segunda-feira, 30 de julho de 2018

A essência ausente na disputa eleitoral

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Eleições periódicas, na democracia, servem para que cada homem e cada mulher exerçam o poder de escolha, elegendo representantes e também governantes, a partir das propostas que apresentem e dos rumos que apontem para o país, o estado, o município.

Entretanto, faltando exatamente 70 dias para a eleição de 7 de outubro, aqui estamos discutindo quem será o vice de quem, na ausência de propostas claras para o enfrentamento de problemas como o desemprego, o aumento da pobreza, o déficit fiscal ou a violência crescente, sem falar na crise da Previdência.

O atraso na escolha de vices já é, por si, um sinal da esquisitice deste pleito.

Quais as perspectivas do Brasil pós-crise?

Por Daniela Magalhães Prates e Fábio Henrique Bittes Terra, no site Brasil Debate:

O Dossiê V da Associação Keynesiana Brasileira (AKB), intitulado “O Brasil pós-recessão: das origens da crise às perspectivas e desafios futuros”, discute a crise brasileira e o pós-crise, ou seja, o Brasil de meados de 2014 em diante (você pode acessar a íntegra no final do artigo). Para tanto, três grandes temas se colocam: a origem da crise, as perspectivas para o após crise e os desafios ao crescimento sustentado do País. Os três temas são abordados por 17 artigos de 36 autores e autoras de 16 instituições diferentes, públicas, privadas, acadêmicas e não acadêmicas. Um resumo dos artigos se segue.

Perseguido e preso, Lula só cresceu

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os ‘gênios’ da análise política, que gostam tanto de fazer análises eleitorais baseadas em pesquisas, deveriam fazer um exercício simples, consultando a evolução de pesquisas feitas com a mesma amplitude, metodologia, pelo mesmo instituto de pesquisa e para o mesmo cliente.

Fiz uma rápida consulta à série de pesquisas da MDA para a Confederação Nacional de Transportes.

Em fevereiro de 2016, já às vésperas do golpe que deporia Dilma Rousseff, o líder em intenções de votos era Aécio Neves, com quase 25%, contra 19% de Lula.

MDB de Meirelles segue isolado e sem vice

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

No próximo dia 2 de agosto, será realizada a convenção nacional do MDB, que definirá a chapa a concorrer nas próximas eleições, em outubro. Meirelles encabeça a chapa, mas o MDB não definiu quem será o vice. A coligação ainda não está fechada e o partido tem conversado com o PMN e PHS, com bancadas pequenas e pouco tempo de TV, que acrescentariam pouco à campanha emedebista. Mesmo entre estes ainda não há definições.

Doria aposta no fascismo 'lavajateiro'

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Eu acho importante acompanhar a campanha de João Dória em São Paulo, porque acredito que ela tende dar o tom da campanha nacional do PSDB.

É uma campanha baseada no ódio e na propagação de mentiras. O foco não é mais apenas o PT, mas os “partidos de esquerda”.

Doria está fazendo uma campanha essencialmente negativa, tentando surfar na rejeição ao PT em São Paulo, e na popularidade do juiz Sergio Moro.

Cartas a um amigo, prisioneiro político

Foto: Ricardo Stuckert
Por Leonardo Fernandes, no jornal Brasil de Fato:

Na cabeceira da mesa, uma foto impressa em tecido enfeita o ambiente e simula a companhia, agora ausente, do destinatário. “Essa foto foi um dos presentes da União Brasileira de Mulheres de Arcoverde. Ela veio junto com uma carta que foi entregue na vigília em Curitiba. Daí colocamos aqui para que nos sirva de inspiração”, conta Calinka Lacort, uma das funcionárias do Instituto Lula responsável por receber e catalogar as milhares de cartas que são enviadas ao ex-presidente Lula, desde sua prisão no dia 7 de abril.

Guerra híbrida agora é para eleger Alckmin

Por Igor Grabois, no blog Viomundo:

O mundo passa por uma nova revolução tecnológica.

Crescentemente, serviços são realizados online, a produção se torna mais flexível em sua cadeia de suprimentos e de apoio, as comunicações em tempo real são a norma.

Novas formas de produzir e obter informações habitam o nosso cotidiano.

Esse processo, comumente chamado de indústria 4.0, impacta as relações internacionais e a política.

E traz novas formas de atuação diplomática e militar.

O conceito de guerra híbrida foi formulado em 2010 por estrategistas estadunidenses.

A desindustrialização dos EUA

Por Reginaldo Corrêa de Moraes, no site da Fundação Maurício Grabois:

Se em vez de temer aliens, comunistas e árabes, a classe média americana estivesse atenta ao capitalismo de rapina entranhado em suas pequenas e agradáveis cidades, com a ajuda do Partido Democrata, não estaria sendo governada por um alien autofágico que invade suas entranhas para implodir. Os EUA viraram um perigoso filme B de pouca bilheteria.

Máquinas paradas, almas vencidas

Globo perde de novo o bonde da história

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Já havia mais de 50 mil pessoas na maior empolgação na praça em frente aos Arcos da Lapa, no Rio, quando o Jornal Nacional resolveu dar um breve registro do maior fato político das últimas semanas, em defesa da libertação de Lula.

Foi apenas uma “nota coberta” de 40 segundos, que é como, no jargão da televisão, os profissionais se referem às matérias que precisam ser exibidas, mas sem destaque.

Globo ignora o Festival Lula Livre

Da Rede Brasil Atual:

Apesar de ignorado pela Rede Globo e por veículos da mídia tradicional, o Festival Lula Livre terminou o sábado (28) em primeiro lugar nos assuntos mais comentados no Twitter no Brasil – e, em alguns momentos, em terceiro no mundo – e foi tema de reportagens de agências internacionais de notícias, reproduzidas por jornais de todo o mundo.

Com o título de "Celebridades brasileiras realizam show 'Lula Livre' no Rio", a Associated Press afirma que, apesar de preso, Lula segue sendo o mais popular político brasileiro e lidera com folga as pesquisas eleitorais do país. A reportagem foi reproduzida em jornais como The New York Times, Washington Post, Herald & Tribune e outros.

Centrão, a "bactéria" que o PSDB abraça

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Em julho de 2016, o deputado Rodrigo Maia, do DEM, era eleito presidente da Câmara, cargo vago havia dois meses, devido ao afastamento judicial de Eduardo Cunha, do MDB. O então líder tucano na Casa, Antonio Imbassahy, pregava a necessidade de se aproveitar o embalo para cassar Cunha – quanta ingratidão com o parceiro de impeachment... – e desconfigurar uma certa força política existente por ali. “O Centrão é visto como uma bactéria dentro da Câmara”, dizia.

domingo, 29 de julho de 2018

Lula agradece artistas do Festival Lula Livre

Foto: Mídia Ninja
Da revista Fórum:

Festival nos realizado nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, reuniu artistas, poetas e músicos. Com 80 mil participantes, o evento pediu a libertação do ex-presidente e que seja respeitado o direito de Lula de ser candidato.

Confira a carta enviada por Lula aos artistas e lida pelos apresentadores do Festival:

***

Queridos artistas, estudantes, trabalhadores, meus queridos amigos reunidos nesse sábado. Eu só posso agradecer a solidariedade de vocês. Quantas vezes, quando a sociedade calou diante de barbaridades, foram os nossos músicos, escritores, cineastas, atores, dramaturgos, dançarinos, artistas plásticos, cantores e poetas que vieram lembrar que amanhã há de ser outro dia?

Chico e Gil definem país da Lava-Jato

Foto: Mídia Ninja
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Abençoado país onde a música expressa o melhor de nossa cultura, no qual dois gigantes com a estatura de Chico Buarque e Gilberto Gil se uniram nos arcos da Lapa carioca para cantar os rumos e as dores do momento atual.

Numa nação de 207 milhões, com um aparato de comunicação ocupado em amortecer a resistência e distrair consciências, poucos homens e mulheres tem a capacidade de mostrar o que está no centro de nossas urgências mais sérias e graves. Poucos tem tanta credibilidade, merecem tanto respeito. Há mais de meio século são vistos como expressão da consciência do Brasil e da maioria dos brasileiros

MBL questiona "livre iniciativa" do Facebook

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Há dois anos, Marcello Reis, líder do Revoltados Online, apareceu revoltado em vídeo após ver a página do seu grupo removida pelo Facebook. Chorando copiosamente, dizia ser vítima de uma “ditadura” - logo ele, que já defendeu uma intervenção militar e hoje é garoto-propaganda de Bolsonaro. Segundo o Facebook, a página foi banida por violar as regras do site, que proíbem conteúdos como discurso de ódio e homofobia. Os Revoltados Online também foram responsáveis por divulgar para milhões de seguidores a informação de que o filho de Lula seria dono da Friboi e que Paulo Pimenta (PT-RS) seria sócio da boate Kiss, palco da tragédia em Santa Maria (RS).

Os destruidores do Brasil

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A aproximação crescente da data das eleições parece provocar um aumento na taxa de desespero dos setores ligados ao financismo e às elites mais reacionárias e conservadoras de nosso País. Afinal, quando se aventuraram pela estratégia desestabilizadora do “golpeachment”, não poderiam jamais imaginar que o cenário às vésperas do pleito de 2018 fosse o que vivemos atualmente.

A economia e o país da opinião pronta

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Todo modelo econômico está sujeito a exageros. Mas o que diferencia as nações desenvolvidas daquelas institucionalmente mais frágeis é o descolamento da realidade, que marca a implementação dessas políticas.

A economia não é uma ciência exata, com regras imutáveis no tempo e no espaço. Há regras de ouro, a serem seguidas por qualquer nação. Mas as decisões devem se subordinar às circunstâncias de cada momento.

Boff: "Está confuso, mas eu sonho"

Por Leonardo Boff, em seu blog:

“Faz escuro mas eu canto porque a manhã vai chegar”,proclamou o poeta Thiago de Mello na época sombria da ditadura civil-militar de 1964.

”Está confuso mas eu sonho” digo eu, nestes tempos não menos sombrios. O sonho ninguém pode prender. Ele antecipa o futuro e anuncia o amanhã.

Ninguém pode dizer o que vai ser deste país após o golpe parlamentar-jurídico-mediático de 2016. Faz escuro e tudo está confuso mas eu sonho. Este sonho está rodando em minha cabeça há muitos dias e resolvi expressá-lo para alimentar a nossa inarredável esperança.

Aumenta a precarização do trabalho

Editorial do site Vermelho:

Há mais de 13 milhões de desempregados no pais. Em outubro de 2017 a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) divulgada pelo IBGE referente ao trimestre anterior revelou uma taxa de desemprego de 12,4%, discretamente inferior aos 13% do trimestre anterior. Número comemorado como o início da queda no desemprego.

Mas não foi. O governo e a mídia hegemônica que o apóia festejaram aquela diminuição – discretíssima – no número de brasileiros desempregados, sem confessar que, reflexo da reacionária contra-reforma trabalhista, aquele resultado representava o aumento da precarização do trabalho que ameaça os brasileiros. Os dados do IBGE revelam que, dos escassos novos empregos criados, a imensa maioria foi sem carteira assinada, restringindo direitos dos trabalhadores e favorecendo apenas a ganância do capital.

Cresce o apoio internacional a Lula

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O apoio internacional à candidatura e à liberdade de Lula passou por ex-presidentes das Américas, da Europa, do Oriente, da África, congrega vários prêmios Nobel, chefes de Estado, como o primeiro-ministro da Espanha, e culmina, agora, com a adesão à campanha pró Lula de quase 10% do Congresso norte-americano.

Na última quinta-feira, o eurodeputado italiano Roberto Gualtieri, do partido Democrático da Itália e presidente da Comissão de Economia do Parlamento Europeu, visitou Lula na prisão. Foi representar o Bloco Social Democrata no Parlamento Europeu e o Partido Socialista Europeu. Entregou a Lula mensagens de apoio de parlamentares e ex-presidentes italianos.

O jogo feito para a disputa eleitoral

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O ato em que o Centrão oficializou seu apoio ao candidato Geraldo Alckmin forçava a comparação com a posse de Michel Temer no Planalto, após o afastamento de Dilma.

Na mesa de 12 cadeiras sentaram-se apenas homens, e todos brancos.

Faltaram os do MDB, mas acabarão todos juntos.

Havia também de comum, entre a maioria daqueles homens, o fato de serem investigados pela Lava Jato ou de responderem a outros inquéritos.

Mas o clima era de euforia e congraçamento pela grande aliança selada. Agora é ver se, unidos, partidos e máquinas da centro-direita darão ao tucano os votos de que precisa para chegar ao segundo turno.