quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Dallagnol não está acima do bem e do mal

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Conhecido pela ferocidade permanente exibida nos interrogatórios televisivos das CPIs do Congresso, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) exibia mansidão de cordeiro ao final de um encontro com lideranças do Ministério Público Federal, segunda-feira passada. Relator na Câmara do projeto de 10 medidas contra corrupção apresentadas pelo Ministério Público em ambiente de salvação da lavoura ética, Lorenzoni chegou a receber merecidos aplausos quando anunciou a decisão de incluir no mesmo pacote medidas que punem crimes de responsabilidade de juízes, procuradores e promotores, uma velha ferida da Justiça brasileira, motivo de duas Propostas de Emenda Constitucional em debate em Brasília. A iniciativa durou pouco. Na segunda-feira, após conversa na presença de lideranças do MP, inclusive de Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa que investiga a Lava Jato, o deputado anunciou que desistia dos artigos que punem crimes das autoridades que deveriam combatê-los.

Estrelas da mídia encontram seu presidente

Por Glenn Greenwald e Thiago Dezan, no site The Intercept-Brasil:

Seis jornalistas entrevistaram o presidente Michel Temer ontem à noite no programa Roda Viva da TV Cultura. Cinco deles eram estrelas da mídia dominante que incitaram incansavelmente o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e, portanto, foram responsáveis pela ascensão de Temer ao poder: O Globo, Folha, Estadão (um representante do jornal e outro do conglomerado do qual o jornal faz parte) e Veja (cujo representante é também âncora do Roda Viva). O sexto jornalista faz parte da própria TV Cultura, rede de televisão pública que já foi vítima de pressões de políticos de importância como José Serra, o chanceler do governo Temer, e cuja verba de publicidade foi reduzida pelo governo.

Desafios do novo ciclo político conservador

Editorial do site Vermelho:

Transcorridas as eleições municipais, consolida-se no Brasil um novo ciclo político marcado por uma ordem conservadora decorrente do golpe parlamentar de 31 de agosto. Nesta nova conjuntura nacional, a democracia, os direitos sociais e a soberania nacional encontram-se sob forte ameaça, o que coloca enormes desafios para as forças democráticas, progressistas e patrióticas.

Trata-se de um cenário complexo e adverso. Não é um fenômeno isolado e possui correlatos em outras partes do mundo, sendo, em última instância, decorrência da grave crise do capitalismo.

"Roda Viva", Temer e a morte do jornalismo

Por Igor Silva, no site dos Jornalistas Livres:

Muito interessante o “Brasil do Temer” que foi apresentado no Roda Viva, na TV Cultura, desta segunda-feira (14). Lembrando que são seis meses e um dia a frente do executivo – o ministério foi nomeado dia 13 de maio de 2016, há 6 meses.

Há seis meses, o dólar estava 3,52, hoje está 3,40.

Há seis meses, o desemprego estava batendo 11%, hoje está em 12%. A bolsa pouco mudou também.

São seis meses e nenhum indicador mudou de forma considerável. A única coisa que de fato mudou é que não se lê mais a palavra “crise” nas capas da mídia tradicional. A famosa crise deixou de aparecer, ficou tímida e não faz mais atuação, nem mesmo uma pontinha.

O desmonte deliberado do SUS

Por Letícia Bona Travagin, no site Brasil Debate:

Em tempos de austeridade fiscal e recessão democrática no Brasil, tem sido recorrente destacar os problemas que toda esta crise política, econômica e moral delegam às políticas sociais brasileiras. Esta reflexão é necessária e legítima. No entanto, insisto em lembrar que a erosão das políticas sociais e especialmente da saúde pública, tema ao qual me dedico, não é nova, passageira ou resultado imediato de “descontrole fiscal”. O desmonte do Sistema Único de Saúde é um projeto privatista deliberado, que ocorre persistentemente desde 1990, com o respaldo do Estado brasileiro.

O estudo da economia política do Welfare State e do neoliberalismo esclarece que o processo de desmonte da saúde pública brasileira está inserido no processo global de ataques à Seguridade Social, promovido pela retórica neoliberal hegemônica desde 1980.

Em seis meses, um forte giro para trás

Por Tereza Cruvinel, no seu blog:

“Depois de um longo inverno, parece que a luz se acendeu no horizonte”, diz Michel Temer encerrando o vídeo que faz o balanço oficial de seus seis meses de governo, completados no dia 12. Na segunda, 14, na entrevista com jornalistas amistosos no programa Roda Viva, ele declarou-se satisfeitíssimo com seu governo. O autoengano é o ópio dos governantes, principalmente dos maus governantes. A frase que melhor cabe ao Brasil dos últimos seis meses é a que proferiu Barack Obama, ontem na Grécia, pensando em Trump: “A História não se move em linha reta. Ela faz zigue-zagues. Às vezes se move para frente, outra para trás”.

Dilma manifesta apoio aos estudantes

Golpe transforma direitos em mercadorias

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

"Se é público, é para todos"

Com esse lema, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), com outras entidades sindicais, começou a desenvolver, em todo o país, uma campanha que toca em cheio no tema central do Brasil hoje. A campanha foi lançada em junho, e adotada pelo Comitês de Defesa das Empresas Públicas antes do golpe consumado, mas o governo que surgiu deste reatualiza, de forma dramática, a temática de tudo o que é público no Brasil, alvo central da ofensiva do governo Temer.

O prêmio do dedo-duro de estimação

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O “Beto”, como o chama o Estadão, é um bom sujeito.

Roubou muito no caso Banestado, que evadiu centenas de milhões de dólares do Brasil.

Mas delatou alguns comparsas e ganhou a liberdade.

Deu-a o juiz do caso, Sérgio Fernando Moro.

Os sete anos de cadeia a que fora condenado viraram um “ai,ai,ai, Betinho, vê lá se não rouba outra vez, prometa!”.

Trump e Odebrecht afetam Temer. Que dó!

Por Altamiro Borges

A mídia hegemônica é muito cínica. Durante o governo Dilma, principalmente no segundo mandato, ela não deu paz à presidenta eleita pela maioria dos brasileiros. Ela sempre minimizou os impactos no Brasil da gravíssima crise da economia mundial, que eclodiu em 2008 e teve como epicentro o coração do sistema capitalista, os EUA. Ficou famoso um artigo da urubóloga Miriam Leitão, no jornal O Globo, tratando a retração internacional como uma desculpa esfarrapada do “incompetente” governo petista. No mesmo diapasão, ela sempre relativizou os efeitos destrutivos na economia da onda de escândalos deflagrada por setores do Judiciário em um “pacto diabólico” com a própria mídia.

Temer vai sair da toca. Haja vaias!

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br
Por Altamiro Borges

A revista Época está preocupada com o crescente isolamento do Judas Michel Temer. Nesta segunda-feira (14), na sua coluna de fofocas, o jornalista Murilo Ramos mandou um recado. “Políticos ligados a Temer têm dito a ele que a sua baixa popularidade não está relacionada apenas ao pacote amargo da economia. Está associada, também, ao hábito de permanecer por tempo demais em Brasília. Na semana passada, lançou um programa popular, o Cartão Reforma, no ar condicionado do Planalto. Foi aconselhado a se expor um pouco mais, inclusive no Nordeste, onde a rejeição é maior”.

Alguma coisa se move na resistência a Temer

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                                        

Os protestos contra o governo golpista, embora sigam recebendo do monopólio da mídia o menosprezo e a sabotagem de sempre, já emitem sinais preocupantes para o usurpador que roubou a cadeira da presidenta Dilma.

E isso tanto no plano objetivo como na esfera subjetiva. Entre as coisas que a vista alcança, a ocupação de mais de mil escolas e universidades em todo o país tem incomodado o governo golpista, fazendo com que o próprio Temer tenha vindo a público falar bobagem, menosprezando os estudantes e colocando mais lenha na fogueira. O efeito bumerangue não tardou a se tornar palpável, com mais ocupações.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Reforma da Previdência: prepare o lombo!

Por Altamiro Borges

Na “propaganda” que foi ao ar nesta segunda-feira (14) no “Roda Viva”, da TV Cultura, o Judas Michel Temer disse um bocado de platitudes. A amigável conversa reforçou a sensação de que os entrevistadores formaram uma bancada de puxa-sacos e de que o programa, que já teve um passado mais respeitável, é hoje uma patética “Roda Morta”. O chapa-branquismo foi tão descarado que o próprio usurpador agradeceu pela “propaganda”. Mas, apesar do vexame para o jornalismo nativo, a entrevista serviu ao menos de alerta para os assalariados que aguentaram a chatice. Em determinado momento, o usurpador empolado confirmou que “a reforma da Previdência já está formatada”!

“Fora Temer” é censurado na TV Globo

Por Altamiro Borges

Nas marchas golpistas pelo impeachment de Dilma, a TV Globo chegou a alterar a sua grade de programação e até a mudar os horários de transmissão dos jogos de futebol. Os serviçais da emissora, como Fausto Silva e Ana Maria Braga, foram acionados para endeusar os protestos “pacíficos, familiares e democráticos”. O Jornal Nacional virou palanque das seitas fascistas que organizaram as marchas – sabe-se lá a que preço. Na prática, o império da famiglia Marinho foi um dos principais responsáveis pela mobilização de tantos “midiotas” no Brasil. Concretizado o “golpe dos corruptos”, porém, a TV Globo voltou a invisibilizar as manifestações de rua que agitam o país.

Folha, IstoÉ e o “pacto diabólico”

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada (10), no ato de lançamento do manifesto “Por um Brasil justo para todos e para Lula”, em São Paulo, o ex-presidente fez um duro discurso contra o “pacto quase diabólico” entre a imprensa golpista e o “justiceiro” Sergio Moro, o jagunço da midiática Lava-Jato. O líder petista criticou o “comportamento perverso dos meios de comunicação, que mentem descaradamente. Não tenho problema em prestar quantos depoimentos forem necessários... Tenho preocupação é quando vejo um pacto quase diabólico entre a mídia, setores da Polícia Federal e do Ministério Público e o juiz que está apurando todo esse processo”.

Temer joga na divisão do sindicalismo

Praça da Sé/SP, 11/11/16. Foto: CUT Brasil
Por Altamiro Borges

Reportagem publicada no Estadão desta segunda-feira (14) evidencia que o Judas Michel Temer está preocupado com a crescente resistência do sindicalismo brasileiro. O “dia nacional de paralisação”, na última sexta-feira (11), superou as expectativas, como greves e atos em vários Estados, e serviu de esquenta para uma futura greve geral. A mídia chapa-branca simplesmente omitiu os protestos, em mais um momento vergonhoso do jornalismo. Mas o covil golpista sabe que o caldo está entornando. Até setores sindicais que apoiaram o “golpe dos corruptos”, como a central liderada pelo mercenário Paulinho da Força, têm criticado as reformas trabalhista e previdenciária e a PEC da Morte.

Roda Viva e a "propaganda" de Temer

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Michel Temer prestou um favor aos brasileiros que estavam em dúvida se deveriam assistir ao Roda Viva com ele.

Ele cometeu um ato falho diante do jornalista Willian Corrêa, que entrou ao vivo no Facebook, inexplicavelmente animadíssimo, após a gravação da entrevista.

- Presidente, eu sei que deveria pedir permissão para sua assessoria, mas é pra registrar que o senhor é gente como a gente. O que o senhor achou? Nós fomos muito virolentos (sic) ou não?

- A virolência (sic) nessas coisas é importante. Eu pude em uma hora e meia dizer o que o governo está fazendo. Cumprimento vocês por mais esta propaganda.

Folha já sumiu com a "piscina do Lula"

Do blog Viomundo:

Nesse domingo (13/11), a Folha denunciou na capa da edição impressa: PF investiga se Odebrecht fez reforma de piscina para Lula.

Diz o texto:

A Polícia Federal investiga suspeitas de que a Odebrecht fez uma reforma na piscina do Palácio da Alvorada durante o segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem ter contrato com o governo e sem que a obra tivesse registro público.

Papa Francisco, um homem de coragem!

Por João Pedro Stedile, no jornal Brasil de Fato:

Estive recentemente no 3° Encontro Mundial de Movimentos Populares em Diálogo com o Papa Francisco, realizado no Vaticano de 2 a 5 de novembro. Participaram mais de 200 delegados de 60 países, representando movimentos inseridos nas lutas sociais de três áreas: trabalho, terra e teto. Do Brasil, estávamos em oito delegados escolhidos pelos movimentos populares dessas áreas.

O encontro se insere em um processo permanente de debate, que iniciamos em 2013, do qual resultou o primeiro encontro no Vaticano, em outubro de 2014, depois um segundo mais massivo e latino-americano, quando reunimos mais de 5 mil militantes populares em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. E, agora, o terceiro encontro, de novo no Vaticano.

A economia brasileira à beira do precipício

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Foi preciso que 120 bancos, gestores de recursos, distribuidoras, corretoras, consultorias e empresas não financeiras confirmassem, na segunda-feira, 31, a piora das expectativas econômicas para o noticiário abrir uma brecha na produção incessante de notícias otimistas. Participantes da pesquisa Focus do Banco Central, aquelas instituições aumentaram sua previsão anterior de queda do Produto Interno Bruto neste ano, de 3,22% para 3,30%, e reduziram a projeção de expansão do PIB, em 2017, de 1,23% para 1,21%.