domingo, 17 de dezembro de 2017

Bolsonaro, o filho e a 'carta branca pra matar'

Por Altamiro Borges

Quanto mais o fascista Jair Bolsonaro abre a boca na sua pré-campanha presidencial, mais morde a língua. Nesta quinta-feira (14), em visita a Manaus, ele ficou empolgado com os fanáticos que foram recebê-lo no aeroporto e ergueram um boneco inflável de 12 metros em sua homenagem e rosnou do alto de um carro de som: “Se alguns dizem que eu quero dar carta branca para a Polícia Militar matar, eu respondo: Quero, sim”. A declaração causou histeria na plateia, que reagiu aos gritos de “mito, mito”, mas pode resultar em mais um processo contra o deputado federal por estímulo ao ódio e à violência. Temendo os riscos, pouco depois o valentão mais uma vez recuou.

Abril está falindo. “Veja” vai sobreviver?

Por Altamiro Borges

Na quarta-feira passada (13), o Grupo Abril, que edita a asquerosa revista “Veja”, iniciou um novo “plano de reestruturação” – nome fantasia de mais uma sacanagem contra os trabalhadores. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, cerca de 130 profissionais foram demitidos e o facão pode atingir 170 funcionários. O decadente império da famiglia Civita também confirmou a entrega de parte dos imóveis que ocupa na Marginal de Pinheiros e especula-se que várias revistas da editora devem ser extintas. Há boatos de que a empresa encontra-se em estado pré-falimentar. Sem dinheiro em caixa, ela inclusive propôs parcelar o pagamento da rescisão contratual dos demitidos.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Irmão de Geddel visita Padilha. Sujeira?

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira (14), a revista Época postou uma notinha bem minúscula: “Irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) esteve no Palácio do Planalto nesta tarde. Ele, de acordo com duas fontes, se encontrou com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Lúcio e Padilha são acusados pela Procuradoria-Geral da República de integrar a organização criminosa que foi apelidada de ‘quadrilha do PMDB da Câmara’. Lúcio também visitou a Secretaria de Governo, órgão já chefiado por Geddel. Aliás, vários assessores nomeados pelo ex-ministro, que está preso na Papuda, não foram exonerados na gestão de Antonio Imbassahy. Deverão ser mantidos nos cargos pelo futuro ministro, Carlos Marun”.

Carlos Marun, o pitbull do Temer

Por Altamiro Borges

A quadrilha de Michel Temer ganhou um reforço de peso nesta quinta-feira (14). No lugar do tucano Antonio Imbassahy, batizado de “bosta” por seus pares, tomou posse como novo ministro da Secretaria de Governo o agressivo deputado Carlos Marun (PMDB-MS). De ex-chefão da tropa de choque de Eduardo Cunha – como prova de sua fidelidade canina chegou a visitá-lo no presídio em Curitiba com grana dos cofres públicos –, ele hoje ocupa o papel de pitbull do usurpador. Dança, xinga, late e morde em defesa do dono. Durante a cerimônia de posse, o novo serviçal disse que é “um soldado do presidente” e jurou que sua prioridade é aprovar na Câmara Federal a “reforma” da Previdência que extingue o direito à aposentadoria dos brasileiros.

A ampliação da democracia na Venezuela

Por Felipe Bianchi, de Maracaibo/Venezuela, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Para além da redução da desigualdade social através da distribuição da renda petroleira, a Venezuela logrou outras importantes conquistas que nem sempre estão no debate público sobre o país. Poder independente, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) é o pivô de um significativo avanço: ao longo das últimas duas décadas, o órgão foi peça chave para ampliar a participação popular nos processos de decisão política no país, dando um novo sentido ao voto.

Longe dos holofotes, Alckmin impõe maldade

Por Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

Na semana em que o governo federal comemorou o primeiro aniversário do congelamento dos gastos públicos, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou uma medida semelhante para o Estado. No começo da noite de quinta-feira (14) a ampla maioria dos deputados votou a favor do Projeto de Lei (PL) 920, que trata da renegociação de dívidas com a União e impede o aumento das despesas por dois anos.

A criação de uma lei que paralise os gastos do Estado era pré-requisito para que São Paulo mantivesse sua parte em um acordo celebrado com o governo federal no fim de 2016. Assim como outros 19 estados, São Paulo se comprometeu a congelar os gastos por dois anos em troca da renegociação de suas dívidas junto à União.

Temer torra R$ 15 bi em reforma fracassada

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Manchete do Estadão desta sexta-feira:

“Previdência fica para 2018 e governo cede a servidores”.

É o réquiem da fracassada Reforma da Previdência que queria acabar com os “privilégios”.

Feitas as contas e passada a régua, o balcão de compra e venda montado pelo governo para aprovar a reforma que não houve consumiu no mínimo R$ 15 bilhões dos cofres públicos em agrados a parlamentares, governadores e prefeitos, segundo cálculo do jornal O Globo.

Mais do que isso: custou-nos um ano inteiro de tempo e trabalho perdidos nas negociações entre o governo e o Congresso.

Assim o jornalismo quer diminuir as mulheres

Por Inês Castilho, no site Outras Palavras:

São Paulo, 1968. O movimento estudantil ferve nas ruas, e a repressão avança com a proximidade do AI-5. A Folha da Tarde é o único entre os jornais da grande imprensa que cobre as manifestações (1). Na redação, entre cerca de 40 homens, apenas três mulheres, muito jovens: Rose Nogueira, uma fotógrafa nipo-brasileira e eu, grávida.

Já não estávamos em 1930, quando nas redações mulher “circulava na área de serviço”, como relata José Hamilton Ribeiro em depoimento para pesquisa da USP (2). “Nem havia banheiro feminino. No Estadão, à noite, quando fervia o trabalho jornalístico, as mulheres não eram aceitas nem na mesa telefônica. Havia mulheres como telefonistas, mas só durante o dia. Mulher podia ser telefonista, faxineira ou servia para fazer o café: circulava na área de serviço”.

Lula cresce: vale tudo para abatê-lo

Piracicaba (SP), 16/12/17. Foto: Ricardo Stuckert
Por Roberto Amaral, em seu blog:

O fato de uma ou outra decisão judicial, uma ou outra ação policial poder mencionar, a seu favor, o arrimo, formal nalgum dispositivo legal, não as protege com o diploma da legitimidade, nem da justeza, nem as salva do peso da ilicitude, quando a isenção se aparta do julgador e a condenação do suspeito ou acusado escolhido a dedo para ser acusado e condenado torna-se mais importante do que a busca da justiça.

E, ainda, o aparato judicial assume a política e passa a geri-la, não exatamente como sujeito, mas simplesmente cumprindo o papel de despachante dos interesses do mercado financeiro – o qual, segundo importante colunista de O Globo, portanto alta autoridade nestes temas, reage positivamente à possibilidade de defenestramento da candidatura Lula, o imperativo categórico das forças dominantes.

Manicômios: golpe contra a humanidade

Obra de Emygdio de Barros/Imagens do inconsciente.
Autora: Nise da Silveira
Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Há muitas faces na trajetória do golpe em andamento contra a sociedade brasileira. Se o primeiro lance, com o impeachment de Dilma Rousseff, significou a cassação da vontade popular e a institucionalização de um governo ilegítimo, logo as múltiplas inspirações foram deixando ver seus dentes sangrentos.

Uma história de infâmia feita da retirada de direitos civis e trabalhistas, da instauração de um Estado policial e da entrega das riquezas estratégicas. Segue com o avanço sobre a seguridade, o congelamento dos gastos com saúde e educação, o desmonte das políticas sociais e o ataque à universidade pública. São etapas de um processo que anuncia seus próximos lances de rapina.

"PL da Morte" de Alckmin é aprovado

Da Rede Brasil Atual:

O projeto do governador Geraldo Alckmin que trata da renegociação de dívidas do Estado com a União e congela salários dos servidores e investimentos na área social por dois anos (PL 920), foi aprovado pelo plenário da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (14), com 46 votos favoráveis e oito contrários. As bancadas do PT, PCdoB e Psol tentaram impedir a aprovação ao se colocar em obstrução, mas oito deputados da base aliada que consignaram votos contra acabaram por favorecer a aprovação do projeto, garantindo quórum (48 votos) para validar o processo.

Marin, Del Nero e as rapinas do Fifagate

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Denunciado por fraude, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o ex-presidente da CBF José Maria Marin reluta em aceitar o fato de não estar mais no Brasil, protegido por uma legislação omissa e por autoridades lenientes com as negociatas da cartolagem. Antes da seleção dos jurados que vão selar o seu destino na Suprema Corte do Brooklyn, em Nova York, o brasileiro tentou algumas cartadas derradeiras.

Argumentou que a corrupção privada não é crime nos países dos réus, e isso deveria ser considerado. Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol, e Manuel Burga, da Federação Peruana de Futebol, também são acusados no mesmo processo. Os três são os únicos dos 42 acusados no escândalo de corrupção na Fifa que estão nos Estados Unidos e se declaram inocentes.

Fim da neutralidade de rede vai lhe afetar

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Federal Communication Commission (FCC, uma espécie de Anatel norte-americana) decidiu pelo fim da “neutralidade de rede”. Isso vai mudar radicalmente a sua relação com a internet. quase duas centenas de milhões de brasileiros serão afetados e a produção de conteúdo independente pode simplesmente desaparecer.

Em janeiro, as empresas de telefonia baterão à porta do Ministério das Comunicações de Michel Temer – que está cedendo a tudo e a mais um pouco que o dito “mercado” quer. E quando se fala em “mercado”, fala-se em grandes conglomerados econômicos que querem tirar mais dinheiro do consumidor, entre outros ataques ao interesse coletivo.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Temer reduz reajuste do salário mínimo

Do site Vermelho:

O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (13) a proposta orçamentária de 2018 (PLN 20/17), a primeira sob a Emenda Constitucional 95, conhecida como teto de gastos. Além da redução dos investimentos públicos para a saúde e educação, por exemplo, o governo reduziu o aumento do salário mínimo para o ano que vem.

O governo Michel Temer já havia reduzido a proposta de aumento do mínimo de R$ 979 para R$ 969 no mês de agosto. Em outubro, revisou o valor para baixo mais uma vez, caindo para R$ 965, valor que foi mantido na votação do Congresso Nacional.

Grande bacanal do pós-impeachment

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Esta semana dei uma palestra no encontro da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior). No encontro, a mesma dúvida: qual o prazo de validade do modelo econômico e social que está sendo implementado com a tomada do poder pela organização criminosa liderada por Eduardo Cunha?

Ouso dizer que é curto.

Acompanhe o raciocínio.

Peça 1 - a legitimação de Collor e FHC

Guerra cibernética: novas formas de guerra

Por Leonardo Boff, no site Carta Maior:

Conhecemos as formas clássicas de guerra, primeiro entre exércitos e após Hitler (com a sua “totaler Krieg”= guerra total) de povos contra povos. Inventaram-se bombas nucleares tão potentes que podem destruir toda a vida. Diz-se que eram armas de dissuasão. Não importa. Quem tem, por primeiro a iniciativa, ganha a guerra que duraria poucos minutos. A questão é que ela são tão letais que podem matar a todos, inclusive aqueles primeiros que as lançaram. Viraram armas de espantalho. Mas cuidado, a segurança nunca é total e não é impossível que algumas delas explodam sob a ação de hackers, pondo em risco grande parte da humanidade.

Argentina é uma advertência para o Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Depois de duas semanas de encenação, o governo, finalmente assumiu que não tem – até agora – os votos para aprovar a reforma previdenciária.

Dificilmente os terá até o dia 19 de fevereiro, para quando Rodrigo Maia diz ter marcado a votação, data mais que improvável, por ser a do retorno dos deputados a Brasília, após o Carnaval.

Mas as cenas de hoje, na Argentina, quando se tentou fazer o mesmo tipo de arranjo neoliberal, num Congresso cercado de policiais e de manifestantes deve nos lembrar de que, nos anos neoliberais da década de 90, tínhamos a história de que os brasileiros olhavam nossos irmãos portenhos com os olhos que uma propaganda acabou imortalizando: “eu sou você, amanhã”.

Proteger Lula das garras da ditadura

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Antes de qualquer coisa, precisamos colocar os pingos nos is entre nós: não expressa integralmente a verdade dos fatos dizer que Lula foi condenado por Moro a mais de nove anos de prisão sem provas. É bem mais grave: a condenação se deu mesmo com a defesa apresentando fartas provas da inocência de Lula, mostrando documentalmente que o tal triplex jamais lhe pertenceu.

Justiça morosa, justiceiros a jato

Por Guilherme Coutinho, no blog Socialista Morena:

A justiça brasileira é uma das mais lentas e ineficientes do mundo. A mais recente versão do anuário estatístico Justiça em Números, publicado pelo CNJ, apontou que o País possui 80 milhões de processos sem julgamento. Ainda segundo o órgão, cerca de um terço das pessoas presas estão aguardando julgamento, e não raramente vemos casos de trabalhadores que faleceram sem conseguir seus direitos, que se arrastam por décadas nos tribunais. No entanto, para o julgamento de Lula, líder de todas as pesquisas presidenciais, a justiça bate recorde de celeridade e marca a sentença para janeiro. A justiça continua lenta. A guerra jurídica é que anda rápida.

Bolsonaro e o conservador do Alabama

Por Antonio Barbosa Filho, em seu blog:

Com um discurso muito parecido ao de Jair Bolsonaro – contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, os direitos dos gays e anti-imigrantes, especialmente muçulmanos – o juiz conservador Roy Moore conseguiu uma façanha histórica: perder uma eleição para o Senado no estado do Alabama, que está para os republicanos como São Paulo está para os tucanos. Assim como o PSDB governa São Paulo há 24 anos, os republicanos não perdiam uma eleição no Alabama há 25.

Fifa e os quatro fios desencapados da Globo

O que Ronaldinho e Bolsonaro têm em comum?

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Notícia esdrúxula do dia: Ronaldinho vai se filiar ao partido de Bolsonaro (atual PEN e futuro Patriota) e concorrerá ao Senado por Minas Gerais.

No meio do teatro do absurdo que virou a política nacional, buscar alguma ordem em meio ao caos é tarefa inglória.

Mas no caso Ronaldinho-Bolsonaro este colunista vai aproveitar seu conhecimento de causa (sou gremista) para apontar o que une a insólita dupla: o oportunismo.

Eleição sem Lula, legitimidade em xeque

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Foi em outubro passado que a oitava turma do TRF-4 começou a pisar no acelerador para garantir celeridade ao julgamento do recurso de Lula contra a condenação de Sergio Moro, exarada em julho. Duas razões impunham a celeridade, comentavam a boca pequena os interessados no impedimento do ex-presidente. Em outubro, pela primeira vez, uma pesquisa do Ibope apontou Lula com cerca de 35% de preferência na disputa presidencial. Era preciso matar a candidatura antes que ele se tornasse francamente favorita, dificultando politicamente a condenação. Depois, era preciso preservar a legitimidade da eleição, que ficaria comprometida por uma condenação muito próxima da data do pleito ou do registro da candidatura. Gilmar Mendes resumiu tudo isso dizendo que o julgamento em janeiro “traz segurança jurídica”. E assim foi marcada a data da degola.

A educação e a reforma trabalhista

Por Luis Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:

O ranger das dobradiças quando João Curralo abriu a porta denunciava que há tempos não havia óleo na manutenção dos móveis daquele apartamento castigado.

Boa noite amor!… e dirigiu-se para cumprimentar a esposa com a mesma disposição de um jovem amante – mesmo depois de duas década completadas de relacionamento. E ela, com a mesma reciprocidade adolescente logo depois do carinho correspondeu: Nossa, por que chegou tão tarde?

Tive que esperar um pouco na baldeação, quase peguei o último ônibus porque cheguei tarde no metrô.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Gentili e Bolsonaro, os misóginos punidos

Por Altamiro Borges

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o “humorista” Danilo Gentili têm vários pontos em comum. Foram participantes ativos da cavalgada golpista que depôs Dilma Rousseff e levou ao poder a quadrilha de Michel Temer. Eles também comungam de várias ideias fascistas, destilando ódio e preconceito em seus respectivos palanques – no parlamento e na mídia. Ambos são racistas, homofóbicos e misóginos – têm aversão às mulheres. Agora, felizmente, eles têm outra coisa em comum. Os dois acabam de ser derrotados pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), uma das principais vítimas destes dois seres patéticos.

Globo demite colunista por criticar a PF

Por Gustavo Aranda, no site Jornalistas Livres:

Depois de fazer duras críticas à Polícia Federal e ao governo de Michel Temer em sua coluna semanal em O Globo, o economista Paulo Nogueira Batista Jr. ouviu do departamento de RH do jornal que, devido à linha editorial seguida pelo autor, o jornal deixaria de publicar sua coluna. Na publicação ele denunciava outra perseguição do governo Michel Temer, dando nomes aos bois inclusive, que o destituiu de forma traiçoeira do cargo de Vice-Presidente do Banco de Desenvolvimento dos Brics, o qual ajudou a fundar, e depois de servir ao Brasil por mais de 10 anos como representante junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional).

Pressa contra Lula deixa eleição sub judice

Foto: Ricardo Stuckert
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Numa palestra que fiz no final do mês passado sobre cenários para 2018, previ que o pior dos mundos seria termos uma campanha presidencial sub judice, algo que não me lembro de já ter acontecido.

Os fatos dos últimos dias mostram que caminhamos para isso, tal a pressa da Justiça para condenar logo Lula em segunda instância, batendo todos os recordes processuais no Tribunal Federal Regional da 4ª Região, em Porto Alegre, que já marcou o julgamento para o dia 24 de janeiro.

O juiz federal Leandro Paulsen, que é o revisor do voto do relator João Pedro Gebran Neto, levou apenas seis dias úteis para comunicar que o processo já poderia entrar em pauta.

A luta de classes na era do Uber

Por Marco Antonio Gonsales de Oliveira, Rodrigo Bombonati de Souza Moraes e Rogério de Souza, no site Outras Palavras:

No início do século XX, a Ford inovou as relações de trabalho ao implementar salários melhores e controle ideológico: um modo de produção que combinava a gerência racional e científica aliada a um sistema de remuneração mais agressivo, oferecendo salários acima da média e um conjunto de benefícios até então desconhecidos do mundo industrial.

Uma das expectativas do fundador era que os próprios trabalhadores pudessem comprar os veículos que produziam. Além disso, esses trabalhadores precisavam seguir o perfil desejado pela empresa, o modelo subjetivo proposto por ela. Para tanto, os funcionários da Ford Motor Company deveriam comprovar que seguiam um estilo de vida condizente com a empresa e aprovado por um departamento especializado que examinaria a vida privada dos trabalhadores, impondo valores como fidelidade conjugal, estabilidade familiar e emocional, repulsa ao álcool e à vida boêmia, apego à religião e ao patriotismo.

Lula e a quintessência do regime de exceção

Expocatadores, Brasília, 13/12/17. Foto: Ricardo Stuckert
Por Jeferson Miola

A decisão de acelerar o julgamento do ex-presidente Lula em segunda instância é a quintessência do regime de exceção e do terrorismo jurídico instalado no Brasil.

O julgamento do Lula terá um trâmite totalmente excepcional, muito mais rápido que o ritmo normal de julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região [TRF4], que em média consome 14,5 meses para proferir sentenças de segunda instância.

O ex-presidente Lula, todavia, será julgado no tempo recorde de apenas 5 meses. É uma decisão arbitrária que tem motivação exclusivamente política.

EUA ameaçam a liberdade na internet

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

A internet permite, ao menos em tese, que qualquer pessoa possa acessar conteúdos disponíveis na web. A maneira como a rede mundial de computadores é estruturada não permite discriminação com relação aos sites que são acessados ou à linha política que eles adotam.

Esse cenário, no entanto, está ameaçado e pode mudar drasticamente a partir da decisão que a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos, FCC na sigla em inglês, vai tomar nesta quinta-feira (14).

TRF-4 se assume como tribunal de exceção

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão e o advogado criminalista Luiz Fernando Pacheco estranham a celeridade com que a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) dá andamento ao julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e questionam também outros aspectos do caso. A corte sediada em Porto Alegre marcou o julgamento para 24 de janeiro.

“A Lava Jato está inaugurando a justiça a Jato, uma justiça seletiva. O tribunal desrespeita a ordem de distribuição dos processos e passa esse processo na frente. Isso mostra que a corte se assume como um tribunal de exceção, na medida em que exatamente trata esse como um caso excepcional. Estão julgando pelo nome do réu. Isso demonstra suspeição do tribunal”, diz Pacheco, que foi advogado do ex-presidente do PT José Genoino na Ação Penal 470, o “mensalão”.

Bitcoin, a volta da bolha assassina

Por Antonio Luiz M.C. Costa, na revista CartaCapital:

Em uma quinzena de especulação desvairada, a cotação da Bitcoin disparou de 6 mil dólares (em 13 de novembro) para mais de 11 mil (em 29 de novembro). A notícia é tanto mais alarmante quando se considera seu valor intrínseco, absolutamente nulo.

Um título de uma sociedade anônima embute a expectativa de receber juros ou dividendos. Uma moeda fiduciária, o compromisso de um governo de aceitá-la em pagamento de impostos e outras obrigações.

MBL é um grande escândalo da era Temer

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Em 2019, quando o Brasil estiver livre de Michel Temer e desse Congresso mafioso que o sustenta, os escândalos de seu governo, que esses asseclas parlamentares não deixam investigar, vão estourar todos de uma vez.

Seria difícil enumerar quanto dinheiro público Temer está torrando para atender as demandas dos grupos econômicos que mandam seus deputados e senadores comprados defender esse governo ilegítimo, mas é possível enumerar um desses escândalos que é mais evidente.

Previdência: Jucá aperta botão do pânico

Do site Vermelho:

A realidade atropelou o governo Michel Temer que, diante da falta de votos, se vê impossibilitado de aprovar a reforma da Previdência. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apertou o botão do pânico e jogou a toalha ao afirmar, nesta quarta-feira (13), que a votação ocorrerá somente em fevereiro de 2018.

A afirmação de Jucá, braço direito de Temer no Congresso, aumentou o desgaste e evidenciou a fraqueza do governo em aprovar a pauta. O Planalto tentou apagar o incêndio com uma nota afirmando que Temer ainda não definiu a data de votação e só o fará após conversar com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Resistência por Lula deve crescer agora

Foto: Ricardo Stuckert
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ninguém tem o direito de manifestar surpresa diante da decisão do TRF-4, de marcar o julgamento da primeira ação de Sérgio Moro contra Lula para 24 de janeiro. Sabemos que a única decisão legítima seria simplesmente recusar a denúncia, pela absoluta falta de provas contra o réu - pois sequer se demonstra que Lula é o dono do apartamento que teria recebido como propina. Mas sabemos que, no Brasil de 2017, véspera de uma campanha presidencial na qual a presença de Lula é o primeiro caminho para a revogação do Estado de exceção em que o país se encontra, essa possibilidade está fora de cogitação.

Reforma trabalhista e os juízes sádicos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

No UOL, o caso extraordinário - e que, agora será mais um ordinário, a repetir-se mil vezes - da bancária de Volta Redonda condenada a pagar R$ 67 mil ao Banco Itaú por ter sido demitida e procurado a Justiça do Trabalho (antes da nova lei) pedindo o que lhe considerava devido.

Estipulou o valor da causa em R$ 40 mil, o que autorizaria o juiz a mandar pagar indenização neste valor, caso fosse vencedora.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Alckmin enquadra PSDB contra os aposentados

Por Altamiro Borges

O “picolé de chuchu” Geraldo Alckmin, aclamado como presidenciável tucano na “convulsão” do partido deste final de semana, parece que está disposto a morrer abraçado com o odiado Michel Temer. No seu primeiro ato como presidente do PSDB, nesta quarta-feira (13), ele “enquadrou” os deputados da sigla para a votação da rejeitada “reforma” da Previdência. Nas recentes pesquisas de opinião, o Judas aparece com cerca de 3% de popularidade – na margem de erro – em função das denúncias de corrupção, do desastre na economia e das suas maldades contra os trabalhadores. Já o governador paulista surge com 6% das intenções de voto para a disputa presidencial. Carimbado como defensor do fim das aposentadorias, ele rapidamente pode ficar abaixo do medíocre índice do Judas!

Agripino vira réu no STF. Jogo de cena?

Por Altamiro Borges

O senador Agripino Maia, presidente nacional do DEM, é um cínico contumaz. Mesmo denunciado em vários casos de corrupção, o demo vestiu a camiseta amarela da “ética” CBF e foi às ruas exigir o impeachment de Dilma Rousseff. Concretizado o golpe dos corruptos, ele se tornou um dos líderes da tropa de choque da quadrilha de Michel Temer, articulando sacanagens contra os trabalhadores – como nas contrarreformas trabalhista e previdenciária. Mas esta performance sofreu um baque nesta terça-feira (12). Por quatro votos a um, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra o falso moralista, que agora se tornou réu em ação penal. A decisão do STF, porém, pode ser mais um jogo de cena para mostrar “imparcialidade”.

Dono da RedeTV! detona BV da Globo

Por Altamiro Borges

Com a queda das audiências e a fuga dos anunciantes, os donos das emissoras de televisão estão em pânico. Demissões em massa, arrocho salarial, precarização do trabalho e extinção de programas infernizam a vida dos profissionais do setor. Neste cenário de crise estrutural e prolongada, a briga pelos espaços no mercado também ganha contornos inusitados. Os barões da mídia já não se entendem. Estão unidos na pauta política e econômica, como demonstra a defesa intransigente das contrarreformas trabalhista e previdência, mas se estranham cada vez mais na concorrência comercial. Prova disto foi dada nesta semana por um dos donos da falida RedeTV!, que detonou o império do setor, a TV Globo, conforme nota postada por Keila Jimenez nesta terça-feira (12).

Eleição sem Lula é mais um golpe

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Casuísmo

O mesmo tribunal que acaba de marcar a data do julgamento do recurso de Lula em tempo recorde, mantém na gaveta há 12 anos o julgamento do recurso do senador tucano Eduardo Azeredo, condenado em primeira instância.

O mesmo tribunal que está examinando o recurso de Lula na metade do tempo dos julgamentos mais rápidos que já realizou, marcou uma sentença para o dia 24 de janeiro, na primeira sessão após o recesso de fim de ano.

PHA vai à OEA pela liberdade de expressão

Venezuela, onde o voto é pra valer

Felipe Bianchi, de Caracas/Venezuela, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

No dia 10 de dezembro, os venezuelanos foram as urnas pela terceira vez em 133 dias. Pouco mais de 9 milhões de eleitores exerceram o direito ao voto e elegeram 335 novos prefeitos e prefeitas, além de um governador para o estado de Zulia. Com parte da oposição ausente do processo, esfacelada e aparentemente sem rumo após o fracasso das guarimbas e as recentes derrotas eleitorais, o chavismo conquistou 22 prefeituras das 23 capitais do país. Ao total, foram 308 prefeituras.

O jogo não acaba em 24 de janeiro

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A corrida do TRF-4 para condenar Lula é chocante porque explicita um alinhamento despudorado do Judiciário com as forças politicas, econômicas e midiáticas empenhadas em barrar sua candidatura. Porque escancara a estratégia do tapetão, de garantir a eleição de um preposto do golpe pela exclusão de Lula, hoje líder isolado nas pesquisas, com o dobro das intenções de voto do segundo colocado. Passaram-se apenas 42 dias entre a condenação de Sergio Moro e a emissão do voto do relator no tribunal de apelação. E pouco mais de uma semana depois, a data do julgamento é marcada. Mas surpreendente não é a decisão do TRF-4, de antecipar para 24 de janeiro o julgamento de seu recurso contra a sentença de Moro, furando a fila de processos e atropelando o recesso.

Temer prepara um novo apagão elétrico

Por Rita Dias, no site Brasil Debate:

Há uma crise do setor elétrico no radar, causada pelas distorções do modelo mercantil adotado em 1995, que será agravada com a reforma proposta pelo governo Temer e pela privatização da Eletrobras. A trajetória, que aponta para a nova crise, parece repetir os mesmo erros que nos levaram ao apagão de 2001. Assim como na crise anterior, o governo pretende impor as privatizações antes mesmo de discutir e definir o novo modelo do setor elétrico.

Barões midiáticos não falam mais sozinhos

15 razões da vitória chavista na Venezuela

Foto: Reuters
Do site Opera Mundi:

O chavismo alcançou uma contundente vitória eleitoral em 10 de dezembro, superando todas as organizações políticas que disputaram contra o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e outros partidos da coalizão Grande Polo Patriótico (GPP).

Em uma primeira análise, a vitória em mais de 300 municípios se deve a um conjunto de fatores:

1. Sequência triunfal do chavismo: desde o fim de julho deste ano, até 10 de dezembro, um lapso de 140 dias, se efetuaram três processos eleitorais na Venezuela: as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, eleições de governadores e estas eleições municipais. Nestes três processos, o chavismo se remoralizou e repotenciou seu poder de convocatória eleitoral alçando-se com vitórias claras. Este não é um dado menor, entendendo que a narrativa antichavista dentro e fora da Venezuela sinalizou com consistência ao chavismo não querer disputar eleitoralmente.

Nova fase do golpe tem data marcada

Por Renato Rovai, em seu blog:

Hoje, o jornal O Globo publicou um editorial pedindo a prisão de Lula. Hoje o TRF 4 agendou o julgamento do ex-presidente Lula para o dia 24 de janeiro.

A rapidez com a qual este processo tem sido conduzido só confirma que ele é parte do golpe que se iniciou com a derrubada de Dilma.

Como muitas vezes já se disse por aqui, a conta não fecharia com Lula disputando a eleição. Principalmente porque se isso viesse a acontecer, ele venceria.

UFMG e os reflexos do Estado de exceção

Por Thiago Dias, no site da UJS:

Nesta quarta-feira (6), com o apoio da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União, foi deflagrada pela Polícia Federal a Operação “Esperança Equilibrista”, com vias a apurar supostos desvios de recursos públicos da Universidade Federal de Minas Gerais na construção do “Memorial da Anistia Política do Brasil”. No âmbito da operação, a Polícia Federal invadiu a UFMG e levou em condução coercitiva oito funcionários da Instituição, incluindo o reitor, Jaime Arturo Ramirez, a vice reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, e renomados professores.

Tempo recorde para julgar Lula

Por Paulo Pimenta, no site Sul-21:

O tribunal [de exceção] da Lava Jato corre. Tem pressa. Mas só em relação ao ex-presidente Lula. Ao anunciar que o Tribunal Regional Federal da 4ª região agendou para o dia 24 de janeiro de 2018 o julgamento de Lula, o desembargador Leandro Paulsen dá mais uma prova irrefutável do viés político dessa operação que, para inviabilizar o ex-presidente Lula, apropriou-se do discurso de combate à corrupção de maneira a manipular a opinião pública.

Coronelismo 2.0: política e mídia no Brasil

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

Os coronéis estão vivos e se adaptaram à modernidade: têm página no Facebook e conta no Twitter, além de programa de rádio e de televisão. É o que explica em entrevista a The Intercept Brasil a professora Suzy dos Santos, da Escola de Comunicação da UFRJ, coordenadora do Grupo de Pesquisa Política e Economia da Informação e da Comunicação. Sua equipe rastreia os políticos que tenham vínculos com a mídia e busca entender como esse vínculos influenciam as pautas nos jornais e no Congresso.