sábado, 28 de janeiro de 2017

Trump: uma nova etapa da história?

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Já há anos se notava, um pouco em todas as partes do mundo, a ascensão de um pensamento conservador e de movimentos que se definiam como de direita. Com isso se sinalizava um tipo de sociedade na qual a ordem prevalecia sobre a liberdade, os valores tradicionais se impunham aos modernos, e a supremacia da autoridade se sobrepunha à liberdade democrática.

Esse fenômeno se deriva de muitos fatores mas principalmente pela erosão das referências de valor que conferiam coesão a uma sociedade e forneciam um sentido coletivo de convivência. O predomínio da cultura do capital com seu propósito ligado ao individualismo, à acumulação ilimitada de bens materiais e principalmente à competição deixando praticamente parco espaço para a cooperação, contaminou praticamente toda a humanidade, gerando confusão ético-espiritual e perda de sentimento de pertença a uma única humanidade, habitando uma Casa Comum. Emergiu a sociedade líquida, na linguagem de Bauman, na qual nada é sólido, acrescido com o espírito pós-moderno do every thing goes do vale tudo, na medida em que conta é o que realiza um objetivo buscado por cada um, consoante suas preferências.

Desocupados e a política da insensatez

Por Tiago Oliveira, no site Brasil Debate:

No último dia 29 de dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados referentes ao trimestre encerrado em novembro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). De ampla repercussão na opinião pública, o maior destaque foi dado ao contingente de desocupados, estimado em doze milhões de pessoas. Desde o início de 2015, vale frisar, foram acrescidos a este contingente cerca de 5,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, 2,9 milhões somente no ano passado, sem considerar os dados de dezembro, ainda não divulgados.

Doria vandaliza patrimônio público

Por Francisco Vagner e Fernando Sato, no site Jornalistas Livres:

Apagaram tudo

Pintaram tudo de cinza

Só ficou no muro tristeza e tinta fresca

[Gentileza, Marisa Monte] (*)


O grafite alastrou-se nos espaços públicos mundiais a partir da década de 1970, embalado pelo ritmo do hip hop e no contexto das lutas pelos direitos civis, dos black panthers e de diversas formas de questionamento ao capitalismo selvagem. De manifestação cultural remetida a pobres, pretos, imigrantes e moradores de guetos, alcançou rapidamente a aceitação do público geral e hoje compartilha das ruas mundo afora, além das mais caras galerias de arte dos diferentes países.

A epidemia de mortes no Japão

Por André Campos, no site Repórter Brasil:

O suicídio de uma funcionária da maior agência de publicidade do Japão gerou nova onda de debates sobre as mortes relacionadas ao excesso de trabalho naquele país. Há meses Matsuri Takahashi, uma funcionária da Dentsu, vinha fazendo mais de 100 horas extras mensais, e relatava nas redes sociais uma rotina exaustiva de pressão no trabalho e poucas horas de sono. Em dezembro de 2015, Matsuri pulou do alto do dormitório da Dentsu onde morava. O caso veio à tona apenas oito meses depois, quando uma investigação do governo federal enquadrou seu suicídio como mais um episódio de “karoshi” – termo cunhado pelos japoneses para designar as mortes causadas por jornadas extenuantes.

Sob Temer, mais pobres desistem do celular

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A recessão da era Temer-Meirelles já ampliou o desemprego, tirou o Bolsa-Família de 1,5 milhão de famílias, reduziu o acesso aos planos de saúde, ao ensino privado e aos aviões, cortou milhares de aposentadorias por invalidez e auxílios-saúde.

Agora, mais uma revelação sobre o retrocesso social: os brasileiros estão falando menos ao celular, depois do exuberante crescimento do número de linhas e aparelhos no país nos últimos anos. Em 2016 houve uma redução de 5,33% na base de clientes das telefônicas, com perda de 13,747 milhões de linhas. Segundo a Anatel, esta involução na conectividade dos brasileiros foi mais acentuada nas regiões Norte e Nordeste.

A agenda sindical e trabalhista de 2017

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

Encaminhadas pelo governo Temer, as proposições de interesse do mercado em tramitação no Congresso Nacional têm o objetivo de retirar direitos dos trabalhadores e tornar o movimento sindical brasileiro irrelevante.

Não fosse a organização sindical dos trabalhadores brasileiros, por meio das centrais, confederações, federações, sindicatos e associações de trabalhadores, os direitos consignados na legislação trabalhista já teriam sido implodidos, tal como nos Estados Unidos. Lá diferente de aqui, os trabalhadores, segundo pesquisa de 2007, conduzida pelas universidades Harvard (EUA) e McGill (Canadá) aponta os EUA, dentre 173 nações membros da ONU, como um dos piores países do mundo em relação a direitos trabalhistas e políticas para a família, como licença-maternidade, auxílio-doença, férias e descanso semanal remunerados.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Dieese confirma: desemprego arrasa o Brasil

Por Altamiro Borges

O Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) divulgou uma pesquisa nesta sexta-feira (27) que confirma que o desemprego subiu em todas as regiões do país em 2016, tornando-se a maior chaga dos brasileiros após a concretização do “golpe dos corruptos” que afastou Dilma Rousseff. De nada adianta a blindagem da mídia mercenária, que ainda tenta vender a miragem de que a economia está melhorando. O Judas Michel Temer já passa a ser visto pela sociedade como o exterminador de empregos – a exemplo do que ocorreu, no passado, com o detestado tucano FHC.

Crédito, dívidas e a desgraça Temer

Por Altamiro Borges

O Judas Michel Temer está no poder desde maio passado, quando o Senado aprovou a admissibilidade do impeachment de Dilma. A mídia privada e os empresários que financiaram o “golpe dos corruptos” – como o presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, e o picareta Paulo Skaf, coronel da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) – garantiram que bastaria afastar a presidenta eleita para o Brasil voltar a crescer – “instantaneamente”. Mas já são dez meses do covil golpista e a economia segue afundando. Nesta semana, mais três indicadores confirmaram a desgraça patrocinada pelo usurpador Michel Temer.

Covardia e preconceito contra Marisa

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

As gatas pingadas de São Paulo que estrelaram um deprimente ato de preconceito contra a presença de Marisa Lula da Silva na UTI do Hospital Sírio Libanês, onde a primeira dama do Brasil entre 2003 e 2011 luta para recuperar-se de um AVC, ajudam a ilustrar uma cena que expressa os piores traços da camada dominante da sociedade brasileira mas não chega a ser novidade.

É uma forma de covardia. Para atingir Lula, ataca-se sua mulher – em coma induzido, neste momento. É um comportamento típico do Brasil atual. Com instituições em curto circuito, o debate político desaparece, o espaço democrático perde força e pode ficar sem sentido. Vale a pancadaria, a agressão, algo que Hanna Arendt chamou de banalidade do mal.

Temer recua do recuo até em foto oficial

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ele, modesto, recatado e do palácio, não ia fazer retrato oficial para as repartições.

Depois, recuou e fez.

Mas alguém, ávido por puxar o saco do chefe e de algum colunista, distribuiu a foto com recortes e marcas escandalosas de Photoshop no céu de anil que lhe providenciaram, o único que conseguiu até agora.

E Michel Temer, o piada de mau gosto pronta, saiu num “acidente pavoroso” que virou chacota na internet.

Lava-Jato e o "timing" da prisão de Lula

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se parece demais pedir um pouco de sobriedade e discrição aos homens da Lava Jato num momento em que a mulher de Lula está em coma induzido por causa de um AVC, eles podiam ao menos fingir que são organizados e eficientes como aparecem nos quadrinhos de super herois.

A fanfarronice já era conhecida. A bateção de cabeça e a guerra de vaidades vai se transformando num case internacional. Nem o Corinthians chega a esse nível.

Em 14 de janeiro, o delegado Maurício Moscardi Grillo disse à Veja que o timing para a denteção de Lula havia passado.

Pesquisa aponta parcialidade da mídia

Do site Vermelho:

Em trabalho científico recentemente publicado na revista acadêmica internacional Trajethos, o professor da UERJ Nemézio Amaral Filho demonstra a parcialidade de três dos maiores veículos da grande imprensa nacional no processo de admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff.

De acordo com Amaral Filho, por meio de sua pesquisa feita nos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo, foi possível aferir que os veículos em questão contribuíram para a instauração do processo de impedimento.

Consenso neoliberal fica de pernas para o ar

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

O projeto de um mercado global sem fronteiras, no qual as transnacionais industriais e financeiras do Ocidente ditariam as regras do comércio em benefício próprio e das grandes potências, enfrentou manifestações de ativistas a partir de 1999 e a resistência dos países em desenvolvimento e dos BRICS a partir da Conferência de Cancún de 2003 e um abalo com a crise financeira de 2008. Mas nem os mais entusiasmados críticos do neoliberalismo teriam imaginado, mesmo então, o cenário de Davos em 2017.

Lava-Jato e Globo desviam atenção pública

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Acho que nunca foi tão difícil viver no Brasil. Já passamos por outras crises, mas nunca por um surto fascista coletivo dessa natureza. Ser um blogueiro político, ou acompanhar um blog político, e ficar na linha de frente dessa guerra, é um desafio quase sobrehumano.

Tenho fé que venceremos mais essa luta. Mesmo que não tivesse fé, esse é meu trabalho, não sei fazer outra coisa, então só me resta segurar as pontas por aqui e lutar com as armas que temos.

A quantidade de arbítrios diários supera a minha capacidade de combatê-los. Com paciência, todavia, vamos respondendo um a um.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Netflix e crise afundam TVs por assinatura

Por Altamiro Borges

Na semana passada, uma notícia deve ter apavorado as emissoras de tevê por assinatura, em especial o Grupo Globo – que domina o grosso deste mercado. A Netflix, que exibe séries e filmes pela internet, anunciou um crescimento recorde no último trimestre de 2016. A empresa ianque adicionou 7,05 milhões de novos assinantes, a maior parte (5,1 milhões) fora dos EUA. Agora, do total de 93,8 milhões de membros, 47% estão espalhados pelo mundo. Um dos locais de maior expansão do serviço foi exatamente o Brasil – que virou um laboratório da estratégia bem sucedida de crescimento da Netflix no mundo.

Ódio à Marisa Letícia: caso antropofágico

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, sofreu um acidente vascular cerebral e está internada, em estado grave e em coma induzido, em São Paulo.

Bastou isso para que as áreas de comentários dessa notícia em veículos de comunicação fossem invadidas por enxames de semoventes destilando ódio e desejando dor a ela e, principalmente, a ele através do sofrimento dela.

De igual virulência, porém em menor quantidade, o mesmo show de horrores aconteceu quando Thomaz, filho do governador Geraldo Alckmin, morreu em um acidente de helicóptero em abril de 2015. Naquela época, muitos foram os idiotas que chamaram isso de ''justiça divina''.

O xadrez da substituição de Teori

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – o neo-garantismo do Supremo

Durante toda a AP 470 e a Lava Jato, o Supremo Tribunal Federal abdicou de sua função de última trincheira contra o arbítrio e de defensor da Constituição – até o limite do endosso a um golpe parlamentar.

Quando os abusos da Lava Jato excederam, ensaiou-se um grupo garantista dentro do Supremo, preparado para atuar quando o caso chegasse lá. Era composto de Ricardo Lewandowski, Luiz Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio de Mello, Celso de Mello e Teori Zavascki.

Morte de Teori: Faça parecer um acidente!

Por Paulo Pimenta, no site Sul-21:

Uma simples pesquisa no Google revela quantas vezes a frase “faça parecer um acidente” foi usada na literatura ou por cineastas para se referir aos criminosos nas mais diversas situações em que se tentou encobrir um “crime perfeito”. É absolutamente natural que o país esteja acompanhando com perplexidade os desdobramentos das investigações sobre a morte de Teori Zavaski, ministro do STF e relator da Lava Jato. Afinal de contas, enquanto as probabilidades matemáticas quase impossíveis tornam difícil acreditar que tenha ocorrido um acidente, a conspiração para eliminar uma figura tão importante no cenário político do país torna-se quase unanimidade.

Dilma denuncia ao mundo o golpe no Brasil

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

A presidenta deposta, Dilma Rousseff (PT), iniciou neste mês uma série de viagens ao exterior para denunciar o golpe que levou Michel Temer e sua turma ao poder. A viagem, que vai até o dia 5 de fevereiro, começou pela Espanha, na terça-feira (24), quando Dilma esteve em Sevilha, no seminário organizado pelas universidades da Espanha e Portugal. De acordo com a programação, Dilma abriu o evento com a palestra inaugural "O ataque à democracia no Brasil e na América Latina".

A quem serve o desemprego da Era Temer?

Por Henrique Domingues, no site da UJS:

A grave recessão econômica somada à inversão do projeto político causada pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff coloca o povo brasileiro diante de velhos fantasmas do passado. Parece que, do dia para a noite, voltamos duas décadas no tempo e manchetes dos anos 90 começaram a dar a tonalidade das notícias da grande mídia: privatizações, inflação, aumento da violência, da desigualdade, da intolerância, desprestígio internacional, desemprego.