sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Policiais-milicianos levam terror ao Ceará

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“O apatifamento de uma nação começa pela degradação do discurso público” (Luiz Fernando Veríssimo, em sua coluna de hoje sob o título “Apatifaram-nos”).

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Fala-se muito em militarização do governo, o que é fato, mas a ameaça maior à democracia vem da milicianização das Polícias Militares fora de controle em todo o país.

O que era um fenômeno carioca, onde as milícias formadas por ex-policiais e ex-militares progressivamente assumiram o papel do Estado, foi se alastrando por toda parte, a ponto de já não se saber quem é quem nesta crescente onda de violência promovida por agentes públicos fora da lei.

Não, não é nada normal que policiais militares, encapuzados e armados como milicianos, levem o terror às ruas do Ceará, ordenando o fechamento do comércio e atirando para matar no ex-governador Cid Gomes.

Sanders sacode a política nos EUA

Por Slavoj Zizek, no site da Fundação Maurício Grabois:

Duas semanas atrás, quando promovia seu novo filme na Cidade do México, Harrison Ford disse que “A América perdeu sua liderança moral e credibilidade” [1]. Será mesmo? Mas afinal, quando foi que os EUA exerceram liderança moral sobre o mundo? Na gestão Reagan, na gestão Bush? Os Estados Unidos perderam o que nunca tiveram. Ou seja, perderam a ilusão (daí o termo “credibilidade” na colocação do ator) de que detinham essa liderança moral. Com Trump, só se tornou visível aquilo que desde sempre já era verdadeiro. Em 1948, logo no início da Guerra Fria, essa verdade foi formulada com um brutal franqueza por George Kennan:

Dupla motivação no Ceará: milícias e eleição

Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O governo do Ceará negocia desde o final de 2019 uma proposta de reestruturação salarial para policiais no estado. Na última sexta-feira, 14 de fevereiro, chegaram, a partir de negociações com parlamentares e representantes da categoria, em uma proposta final: de 3,4 mil reais para 4,5 mil reais para soldados e até vinte mil para coronel – além de gratificações. O ajuste seria em parcelas até 2022. O pacote inclui, além de militares, policiais civis, bombeiros e peritos forenses.

Greve dos petroleiros: rosas e espinhos

EDISE - Edificio Sede da Petrobras. Foto: FUP
Por João Guilherme Vargas Netto

No mesmo dia em que os jornalões anunciaram em suas primeiras páginas que a Petrobras havia tido o maior lucro de sua história os ativistas da FUP reuniram-se em assembleias para aprovar a suspensão de seu movimento grevista de quase três semanas de duração.

Com efeito, decretada a greve em 1º de fevereiro e crescente ao longo dos dias, a paralisação chegou a contar com a adesão de mais de um terço dos efetivos da empresa e embora não tenha afetado a produção nem arriscado o desabastecimento conseguiu furar o silêncio da mídia grande e suscitar adesões em um amplo espectro do movimento sindical, da oposição e da esquerda.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Petardo: Ataque misógino repercute no mundo

Por Altamiro Borges

O ataque misógino do "capetão" contra a jornalista Patrícia Campos Mello segue repercutindo na mídia internacional. O "chefe de bando", como foi rotulado em duro editorial da Folha, foi alvo de críticas do jornal espanhol El País: “Nunca um presidente foi tão vulgar com uma mulher”.

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Já a Associated Press, que tem seus textos reproduzidos em 2.830 veículos noticiosos no mundo, afirma que Bolsonaro repetiu “acusação desmascarada contra uma das jornalistas mais importantes do país”, gerando “críticas de defensores da liberdade de imprensa e até de aliados”.

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No duro editorial intitulado “Sob ataque aos 99”, a Folha golpista finalmente descobre que Bolsonaro é um fascista perigoso. “O chefe de Estado comporta-se como chefe de bando”, acusa o jornal. “Seus jagunços avançam contra a reputação de quem se anteponha à aventura autoritária".

O cara da TV Record e o mundo do espetáculo

Por Lenio Luiz Streck, no site Consultor Jurídico:

1. O fracasso da civilização


Li e vi o “espetáculo” que o jovem rapaz apresentador da TV Record (ver aqui) fez ao vivo. Quem tiver estômago, veja. A notícia é autoexplicativa. Em nome do “ibope” e da espetacularização, informou ao vivo, com fones no ouvido e tudo, que a filha da senhora havia sido assassinada. Sim, ele fez isso.

Acabou. Vamos devolver a chave. A luz se apaga. E o que dizer do lamentável episódio envolvendo a premiada jornalista Patrícia Campos Mello, execrada, injuriada e difamada — primeiro, por um anônimo, e depois, pelo presidente da República — à luz dos holofotes e sob os aplausos de claques que compõem esse simulacro todo? Disse-se o que se disse — foi absolutamente cruel a insinuação sexual — e, no parlamento, alguns deputados apoiaram a difamação. Fracassamos ou não? Até Sardenberg, da GloboNews e CBN, sempre defensor do establishment, diz que houve quebra de decoro. Até tu, Sardenberg?


Cai falso manto da moralidade de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

O arquivamento pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República da denúncia sobre possível conflito de interesses envolvendo o chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten, sem instaurar investigação, se inscreve como mais um absurdo na galeria de absurdos desse governo. É mais um caso que despe Bolsonaro do falso manto da moralidade.

Ao não apurar as fortes evidências de ilicitudes, a tal Comissão deixa no ar a certeza de que nesse governo vale a velha máxima de que aos amigos tudo, aos inimigos o que seria o rigor da lei. A condicionalidade se aplica porque, num Estado Democrático de Direito, a lei é uma virtude, coisa distante de ser regra no governo Bolsonaro.

Militares, milicianos e o governo Bolsonaro

Por William Nozaki

Na última semana observamos alguns acontecimentos conjunturais de grande relevância que foram pouco ou mal-interpretados pela maior parte dos conjunturalistas:

(i) a divulgação dos cenários para a política nacional de defesa até 2040,

(ii) a nomeação do general Mourão para o Conselho da Amazônia,

(iii) a morte do miliciano carioca que chefiava o Escritório do Crime,

Pibinho menor que o de Temer: culpa de quem?

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

No primeiro ano do governo de Bolsonaro a economia cresceu menos que no último ano de Temer. A prévia do Banco Central (Índice de Atividade Econômica-IBC-BR) divulgada hoje previu um “pibinho” de apenas 0,89% em 2019, contra 1,34% de 2018, derrubando as previsões do governo e do mercado, de algo em torno de 1,12%.

Agora acabou a conversa de colocar a culpa no PT, fora do governo desde 2016.

É de Guedes, mas também de Bolsonaro, a fatura do encolhimento da economia em relação ao último resultado de Temer.

Tivemos uma recessão em novembro em relação a outubro. Uma queda de 0,11% contra a previsão de alta de 0,18%. No começo do culpou-se o rompimento da barragem de Brumadinho, que reduziu as exportações de minérios, pela contração econômica.

O que significa um militar na Casa Civil?

A relação de Bolsonaro com Adriano

As elites e o racismo de Paulo Guedes

Tramoias da Lava-Jato serão investigadas?

Reality shows: por que têm tanta audiência?

Gente que luta - e que samba!

O bolsonarista Nutella

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Ao atacar jornalista, Bolsonaro muda o foco

O FMI e a greve dos petroleiros

'Veja', PF e a rede para fake news

Guedes, o 'prestigiado', pedirá demissão?

Por Fernando Brito, em seu blog:

Quem ouviu Jair Bolsonaro dizer que, apesar de “problemas pontuais”, Paulo Guedes permaneceria à frente da economia até o final deste governo. estranhou a declaração, vinda do nada, de que o ministro estava “prestigiado”, como se diz no futebol.

Mais tarde, surgiu a história – segundo o Congresso em Foco – de que o “Posto Ipiranga” teria entregue o cargo e sido convencido a ficar por Bolsonaro e pelo general Augusto Heleno, sob o argumento de que sua saída “liquidaria” o governo.

Embora isso seja uma verdade – pela política selvagem de Guedes nossas elites aceitam tudo – , a cada dia mais isso vai se degradando, por razões políticas e econômicas.