inimigos”, todos sabiam. Porém ninguém imaginava que haveria tanta insensatez e tamanha perseguição aos direitos e às instituições de defesa dos assalariados e dos beneficiários da seguridade social.

O governo Bolsonaro não tem decoro

O amadorismo olavista na Petrobras

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

Uma coisa que (não) me surpreende nesse começo do governo Bolsonaro é o amadorismo claro de figuras chave da república.

Tá certo, muita gente considera cortinas de fumaça para a agenda neoliberal fluir nas sombras com tranquilidade (tipo aquela fumaça do Lost), mas a coisa tá tão feia, e pegando tão mal mesmo entre os conservadores, que começo imaginar que o governo inexperiente está de fato perdido.

Agenda conservadora ameaça a democracia?

Por Diogo Cunha, no site Carta Maior:

Não é de hoje que se fala em “crise da democracia” ou em “crise de representatividade”. Consequência da natureza indeterminada e inacabada da democracia, o desencanto que ela desperta assim como as expectativas com seu aperfeiçoamento sempre andaram de mãos dadas. A democracia carrega consigo um “paradoxo de origem”, responsável pelas tensões que a estruturam, a saber, que a sua definição como “poder do povo” é irrealizável. Parece, entretanto, que vivemos uma época em que o desencanto vem prevalecendo, dando lugar a ideia de que a morte da democracia, inclusive nos países ditos centrais, é uma possibilidade real.