sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Flávio Bolsonaro liquida jogo de cena do STF

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Quando assume um novo presidente, o prazo e carência, perante a opinião pública, costuma ser de 6 meses. Jair Bolsonaro está a caminho de quebrar um recorde. Poucas vezes se viu uma família tão despreparada na arte de se tornar vidraça.

É evidente que, com mais de vinte anos frequentando o baixo clero, Bolsonaro se lambuzou com muitas práticas comuns à sua turma – que estão longe de alta corrupção, mas muito perto da noção de corrupção dos baixos eleitores. E também de seu maior avalista, as Forças Armadas.

A maneira como os Bolsonaro se enredaram no caso do motorista Queiroz caminha para se tornar um clássico na galeria das trapalhadas políticas.

Até o porta-voz de Bolsonaro é general

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Nos governos militares, que não deixaram saudade para os democratas, os porta-vozes e secretários de imprensa costumavam ser civis. Eram escolhidos entre jornalistas ou diplomatas.

Foi assim também nos governos pós-redemocratização.

Para se ter uma ideia, o secretário de imprensa do general Costa e Silva, aquele do AI-5, era meu amigo Carlos Chagas, um jornalista do maior respeito, comentarista político dos principais jornais e TVs do país.

É verdade que também tivemos Alexandre Garcia, aquele ex-Globo, como porta-voz do general João Figueiredo.

2019: o mínimo esperado

Por Wladimir Pomar, no site Correio da Cidadania:

Para vis­lum­brar os ce­ná­rios de 2019 será pre­ciso ter em conta, além da in­fluência dos dis­túr­bios inter­na­ci­o­nais e da caó­tica si­tu­ação na­ci­onal, as ex­pe­ri­ên­cias his­tó­ricas dos go­vernos fas­cistas. Neste caso, tanto os que gal­garam go­vernos e po­deres de Es­tado através de golpes quanto os que che­garam lá através de elei­ções, todos com­bi­nando mé­todos de ação de di­fe­rentes tipos.

Isto é, mé­todos pa­cí­ficos e bru­tais, le­gais e ile­gais, es­ta­tais e não-es­ta­tais, tendo em vista eli­minar os ini­migos, su­bor­dinar ou es­magar os ali­ados, e cul­minar com a ins­tau­ração de um sis­tema di­ta­to­rial sobre toda a po­pu­lação. Tempo que va­riou de al­guns poucos anos a mais de uma dé­cada, de­pen­dendo da ca­pa­ci­dade de re­sis­tência e de re­si­li­ência dos ini­migos in­ternos. Em al­guns casos o fas­cismo só fra­cassou ao tentar sub­meter ou­tros povos através da agressão ar­mada.

Violência contra jornalistas cresceu em 2018

Por Lu Sudré, no jornal Brasil de Fato:

Em um contexto político polarizado e repleto de tensionamentos, cresce cada vez mais a perseguição contra jornalistas no Brasil. É o que revela o relatório “Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil - 2018”, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que será divulgado nesta sexta-feira (18). De acordo com o documento, casos de agressões aos profissionais cresceram 36% em 2018, em relação ao ano anterior.

O Fux de Flávio Bolsonaro saiu pela culatra

Por Jeferson Miola, em seu blog:                 

Quando da descoberta das falcatruas do Queiroz nos gabinetes dos Bolsonaro, o filho Flávio se esforçou para aparentar tranquilidade e mostrar-se convincente.

Ele disse que as explicações do Queiroz, que foram prestadas exclusivamente a ele em algum esconderijo onde o laranja da família continua escondido da polícia, da justiça e da mídia, seriam “bastante plausíveis” [sic].

Por razões que são óbvias, no intervalo entre o 1º e o 2º turno eleitoral, Flávio teve o privilégio de ser protegido pela Lava Jato quando foi executada a Furna da Onça; operação que levou à prisão 10 deputados colegas dele e vários assessores da Assembléia Legislativa do RJ que exerciam funções idênticas à exercida por Queiroz.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

100 anos da morte de Rosa Luxemburgo

Por Augusto C. Buonicore, no site Vermelho:

No dia 15 de janeiro se completam 100 anos do brutal assassinato da comunista polonesa Rosa Luxemburgo. Ela foi uma combatente de primeira hora contra o revisionismo teórico de Bernstein no interior da social-democracia. Condenou duramente o oportunismo de direita presente na direção do sindicalismo alemão, e defendeu a experiência da Revolução Russa de 1905, especialmente o uso da greve geral como instrumento importante na luta revolucionária. Quando se iniciou a Primeira Grande Guerra Mundial, ocorrendo a traição da maioria dos dirigentes da II Internacional, Rosa se colocou ao lado de Lênin em oposição à guerra imperialista e na defesa da revolução socialista europeia. Foi fundadora do grupo spartakista de onde surgiria o Partido Comunista da Alemanha. Após sua trágica morte, em 1919, no discurso de abertura do congresso de fundação da III Internacional, Lênin fez uma pungente homenagem à águia polonesa, heroína do proletariado mundial.

As armas e a utopia macabra de Bolsonaro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Hoje de manhã, quando comecei a ler uma manchete sobre o decreto de liberação de armas de fogo, uma funcionária de escritório que andava a meu lado, num ônibus no centro de São Paulo, não aguentou e disse: "Isso não vai resolver nada. O que resolve é saúde. É disso que o povo precisa".

Dentro de um táxi, um motorista puxou o assunto por conta própria e me disse: "não gosto de revolver, não sei usar arma, não gosto de quem usa. Sei que é muito perigoso. Sou velho, tenho mais de 70 anos, minha vontade é mudar de país".

A direita pode tudo no Brasil?

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

A dança de Queiróz foi emblemática. Verdadeiro deboche em cima da Justiça e daqueles que, embalados pelo “combate à corrupção”, elegeram Jair Bolsonaro. Estamos falando em movimentação atípica na conta de membro do “staff” da família do presidente, assessor de um senador da República, envolvendo a primeira-dama do Brasil.

Segundo o presidente é mais um “rolo” do Queiróz que, apesar de intimado a prestar esclarecimentos, não apareceu. Será que, agora, amigo de presidente se apresenta à Justiça quando quiser? E conta com entrevista chapa-branca? Não faz muito tempo, aliás, que um presidente da República sofreu condução coercitiva, apesar de se dispor a prestar todos os esclarecimentos possíveis.

Atuação de Fux causa revolta e ironias

Da Rede Brasil Atual:

Indignação, revolta e ironia são as expressões que hoje (17) tomaram as redes sociais, com a notícia de que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou suspender no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) as investigações que apuram as movimentações financeiras de ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ). Fux atendeu a um pedido do próprio parlamentar.

EUA sacramentaram opção por Bolsonaro

Por Eleonora de Lucena, no site Tutaméia:

Para o cientista político José Luís Fiori, a eleição de Jair Bolsonaro é resultado de uma “operação complexa, envolvendo vários atores externos, com o objetivo fundamental de interromper a série de governos petistas do país”, uma ofensiva iniciada em 2012/2013 e que sofreu mudanças com a derrota de Hillary Clinton em 2016.

No estilo Trump/Bolton/Mattis, Temer foi engavetado, e o ex-presidente Lula passou a ter confinamento militar. “Tudo indica que foi só depois da fragmentação definitiva das forças conservadoras tradicionais que se impôs um acordo do comando das Forças Armadas brasileiras com o sr. Bolsonaro, provavelmente no dia 7 de junho de 2018, um mês antes de ser sacramentada – com toda certeza – durante a visita do secretário de Defesa norte-americano, James Mattis, entre os dias 10 e 14 de agosto”.

Gleisi defendeu a paz na Venezuela

Por Marcelo Zero

É tocante ver a preocupação da mídia oligopolizada e da direita brasileira com a democracia... na Venezuela.

Segundo tais forças, Maduro seria um "terrível ditador", mesmo tendo sido eleito em pleito limpo, porque o judiciário daquele país seria parcial e teria prendido o principal opositor político ao governo.

Isso me soa vagamente familiar. Não sei bem o porquê.

Mas voltemos à Venezuela.

Antes da chegada dos "terríveis bolivarianos" ao poder, não havia democracia alguma na Venezuela.

Como o nazismo perseguiu a arte e artistas

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O governador do Rio de Janeiro, o bolsonarista Wilson Witzel, acaba de concretizar o primeiro ato de censura da sua gestão. Alegando “nudismo” (sic) em uma performance que fazia referência à tortura durante a ditadura militar, Witzel mandou encerrar antes do tempo a exposição Literatura Exposta, em cartaz na Casa França-Brasil.

Dias antes, o diretor da instituição, Jesus Chediak, já havia vetado uma instalação onde milhares de baratas de plástico saíam de um bueiro ao som de falas de Jair Bolsonaro. Witzel defendeu inclusive a censura prévia, ao dizer que o governo do Rio precisa ser avisado com antecedência sobre o conteúdo de exposições em espaços públicos.

Queiroz e o tiro no pé de Flávio Bolsonaro

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em dezembro, Flávio Bolsonaro disse o seguinte sobre o caso Queiroz: “Não fiz nada de errado, sou o maior interessado em que tudo se esclareça para ontem”.

Mais: “Eu espero que esse processo, uma vez instaurado, ele se explique. Nada além disso”.

Em janeiro, o mesmo Flávio pediu a suspensão da investigação ao STF, no que foi atendido pelo ministro Luiz Fux, plantonista na presidência.

Macron sem resposta aos "coletes amarelos"

Por Joe Penney, no site The Intercept-Brasil:

Em novembro passado, os franceses deram início a uma nova tradição de sábado: manifestantes “gilet jaune” vestindo coletes de segurança amarelos começaram a sair às ruas às dezenas de milhares pela manhã, gritando slogans contra o alto custo de vida, contra o presidente francês, Emmanuel Macron, e contra seus impostos e reformas de serviço social.

Viagem didática ao mundo da vigilância

Por Víctor Sampedro, no site Outras Palavras:

Antes que Orwell escrevesse seu clássico 1984, Aldous Huxley publicou Admirável Mundo Novo, imaginando profeticamente o mundo do capitalismo digital. O livro retrata nossa visão da tecnologia, porque estamos entupidos de soma, a droga legal que Huxley imaginou, e que convertia em paraíso o inferno. No nosso mundo, estamos viciados em tecnologia e em consumo. Ou em consumo de tecnologia, que incita a consumir mais. As corporações digitais apresentam-se como solução a qualquer tipo de necessidade. Incluídas as existenciais, como o amor e a amizade.A indústria tecnológica sustenta que nos monitora para nos dar um “melhor serviço”. Isso só é possível se acreditarmos que as corporações e a sociedade possuem interesses idênticos. E que a publicidade é igualmente confiável e crível como a informação. Duas afirmações que, quando relidas (ou já à primeira leitura), resultam mentiras evidentes.

Kim Kataguiri e a liberdade de expressão

Por Altamiro Borges

Retornando das férias e voltando às telinhas do blog Nocaute, soube pela revista CartaCapital que a juíza Marcela Dias de Abreu Pinto Coelho, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível de São Paulo, negou um pedido de censura contra artigos que escrevi e que foram publicados no site Brasil-247 e nas páginas da CUT.

A ação judicial para retirar do ar os meus textos – acompanhada do pedido de indenização de R$ 30 mil – foi feita pelo fascista mirim Kim Kataguiri, líder do sinistro Movimento Brasil Livre (MBL) e recém-eleito deputado federal pelo ético e probo DEM. Magoado, o fascistinha argumentou que foi rotulado nos meus textos de fascista mirim e pirralho fascista.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A quem serve fechar a Justiça do Trabalho?

Por Augusto Vasconcelos, no site da CTB:

O discurso de Bolsonaro sobre a Justiça do Trabalho revela profunda desinformação. Aliás, como em quase todo o pensamento hegemônico nesse governo, se apegam a mitos para justificar seus interesses, apelando para a ignorância dos acontecimentos.

Não é verdade que o Brasil é o único país que possui uma jurisdição Trabalhista. Inglaterra, Nova Zelândia, Suécia, Noruega, Finlândia, Alemanha, França, Bélgica e México, por exemplo, possuem variados níveis de organização de juízos de primeiro grau ou Tribunais especializados na matéria.

O porão está no alto

Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

O Exército brasileiro, coerente com sua história, capturou o poder civil, sobre o qual sempre exerceu preeminência, e ao mesmo tempo foi capturado pela estratégia militar dos EUA, que, ainda sob o comando de Donald Trump, pode chegar a tudo. A ‘guerra comercial’ com a China pode ser o primeiro momento de um conflito estratégico, e novas intervenções e ocupações estão na ordem do dia, desta feita olhando para a América do Sul e apontando para a Venezuela e para a Amazônia, pela qual os militares brasileiros sempre entoaram preocupação e promessas de defesa.

O esquartejamento do Ministério do Trabalho

Por Antônio Augusto de Queiroz, no Blog do Renato:

O Ministério do Trabalho foi extinto e suas competências e atribuições foram distribuídas em quatro outros ministérios (Economia, Justiça e Segurança, Cidadania e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) com dupla finalidade. De um lado, facilitar a implementação da reforma trabalhista, inclusive em sua dimensão sindical. De outro, esvaziar o poder da fiscalização, tanto na exigência de cumprimento da legislação e das normas coletivas, quanto na elaboração e implementação das Orientações Normativas em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Posse das armas e a vergonha dos vencedores

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O decreto da liberação da posse de armas – segundo Bolsonaro, apenas um aperitivo, “apenas o primeiro passo”, para franquear o acesso generalizado a armamento para a população – não pode ser julgado apenas no campo político.

É um retrocesso civilizatório que nos custará muitas vidas e muitos anos para reverter.

Não fosse isso, diria que foi a derrota política inaugural de Jair Bolsonaro.

É algo que, mesmo antes das tragédias anunciadas que irá produzir, só encontrou apoio incondicional em seus adeptos mais radicais.