quarta-feira, 19 de junho de 2019

A farsa das elites e a encruzilhada da nação

Por Joaquim Palhares, no site Carta Maior:

Tornou-se límpido como água de mina: a engrenagem posta em movimento em 2014 com o nome de Lava Jato, autodenominada ‘a maior investigação de corrupção da história, servia de biombo a uma farsa jurídica, cujos detalhes emergiram agora de forma devastadora nos diálogos de bastidores da operação revelados pelo Intercept.

Gravações amplamente compartilhadas pela sociedade nesse momento soam como diálogos de um filme de Costa Gavras, o mestre do cinema político.

Moro-FHC e a parcialidade da Lava-Jato

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Alguma surpresa?

Bem, ao menos agora deu para entender porque FHC defende tanto Sergio Moro e a Lava Jato para atacar Lula e o PT.

É que a Lava Jato e Sergio Moro sempre protegeram FHC e os tucanos.

Apareceram as provas dessa santa aliança nas novas revelações do The Intercept Brasil divulgadas no começo da noite de terça-feira.

A abertura da reportagem do site resume a ópera:

“A parcialidade da República Nostra de Curitiba é mais do que criminosa: é fétida!

Todo mundo sabe que a Fundação de FHC é um poço de pilantragem.

Anule-se tudo que aconteceu pós Lava-Jato

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Depois das revelações do Intercept, a conclusão haveria de ser anular tudo que aconteceu a partir da criação da Lava Jato. O projeto golpista visava, com a bênção agradecida do Departamento de Estado, alijar Lula da eleição de 2018, graças a uma tramoia pretensamente jurídica sem paralelos para condená-lo e prendê-lo sem provas. Moro e Dallagnol, lacaios de Washington, cumpriram a tarefa a contento e Jair Bolsonaro elegeu-se com folga maior do que aquela conseguida por Dilma Rousseff em 2014. Assim se deu, o entrecho é claro, o resultado de um golpe inédito perpetrado pelos próprios poderes da República, a começar pelo Judiciário, que permitiu o impeachment e as falcatruas do torquemadazinho de Curitiba. Os guardiões da lei preferiram rasgar a Constituição. Não faltou o aval militar, assegurado pelo general Villas Bôas, então comandante do Exército, ao pressionar o STF a manter a prisão de Lula sem alterar a decisão tomada à última hora pelos supremos togados por ser bastante, na visão a favor da fraude, a condenação em segunda instância.

terça-feira, 18 de junho de 2019

Senado retira as armas de Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Apesar das ameaças do “capetão” e de suas milícias, o Senado aprovou na noite desta terça-feira (18) – por 47 votos a favor e 28 contra – o Projeto de Decreto Legislativo 233, que susta o Decreto Presidencial 9.785, de maio de 2019, que flexibilizava as regras para a posse e o porte de armas. A matéria agora vai à votação na Câmara dos Deputados, onde o pacote da “licença para matar” também deve ser rejeitado.

SBT demite. Bolsonaro salvará Silvio Santos?

Por Altamiro Borges

O mercenário Silvio Santos, o “topa tudo por dinheiro” que ergueu o SBT graças ao apoio da ditadura militar e que hoje bajula o “capetão” Jair Bolsonaro, deve estar apavorado com a decadência do seu império. A sua emissora segue em crise, cortando programas e demitindo profissionais. O colunista Flávio Ricco postou no UOL que a “quinta-feira (13) foi um dia de tensas mudanças no jornalismo do SBT, em São Paulo, com fim de telejornal e anúncio de demissões... Foi decretado o fim do ‘SBT Notícias’ e a demissão de toda sua equipe”.

Destruição da soberania e da ciência no Brasil

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Neurocientista mundialmente reconhecido, Miguel Nicolelis visita o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, na terça-feira (25). Em debate, a destruição da soberania e do futuro dos brasileiros. A atividade ocorre no auditório da entidade, situado na Rua Rego Freitas, 454, sala 83, próximo ao metrô República. Nicolelis contará com a companhia de Flávia Calé, presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).

A verdade incomoda Sergio Moro

Vaza-Jato: os piratas ideológicos de direita

Bolsonaro sinaliza que aposta na ruptura

Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

O escândalo da #VazaJato não foi o único movimento importante a mostrar o rearranjo das forças que apoiam o governo de Jair Bolsonaro. Na mesma semana, o presidente fritou Santos Cruz (representante da ala militar não extremista, o general foi demitido da Secretaria Geral de Governo por se recusar a abrir os cofres estatais pra financiar o olavismo) e humilhou Joaquim Levy (liberal e privatista, o economista foi afastado do BNDES por não instalar uma caça às bruxas no banco, como pedem os bolsonaristas radicais, incluindo Paulo Guedes).

A Lava-Jato domesticou a imprensa

Charge: Gladson Targa
Por Laércio Portela, no site Marco Zero:

Não foi por acaso que as revelações sobre a colaboração entre Deltan Dallagnol e o juiz Sérgio Moro vieram à tona por meio de um jovem site de jornalismo independente. Depois de tantos anos ditando a pauta do noticiário nacional, os chefes da Lava Jato finalmente se viram numa posição defensiva. Mas não só eles. As mensagens reveladas pelo The Intercept deixam evidente como a grande mídia brasileira, ao abdicar dos princípios básicos do jornalismo, foi parte engajada no projeto que derrubou uma presidenta, encarcerou um ex-presidente e conduziu um deputado do baixo clero ao Palácio do Planalto.

The Intercept dita o ritmo do jogo

Por Emiliano José, no blog Conversa Afiada:

O que não pode ser escândalo nem nunca será: nossa mídia monopolista-empresarial. Ela não pode destacar, nas últimas revelações do Intercept, o fato de que a Lava Jato contava com ela de modo incondicional.

De que ela portava-se como um ser amestrado, dócil, a léguas de distância do jornalismo, de que ela se apartou desde há muito.

As regras do jornalismo liberal-republicano, ensinariam que vazamentos teriam sempre que ser checados.

Calar Jamais! Em defesa da democracia

Do site do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC):

A liberdade de expressão é um direito fundamental. Em tempos de polarização política e de ascensão de discursos autoritários e de ódio, com ataques frontais à própria democracia, a luta pela plena garantia desse direito precisa ser intensificada.

O Brasil volta a ser ameaçado pela mordaça da censura. A marca do governo Jair Bolsonaro é o combate ao jornalismo livre, ao pensamento livre e à cultura livre. Desde a sua campanha eleitoral, Bolsonaro não esconde seu menosprezo pela democracia e pelos direitos fundamentais, e elegeu a liberdade como adversária na sua cruzada política, ideológica e cultural.

O fetiche da caixa preta no BNDES

Por Tereza Cruvinel

Joaquim Levy foi praticamente demitido da presidência do BNDES por Bolsonaro, com a grosseria de sempre, por uma razão principal: ele não entregou ao governo a "caixa preta" do BNDES, que até agora não foi encontrada, porque simplesmente não existe.

Depois de ter sido desancado pelo presidente no sábado, dizendo ao país que ele estava "com a cabeça a prêmio faz tempo", só lhe restava apresentar a carta de demissão.

Bolsonaro quer porque quer cumprir a promessa de campanha de revelar "operações escandalosas" dos governos do PT que teriam favorecido governos de países "amigos", como Cuba, Venezuela, Angola e outros, e também o grupo JBS.

Sindicalismo dá um passo à frente

Por João Guilherme Vargas Netto

A greve geral e as manifestações que ocorreram no dia 14 de junho demonstraram o empenho, a vontade unitária e a capacidade de luta dos trabalhadores e seus aliados. Foi um passo à frente.

No Brasil inteiro, em pelo menos 350 cidades, constatou-se a vontade militante e foram erguidas as faixas contra a deforma previdenciária, contra os cortes na Educação e pela retomada do crescimento econômico com a criação de empregos.

Em muitas delas as fábricas, as escolas públicas e privadas, os bancos e os serviços foram paralisados. Metalúrgicos, professores, bancários, comerciários, petroleiros, condutores, metroviários todos deram sua contribuição efetiva cruzando os braços nos locais de trabalho ou não comparecendo a eles.

País afunda e Bolsonaro se ocupa com pinos

Editorial do site Vermelho:

O anúncio do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que ele vai revogar o uso da tomada de três pinos virou chacota entre oposicionistas no Congresso Nacional. Não pelo fato em si, mas pelo desatino numa conjuntura de agravamento da crise que assombra o país, assunto que deveria mobilizar todos os setores do governo para enfrentá-lo. Em lugar dessa urgência, o que se tem é o desmonte dos mecanismos do Estado instituídos para combater a histórica dívida social do país e, assim, criar um ambiente favorável à dominação da farra rentista.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Mídia tenta criminalizar The Intercept

Moro, o bocó, e Bolsonaro, o malandro...

Por Renato Rovai, em seu blog:

Bolsonaro é uma besta quadrada. Daquele tipo que não consegue tomar sorvetes de duas bolas sem ter que trocar de roupa depois. Um verdadeiro imbecil.

Mas ao mesmo tempo é um malandro clássico. Conhece os atalhos. Sabe como lidar com os chefes de milícia, que já homenageou. E as Forças Armadas. E policiais.

Moro, não. Moro é um bocó que foi levado a uma posição de justiceiro por uma casta econômica que queria derrotar Lula. Um tipo que escreve testo, assim mesmo, com S, nos agradecimentos da revisão de sua tese de pós-graduação. E que não sabe conjugar verbos básicos. Mas que de repente se tornou um herói, um gênio.

BNDES: Procura-se um presidente desonesto

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Peça central das campanhas permanentes contra os bancos públicos brasileiros, o BNDES tem sido uma decepção para os governos que assumiram o governo federal após o golpe que afastou Dilma Rousseff.

Isso porque não conseguem confirmar as próprias denúncias.

Ao explicar o pedido de demissão de Joaquim Levy, humilhado por um "tô por aqui" do próprio Jair Bolsonaro, o repórter Bernardo Caram, da Folha de S. Paulo, lembrou uma verdade que até as pedras de Brasília já conhecem: "a avaliação é de que Levy não deu andamento a uma criteriosa revisão das grandes operações feitas pelo BNDES, principalmente durante a gestão petista".

O inferno em sete dias

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A caminho de completar seis meses de governo, o capitão nazista se viu semana passada diante de uma evidência que sua cabeça autoritária teima em não aceitar: os limites institucionais do cargo de presidente da República.

Claro que seria querer demais que Bolsonaro tivesse noção dos compromissos democráticos e republicanos que envolvem o exercício da mais alta magistratura do país. Mas, como dizem os mais velhos, “se não vai no amor, vai na dor.”

Tudo começou com a revelação das provas bombásticas, na noite de domingo, 9 de junho, do apelo à delinquência mais escrachada por parte dos próceres da Lava Jato, Moro e Dallagnol, com o propósito de prender um inocente e fraudar a eleição presidencial.

Com STF, com tudo. Só esqueceram da ONU

Por Carol Proner, no site Carta Maior:

Affirmanti incumbit probatio
(Brocardo jurídico em desuso no Brasil)


O silêncio do grupo Globo decide mais que qualquer juiz no Brasil. A tática agora é não pautar assuntos constrangedores ou aqueles que não podem ser sustentados sem o apelo à mentira. E é por isso que não há muitas linhas sobre o recente caso da ONU, assim como também passaram em branco os “golpes blancos en América latina” alertados pelo Papa Francisco na visita dos brasileiros ao Vaticano. Mas, in dubio, pode ser que as câmeras dos cinegrafistas da emissora tenham contraído uma espécie de vírus, no dia do registro da candidatura de Lula, e se esmeraram em imagens laterais, deixando fora de foco aproximadamente 30 mil pessoas.