quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Santander abre precedente perigoso

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Poucos episódios recentes ilustram com clareza a gravidade dos tempos em que vivemos como a decisão do Santander em cancelar uma exposição de obras de arte por pressão dos pré-fascistas do MBL em Porto Alegre.

A decisão da instituição espanhola foi um gesto de capitulação de um dos cinco maiores bancos instalados no país - e um dos maiores do mundo, com uma força imensa em nossos vizinhos de fala castelhana - perante uma vergonhosa demonstração de intolerância e espírito totalitário.

Vamos reconhecer os fatos. O banco organizou, aprovou e promoveu uma exposição em Porto Alegre. Polêmica, genial, medíocre, não importa. Era um direito seu.

Taubaté reúne blogueiros e ativistas digitais

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

No sábado (16), ativistas, radialistas e videomakers progressistas do Vale do Paraiba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte se reúnem para a realização de seu 1º BlogProg. O evento ocorre das 9h às 18h, na sede dos Unidos do Parque Aeroporto (Rua Giusepe Tomazielo, 127).

Além de comunicadores locais, o encontro contará com a presença de nomes de peso da mídia alternativa brasileira, além de workshops ministrados pelo Barão de Itararé e pelos Jornalistas Livres. Confira a programação completa no final da página.

A urgente luta em defesa do Brasil

Editorial do site Vermelho:

No tiroteio generalizado em que a conjuntura política se transformou, a crise institucional se transforma rapidamente em crise de Estado, tamanho é o agravamento do confronto que o país assiste entre altos membros de instituições públicas nacionais.

Integrantes do Executivo, do Judiciário e do Legislativo frequentam o noticiário de forma jamais vista – e vão além das ignóbeis cenas dos pacotes de dinheiro de Geddel Vieira Lima. Temer, acusado como chefe da quadrilha que tomou o poder com o golpe de 2016, defronta-se com a Procuradoria Geral da República, e há uma atividade feérica de todos contra todos, em busca da salvação da própria pele.

Uma ruína regida por bandidos e carrascos?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não há dúvida possível de que havia lama em imensa quantidade na política.

Havia, não. Há, como nunca, vê-se pelos geddéis acumulados no apartamento de Salvador.

Nunca deixou de haver, desde as capitanias.

Mas ocorreu com o Brasil algo parecido à mecânica quântica, onde de um fenômeno quântico existe só pelo simples fato de observá-lo e a forma com que se observa.

A lama só vaza onde os donos do MP e do Judiciário desejam. Literalmente, vazamento seletivo.

Mídia alternativa e o 'partido do capital'

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

Representantes de veículos de mídia alternativa se reuniram na noite dessa terça-feira (12) para discutir a situação da imprensa no continente. O debate "A mídia contra-hegemônica na América Latina" aconteceu no teatro Tucarena, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), na zona oeste da capital. "Temos sete famílias no Brasil que controlam a informação. A Veja sai com uma matéria na sexta-feira, a Globo repercute a capa da Veja no Fantástico... No domingo e na segunda, o Estadão e a Folha repercutem o Fantástico. Está completa a agenda", disse o jornalista José Arbex Jr.

Governadores e senadores defendem Lula

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Depois dos governadores do Nordeste, agora são os senadores da região, e também do Norte e do Centro-Oeste, que saem em defesa do ex-presidente Lula pela assinatura da MP que prorrogou benefícios fiscais para montadoras de automóveis que implantassem unidades nas regiões menos industrializadas do país. Lula foi denunciado pela Operação Zelotes sob a acusação de recebido, juntamente com seu então secretário-particular Gilberto Carvalho, propina para “vender” esta medida provisória. Ontem o líder do PTB, senador Armando Monteiro Neto, que foi ministro da Indústria, Comércio e Desenvolvimento no governo Dilma, fez vigoroso discurso alertando sobre o precedente perigoso de criminalizar políticas públicas de interesse nacional. Senadores do PT, juntamente com a líder do PSB, Lídice da Mata, começaram a recolher assinaturas de senadores de diferentes partidos em manifesto que defendem a importância da medida e condenam a denúncia do Ministério Público.

A falência da macroeconomia brasileira

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Peça 0 – a Semana do Economista da Escola de Economia da FGV

A Semana de Economia da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas tem permitido uma visão bastante nítida dos limites e das pretensões da macroeconomia no país.

A diversidade de linhas de pensamento permitiu montar um quadro preciso do momento atual, cujas principais conclusões são:

· O predomínio do financeiro sobre o estratégico.

· O reconhecimento do conhecimento da economia como arma política dos economistas, encastelados nos Bancos Centrais.

Temer e o caminho da fome

Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:

A divulgação dos dados do Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2018 confirma as piores previsões para os povos do campo e da floresta em decorrência da Emenda Constitucional nº 95, que instituiu o teto dos gastos. Os impactos nas políticas de reforma agrária, regularização fundiária, quilombola, indígena e ambiental vai além de qualquer análise já feita até o momento. Os cortes propostos pelo governo afetam inclusive políticas voltadas à agricultura patronal. Há um risco real à segurança alimentar do país.

O Poder Judiciário no banco dos réus

Por João Pedro Stedile, no jornal Brasil de Fato:

Todos os dias recebemos notícias dando conta de "malandragens" de alguns membros do Poder Judiciário brasileiro, apesar da imprensa burguesa os defender.

A Constituição Federal – que eles deveriam defender sob juramento – determina que nenhum funcionário público pode ganhar mais do que o presidente da República. O salário é de R$ 35 mil mensais. Os jornais denunciaram que o salário médio de todos os juízes do Brasil é de R$ 47 mil reais por mês.

Muitos deles têm ainda auxílio moradia, embora morem na própria casa, além de bolsa para comprar livros, gravatas, motoristas, assessores etc.

Privatizar Eletrobrás é entregar as águas

Por Roberto Malvezzi (Gogó), no site Outras Palavras:

Há tempos o hidronegócio busca mecanismos de privatização das águas brasileiras. Constitucionalmente tidas como um bem da União, nossas águas não podem ser privatizadas.

A Constituição Federal no artigo 20, inciso III, estabelece que são bens da União os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais.

Hora de Lula declarar guerra ao MP

Foto: Ricardo Stuckert
Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                            
Já não cabem mais afirmações de Lula, seus advogados ou de figuras públicas do PT fazendo profissão de fé nas instituições ou procurando creditar a apenas uma parte do sistema de justiça a responsabilidade pelo massacre sofrido por ele e seu partido.

Quase como um mantra ouvimos coisas do tipo : “eu acredito nas instituições”, “setores do MP e do Judiciário estão partidarizados, “parte do sistema de justiça trai sua função republicana para perseguir Lula e o PT”, “Lula é caçado pela força-tarefa de Curitiba”, “o objetivo final dos procuradores, juízes e delegados da Lava Jato é a destruição do PT.”

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Uma escola que produz analfabetos

Por Marcos Bagno, na revista Caros Amigos:

Da população brasileira, entre 15 e 64 anos, 75% é analfabeta funcional. São quase 110 milhões de pessoas. É o equivalente à soma das populações da Argentina, da Colômbia e da Venezuela. Trata-se da chamada “população potencialmente ativa”. E nossa população potencialmente ativa é composta em 75 por cento de analfabetos funcionais.

Censura do Santander e o silêncio dos artistas

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Alguma coisa está fora da ordem.

Os artistas brasileiros que fizeram atos barulhentos em favor do juiz Marcelo Bretas, o “Moro do Rio”, e gravaram vídeos canastrões em defesa da Amazônia estão em silêncio sobre o aberrante encerramento da exposição Queermuseu no Santander Cultural de Porto Alegre.

Nem uma linha nas redes sociais de Paula Lavigne, ativa empresária de Caetano Veloso que organiza jantares em seu apartamento no Leblon com políticos e idealizou “movimentos” como o 342 Agora.

As "senhoras de Santana" do MBL

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Censuraram uma exposição de arte queer em Porto Alegre neste final de semana. Um grupo, liderado pelo Movimento Brasil “Livre” e pela apresentadora de TV e defensora dos animais Luísa Mell, fez um escarcéu nas redes sociais contra algumas das 270 obras da mostra Queermuseu: Cartografias da diferença na arte brasileira, que trazia nomes consagrados como Lygia Clark, Candido Portinari, Flávio de Carvalho e Leonílson. Para espanto dos reais apreciadores da arte, o banco Santander cedeu às pressões dos fanáticos e cancelou a exposição, prevista para acabar em outubro.

Golpe promove reconcentração brutal de renda

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A nossa tese se confirmou.

O modesto crescimento do consumo das famílias, detectado pelo IBGE e festejado pelo governo federal como grande vitória, porque evitou maiores queda no PIB, foi na verdade o resultado de um processo abrupto e brutal de reconcentração de renda.

A renda das famílias mais ricas, que ganham mais de 17 mil reais ao mês, cresceu 10% enquanto a das classes D e E caiu 3%.


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Mídia: monopólio e manipulação política

Uma eleição sem Lula é útil?

Foto: Ricardo Stuckert
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

A caravana de Lula pelo Nordeste percorria o interior de Sergipe quando uma pessoa, na beira da estrada, chamou a atenção de todos. Levantava uma folha de cartolina escrita à mão, com uma mensagem simples: “Faltam 14 meses”.

Quanto terá de esperar para votar em Lula. Ainda que tenhamos de manter cautela contra avaliações precipitadas (pois, em política, a prudência é sempre recomendável), há uma coisa certa em relação à eleição de 2018. Outra parece tão provável que é razoável tomá-la como estabelecida. E há uma incógnita.

Até os privatistas criticam "saldão do Temer"

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

O patrão ficou louco! São mais de 50 ofertas até o estoque acabar ou até as eleições. Parece anúncio de loja de eletrodomésticos, mas estamos falando da venda de empresas e projetos estatais.

A liquidação do Estado promovida por Michel Temer e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está sendo vista com reticências até mesmo por quem acredita que privatizações são positivas. O tamanho do pacote e a corrida de Temer para vendê-lo na China dividiram os analistas de mercado. Metade pensa que a pressa em realizar os leilões antes das eleições pode fazer o retorno das vendas ser menor do que poderia. Outra metade apenas considera tudo uma espécie de propaganda enganosa que não se concretizará, feita para parecer que o governo está vivo e ativo.

Joesley é o fio desencapado da Lava-Jato

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A prisão de Joesley Batista e seu operador Ricardo Saud, neste fim de semana, merece mais do que um minuto de reflexão.

Em palavras que seriam confirmadas pelos fatos, numa conversa gravada, há quatro meses, Joesley disse ao fiel assessor Ricardo Saud: "Não vamos ser presos," anunciou e repetiu, sugerindo que tudo estava acertado para um acordo que só seria anunciado dois meses depois.

Na ocasião, Joesley mostrava-se tão convencido do que dizia que instruiu deu Saud comunicar a novidade numa reunião interna a se realizar em breve. A ideia, como se deduz pela gravação, era tranquilizar os presentes e tratar com desprezo qualquer sugestão de perigo próximo. Fazendo um certo mistério sobre o que se passava nos bastidores, Joesley pronunciou palavras de confiança ao interlocutor, inclusive no plano pessoal ("não estou sofrendo"). Ele também disse que era "professor" na escola onde o PGR era "aluno".