domingo, 20 de novembro de 2016

O incêndio do RJ e seu alastramento

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Ventos semeados, estão aí as tempestades. Receando que os protestos dos servidores do Rio ganhem força com a prisão do ex-governador Sergio Cabral e a revelação da roubalheira que ele comandou, e se espalhem como rastilho de pólvora pelo país, o governo quebra cabeça para evitar a quebradeira geral dos estados. Se outros governadores forem obrigados a tomar medidas impopulares como as tentadas no Rio por Pezäo, o caldeirão pode sopitar. E chegará a Brasília, logo que o governo aprovar a PEC 55 e apresentar a reforma da previdência, que mexerá com os mortais do INSS mas também com os funcionários favorecidos pelo regime de aposentadoria com salário integral. Como os fascistas que invadiram o plenário da Câmara não foram castigados, os deputados que se cuidem.

Geddel tem potencial para derrubar Temer

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A denúncia de um Ministro demissionário da Cultura, Marcelo Callero, de que foi pessoalmente pressionado por um homem forte do governo Temer, o Secretário de Governo Geddel Vieira Lima, tem potencial para derrubar não apenas Geddel mas o próprio governo.

Trata-se, portanto, de uma questão de Estado.

Como se comporta o presidente Michel Temer?

PEC-55 prejudicará estados e municípios

Do site Vermelho:

"Medidas amargas”: foi o que prometeu o presidente não eleito Michel Temer (PMDB), durante jantar oferecido a ministros e parlamentares na quarta (16). O objetivo central do encontro foi garantir apoio à PEC 55 (antiga 241), que prevê um congelamento das despesas primárias da União, como saúde e educação, mas não diz nada sobre o pagamento dos juros da dívida pública.

Embora a medida tenha como foco as despesas da União, estados e municípios serão profundamente afetados pela PEC. Ao menos dois efeitos são esperados, de acordo com o economista Frederico Melo, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Trump, Temer e o Brasil desplugado

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Todos nós, das gerações que nasceram nas décadas seguintes ao fim da Segunda Guerra Mundial, crescemos com a memória pesada dos horrores do conflito.

Sempre associamos guerra aos bombardeios convencionais, à conquista de território, aos combates de infantaria - ainda que hoje ela tenha se ampliado para incluir as batalhas no campo da informação, as operações psicológicas, o uso de drones e de outros métodos de ataque à distância, como os golpes suaves.

Fascista na Câmara: Insanos, não passarão!

Por Jandira Feghali

A cena dantesca que percorreu computadores, celulares e televisões como vírus, de um grupo de extrema direita tomando o Plenário da Câmara dos Deputados, pareceu um mal-acabado filme de terror. É como se fosse um replay horripilante nos capítulos históricos pré-Ditadura, em que parte da classe média se insurgia contra ilusões vendidas a esmo pela mídia e a burguesia à época.

Os invasores da Câmara bradavam por intervenção militar no Brasil e contra um comunismo gigantesco que “teria” dominado o país, o Parlamento e todos os políticos que rodeiam Brasília. Seria irônico se isso não fosse dito a partir de uma das legislaturas mais conservadoras das últimas décadas, em que bancadas inteiras tentam a todo custo evaporar direitos sociais civilizatórios conquistados pela sociedade.

João Doria e a privatização da política

Por Tatiana Sampaio Ferraz, no site Outras Palavras:

O slogan do prefeito recém-eleito de São Paulo, João Doria (“não sou político, sou gestor”) vem dando o tom de suas intenções para o quadriênio 2017-2020 em São Paulo. Em 25 de outubro, as redes sociais acordaram com a notícia de que foi formalizado o convite a José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o “Boni” da TV Globo, para a pasta da Cultura. “Os planos do Doria são fascinantes e eu penso seriamente em aceitar”, declarou Boni ao jornal O Globo. Em 10/11, ele afirmou que não assumiria diretamente o posto, mas participaria intensamente dos planos do prefeito.

O previsível roteiro político do golpe

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Ao enfrentarem corajosamente a "PEC da Morte", as ocupações de escolas por todo o país converteram-se no principal pólo de resistência ao golpe. Sua ousadia, determinação e ânimo de luta despertam uma crescente admiração.

As paralisações e atos da jornada do dia 11 de novembro, mesmo sem conseguir ainda envolver as principais categorias de trabalhadores, demonstram uma importante capacidade de luta, possibilitando uma intensificação nas próximas jornadas previstas.

Centrais sindicais unidas contra retrocessos

Do site da CTB:

Lideranças das principais centrais sindicais se reuniram na manhã desta quarta-feira 16, na sede do Dieese, em São Paulo, para debater e organizar a agenda deste "Novembro de Lutas".

Na pauta, um balanço dos atos e paralisações realizados na última sexta-feira 11 em todo o país e organização dos próximos dias 25, o Dia Nacional de Lutas - com greves, paralisações e mobilizações, e 29, data da votação da Proposta de Emenda Constitucional 55 no Senado federal, em Brasília.

sábado, 19 de novembro de 2016

O escravocrata golpista da Riachuelo

Por Altamiro Borges

Enquanto ganhou muita grana na fase de crescimento da economia, a elite burguesa topou o chamado “pacto lulista” – mesmo detestando, por questões de classe, o peão que chegou à presidência do país. Com o impacto da crise capitalista mundial no Brasil, porém, ela rompeu o acordo e passou a apostar abertamente na desestabilização econômica e no caos político. Está no DNA da burguesia a aversão à democracia! A presidente Dilma sentiu na carne os efeitos deste ódio de classe – apesar de ter tentado, erroneamente, compor com este rebotalho. O golpe do impeachment, a exemplo do golpe militar de 1964, foi orquestrado e financiado por esta elite empresarial asquerosa e covarde.

Geddel, Calero e o bordel da Cultura

Por Altamiro Borges

Quinto ministro defenestrado do covil golpista, Marcelo Calero saiu atirando e pode causar dores de cabeça ao Judas Michel Temer. Ele acusou o troglodita Geddel Vieira, braço direito do usurpador, de ter pressionado o Ministério da Cultura a produzir um parecer técnico favorável aos seus negócios imobiliários na Bahia. Em entrevista à Folha, neste sábado, “Calero disse que o articulador político do governo Temer o procurou pelo menos cinco vezes – por telefone e pessoalmente – para que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado à Cultura, aprovasse o projeto imobiliário La Vue Ladeira da Barra, nos arredores de uma área tombada em Salvador”.

Lula aciona Sergio Moro e pede sua prisão

Por Altamiro Borges

Não dá mais para silenciar diante das arbitrariedades do "justiceiro" Sergio Moro - com suas prisões arbitrárias, seus métodos "refinados" de tortura, seus vazamentos seletivos e seu conluio com a mídia golpista. Cada vez mais, o "juiz" deixa de lado as suas funções para se apresentar como líder político, emitindo sentenças que mais se parecem com plataforma de um candidato. Não é para menos que os fascistas que invadiram a Câmara Federal nesta semana deram tantos "vivas" a Sergio Moro, o seu herói do momento. Diante dos riscos à democracia, cabe elogiar a corajosa iniciativa dos advogados do ex-presidente Lula que ingressaram com uma "queixa-crime subsidiária contra o agente público federal Sergio Fernando Moro, em virtude da prática de abuso de autoridade".

Doria, o “defeituoso”, enganou o eleitor

Por Altamiro Borges

O novo prefeito de São Paulo, o apresentador de tevê e empresário João Doria, não convence nem nas suas demagogias. Na campanha eleitoral, o ricaço fez caretas ao tomar cafezinho em boteco e comer pastel em feira para parecer popular – o que gerou desconforto até nos seus marqueteiros. Pouco após ser eleito, o picareta anunciou que doaria o seu salário de prefeito – uma merreca para quem tem um patrimônio declarado de R$ 180 milhões – às "crianças defeituosas" da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). A gafe até lembra as besteiras obradas pelo seu "ídolo empresarial", o magnata fascista Donald Trump, novo presidente do EUA.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

República Judiciária Midiática do Brasil

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Renato Rovai, em seu blog:

Não soltei rojões pela prisão do Eduardo Cunha.

Não paguei cerveja para os amigos por saber que o Garotinho vai pra Bangu.

Não vou dar festa com champanhe e direito a usar guardanapo na cabeça porque o Sérgio Cabral vai dormir em Curitiba nesta noite.

Não gostei da agressão ao Caco Barcelos.

Não gosto da Globo.

Andrade Gutierrez e a Justiça ridicularizada

Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

E quando você imagina que não existe mais forma possível da justiça brasileira ser ridicularizada, eis que o ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, presta um segundo depoimento ao TSE para “esclarecer” a sua já desmentida delação.

Após ter sido miseravelmente desmascarado pela defesa da ex-presidenta Dilma quanto à sua afirmação de que teria pago R$ 1 milhão de propina em forma de doação ao diretório do PT, Azevedo agora muda completamente a sua versão.

Lava-Jato, PF e as prisões preventivas

Por Lu Sudré, na revista Caros Amigos:

As fases da operação Lava Jato e a Polícia Federal têm, constantemente, se utilizado de prisões preventivas para dar continuidade às investigações. Nesta semana, dois ex-governadores do Rio de Janeiro foram detidos preventivamente: Anthony Garotinho (PR), secretário de Governo de Campos dos Goytacazes e Sérgio Cabral (PMDB).

Em nota, a defesa de Garotinho, detido na quarta-feira (16) em decorrência da Operação Chequinho, que investiga compra de votos na eleição municipal de 2016, afirmou que a ação faz parte de uma série de prisões ilegais decretadas pela 100ª Vara Eleitoral de Campos e suspensas por decisões liminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O texto ainda diz que "a Justiça certamente não permitirá que este ato de exceção se mantenha contra Garotinho".

Estados Unidos, o império hidrófobo

Ilustração: Oguz Gurel/Cartoon Movement
Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

Como no caso do Brexit e do referendo colombiano e com consequências muito mais graves, outra vez o resultado das urnas contraria as pesquisas, os analistas e o bom senso. Nenhuma voz respeitada previu a vitória de Donald Trump, cuja data, por dupla ironia da história, é a do 18 Brumário do calendário da Revolução Francesa e do aniversário da queda do Muro de Berlim.

A estranha decisão do FBI de investigar Hillary a nove dias da eleição pode ter contribuído para o resultado, como também a incoerência dos democratas ao focar os últimos dias de campanha no risco de Trump causar a terceira guerra mundial, após tentar por meses pintá-lo como títere de Vladimir Putin.

O fascismo é assim. Como ontem

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Empregando as palavras como elas são, é preciso dizer que o fascismo age exatamente como fizeram 50 pessoas que invadiram o plenário da Câmara ontem. Quebraram vidros, ameaçaram parlamentares. Pediram o retorno à ditadura militar, saudaram Sérgio Moro. E foram embora, sem serem incomodados. Parecem loucos descontrolados. São criminosos políticos.

O fascismo não existe sem o silêncio cúmplice e a passividade de quem tem o dever legal de combater a desordem, arruaça, e violência e dar ordem de prisão em casos dessa natureza, em que uma instituição é humilhada, ofendida. E foi exatamente isso que se viu, ontem: tolerância com um ataque a democracia -- se não foi coisa pior.

Trump, Temer e o parto da nova esperança

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O anúncio de um fim de ciclo histórico nem sempre assume a forma de um alvorecer virtuoso.

É mais comum o oposto.

Até que uma nova ordem se imponha, a desordem é senhora.

A passagem da era colonial para a primeira crise capitalista do início do século XX foi marcada pela carnificina da Guerra de 1914-1918, cujo término completa 96 anos neste mês de novembro.

Dez milhões de pessoas morreram; 20 milhões ficaram feridas.

A perseguição da TV Globo contra Lula

Do site Lula:

A defesa do ex-presidente Lula apresentou ao juiz Sérgio Moro e à Comissão Internacional de Direitos Humanos da ONU um estudo científico sobre a cobertura da imprensa brasileira, que comprova tecnicamente - e com números impressionantes - o massacre midiático contra o ex-presidente.

O estudo foi preparado pelo cientista político, sociólogo e mestre em Filosofia João Feres Júnior, vice-diretor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenador do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP) – que produz o Manchetômetro,​ indicador das tendências políticas da mídia brasileira.

O alvo da PEC-55 é reduzir saúde e educação

Por Esther Dwek e Pedro Rossi, no site Brasil Debate:

Diversos defensores da PEC 55 (ex-241) têm dito que as áreas de saúde e educação não serão afetadas pela PEC, que, na realidade, trata-se apenas de maior realismo do orçamento público. Segundo esses autores, o valor a ser gasto com saúde e educação poderá ser definido por cada governo e, uma vez priorizados esses gastos, em detrimento de outros, não haveria perda nessas áreas. Em artigo recente na Folha de S. Paulo, o economista José Marcio Camargo defendeu essa visão: “A PEC não congela os gastos reais com saúde e educação. Ela estipula que, para aumentá-los, será necessário diminuir os gastos reais em outros itens do Orçamento”.