quinta-feira, 7 de abril de 2016

O piquenique do Cunha e Temer

Por Jeferson Miola

Imagine-se o hipotético julgamento de uma pessoa por transferir seu dinheiro remunerado na caderneta de poupança a 7% ao ano do Banco X, para sua conta-corrente no Banco Z, a fim de evitar o pagamento de 400% de juros no cheque especial.

Um julgamento desses, num ambiente de racionalidade e razoabilidade, não aconteceria, de tão absurda que seria a hipótese de se condenar alguém por buscar a melhor administração do fluxo de caixa. Mas é por uma razão análoga a essa – e, portanto, tão absurda como essa – que Eduardo Cunha, Temer e os sócios do golpe usam para o impeachment da Presidente Dilma.

Delação premiada virou arma política

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A Andrade Gutierrez sempre foi considerada a principal empreiteira de Aécio Neves. Participou das maiores obras de seu governo, em Minas Geras. Mais que isso, quando enfrentou problemas de caixa, em Belo Monte, fechou um negócio que praticamente liquidou com o caixa da Cemig - empresa do governo mineiro - obrigada a adquirir debêntures emitidas por ela.

Não se trata apenas de meras propinas, mas de grandes negócios obscuros feitos à luz do dia.

A desordem do discurso midiático

Por Eduardo Silveira de Menezes, no site Sul-21:

Para ficar “bem informado” sobre a crise política, no Brasil, não se pode titubear. As notícias são atualizadas minuto a minuto. No Facebook, curtidas – e suas variáveis –, comentários e compartilhamentos acirram o debate pautado pelos meios de comunicação. A rede social de Mark Zuckerberg transformou-se no principal espaço de reverberação da agenda midiática brasileira. Nesse ambiente narcísico e de autoafirmação, as barras de rolagem passeiam de cima para baixo como se estivessem à procura de defeitos aparentes no dizer do “outro”.

Começou o jogo e será apertado

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O jogo para afastar Dilma Rousseff foi meticulosamente armado mas nem tudo está saindo como planejado. Havia um toque de farsa na sessão de ontem em que o relator da comissão do impeachment, Jovair Arantes, leu seu parecer favorável à autorização da abertura do processo por “indícios de atentado contra a Constituição”. Era o já sabido, o já visto antes de ter acontecido. Entretanto, o placar está indefinido. Há algumas semanas era dada como certa uma acachapante derrota do governo. Ela pode acontecer na comissão, é provável que aconteça mas já no plenário a correlação de forças será outra, e vai se tornando favorável ao governo.

Cunha, Janaína, Jovair, MBL e pilantragem

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Talvez seja difícil encontrar na história do Brasil uma oposição tão dedicada a se desqualificar e tão bem sucedida nessa missão.

A essa altura, o sujeito que tem relativo bom senso e que está no seu amplo direito de não gostar do governo deve estar olhando para a matilha e pensando “onde fui me meter?”

Alguns desses homens e mulheres se manifestaram na faculdade de Direito do Largo de São Francisco na noite em que a advogada Janaína Paschoal deu seu show.

Numa mistura de possessão demoníaca, fanatismo político, oportunismo e falta de noção do ridículo, Janaína constrangeu alguns dos presentes a ponto de eles irem embora.

Direita agora ataca ministros do Supremo

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Por certo já está se formando no Supremo Tribunal Federal entendimento de vários de seus membros no sentido de que essa Corte entrou na mira do consórcio fascista que reúne a mídia – Rede Globo à frente – e setores do Ministério Público, da Polícia Federal e do Judiciário – incluído, aí, o próprio STF.

Nas últimas semanas, dois ministros do STF sofreram forte bombardeio da mídia e dos grupos obscuros que promovem manifestações de rua exigindo dos Poderes Constituídos a defenestração do governo Dilma Rousseff e o encarceramento do ex-presidente Lula, tudo isso a qualquer preço e sob qualquer motivo.

Conheça 55 ameaças aos seus direitos

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O Brasil passa por um período sombrio, com um governo e uma oposição ruins e, provavelmente, o pior Congresso Nacional de todos os tempos. Neste momento, enquanto você toma seu café, o parlamento está aprovando leis que retiram, à luz do dia, direitos de trabalhadores, mulheres, populações tradicionais, minorias.

Tenho dito que se a Câmara dos Deputados, que tem à frente Eduardo Cunha, se esforçar, pode nos levar de volta ao Brasil Colônia em quatro anos. Quiçá revogando, por fim, o voto feminino, a República e a Lei Áurea.

Deputados cobram o STF sobre Cunha

Da Rede Brasil Atual:

Às vésperas da votação do impeachment pela Câmara dos Deputados, que provavelmente será na segunda quinzena de abril, deputados federais voltam a dirigir um apelo ao Supremo Tribunal Federal para que afaste Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Casa. Em discurso na tribuna no início da tarde de hoje (6), o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) pediu à Suprema Corte que tome alguma medida.

“Eduardo Cunha é réu. Eu sei que o Supremo tem a agenda dele, mas não dá pra entender por que ele ainda não julgou isso. Amanhã, a presidente Dilma vai para a Argentina, o vice Michel Temer vai para o Chile, e Eduardo Cunha não pode assumir, porque ele é réu. A Constituição diz que réu não pode assumir”, disse Costa.

Marco Aurélio Mello versus Gilmar Mendes

Por Maria Inês Nassif, no site Carta Maior:

O ministro Marco Aurélio Mello não merece o reconhecimento apenas por suas manifestações equilibradas numa conjuntura política facilmente sujeita à combustão, mas porque se dispôs a dar a cara a bater para libertar o Supremo Tribunal Federal (STF) das armadilhas que são colocadas diuturnamente ao Judiciário pelo ministro Gilmar Mendes, pela oposição e pela mídia.

O STF, desde o escândalo do chamado mensalão, por ação ou omissão de seus integrantes, tem sido um importante instrumento a serviço de forças políticas de moralidade e intenções democráticas duvidosas.

Sob comando de Cunha, impeachment avança

Por Christiane Peres, no site Vermelho:

Em mais uma sessão conturbada, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) apresentou parecer favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, nesta quarta-feira (6), na comissão especial que analisa o tema. A votação, no entanto, foi adiada por pedido conjunto de vistas e deve acontecer na próxima segunda-feira (11).

Membro da comissão especial, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirma que o documento é uma sequência de inconstitucionalidades e que não pode ir a voto do jeito que está. Segundo a parlamentar, o texto apresentado pode, inclusive, ser judicializado.

É golpe, sim!

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

É golpe, é golpe sim. Verdade factual, diria Hannah Arendt, a verdade única, inegável. A despeito das afirmações em contrário de pançudos alquimistas do engano, envoltos em prosopopeia. E dos editorialões dos jornalões e programões, e das colunas e reportagens dos sabujos midiáticos, de lida tão árdua com o vernáculo, mas de fantasia acesa.

E dos rentistas que se dizem empresários de um país que exporta commodities, de juizecos provincianos e advogados mafiosos que em cada lei enxergam a oportunidade de burlá-la. E de agentes ditos da ordem empenhados em semear a desordem e de funcionários do Estado dispostos a financiar no exterior campanhas a favor do golpe, como Furnas a patrocinar tertúlias lisboetas de Gilmar Mendes e José Serra.

Relatório pró-impeachment é carta marcada


Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os leitores deste blog devem ter reparado que aqui não se dá muita atenção ao relatório e à própria votação da Comissão Especial do Impeachment formada na Câmara dos Deputados.

Por uma simples razão: é um jogo de cartas marcadas conduzido por Eduardo Cunha, o único caso no mundo em que um bandido-réu no Supremo Tribunal Federal conduz um processo de destituição de uma Presidenta eleita,

Uma vergonha que ficará marcada para sempre na história do Brasil, seja qual for o desfecho deste processo.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Golpistas se lambuzam com lei Rouanet

Por Renato Rovai, em seu blog:

Nos últimos dias vários artistas contrários ao impeachment como Wagner Moura e Chico Buarque foram atacados na rede e em veículos de comunicação por terem usado ou tentado usar o instrumento da Lei Rouanet para realizar seus projetos.

O mais grave é que o ataque, em alguns casos, foi patrocinado por gente que usa a lei de forma abusiva.

A saída para o impasse político

Por Renato Rabelo, em seu blog:

A frenética marcha golpista acometeu o país de grave instabilidade política, prejudicando a normalidade econômica, compelindo um processo fraudulento de impedimento da presidenta Dilma Rousseff. O desejo dos golpistas resulta em simplesmente rasgar a Constituição da República, contando com todas as suas vertentes à direita, por meio de um impeachment exclusivamente político, para dar vazão aos seus interesses mais profundos, que se concretizam na destituição da presidenta da República. Esse é o novo formato de golpe dos nossos dias.

Mancha Verde e Gaviões da Fiel: uma cilada?

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

É uma rixa antiga a que envolve as duas maiores torcidas organizadas de São Paulo, a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde.

Uma sequência de emboscadas, mortes e retaliações que vem de longe, espanta as pessoas e tira a credibilidade das duas associações.

Mas, no início desta semana, ainda que elas nem soubessem disso, concordaram.

Depois dos confrontos de domingo entre torcedores dos dois clubes, a Mancha Verde divulgou um documento demonstrando que as autoridades de São Paulo sabiam exatamente onde estariam e como se deslocariam os integrantes da organizada até o estádio do Pacaembu, para a partida contra o Corinthians.

A conexão internacional do golpe

Por Umberto Martins, no site da CTB:

A denúncia e o repúdio ao golpe em curso no Brasil ganharam um espaço destacado no 7º Encontro Sindical Nossa América (Esna), realizado nos dias 1 e 2 de abril em Montevidéu. O evento reuniu mais de 200 lideranças de 19 países americanos, além de convidados do Japão e Reino Unido, para debater a conjuntura e unificar a classe trabalhadora do continente na luta em defesa da integração, da soberania, da democracia e da valorização do trabalho.

O papel da mídia na crise política atual

Lula pede punição de Sergio Moro

Do site do Instituto Lula:

Há um fato incontroverso na “Operação Lava Jato”: o juiz Sérgio Moro, a pedido da Força Tarefa do MPF/PR, autorizou a interceptação do telefone celular de um dos advogados constituídos pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, ainda, autorizou a interceptação do ramal-tronco do escritório de advocacia, com o monitoramento de 25 advogados também constituídos pelo ex-Presidente.

A interceptação telefônica de advogados constituídos por pessoa que sofre persecução penal por parte do Estado, é um dos mais graves atentados ao Estado Democrático de Direito. A sua ocorrência torna o procedimento ilegítimo e o macula de forma definitiva. Há, nessa situação, clara violação à garantia constitucional da ampla defesa e, ainda, da inviolabilidade das comunicações telefônicas entre cliente e advogado, assegurada por lei.

Gilmar Mendes dá habeas corpus para Cunha

Por Altamiro Borges

O ministro Gilmar Mendes é famoso por sua militância tucana e pelos habeas corpus que já concedeu em sua vergonhosa história no Supremo Tribunal Federal (STF). Foi ele quem garantiu liberdade para o agiota Daniel Dantas e para o médico estuprador Roger Abdelmassih. Pelo jeito, ele agora agiliza o seu voto de impunidade para o correntista suíço Eduardo Cunha. O jornal Valor desta quarta-feira (6) antecipou a sua decisão. "O presidente da Câmara dos Deputados poderá assumir a Presidência da República mesmo sendo réu no STF, segundo o ministro Gilmar Mendes".

Janaína jura: "Nem possuída nem bêbada"



Por Altamiro Borges

Os golpistas mirins e velhacos não dão sorte na escolha dos seus heróis. No terreno da política, eles saíram às ruas com cartazes "Somos todos Cunha" até que vieram à tona as contas secretas na Suíça. No campo jurídico, eles apostaram as fichas no ex-ministro Joaquim Barbosa, o "Batman", que acaba de perder a capa com a denúncia de sonegação fiscal na compra da sua mansão em Miami. Eles ainda vestiram a fantasia carnavalesca do "Japonês da Federal", que recentemente foi defenestrado do posto acusado de contrabando em Foz do Iguaçu. Já no meio "cultural", seus ícones são bizarros: o roqueiro decadente Lobão e o ator pornô Alexandre Frota. Haja azar! Agora, a "advogada do impeachment", Janaína Paschoal, deixa todos envergonhados com sua performance demoníaca num ato em São Paulo.

Novos discursos, o mesmo golpismo

Por André Pasti, no site do FNDC:

Na disputa de narrativas sobre a crise política, a última semana foi marcada por avanços contrários ao golpe. Diversas manifestações, falas de juristas, artistas e intelectuais, além de atos do próprio governo, conseguiram ampliar o alcance do discurso de que há um golpe em curso. O que caracteriza esse golpe é um impeachment sem crime de responsabilidade e uma atuação seletiva do judiciário, articulados pela grande mídia.

A terceira grande chance com Dilma

Por João Sicsú, na revista Fórum:

O leitor deve estar estranhando: terceira chance do quê? Vamos esclarecer. Lula entregou uma herança extraordinária a Dilma em 2010. A herança foi desperdiçada. Botaram a culpa no quadro internacional e na queda do preço das commodities. Com enormes dificuldades, Dilma foi levada à vitória novamente em 2014. O ano de 2015 também foi trágico. Muitos responsabilizaram o ministro da Fazenda Joaquim Levy.

Reforma ministerial: razão do adiamento

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

É falsa a versão corrente de que a presidente Dilma decidiu só nomear ministros de sua nova base parlamentar depois da votação do impeachment porque desconfia de que os partidos não entregariam os votos prometidos. Uma relação com este nível de desconfiança não iria longe. E como já disse o ministro Berzoini, Dilma precisa de uma nova base não só para derrotar o golpe mas também para governar depois.

Janaína Paschoal foi picada pela cobra

Por Cidinha Silva, no blog Diário do Centro do Mundo:

Gente! Que babado forte! Janaína Pachoal, a advogada do impeachment, foi picada pelo veneno mortal da mosca azul. Aquela que infecta as aspirantes a celebridades instantâneas.

O que foi aquilo? Ela surtou no afã de lacrar. Lacração, a ciência do momento, não é para todo mundo. É preciso ter know how.

Minha teoria para o discurso messiânico de Janaína, tão comum entre os homens na política e que começa a contaminar mulheres, principalmente aquelas a serviço do patriarcado, é que rolou ali um ciumezinho das belezas múltiplas e polifônicas produzidas pelos artistas anti-golpe Brasil afora.

Jornalistas em defesa da democracia

Do site do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo:

No próximo 7 de abril (quinta-feira), às 19 horas, data em que se comemora o Dia do Jornalista, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) realiza no auditório Vladimir Herzog, em sua sede (rua Rego Freitas 530 - sobreloja) um ato em defesa da democracia e dos direitos sociais. Ele reforça a posição da entidade e da categoria expressa no manifesto entregue no dia 31 de março, em Brasília, para a presidenta Dilma Rousseff, durante encontro com artistas e intelectuais.

O golpe tem várias formas

Por Jeferson Miola

Em 26 de outubro de 2014, 54.501.118 brasileiras/os concederam à Presidente Dilma o mandato para governar o Brasil até as 24:00 horas do dia 31 de dezembro de 2018.

Todo e qualquer intento de subtrair parte deste mandato, mesmo que uma única fração de segundo dele, se não for em conformidade com as regras constitucionais e legais, é um atentado à democracia; é um crime contra a ordem jurídica.

O impeachment sem fato determinado, sem crime da responsabilidade, afronta a norma constitucional e representa a ruptura da ordem jurídica – por isso é golpe. O impeachment, porém, não é a única, mas apenas uma das formas de golpe empregadas para derrubar a Presidente Dilma.

Ataques a Wagner Moura e Leticia Sabatella


Por Jean Wyllys, em seu Facebook:

O ator Wagner Moura e a atriz Letícia Sabatella – talentosíssimos e queridos amigos – estão sofrendo uma verdadeira caça às bruxas nas redes sociais, que inclui ataques de trolls no perfil da Letícia (que chegou a ser suspenso), insultos, acusações absurdas e macartismo, tudo isso por terem se manifestado contra o golpe e a favor da democracia, ainda que nenhum deles seja petista ou governista (e mesmo que fossem isso não justificaria os ataques).

52 anos do golpe militar

Por Camila Tribess, no site Brasil Debate:

O dia 1º de abril é bem mais do que o dia da mentira. É o dia que deve ser lembrado exaustivamente como o dia em que se iniciou no Brasil – em 1964 – a ditadura civil-militar que durou 25 anos, torturou e matou milhares de pessoas, exilou outras tantas, calou a imprensa e as artes, atrasou social e economicamente o país.

Atualmente, a Comissão de Anistia já tem mais de 30 mil anistiados, pessoas que sofreram perseguições políticas, prisões arbitrárias, torturas durante esse período. Muitas dessas anistias são simbólicas, pois seus sujeitos já estão mortos ou nunca foram encontrados. Nessa última sexta, 1º de abril de 2016, a Comissão de Anistia fez sua sessão solene para marcar esta data funesta.

Impeachment seria desastre para a economia

Por Helder Lima, na Rede Brasil Atual:

As discussões sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff se aprofundam na Câmara nesta semana, mas seus desdobramentos na economia serão desastrosos, caso seja aprovado. Essa é a opinião de economistas ouvidos pela RBA, que questionam a legitimidade de um processo que não aponta para a unificação da opinião pública, mas, pelo contrário, mantém a divisão política que já existe e que tem sido combustível de tensões entre segmentos conservadores e progressistas da sociedade.

Jornal Nacional 'interna' Janaína Paschoal



Por Altamiro Borges

A advogada Janaína Paschoal, nova musa dos golpistas, ganhou alguns minutos de fama ao exibir os seus dotes teatrais num ato pelo impeachment de Dilma Rousseff em São Paulo, na segunda-feira (4). Com gestos próximos à insanidade, ela berrou pela queda da presidenta e, invocando Deus, afirmou que era preciso "cortar as asas" de Lula. O vídeo bombou na internet. Mas, pelo jeito, constrangeu até os seus bajuladores. Prova do tiro no pé, o Jornal Nacional desta terça-feira decidiu "internar" a tal advogada do impeachment, censurando o seu discurso carregado de ódio. A não exibição gerou nova corrida às redes sociais, com críticas à emissora golpista da famiglia Marinho.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Ladrões de merenda presos. Cadê a mídia?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a Polícia Civil prendeu o ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Leonel Julio, e o presidente da União dos Vereadores do Estado, Sebastião Misiara. Eles são acusados de integrar a máfia da merenda escolar. Os mandados foram expedidos pela Justiça de Bebedouro, no interior paulista, e fazem parte da segunda fase da Operação Alba Branca, que apura o pagamento de propina em contratos superfaturados com o governo tucano. As prisões, porém, não foram manchetes nos jornais nem destaque nos telejornais. A TV Globo não acionou seus helicópteros e seus jagunços para repercutir as detenções. Como sempre, a escandalização da política é seletiva!

Cunha vai dar "uma banana" para o STF

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Lembra aquela história de que ordem judicial não se discute, cumpre-se?

Nem é tão assim, na verdade: cumpre-se e, então, discute-se.

Mas, para Eduardo Cunha não é assim, como acaba de informar a Folha:

O grupo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), planeja ignorar a ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) para instaurar processo de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer.

O surto da autora do impeachment



Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Os cabelos negros, longos e desgrenhados somam-se a gestos bruscos e teatrais e à voz esganiçada: “Nós queremos servir a uma cobra?!!” E a audiência responde: “Nãããooo!!”

Foi o que bastou para a advogada Janaína Pachoal (co-autora do pedido de impeachment de Dilma ao lado do jurista Miguel Reale Jr) perder o controle; ela começa a girar uma bandeira do Brasil acima da cabeça como os cowboys giram laços, e berra: “O Brasil não é a República da cobra”.

"Panama Papers" atingem a Globo

http://www.cartoonmovement.com/
Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Conforme anunciamos ontem, um jornal holandês publicou grave denúncia contra a Globo, usando informações vazadas pelos "Panama Papers", considerado um dos maiores vazamentos do mundo, com os dados da Mossack Fonseca.

Aqui no Brasil, os dados estão em mãos do UOL e Estadão, e estão sendo usados apenas para blindar a Lava Jato, ao invés de serem analisados de maneira independente e imparcial.

A democracia já está vencendo o golpe

Por Juarez Guimarães, no site Carta Maior:

Em um golpe na democracia que se realiza por dentro das instituições jurídicas e parlamentares contra a Constituição e a soberania popular, a relação entre o uso da legitimidade e da força é diferente daquela necessária a um golpe militar. Neste último, como em 1964, o uso da força militar resolve o impasse da disputa de legitimidade. Mas mesmo neste caso, como a direção golpista das Forças Armadas aprendeu com a derrubada de Getúlio em 1954 e as tentativas frustradas de golpe contra Juscelino e pelo impedimento da posse de Jango Goulart, é necessária alguma base de legitimação de massas.

FHC, seu filho e os negócios em família

Por Lúcio de Castro, na revista CartaCapital:

Os negócios da família do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vão muito além das contas no exterior do patriarca investigadas pela Polícia Federal. Incluem também transações do filho Paulo Henrique com a Odebrecht, as offshore no Panamá e no Reino Unido, além de uma sociedade com o ex-braço direito do presidente argentino Mauricio Macri que se suicidou em meio a um escândalo de corrupção.

Temer e sua "Ponte para o Passado"

Por Fernando Marcelino, no site Outras Palavras:

Está em marcha no Brasil hoje um golpe de Estado parlamentar-judicial-midiático tocado a toque de caixa pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de receber mais de 5 milhões de dólares em propinas da Petrobrás.

A manobra golpista consiste em destituir Dilma por um impeachment, alçando ao poder o vice-presidente Michel Temer do PMDB sem qualquer tipo de consulta popular. Este golpe ganha corpo num contexto de fraqueza do governo Dilma, envolta de um ambiente internacional de baixo crescimento, forte rejeição das classes médias tradicionais, bombardeamento negativo diário da mídia monopolista sem qualquer política de comunicação popular, articulação de setores do Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal para destituir o PT e o governo, e muitas concessões aos oposicionistas, seja para acalmá-los ou porque não existe um projeto bem delineado de desenvolvimento no campo que governa o país desde 2003.

Globo: arma de distorção em massa

Por Manoel Dourado Bastos, Miguel Enrique Stédile e Rafael Villas Boas

A Rede Globo expôs na noite de 16 de março, por meio do Jornal Nacional, sua atuação empenhada no projeto golpista em curso, intensificando seus procedimentos de manipulação como um mecanismo de agitação e propaganda, empenhando o prestígio de sua audiência na tentativa de fazer com que protestos mirrados se tornassem grandes insurreições civis. Sua participação desde 2015 na propaganda dos atos contra o governo do PT, com polpudos financiamentos de empresas nacionais e internacionais, foi decisiva no crescimento de organizações reacionárias, até então minúsculas, a ponto de se tornarem forças políticas importantes no cenário nacional.

Os destinos do país em disputa

Do site do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz:

Que futuros se anunciam para o Brasil, em meio à crise política e econômica que vem convulsionando a vida dos brasileiros? Em um cenário de esgotamento do sistema político tal qual hoje se apresenta, no qual a presidente da República sofre um processo de impeachment sem que haja crime de responsabilidade caracterizado, quem são os agentes que disputam os destinos do país, hoje?
O seminário Futuros do Brasil - Crise atual e alternativas de longo prazo, que será realizado pelo Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz) em parceria com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), nos dias 11 e 12 de abril de 2016, levará essas questões a quatro mesas de debates – Encruzilhadas da conjuntura; O movimento da política institucional; A política e o movimento da sociedade; e O horizonte do futuro.

Impeachment é "vingança" de Cunha

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) José Eduardo Cardozo apresentou a defesa da presidenta Dilma Rousseff (PT) perante a Comissão Especial do Impeachment na Câmara dos Deputados na tarde desta segunda-feira (4), em Brasília (DF). Ele afirmou que um processo sem fundamentos jurídicos pode ser qualificado como “golpe” e que o pedido foi aceito pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como retaliação.

Advogada quer "cortar as asas" de Lula

Do blog Viomundo:

Em discurso em ato pró-impeachment no Largo de São Francisco, na noite de segunda-feira 4, a advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma que tramita no Congresso, disse a respeito do ex-presidente Lula: “Nós não vamos deixar esta cobra continuar dominando nossas mentes”.

Em tom de pregação religiosa, afirmou: “As vezes a cobra cria asa, mas quando isso acontece Deus manda uma legião [de anjos] para cortar as asas da cobra”.

O PMDB e o espanto que educa

Por Haroldo Lima, no site do Jornal do Brasil:

O ministro do STF Luis Roberto Barroso exclamou estupefato: "Meu Deus! Essa é nossa alternativa de Poder?" À sua frente, estava a foto de líderes do PMDB, no ato em que se declararam afastados do Governo Dilma. O grupo, esfuziante na pose fotográfica, estava convencido de que assumiria o controle do país, caso o impeachment sem causa desse certo, pois eles eram a "alternativa de Poder" que emergia. Barroso disse "um desastre".

Denúncia contra Dilma é nocauteada

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Se o impeachment estivesse submetido a um debate responsável pela Câmara de Deputados, a discussão teria tomado um outro rumo no final da tarde de ontem, quando José Eduardo Cardozo terminou uma intervenção de uma hora e 50 minutos na qual fez a defesa de Dilma Rousseff.

Você pode achar que a palavra de Cardozo, Advogado Geral da União depois de ter passado os últimos cinco anos como Ministro da Justiça deve ser colocada sob suspeita em função dos cargos que ocupou. Pode estar convencido de que estamos diante de um espetáculo cínico, onde todas as mentiras se equivalem, todos os personagens são farsantes e todas as explicações não passam de pura fraude. A verdade não é esta.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

A democratização da mídia precisa de você

Do site da revista Caros Amigos:

Enquanto houver o monopólio midiático não haverá democracia no nosso Brasil.

Enquanto a Globo e a grande mídia hegemônica disserem para milhões de brasileiros, sem qualquer contraponto, o que é a “verdade” dos acontecimentos no mundo, no Brasil e na vida das pessoas, não haverá um país mais justo e soberano. A democracia, a justiça social e a defesa da nossa soberania dependem e precisam de pluralidade de vozes e pontos de vista.

A falsidade do "impeachment" de Dilma

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Tarso Genro

A crise institucional, política e econômica, que o nosso país está vivendo, inaugura uma nova época política na América Latina e a forma pela qual sairemos dela terá grande influência no destino das nações latino-americanas. Pela primeira vez – pelo menos nos últimos cinquenta anos – a tentativa de interrupção de um processo político, num dos principais países do continente, é ensaiada sem a participação direta das Forças Armadas e sem que as elites conservadoras tenham feito apelos salvacionistas aos militares, como sempre o fizeram, ao longo da formação dos nossos Estados Nacionais.

A sujeira da lista da Mossack Fonseca

Por Jeferson Miola

A Mossack Fonseca [MF] é uma empresa de gestão financeira com sede no Panamá, um paraíso fiscal por onde circulam trilhões de dólares oriundos do narcotráfico, da corrupção, do comércio de armas, da lavagem de dinheiro e, também, de dinheiro limpo em busca do discutível privilégio da isenção fiscal – daí a expressão “paraíso”.

A MF criou ou vendeu offshore´s [contas bancárias ou empresas instaladas em paraísos fiscais] a vários políticos, banqueiros, agentes públicos e empresários brasileiros – tanto em operações legais [a chamada “sonegação legal” (sic) de impostos aceita pela lei brasileira, desde que declarada no imposto de renda (IR)]; como em operações irregulares, que envolve dinheiro de origem duvidosa.

A capitã do mato da revista IstoÉ

Por Nathali Macedo, no blog Diário do Centro do Mundo:

Estão fazendo gaslighting com Dilma. E a quem isso surpreende?

Um parêntese: gaslighting é uma forma de abuso psicológico que consiste em distorcer informações para fazer com que a vítima duvide de sua própria sanidade. Em outras palavras, é o ato de associar as atitudes femininas à loucura ou descontrole emocional como forma de mascarar o abuso.

A essa altura, ler uma matéria em que chamam a Presidenta de louca beira o clichê: é exatamente o que se espera de uma mídia desesperada. Que meta os pés pelas mãos e seja incapaz de disfarçar o sexismo embutido no discurso pró-golpe.

A democracia na mira da oposição

Por Adilson de Araújo, no site do CTB:

O ano de 2016 começou em meio a fortes disputas. Está em curso um golpe contra a democracia, que orquestrado por setores conservadores propõe a volta ao passado e ameaça conquistas históricas da classe trabalhadora. Esse golpe ataca nossos direitos duramente conquistados e barra a continuidade das mudanças.

O bloco de oposição ao Brasil, respaldado pela mídia golpista e por setores do empresariado, com destaque para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), não se conforma com a derrota em 2014 e opera com uma toada só: quanto pior, melhor.

Revanchismo conservador na América Latina

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Se falava de restauração conservadora para designar o projeto de contraofensiva da direita na América Latina. Uma expressão um tanto fria, intelectualizada, para mencionar os objetivos dessa forca política atualmente no continente. Porque não se trata de um processo cirúrgico, técnico, de substituição de um modelo por outro. Dentro dessa mudança estão transformações profundas nas relações de classe, acompanhadas de ódios e rancores.

Os golpistas não têm legitimidade

Editorial do site Vermelho:

“Meu Deus do céu! Essa é nossa alternativa de poder!” – a reação atribuída ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao assistir pela TV a transmissão da convenção em que a cúpula do PMDB decidiu deixar o governo, reflete semelhante perplexidade de democratas e patriotas diante dos acontecimentos recentes. Das pessoas que não aceitam o ataque golpista contra a legalidade constitucional.