terça-feira, 15 de novembro de 2016

Temer joga na divisão do sindicalismo

Praça da Sé/SP, 11/11/16. Foto: CUT Brasil
Por Altamiro Borges

Reportagem publicada no Estadão desta segunda-feira (14) evidencia que o Judas Michel Temer está preocupado com a crescente resistência do sindicalismo brasileiro. O “dia nacional de paralisação”, na última sexta-feira (11), superou as expectativas, como greves e atos em vários Estados, e serviu de esquenta para uma futura greve geral. A mídia chapa-branca simplesmente omitiu os protestos, em mais um momento vergonhoso do jornalismo. Mas o covil golpista sabe que o caldo está entornando. Até setores sindicais que apoiaram o “golpe dos corruptos”, como a central liderada pelo mercenário Paulinho da Força, têm criticado as reformas trabalhista e previdenciária e a PEC da Morte.

Diante deste risco, o usurpador decidiu investir na cooptação e na divisão do sindicalismo. Segundo a reportagem, assinada pelos jornalistas Pedro Venceslau e Valmar Hupsel Filho, “o presidente Michel Temer mobiliza a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) para tentar rachar o movimento sindical, reduzir a oposição às reformas da Previdência e trabalhista e esvaziar ações contra o governo planejadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior central brasileira e ligada ao PT. Até o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deverá conversar com sindicalistas aliados para barrar eventual impacto negativo das propostas entre os trabalhadores”.

“O governo espera que as duas centrais, que juntas superam a CUT em número de sindicatos filiados, ajudem ao menos a ‘embalar’ o discurso sobre a necessidade das reformas. Em troca, o Planalto deverá ceder às reivindicações dos aliados e ampliar os seus espaços na gestão... Enquanto recebe o apoio dessas duas centrais na base, Temer é pressionado a aumentar o espaço na administração federal dos partidos ligados à Força e à UGT. Líder da Força Sindical, Paulinho quer que a Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, atrelada à Casa Civil, volte a ter status de ministério”, acrescenta a reveladora matéria do Estadão.

Em outras palavras, o covil golpista vai liberar grana e cargos para corromper os oportunistas – num retorno à velha prática do peleguismo. A questão é saber se essas manobras serão suficientes quando as bases dos trabalhadores passarem a repudiar as políticas regressivas e destrutivas do governo e os traidores das cúpulas sindicais. A aposta na divisão do sindicalismo pode dar chabu!

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